Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Celso Amorim sobre homenagem de Paris a Lula: a cidade-luz iluminou o reino das trevas

Celso Amorim sobre homenagem de Paris a Lula: a cidade-luz iluminou o reino das trevas: Ex-chanceler nos dois governos Lula, Celso Amorim comenta a notícia de que o ex-presidente foi agraciado com o título de Cidadão de Honra de Paris por seu compromisso de reduzir a desigualdade social e econômica no Brasil. Somente outras 17 pessoas receberam o mesmo reconhecimento na história

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Uma crise grave e sem saída à vista




João Pedro Stedile(1)

Com tantas contradições, solução será mais dolorida

O Brasil vive uma crise profunda. A estagnação da economia, decorrente da dependência do capitalismo mundial, impôs uma grave crise social. Mais desemprego, perda de direitos, precarização e achatamento salarial. Essa situação resultou na atual crise política, em que o governo não representa os interesses da maioria do povo e da nação.

O grande capital quer se proteger da crise e implementa diversas medidas para salvar as grandes empresas e o capital financeiro. Apropriação de bens da natureza (petróleo, minérios, energia, água e biodiversidade) para obter uma renda extraordinária. Corte dos direitos trabalhistas para aumentar sua taxa de lucro. Privatização de 133 empresas que dão muito lucro. Transformação do direito à educação e à saúde em mercadoria. Subordinação ainda maior do nosso destino ao capital dos Estados Unidos.

Para levar adiante esse plano, somente com um governo de extrema-direita. Para elegê-lo, tiveram que prender arbitrária e injustamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), favorito na disputa.  
Agora, vem à tona os crimes da dupla de Curitiba que usou o apoio da mídia à Operação Lava Jato para se locupletar com benefícios pessoais. E só conseguiram eleger o capitão com mentiras nas redes sociais, com apoio de robôs do exterior.


A situação do país está piorando, em todos os sentidos. Sem investimentos produtivos, a estagnação seguirá por muitos anos, segundo economistas de todas as correntes.

A concentração ainda maior da renda e da riqueza impede o aumento da demanda e do consumo. Apenas os seis maiores capitalistas do Brasil ganham mais do que a soma da renda de 120 milhões de brasileiros. Os bancos, por sua vez, nunca lucraram tanto.

A crise ambiental se aprofundou com as políticas de desmonte dos órgãos ambientais, os crimes dos madeireiros, a expansão do agronegócio e das mineradoras, especialmente na Amazônia.

Não há futuro com este governo e seu plano para tirar o grande capital da crise. A verdadeira saída é construir um programa de desenvolvimento baseado na reindustrialização, no controle dos bancos, no investimento na produção, na agricultura de alimentos e no mercado interno. As empresas públicas, como Petrobras, Eletrobras e Correios, devem ser defendidas para elevar os investimentos e sustentar um novo ciclo de crescimento, emprego e distribuição de renda.

Os militares que se diziam nacionalistas e defensores do povo estranhamente silenciam. Devem estar envergonhados do capitão que apoiaram. O Poder Judiciário, omisso ou conivente, deveria cumprir a Constituição Federal, agir imparcialmente e soltar Lula da prisão.

O povo precisa ir às ruas lutar por emprego, educação, saúde e em defesa da soberania nacional. Assim, será construída a unidade política de forças populares e setores empresariais que ainda queiram defender o país ?e não apenas seus bolsos.

Ainda estamos longe de uma solução. A burguesia tem sido surda e burra. O governo é irresponsável e continua com maluquices. E o povo ainda não se mexeu.

No entanto, essas contradições vão se agravar. Quanto mais tempo demorar, mais dolorida será a solução.


