Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Nova edição do Economia Viva

Saudações EcoVivas,

A jornada continua, com sentimento de dever cumprido, por mais um boletim mostrando o que deve ser mostrado, que os interessados escondem.
Continuamos idealistas de uma Nova Economia, berço de justiça, ética e respeito a todo tipo de vida deste maravilhoso planeta.

Junte-se à nós, o muito a realizar conta com todo alento de vida.
 

Alguns destaques desta Edição :
        +Consumismo na sociedade contemporânea, você tem participação fundamental, para o bem ou para o mal, saiba como.
        +Você sabe de onde vem a arrecadação orçamentária da Prefeitura, para servir os munícipes ?
        +Você conhece a realidade dos trabalhadores que vivem da catação de dejetos da sociedade, nos lixões e aterros ?
        E outras matérias, cujos impactos sociais e econômicos não podemos ignorar !


 

Taxa Tobin foi discutida com Presidenta

Fonte: Carta Maior

Maior central sindical do planeta vai a Dilma defender taxa Tobin

Secretária-geral da Central Sindical Internacional (CSI), Sharan Burrow, reúne-se com presidenta Dilma Rousseff para discutir a ameaça da crise econômica mundial aos trabalhadores e defender criação de um imposto mundial sobre transações financeiras. "Mercado financeiro sem controle levou a essa crise", diz sindicalista brasileira que participa da direção da CSI.

     BRASÍLIA – A secretária-geral da Central Sindical Internacional (CSI), Sharan Burrow, reúne-se nesta quarta-feira (17/08) com a presidenta Dilma Rousseff e vai defender a criação de um imposto mundial sobre transações financeiras, como fizeram na véspera o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel.
     “Esse mercado financeiro sem controle levou a uma crise que é financeira mas prejudica o trabalho decente e a proteção social dos trabalhadores”, disse à Carta Maior a sindicalista brasileira Nair Goulart, que é dirigente da CSI e vai participar da audiência no Palácio do Planalto.
     Criada em 2006 com a fusão de duas centrais, a CSI é a maior associação sindical do planeta, com mais de 300 entidades nacionais filiadas. Segundo Nair, a central também apoiará a instituição da taxa Tobin durante uma reunião de ministros do Trabalho dos países do G-20, marcada para setembro, em Paris. 
     Na audiência com Dilma, disse Nair, a CSI também discutirá o cenário econômico mundial em geral, considerado hoje uma ameaça aos trabalhadores. A entidade avalia que a concorrência entre países e empresas significa um risco de corte de direitos, à geração de vagas novas e à qualidade delas.
     “Os trabalhadores estão numa sigtuação muito delicada. Por isso, queremos ter influência na agenda mundial e temos participado de todos os fóruns internacionais, como o G-20 e a OIT”, afirmou Nair, que preside a Força Sindical na Bahia e integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência.
      Antes de ir a Brasília reunir-se com a presidenta, a australiana Sharan Burrow esteve nessa terça-feira (16/08) em São Paulo conversando com as centrais brasileiras associadas à CSI – CUT, Força Sindical e UGT. A visita ao país faz parte de um giro dela pela América do Sul, em roteiro que inclui paradas na Argentina e na Colômbia.

Debate com movimento social é fundamental



Fonte: Carta Maior

Em dia dedicado a reforçar aproximação com movimentos sociais, Dilma Rousseff diz ter certeza de que é 'fundamental" dialogar com eles, ao encerrar Marcha das Margaridas, maior manifestação do campesinato feminino. Segundo presidenta, críticas e sugestões dos movimentos são "essenciais", 'bem-vindas" e "necessárias". Parte das revindicações foi atendida, mas outra continuará a ser negociada. Próximo encontro margaridas-governo será em outubro.

     BRASÍLIA – A presidenta Dilma Rousseff fez gestos importantes de aproximação com movimentos sociais, nesta quarta-feira (17/08). Ao participar do encerramento da Marcha das Margaridas, manifestação de camponesas em Brasília, disse querer “intensificar o diálogo do governo” com as "margaridas" e completou: “Tenho certeza que o debate com os movimentos sociais é fundamental.”
     “Tenho certeza que as críticas e as sugestão são essenciais. E, além disso, para nós, são bem-vindas. Muito bem-vindas e necessárias”, reforçou.
     Dilma pronunciou um discurso de 31 minutos do jeito que o antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, gostava. Usando na cabeça um chapéu de palha que identificava o movimento ao qual se dirigia, semelhante ao das manifestantes presentes ao Parque da Cidade de Brasília – a organização do evento calcula entre 60 mil e 70 mil pessoas.
     Ao assumir o microfone, entregou à secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Carmem Foro, um caderno com as respostas do governo a 158 reinvindicações da Marcha. Os pedidos tinham sido apresentados a ministros há cerca de um mês. 
     Segundo Dilma, foram semanas “duras” de negociação ao fim das quais não foi possível atender tudo. Para ela, no entanto, o mais importante seria a continuidade das conversas daqui para frente, para que os outros pedidos sejam desembaraçados. 
     “O principal resultado desta marcha é a continuidade do diálogo, do respeito, entre vocês e o governo federal, iniciado ainda pelo nosso presidente Lula”, disse Dilma. “Me comprometo a dar continuidade a esse diálogo respeitoso e companheiro”, completou. 
      A presidenta pretende fazer encontros semestrais com as 'margaridas', cujas marchas são quadrianuais - ocorreram em 2007, 2003 e 2000. O próximo já está marcado em outubro.
     No discurso, porém, a presidenta listou algumas dos pleitos já atendidos. Disse que o governo vai construir unidades básicas de saúde para funcionar em rios, implantar centros de referência do trabalhador para gente do campo e da floresta e ampliar as compras feitas de agricultores familiares de alimentos destinados à merenda escolar, por exemplo.
Fotos: A presidenta Dilma Rousseff discursa durante cerimônia de encerramento da 4ª Marcha das Margaridas 2011 (José Cruz/ABr)

