Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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domingo, 4 de maio de 2014

Trabalho excessivo e precário é herança neoliberal de FHC,


diz estudo da Unicamp


De acordo com economista, a estabilidade econômica do período Lula, que reduziu o desemprego, não foi suficiente para reverter o legado deixado pela gestão tucana aos trabalhadores

por Redação da RBA

REPRODUÇÃO / ARQUIVO RBA



Trabalhadores de todos os setores sofrem as consequências de opções das empresas pelo lucro a qualquer custo

São Paulo – Apesar de a Constituição de 1988 trazer dispositivos para regulação do tempo de trabalho, na prática isso não acontece. Os brasileiros estão cada vez mais atrelados ao trabalho, fazem muitas horas extras e ainda levam tarefas para fazer em casa. Para complicar, a tendência é que essa prática se estenda a um número cada vez maior de profissionais, de diversas categorias, uma vez que o empresariado, em suas relações com os sindicatos, dão sinais claros de se esforçarem para criar mecanismos que transformem em hora de trabalho até mesmo momentos em que o trabalhador está em casa com a família.

De acordo com uma pesquisa do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas divulgada esta semana, as longas jornadas e o trabalho precário têm origem na política neoliberal adotada nos anos 1990, marcados pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A estabilidade do período de Luis Inácio Lula da Silva, que reduziu o desemprego e permitiu aos sindicatos lutarem pela redução da jornada, porém, foi insuficiente para atenuar as condições de trabalho dos brasileiros.

Para chegar a tais conclusões, o economista Eduardo Martins Ráo, autor da pesquisa, analisou microdados do período entre 1992 e 2009 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Segundo ele, entre 1992 a 1998, houve no Brasil o alongamento da jornada em todos os setores, ramos de atividade e ocupações. Enquanto a Alemanha, Austrália, Bélgica e Canadá tinham jornada abaixo de 1.800 horas por ano – aqui já superava 2.000 horas. Nos anos 1990, além de ampliada, começou a se flexibilizar. Era o surgimento de uma nova jornada.

De 1995 em diante, época de desemprego alto, a jornada continuou ampliada por mecanismos como o just in time, a polivalência, os trabalhos em grupo, as metas de produção atreladas a PLR, o banco de horas, o trabalho a tempo parcial e aos domingos e feriados, a terceirização, a recomposição das escalas e turnos de revezamento, os sistemas de controle de qualidade e outros mecanismos mais sofisticados de controle do ritmo de trabalho.

Frente a altas taxas de desemprego, as centrais sindicais não conseguiam colocar em pauta a questão da redução da jornada na mesa de negociação porque era preciso manter os postos de trabalho.

De 1999 a 2003, quando o desempenho da economia era baixo, 39,6% da população economicamente ativa declarou cumprir horas excepcionais. Com maior ajuste fiscal, o governo passou a fiscalizar mais e com isso houve aumento da formalização. A jornada se mantinha então dentro das normas legais.

A jornada começou a ser reduzida entre 2004 a 2009, com redução das horas extras de 38% para 31,8%, tornando-se mais padronizada, permanecendo assim dentro das normas constitucionais [44 horas semanais]. Para o pesquisador, a retomada do crescimento econômico criou mais empregos formais e aumentou da formalização das relações de trabalho. Ele constatou que alguns setores passaram a trabalhar menos, como os autônomos.

Apesar da redução, as empresas não perderam tempo e logo ampliaram mecanismos de flexibilização para manter seus empregados cada vez mais conectados ao trabalho, como metas a serem cumpridas ou de tarefas a serem feitas em casa. Os empresários trabalham agora para legalizar essas práticas para controlar o tempo do trabalhador.

Mesmo assim, a conjuntura atual levou à retomada da discussão, pelos trabalhadores, da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, com a consequente manutenção dos salários.

Em 2003, as centrais sindicais fizeram uma campanha nesse sentido, que chegou a ser transformada em projeto de lei, mas que não foi votado pelo Congresso. Ainda segundo o pesquisador, contribuem para uma discussão mais qualificada em torno da redução tanto da jornada quanto do tempo de trabalho.

Além disso, com boa parte da população economicamente ativa está estudando mais, é possível pensar em um mecanismo que estenda o período de formação dos jovens, que passariam a ingressar no mercado de trabalho um pouco mais tarde, entre 25 e 27 anos.

É possível também, conforme o economista, é possível pensar num modelo que retire as pessoas mais cedo do mercado de trabalho, embora essa medida seja um pouco mais complicada, em razão do impacto que causaria na Previdência Social. Entretanto, de acordo com o pesquisador, não se pode deixar de considerar que, em 20 anos, o país terá um número elevado de idosos. A questão é: melhor um grande número de idosos pobres trabalhando ou uma população idosa em uma posição mais confortável em termos de rendimento, que não trabalhe?