(1)João Pedro Stedile
Economista, coordenador do MST e da Frente Brasil Popular
Comunicado N° 58 do MST

Veja link da matéria:

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

"Em Lula, o personagem político é maior do que sua condição humana"


Fernando Brito: em Lula, o personagem político é maior do que sua condição humana
"A grandeza de Lula o coloca em uma altura diante da qual a Força Tarefa da Lava Jato tem a estatura de um anão moral", diz ainda o editor do Tijolaço
Por Fernando Brito, editor do Tijolaço – Na entrevista que deu a Luiz Gonzaga Beluzzo e Eduardo Moreira, para o GGN, o ex-presidente Lula recusa, expressamente, uma progressão de regime de sua pena e a possibilidade de sair do cárcere com uma tornozeleira eletrônica.
Parece chocante, num regime judicial em que fazer negócio penal – “entrega o fulano que eu solto você” – que alguém esteja recusando sair de uma cela para sua casa.
Mas é o normal, ao qual nos desacostumamos.

Que a verdade e a dignidade pautem o comportamento humano.

E o comportamento dos políticos.

O melhor argumento em favor da honestidade de Lula é a honradez de seu comportamento.

Lula é o único político que pode ser ouvido nos ambientes populares e se contrapor ao populismo de extrema direita, com sucesso.

Tendo com argumentação essencial o que foi, que fez e o que é.

Este personagem é maior que o ser humano, embora dele seja derivado.
Mas em Lula o personagem político é mais forte que sua condição humana .

A grandeza de Lula o coloca em uma altura diante da qual a Força Tarefa da Lava Jato tem a estatura de um anão moral.


quarta-feira, 25 de setembro de 2019

A advertência de Raoni, atacado por Bolsonaro na ONU: "você sentirá medo"



Leia um impactante artigo de Raoni Metuktire, líder do povo indígena Kayapó, antes de ser atacado violentamente no discurso de Bolsonaro na ONU. O artigo de Raoni foi publicado pelo jornal The Guardian e tem uma advertência a Bolsonaro: "O que você está fazendo mudará o mundo inteiro e destruirá nossa casa – e destruirá sua casa também". E conclui: "Então você sentirá o medo que nós sentimos".

Por muitos anos, nós, os líderes indígenas e os povos da Amazônia, temos avisado vocês, nossos irmãos que causaram tantos danos às nossas florestas. O que você está fazendo mudará o mundo inteiro e destruirá nossa casa – e destruirá sua casa também.
Temos deixado de lado nossa história dividida para nos unirmos. Apenas uma geração atrás, muitos de nossos povos estavam lutando entre si, mas agora estamos juntos, lutando juntos contra nosso inimigo comum. E esse inimigo comum é você, os povos não-indígenas que invadiram nossas terras e agora estão queimando até mesmo aquelas pequenas partes das florestas onde vivemos que você deixou para nós. O presidente Bolsonaro do Brasil está incentivando os proprietários de fazendas perto de nossas terras a limpar a floresta – e ele não está fazendo nada para impedir que invadam nosso território.
Pedimos que você pare o que está fazendo, pare a destruição, pare o seu ataque aos espíritos da Terra. Quando você corta as árvores, agride os espíritos de nossos ancestrais. Quando você procura minerais, empala o coração da Terra. E quando você derrama venenos na terra e nos rios – produtos químicos da agricultura e mercúrio das minas de ouro – você enfraquece os espíritos, as plantas, os animais e a própria terra. Quando você enfraquece a terra assim, ela começa a morrer. Se a terra morrer, se nossa Terra morrer, nenhum de nós será capaz de viver, e todos nós também morreremos.
Por que você faz isso? Você diz que é para desenvolvimento – mas que tipo de desenvolvimento tira a riqueza da floresta e a substitui por apenas um tipo de planta ou um tipo de animal? Onde os espíritos nos deram tudo o que precisávamos para uma vida feliz – toda a nossa comida, nossas casas, nossos remédios – agora só há soja ou gado. Para quem é esse desenvolvimento? Apenas algumas pessoas vivem nas terras agrícolas; eles não podem apoiar muitas pessoas e são estéreis.
Você destrói nossas terras, envenena o planeta e semeia a morte, porque está perdido. E logo será tarde demais para mudar
Então, por que você faz isso? Podemos ver que é para que alguns de vocês possam obter uma grande quantia de dinheiro. Na língua Kayapó, chamamos seu dinheiro de piu caprim, “folhas tristes”, porque é uma coisa morta e inútil, e traz apenas danos e tristeza.
Quando seu dinheiro entra em nossas comunidades, muitas vezes causa grandes problemas, separando nosso pessoal. E podemos ver que faz o mesmo em suas cidades, onde o que você chama de gente rica vive isolado de todos os outros, com medo de que outras pessoas venham tirar seu piu caprim. Enquanto isso, outras pessoas passam fome ou vivem na miséria porque não têm dinheiro suficiente para conseguir comida para si e para seus filhos.
Mas essas pessoas ricas vão morrer, como todos nós vamos morrer. E quando seus espíritos forem separados de seus corpos, seus espíritos ficarão tristes e vão sofrer, porque enquanto vivos fizeram com que muitas outras pessoas sofressem em vez de ajudá-las, em vez de garantir que todos os outros tenham o suficiente para comer, antes de alimentar a si próprio, como é o nosso caminho, o caminho dos Kayapó, o caminho dos povos indígenas.
Você tem que mudar a sua maneira de viver porque está perdido, você se perdeu. Onde você está indo é apenas o caminho da destruição e da morte. Para viver, você deve respeitar o mundo, as árvores, as plantas, os animais, os rios e até a própria terra. Porque todas essas coisas têm espíritos, todas elas são espíritos, e sem os espíritos a Terra morrerá, a chuva irá parar e as plantas alimentares murcharão e morrerão também.
Todos nós respiramos esse ar, todos bebemos a mesma água. Vivemos neste planeta. Precisamos proteger a Terra. Se não o fizermos, os grandes ventos virão e destruirão a floresta.
Então você sentirá o medo que nós sentimos.