Memória, Verdade e Justiça

                                                                                            Sérgio Muylaert*



     A bem dizer o tema da memória e da verdade é solução. No essencial, nascente do direito clássico e da tradição dos povos, as conquistas sociais devem pavimentar o futuro civilizado, no aperfeiçoamento dos direitos humanos e o clamor contra as formas de violência por todos os lados ressurge em meio a necessidade de uma justiça de transição. A construção da memória não é algo póstumo e a efetivação deste projeto é o indisponível direito que se consubstancia com a verdade dos fatos.
     Por outra, o resgate da memória, da verdade e da justiça, engloba função de coleta de dados e monitoramento ordenado, para contribuir na formação de bancos de dados, a serem disponibilizados, a partir de um mapeamento e do reconhecimento dos fatos e sua efetiva divulgação. Existe uma extensa realidade ocultada e intocável. Diante dela não parece razoável dizer-se o contrário e a Comissão da Memória e da Verdade terá, portanto, a resposta adequada ao conteúdo deste projeto de lei n° 7.376/2010.
     Pautado no III PNDH o ministério dos Direitos Humanos instaura o Comitê de gestão da rede dos observatórios, com este objetivo segundo Portaria n° 1.516, de 5 de agosto de 2011. Neste sentido as audiências públicas da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados exercem papel indissociável. E os Comitês? São entidades civis que impulsionam a mobilização iniciada a partir do DF e ampliada entre os Estados da Federação, sendo o mais recente no dia 11 de agosto na capital goiana. Em síntese provisória, a iniciativa do governo federal para o projeto de lei reforça, em profundidade, o sentimento de honradez e reproduz os princípios éticos que informam as instituições republicanas.
    2- A partir do caso Gomes Lund (e outros) vs República Federativa do Brasil, em novembro de 2010, é possível constatar a ausência de prerrogativas e, portanto, das imunidades aos que cometeram atentados e práticas nocivas aos direitos humanos. Por outra, a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos se aplica a luz da interpretação das normas internacionais no intuito de dar eficácia plena ao sistema jurídico de proteção integral das pessoas e voto do juiz Figueiredo Caldas coloca em marcha o mesmo sentido do projeto de lei n° 7.376/2010, sobretudo, quando robustece  esses fundamentos no âmbito de um ordenamento continental.
     A releitura dos fatos descritos em "Raízes da violência" (Roland Corbisier, 1986) exibe a memória da tragédia sobre a qual o filósofo e pensador do ISEB afirmava que a violência tornou-se o nosso pão quotidiano. Consistente artigo do jurista e professor Fabio Konder Comparato "E agora, Brasil" reúne, para a atualidade, os fios condutores daquela condenação do Estado brasileiro na OEA. Será preciso lembrar? Os fatos que antecedem o período de exceção remontam a 18 de setembro de 1946 para alcançar o momento crucial da mega-operação, em 1964, para a derrubada de um governo constitucionalmente eleito. O apoio da mídia e a adesão de setores civis ao movimento consolidam a urgência na investigação destes 47 anos.
      Será preciso lembrar? No instante que se aproximam os 32 anos da primeira lei de anistia, de 29 de agosto de 1979, este processo implica a necessidade de tipificação dos fatos e a dimensão exata de sua gravidade, sendo o enlace principal para o reconhecimento definitivo do que o conjunto da sociedade civil anseia. Os fatos e suas seqüelas se reportam a mecanismos e expedientes, na sua integralidade, tais foram atos institucionais e complementares, ao arrepio da norma constitucional de 1946, para gestação de poder. Será lembrar a "contabilização" das formas conclusivas de delinqüência, de onde agentes públicos, deliberada e sistematicamente, perpetraram atos desmedidos que, ainda, hoje, representam negação dos princípios elementares do Estado Liberal.
     3- Frente ao direito penal comum, os seqüestros, aprisionamentos, torturas, sevícias, estupros serviram, como sempre, ao aniquilamento, tanto como, os desaparecimentos forçados de pessoas. Tais foram redundantes da ocultação destes mesmos fatos e, até onde o direito Internacional tem admitido, como lembra o juiz Cançado Trindade, da Corte Internacional de Haia, petições ou recursos ao nível da jurisdição internacional compulsória - independentemente do esgotamento dos recursos internos -, auxiliam as vítimas e, portanto, tendem a reforçar os mecanismos no esclarecimento dos fatos. Cumpre destacar ainda que, contrariamente ao que interpreta o STF sobre a lei de anistia, no julgamento da ADPF n° 153, os tratados e convenções de direito internacional repelem os crimes tipificados de lesa-humanidade.
      Não cumpre, portanto, o "perdão" que se configura para a concessão da anistia, exceto, para as vítimas das perseguições do Estado e por seus agentes. Com efeito, ao declarar a anistia política esta norma, de 2002, proclama não só o direito a reparação econômica como autoriza o correspondente pedido de desculpas pelas arbitrariedades a que essas mesmas vítimas foram submetidas. Sob a ordem jurídica que se pretende justa, deve ser lembrado a todo instante o aperfeiçoamento do devido processo legal, para a construção da memória, da verdade, em favor do estado democrático de direito.

             Sérgio Muylaert - integra o Comitê pela Verdade e a Memória (DF); membro efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros; vice presidente da Comissão de Anistia (2004-2008); ex-membro da CDH/OAB e da Asociación Americana de Juristas, presidente da ala fundadora (2000/2002 -Brasília/DF



Nossa Fonte: O Berro