O economista reconhece que tal pensamento vai na contramão de um movimento em curso para ampliar o tempo de trabalho com vistas à aposentadoria. Há propostas, inclusive, de igualar o tempo de serviço das mulheres ao dos homens. No Brasil, o indivíduo tem que trabalhar até os 65 anos de idade ou contribuir por 35 anos para poder se aposentar, o que é inviável num mercado de trabalho marcado pela alta rotatividade.

Ele defende que a questão da jornada e do tempo de trabalho seja atrelada à qualidade de vida, já que inúmeras pesquisas vêm demonstrando o crescimento das chamadas doenças ocupacionais. Ou seja, as condições e o ritmo do trabalho têm influenciado cada vez mais na saúde do trabalhador. Tais preocupações, presentes dentro dos sindicatos, devem ser expandidas para o conjunto da sociedade – o que não é fácil.

Com informações do Jornal da Unicamp

Salve Leci Brandão!

No show do 1º de Maio, Leci Brandão chama atenção para 'genocídio da juventude negra'


Deputada e cantora critica exploração comercial do caso de racismo contra o jogador Daniel Alves e cobra mudanças na atuação policial para que cor de pele não seja visto como 'carimbo da bandidagem'
por Vitor Nuzzi, da RBA publicado 01/05/2014 17:19, última modificação 02/05/2014 16:21Comments

DANILO RAMOS
/ RBA

A cantora e ativista Leci Brandão, no ato da CUT em São Paulo pelo Dia dos Trabalhadores


São Paulo – Durante seu show de 40 minutos no Vale do Anhangabaú, a cantora e deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) chamou a atenção para "o genocídio da juventude negra" e pediu mudanças nas políticas de segurança. "A gente quer que as secretarias de segurança pública, especialmente a de São Paulo, entendam que a polícia é para defender cidadão, para nos proteger da insegurança. Não é a cor da pele, a etnia, que dá o carimbo da bandidagem", afirmou, depois da apresentação.

Ela também fez ressalvas ao episódio no último fim de semana envolvendo o jogador Daniel Alves, do Barcelona, que comeu uma banana arremessada por um torcedor durante uma partida, em manifestação racista. "Foi um momento de tensão no campo, correto. Mas outras pessoas se aproveitaram", comentou, referindo-se a uma possível exploração comercial do caso e repudiando o slogan surgido nas redes. "Não somos todos macacos. Somos negros."

Para Leci, o que se seguiu foi uma "onda ruim", em sua definição. "Não vi ninguém com uma camisa dizendo que é contra o genocídio da juventude, que somos todos Cláudia (referência à mulher arrastada em um carro de polícia no Rio de Janeiro), somos todos MC Daleste (cantor e compositor, assassinado em 2013), somos todos Sabotage (cantor também assassinado, em 2003)."

Com 30 anos de participações no 1º de Maio, a artista destacou a relevância da organização dos trabalhadores. "É fundamental incentivar as pessoas a entender a importância das centrais sindicais. As conquistas só acontecem porque existem os sindicatos."

Leci também defendeu a implementação de políticas sociais para a redução da desigualdade. "Foram muitos anos (de exclusão). A gente está conseguindo mudanças significativas. E quero muito que continue. Eles já tiveram todo o tempo. Agora é a nossa vez."

Depois de Leci, o cantor Michel Teló fez provavelmente um dos shows mais rápidos em todos os 1º de Maio. Foram menos de três minutos no palco.

Às 17h, apresentou-se o pianista João Carlos Martins. Em repertório diferente do habitual para atos sindicais, um tenor, Jean William, cantou Ave Maria, de Charles Gonoud. No início do ato no Anhangabaú, um grupo de artistas, incluindo acrobatas, fez encenações com referências ao tema do evento (democratização da comunicação).
Nossa fonte: RBA

Mídia monopolizada afeta a economia


Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Já há amplos estudos sobre a falta de democratização dos meios de comunicação de massa, sobretudo a televisão, na influência política. A mídia influiu na sustentação da ditadura e nos resultados das eleições após a redemocratização. Mesmo que desde 2002 não consiga decidir quem sai vitorioso nas eleições presidenciais, a mídia conservadora e neoliberal tem sido decisiva para levar as eleições ao segundo turno. Tem sido fundamental também para eleger um parlamento de maioria conservadora, que impede reformas populares e conserva os privilégios de quem detém o poder econômico, incluindo aí os donos da própria mídia.

Influi ainda na formação do espírito antipolítico do cidadão, sempre associando organização partidária e social não a instrumentos de conquistas populares, mas sempre e quase unicamente a escândalos de corrupção. Isso se dá pela predominância de um pensamento único conservador e neoliberal nas linhas editoriais, contrário a qualquer pensamento transformador do sistema econômico vigente, onde demandas populares diferentes desta linha não têm voz.