(A tradução é da Mídia Ninja)
Fonte: 247 -  Artigo de Raoni Metuktire,  líder indígena brasileiro da etnia caiapó, publicado no britânico The Guardian em 2 de setembro.  

sábado, 13 de julho de 2019

Chico de Oliveira

Tristeza: Lá se foi o querido professor Chico de Oliveira

O Libertas presta sua homenagem, provocando o leitor a ler no Blog da Boitempo o texto completo do aperitivo que Schawarz nos presenteia.

Roberto Schwarz sobre Chico de Oliveira


“O marxismo aguça o senso de realidade de alguns, e embota o de outros. Chico evidentemente pertence com muito brilho ao primeiro grupo. Nunca a terminologia do período histórico anterior, nem da luta de classes, do capital ou do socialismo lhe serve para reduzir a certezas velhas as observações novas. Pelo contrário, a tônica de seu esforço está em conceber as redefinições impostas pelo processo em curso, que é preciso adivinhar e descrever. Assim, os meninos vendendo alho e flanela nos semáforos não são a prova do atraso do país, mas de sua forma atroz de modernização. Algo análogo vale para as escleroses regionais, cuja explicação não está no imobilismo dos tradicionalistas, mas na incapacidade paulista para forjar uma hegemonia modernizadora aceitável em âmbito nacional. Chico é um mestre da dialética.”

Leia o texto completo no 
Blog da Boitempo.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Novo habitante da 21 de Maio


Dona Pandá recebeu um presente. Quem lhe deu foi Agnaldo, o pedreiro-eletricista-encanador que está fazendo uma reforma no sítio Catita. A casa – 21 de Maio – onde Dona Pandá está morando fica atrás da casa principal do sítio. Agnaldo chegou cedo com o mimo e Dona Pandá estava bastante ansiosa, acordou várias vezes e ficava pensando se havia feito bem em aceitar o presente e, como é seu costume, levantou várias hipóteses positivas e outras tantas negativas.
Ele chegou - uma graça, pequenininho, amarelo, pelos arrepiados, olhos verdes, expressivos – recebeu o nome de Chê.     


