Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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sexta-feira, 21 de junho de 2019

Novo habitante da 21 de Maio


Dona Pandá recebeu um presente. Quem lhe deu foi Agnaldo, o pedreiro-eletricista-encanador que está fazendo uma reforma no sítio Catita. A casa – 21 de Maio – onde Dona Pandá está morando fica atrás da casa principal do sítio. Agnaldo chegou cedo com o mimo e Dona Pandá estava bastante ansiosa, acordou várias vezes e ficava pensando se havia feito bem em aceitar o presente e, como é seu costume, levantou várias hipóteses positivas e outras tantas negativas.
Ele chegou - uma graça, pequenininho, amarelo, pelos arrepiados, olhos verdes, expressivos – recebeu o nome de Chê.     


Em sua Chácara Xury, Dona Pandá teve o Ernesto, a Ilda e o Ramon. Agora, veio, então, o Chê.  No seu romance Ilda e Ramon - Sussuros de Liberdade, Dona Pandá fala de seus bichinhos. É claro, que ela acha que Guevara é o homem a ser admirado e seus gatos são sempre uma homenagem a ele.

Chê, o gato – não que o guerrilheiro não tenha também sido um gato – encontrou no sítio duas moradoras caninas, Lau e Bela, que iniciaram imediatamente um processo esquisito de boas-vindas. A experiência de Dona Pandá com o compartilhamento do espaço entre caninos e felinos lhe sugere prudência, muita prudência. Lau e Bela têm um relacionamento próximo ao de amor e ódio, onde a nota dominante é o recíproco ciúme. Chê, mesmo petitito sabe que apesar da vontade de brincar e da proximidade das residentes, deve se mostrar pouco dócil. O resultado, no primeiro encontro, foi fortalecer a prudência de Dona Pandá. Lau e Bela querem saber tudo do novo habitante da casa 21 de Maio, onde as portas são abertas com a proteção de grade. Felino de dentro, caninas de fora. Dona Pandá quer saber até quando terá que fazer o severo monitoramento dessas relações. Quando relaxa um pouco, já que os três parecem tão amigáveis, eis, de repente, um rosnado e tudo volta ao início: tensão e novo chamado da prudência.

Pode-se dizer que Dona Pandá seja quase nada prudente. O que aparece mais nesta senhora é uma certa tendência a aventuras. Pensando melhor há uma grande contradição para uma só pessoa. Quer planejar tudinho como se a vida fosse algo controlável. Quer ter o controle desde que nada a controle. O Chê vai lhe proporcionar momentos de grandes exercícios na maratona aventura prudente.

O filhote está com dois meses e já recebeu uma crueldade neste mundo dos humanos: mataram sua mãe. Ele tem uma vantagem enorme, não sabe das delícias filiais proporcionadas pelos cuidados maternos, não as conheceu, não sente sua falta. Busca, porém calor de colo, aconchego, instintivamente vai atrás dos cuidados de que precisa e Dona Pandá tenta oferecer o que ele procura.

Chê, no mesmo dia em que chegou, já usou o banheiro com a areia higiênica, achou a água e o alimento. À noite a estória é outra, tem o domínio total da situação. Quantas opções de cama lhe foram oferecidas, quantas serviram de trampolim para a cama de Dona Pandá. Este é o atual desafio: fazer o Chê entender que é norma da casa dormir sozinho.


sábado, 15 de junho de 2019

Estou de cabeça inchada




Carta Capital pergunta, em sua manchete de capa, se “O Brasil engole mais esta?”  Pergunto-me se os brasileiros terão indigestão. Quem são os brasileiros?