Com a influência política insuficiente para decidir eleições presidenciais nos três últimos pleitos, passou a haver uma tentativa de influir na própria economia. Sucessos, como o cumprimento de metas de inflação, são noticiados como se fossem fracassos. Aliás, até que ponto o próprio alarmismo do noticiário sobre esse tema, como se a inflação fosse a toda hora sair de controle, não tem afetado a própria realimentação da inflação em algum grau? Até que ponto a “overdose” de sensacionalismo tem influído nos ânimos de comerciantes para aumentar os preços? O pior é que aqueles que caem na tentação de subir preços sem que seus custos tenham aumentado, apenas por influência do noticiário, acabam diminuindo as vendas, ou perdendo mercado para o concorrente que não subiu, desaquecendo seu próprio negócio. Se esse noticiário deixar de contaminar marginalmente e contaminar a maioria, afeta o próprio crescimento do PIB.

E até que ponto o mesmo noticiário tem influído no desânimo do consumidor, artificialmente fabricado, tanto para resistir a aumentos, como para reduzir o consumo?

Note que não se trata de controle dos meios de comunicação e nem de censura. Pelo contrário, democratização significa ampliação de vozes, aumento da concorrência no mercado de informações. Ninguém está querendo calar as atuais TVs conservadoras e neoliberais, mas é preciso que o telespectador tenha também acesso a outras fontes de informações com visões diferentes e que informem dados sonegados pelos atuais donos da mídia.

Recentemente a empresária Luíza Trajano, dona do Magazine Luiza, surpreendeu ao dar uma visão diferente da linha editorial dos noticiários das Organizações Globo. Luíza, em um debate sobre a economia em canal de TV por assinatura, usou uma figura de linguagem bastante popular e disse que os críticos só enxergavam o copo meio vazio, nunca enxergavam a parte meio cheia do copo.

Claro que um noticiário para ser completo deve mostrar tanto a parte meio cheia, como a parte meio vazia do copo. No entanto há um oligopólio na mídia que prega um pensamento único e que só noticia a parte meio vazia. Falta ao cidadão o direito de ser informado em sua plenitude, da parte meio cheia do copo.

Se o tema democratização dos meios de comunicação de massa até hoje despertou paixões políticas, agora já é fator de ordem econômica também. Um noticiário prolongado que falseia sistematicamente as reais expectativas econômicas, pode demover empreendedores de empreender, consumidores de comprar o que precisam, prejudicando a economia como um todo e a prosperidade dos cidadãos e da nação.

Céu lembra Bob Marley em curta temporada ao público paulistano

Por Redação, com RBA - de São Paulo


Ceu e sua bela voz, em curta temporada no Sesc Belenzinho

Em abril de 1973, Bob Marley e a banda The Wailers lançavam seu quinto disco, Catch A Fire. O álbum, considerado até hoje como um dos melhores do gênero, foi o primeiro long play de reggaeque fez sucesso fora da Jamaica. Na semana em que se celebra os 33 anos de morte de Bob Marley (11 de maio de 1981), a cantora Céu faz uma homenagem ao Rei do Reggae na Comedoria do Sesc Belenzinho, em São Paulo, nos dias 8 e 9 de maio, às 21h30. Os ingressos começam a ser vendidos ontem pelo site do Sesc e a partir desta quarta-feira começa a venda nas bilheterias das unidades.

A cantora paulistana é “adepta” do reggae desde seu primeiro álbum, CéU, lançado em 2006, no qual ela interpreta Concrete Jungle, a canção que abre o lendário disco de Marley & The Wailers. Em Vagarosa, de 2009, ela também privilegia o ritmo africano com Cangote, Comadi e Papa. Em seu disco mais recente, Caravana Sereia Bloom, de 2011, Céu também gravou You Won’t Regret It, da dupla Lloyd & Glen, a qual usava para ninar sua filha, Rosa Morena. Foi devido à sua ligação quase “umbilical” com o reggae, que o site Radiola Urbana, em parceria com o Sesc, convidou Céu para participar do projeto 73 Rotações, em que vários artistas brasileiros foram reinterpretam discos memoráveis lançados em 1973.

É esta a turnê que a paulistana tem feito pelo Brasil e que traz agora ao Sesc Belenzinho. Ela interpreta, além de Concrete Jungle, Stir It Up, Stop That Train, No More Trouble, All Day All Night e I’m Still Waiting, cujas letras são marcadas por protestos contra injustiças sociais e racismo. A voz doce e malemolente de Céu se encaixa como luva na interpretação do álbum Catch a Fire, mas a cantora já adiantou que provavelmente não vá registrar a homenagem ao Rei do Reggae. Ou seja: só quem for aos shows verá o tributo ou, no máximo, poderá assitir, pela internet, aos vídeos gravados por fãs.
Nossa fonte: CdB