Em sua Chácara Xury, Dona Pandá teve o Ernesto, a Ilda e o Ramon. Agora, veio, então, o Chê.  No seu romance Ilda e Ramon - Sussuros de Liberdade, Dona Pandá fala de seus bichinhos. É claro, que ela acha que Guevara é o homem a ser admirado e seus gatos são sempre uma homenagem a ele.

Chê, o gato – não que o guerrilheiro não tenha também sido um gato – encontrou no sítio duas moradoras caninas, Lau e Bela, que iniciaram imediatamente um processo esquisito de boas-vindas. A experiência de Dona Pandá com o compartilhamento do espaço entre caninos e felinos lhe sugere prudência, muita prudência. Lau e Bela têm um relacionamento próximo ao de amor e ódio, onde a nota dominante é o recíproco ciúme. Chê, mesmo petitito sabe que apesar da vontade de brincar e da proximidade das residentes, deve se mostrar pouco dócil. O resultado, no primeiro encontro, foi fortalecer a prudência de Dona Pandá. Lau e Bela querem saber tudo do novo habitante da casa 21 de Maio, onde as portas são abertas com a proteção de grade. Felino de dentro, caninas de fora. Dona Pandá quer saber até quando terá que fazer o severo monitoramento dessas relações. Quando relaxa um pouco, já que os três parecem tão amigáveis, eis, de repente, um rosnado e tudo volta ao início: tensão e novo chamado da prudência.

Pode-se dizer que Dona Pandá seja quase nada prudente. O que aparece mais nesta senhora é uma certa tendência a aventuras. Pensando melhor há uma grande contradição para uma só pessoa. Quer planejar tudinho como se a vida fosse algo controlável. Quer ter o controle desde que nada a controle. O Chê vai lhe proporcionar momentos de grandes exercícios na maratona aventura prudente.

O filhote está com dois meses e já recebeu uma crueldade neste mundo dos humanos: mataram sua mãe. Ele tem uma vantagem enorme, não sabe das delícias filiais proporcionadas pelos cuidados maternos, não as conheceu, não sente sua falta. Busca, porém calor de colo, aconchego, instintivamente vai atrás dos cuidados de que precisa e Dona Pandá tenta oferecer o que ele procura.

Chê, no mesmo dia em que chegou, já usou o banheiro com a areia higiênica, achou a água e o alimento. À noite a estória é outra, tem o domínio total da situação. Quantas opções de cama lhe foram oferecidas, quantas serviram de trampolim para a cama de Dona Pandá. Este é o atual desafio: fazer o Chê entender que é norma da casa dormir sozinho.


sábado, 15 de junho de 2019

Estou de cabeça inchada




Carta Capital pergunta, em sua manchete de capa, se “O Brasil engole mais esta?”  Pergunto-me se os brasileiros terão indigestão. Quem são os brasileiros?

 Minha geração achava que poderia curtir sua aposentadoria em paz. Vimos muitos dos nossos serem abatidos emocional, mental e fisicamente durante nossa luta contra a ditadura de 1964. Pensávamos que conhecíamos este Pais pelo qual corremos risco de morte. Nem naquele terrível período vislumbramos quem são estes brasileiros que não gostam do Brasil. Querem acabar com o que de melhor temos. Àquela época, o comando estava nas mãos de militares bem diferentes dos que hoje aí estão. Eram brasileiros que entendiam sua função, a defesa da Pátria, eram defensores dos brasileiros e de suas riquezas, eram militares nacionalistas. Praticaram torturas e mortes, mas defenderam a Pátria.