 Minha geração achava que poderia curtir sua aposentadoria em paz. Vimos muitos dos nossos serem abatidos emocional, mental e fisicamente durante nossa luta contra a ditadura de 1964. Pensávamos que conhecíamos este Pais pelo qual corremos risco de morte. Nem naquele terrível período vislumbramos quem são estes brasileiros que não gostam do Brasil. Querem acabar com o que de melhor temos. Àquela época, o comando estava nas mãos de militares bem diferentes dos que hoje aí estão. Eram brasileiros que entendiam sua função, a defesa da Pátria, eram defensores dos brasileiros e de suas riquezas, eram militares nacionalistas. Praticaram torturas e mortes, mas defenderam a Pátria.

Caraca! Como está difícil escrever o que ando sentindo! O Brasil, o meu País, a minha Pátria está doente! Os brasileiros estão se mostrando Judas, aquele das 30 moedas!
Começou quando? Vamos colocar como ponto inicial – por uma questão de viabilidade didática – o mensalão. Foi o início da TV no plenário da Suprema Corte, quando da passagem de suas excelências a artistas e/ou políticos. A atuação do senhor togado presidente do STF, trazendo à corte figuras inovadoras nos julgamentos, quase o transformou em candidato à vida política explícita. Chegou-se a falar em sua candidatura a um alto cargo eletivo. Lembro-me de minha perplexidade em alguns momentos, como quando uma ministra, em seu voto, disse ao Senhor José Dirceu que, embora não tivesse as provas, ela iria condená-lo assim mesmo porque a literatura o permitia.

O povo doutrinado pela mídia, tendo à frente o grupo Globo, passou a comungar os valores das alta e média burguesias. A ideia de que a classe política era a responsável por todas as mazelas do País e a corrupção precisava ser estraçalhada por uma força tarefa especial foi sendo passada às pessoas. Formou-se, pois, a Lava Jato que, em sendo especial, não seguia propriamente as mesmas leis impostas no País. O juiz se metamorfoseou publicamente em herói e, internamente, em chefe supremo da força tarefa, onde os procuradores-promotores (aqueles que investigam e acusam) seguiam sua orientação. Esse juiz só não era hierarquicamente superior ao togado do Supremo Tribunal Federal com quem toda a Lava Jato podia contar. Não que precisassem de orientação, pois eram bem treinados pelo Norte e lá tinham (têm) muito boa relação, camaradagem excepcional de troca de informações. O Norte orienta de acordo com sua própria necessidade e o Sul lhe passa os dados de que precisa para obter seus objetivos.

Montado o cenário com seus devidos personagens, chega o momento de mudar os mandatários do Brasil. Vem a campanha eleitoral. A população já está devidamente preparada pela Globo e cia. Entretanto, surge um problema grave. As pesquisas mostram que Lula ganha disparado de todos os candidatos e ganha no primeiro turno. O Norte, aliado ao capital interno - bancos e grandes empresas -, entrega ao juiz da metamorfose a tarefa de impedir a candidatura do Lula. Sabem do tamanho do homem que saiu do seu segundo mandato com a aprovação única de mais de 80%. Se ele abre a boca para ungir um candidato este seria eleito. O jeito de garantir é acabar com a reputação do Lula e também de seu partido e qualquer candidato que possa vir do Partido dos Trabalhadores que, como o nome indica, não é do grande capital, portanto, inimigo de quem paga as metamorfoses.

Moro começou atacando Lula e sua família, com grampos e vazamentos ilegais – chegou ao absurdo de grampear a Presidenta da República e saiu ileso, sem que algum togado mais elevado fizesse alguma coisa -, condução coercitiva, invasão de domicílio com apreensão de aparelhos, como por exemplo, celular do neto do Lula.

Fica uma pergunta dolorosa. Dona Marisa Letícia morreu. O que causou sua morte?

O togado da metamorfose condenou e prendeu Lula, proibindo-o de dar entrevistas para não facilitar a eleição do seu candidato.
Como não podia deixar de acontecer frente aos acontecimentos promovidos pela Lava-Jato, o eleito foi o pior dos candidatos – o cara que distribui o ódio e a mentira -  que está vendendo para o Norte o que lhe interessa.

Quem são os brasileiros que puseram o vendedor do Brasil no Alvorada?