Ontem, impedida de estar nas manifestações contra a prisão de Lula e a favor da Democracia Brasileira, recebi de um amigo queridíssimo o texto que o Libertas prazeirosamente publica aqui.
Obrigada, Robertão.
Três fotos de ontem, domingo, 7/4/19, nesta fronteira social
em que se transforma a Avenida Paulista.
Roberto Regensteiner
A primeira foto é na verdade um vídeo com tomadas das
esquinas com Pamplona, em frente ao Masp e arredores da FIESP e de seu venenoso
sapo de plástico. No vídeo reaparecem (com retoques de maquiagem), os mesmos
caminhões de som com palanque que, previamente, antes e durante as eleições de
2018 ali apareceram muitas vezes. Daqui a pouco vão querer fazer usucapião das
esquinas aos domingos.
São os mesmos que no passado recente pediam intervenção
militar e outros absurdos. Ontem pediam: fora com o STF, defendiam a Lavajato e
Somos os Fiscais da Nação. São uns bolhas‑com‑megafones e uma claque de verde
amarelo, de extração de uma camada que transita de classe média para escravocracia
perdida e vice-versa, em sua maioria. Muitas pessoas de mais idade,
especialmente senhoras uniformizadinhas de verde-amarelo, talvez traquejadas
pelas igrejices do passado e jovens casais basbaques.
Uma rica ignorância.
Em que pese as faixas no chão para fazer coreografia para as
câmeras dos helicópteros para alimentar o circuito midiático de imagens e
notícias (o que mostra como tudo isto é planejado e orquestrado de algum ponto
remoto e faz tempo), consola o fato concreto constatado in loco de que aqueles repulsivos figurantes eram mínima minoria
perante a enorme massa de transeuntes que na Paulista não lhes dava bola.
Os passantes
seguiam passando, atentos a outras coisas: atrações de arte, música, canto
dança, tambores, mágica, casais conversando, criança chupando sorvete, e as
famílias com um olho no cachorro e outro nos patinetes de app que por aqui se
transformaram em praga. Às lojas e
shoppings abertos e cheios ajuntava-se o comércio dos domingos sob o MASP e do
outro lado da rua.
A 2.a foto do dia, na esquina da Brigadeiro, vinda do
Paraíso uma refrescante onda azul que, em quantidade de gente dava de 10 a zero
nos bozós, e traziam escrito em branco nas camisas azuis
Dia do Autismo.
O
trabalho voluntário e colaborativo em prol do bem comum neste domingo, em
termos de quantidade pessoas já tinha lavado minh´alma naquele dia e infligido
aos Bozos um placar maior que sete a um.
A 3.a videofoto imaginária, a Lula Livre, foi tirada chegando à Consolação.
Desde
longe, antes da Augusta podia se ver as luzes piscantes das viaturas policias
dividindo o espaço.
Na aproximação, a presença intimidatória de policiais dos
batalhões de choque, comprimindo a manifestação concentrada na Praça
do Ciclista em direção à Rua da Consolação.
Nós que lá nos encontramos, jovens velhos e veteranos, nos
saudamos, num abraço verdadeiro e numa selfie descrita deste momento.