Caraca! Como está difícil escrever o que ando sentindo! O Brasil, o meu País, a minha Pátria está doente! Os brasileiros estão se mostrando Judas, aquele das 30 moedas!
Começou quando? Vamos colocar como ponto inicial – por uma questão de viabilidade didática – o mensalão. Foi o início da TV no plenário da Suprema Corte, quando da passagem de suas excelências a artistas e/ou políticos. A atuação do senhor togado presidente do STF, trazendo à corte figuras inovadoras nos julgamentos, quase o transformou em candidato à vida política explícita. Chegou-se a falar em sua candidatura a um alto cargo eletivo. Lembro-me de minha perplexidade em alguns momentos, como quando uma ministra, em seu voto, disse ao Senhor José Dirceu que, embora não tivesse as provas, ela iria condená-lo assim mesmo porque a literatura o permitia.

O povo doutrinado pela mídia, tendo à frente o grupo Globo, passou a comungar os valores das alta e média burguesias. A ideia de que a classe política era a responsável por todas as mazelas do País e a corrupção precisava ser estraçalhada por uma força tarefa especial foi sendo passada às pessoas. Formou-se, pois, a Lava Jato que, em sendo especial, não seguia propriamente as mesmas leis impostas no País. O juiz se metamorfoseou publicamente em herói e, internamente, em chefe supremo da força tarefa, onde os procuradores-promotores (aqueles que investigam e acusam) seguiam sua orientação. Esse juiz só não era hierarquicamente superior ao togado do Supremo Tribunal Federal com quem toda a Lava Jato podia contar. Não que precisassem de orientação, pois eram bem treinados pelo Norte e lá tinham (têm) muito boa relação, camaradagem excepcional de troca de informações. O Norte orienta de acordo com sua própria necessidade e o Sul lhe passa os dados de que precisa para obter seus objetivos.

Montado o cenário com seus devidos personagens, chega o momento de mudar os mandatários do Brasil. Vem a campanha eleitoral. A população já está devidamente preparada pela Globo e cia. Entretanto, surge um problema grave. As pesquisas mostram que Lula ganha disparado de todos os candidatos e ganha no primeiro turno. O Norte, aliado ao capital interno - bancos e grandes empresas -, entrega ao juiz da metamorfose a tarefa de impedir a candidatura do Lula. Sabem do tamanho do homem que saiu do seu segundo mandato com a aprovação única de mais de 80%. Se ele abre a boca para ungir um candidato este seria eleito. O jeito de garantir é acabar com a reputação do Lula e também de seu partido e qualquer candidato que possa vir do Partido dos Trabalhadores que, como o nome indica, não é do grande capital, portanto, inimigo de quem paga as metamorfoses.

Moro começou atacando Lula e sua família, com grampos e vazamentos ilegais – chegou ao absurdo de grampear a Presidenta da República e saiu ileso, sem que algum togado mais elevado fizesse alguma coisa -, condução coercitiva, invasão de domicílio com apreensão de aparelhos, como por exemplo, celular do neto do Lula.

Fica uma pergunta dolorosa. Dona Marisa Letícia morreu. O que causou sua morte?

O togado da metamorfose condenou e prendeu Lula, proibindo-o de dar entrevistas para não facilitar a eleição do seu candidato.
Como não podia deixar de acontecer frente aos acontecimentos promovidos pela Lava-Jato, o eleito foi o pior dos candidatos – o cara que distribui o ódio e a mentira -  que está vendendo para o Norte o que lhe interessa.

Quem são os brasileiros que puseram o vendedor do Brasil no Alvorada?

terça-feira, 14 de maio de 2019

Juíza admite que usou sentença de Moro como modelo para condenar Lula


Comentário do Blog:  A moça Gabriela Hardt, que tem a função de juíza, copiou e colou sem sequer ter o cuidado de fazer as adaptações ao caso, numa demonstração de incompetência e desonestidade. Na minha profissão, se algum autor faz isto, além de poder ser processado por plágio, é desmoralizado como escritor.



Segundo declarou Gabriela Hardt, a prática é normal na magistratura e que ‘todas as informações essenciais’ estavam no processo

A juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, admitiu ter usada a sentença de Sergio Moro como modelo para a decisão que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela segunda vez.
Hardt disse a jornalistas que participavam de um evento em Curitiba que a prática é normal na magistratura, e que sempre usa decisões de colegas como base de suas sentenças. “A gente sempre faz uma sentença em cima da outra. E a gente busca a anterior que mais se aproxima”, disse. Afirmou ainda que “todas as informações essenciais” envolvendo o caso já estavam no processo.o por corrupção e lavagem de dinheiro relacionada a obras do sítio Santa Bárbara, que ele frequentava com a família em Atibaia. Já naquela época, os advogados do ex-presidente questionaram a decisão da juíza, considerada semelhante demais à de Moro no caso.

Uma perícia encomendada pela defesa constatou “certeza técnica de que a Sentença do Sítio foi superposta ao arquivo de Texto da Sentença do Triplex, diante das múltiplas e extremamente singulares ‘coincidências’ terminológicas”.
Na página 114 do documento, a juíza cita “depoimentos prestados por colaboradores e co-réus Leo Pinheiro e José Adelmário” como se fossem pessoas diferentes. Noutro trecho, anotou que “deverão ser descontados os valores confiscados relativamente ao apartamento“.
A decisão contra Lula no caso Atibaia é baseada num pedido do Ministério Público Federal,com base em delações. O MPF considera que Odebrecht, a OAS e a também empreiteira Schahin gastaram pouco mais de 1 milhão de reais em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobras. Apesar de o imóvel estar registrado no nome de Jacó Bittar, amigo de Lula, o MP sustenta que a posse oculta é do ex-presidente.

 O ex-presidente foi condenado, em fevereiro, a doze anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro relacionada a obras do sítio Santa Bárbara, que ele frequentava com a família em Atibaia. Já naquela época, os advogados do ex-presidente questionaram a decisão da juíza, considerada semelhante demais à de Moro no caso.
Uma perícia encomendada pela defesa constatou “certeza técnica de que a Sentença do Sítio foi superposta ao arquivo de Texto da Sentença do Triplex, diante das múltiplas e extremamente singulares ‘coincidências’ terminológicas”.
Na página 114 do documento, a juíza cita “depoimentos prestados por colaboradores e co-réus Leo Pinheiro e José Adelmário” como se fossem pessoas diferentes. Noutro trecho, anotou que “deverão ser descontados os valores confiscados relativamente ao apartamento“.
A decisão contra Lula no caso Atibaia é baseada num pedido do Ministério Público Federal,com base em delações. O MPF considera que Odebrecht, a OAS e a também empreiteira Schahin gastaram pouco mais de 1 milhão de reais em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobras. Apesar de o imóvel estar registrado no nome de Jacó Bittar, amigo de Lula, o MP sustenta que a posse oculta é do ex-presidente.
Fonte: Carta Capital

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Porque ‘Lula livre’


Cientista político e ex-ministro da Ciência e Tecnologia entre 2003 e 2004

Publicado no 247 em 3 de Maio de 2019

A entrevista do presidente Lula à Folha de S. Paulo e ao El País já é o fato político mais importante deste ano, pela sua excepcionalidade e pelo que encerra, a um só tempo, de absurdo e lógica, irracionalidade e razão.
Trata-se de algo inédito: a condenação e encarceramento de um ex-presidente da República mediante processo despudoradamente político e eivado de vícios e ilegalidades insanáveis, comandado por um militante politico travestido de juiz.
Em sua lógica intrínseca, apresenta-se como peça fundamental, friamente racional, do processo político ainda em curso e de desenlache desconhecido; anunciando-se contra o líder popular, visa à demonização das forças progressistas e de esquerda, num primeiro momento, e, ao fim e ao cabo, à destruição mesma da democracia reconquistada com a Constituição de 1988.
Essa prisão, denunciou o ex-presidente em sua entrevista-manifesto, apresenta-se, porém, como uma necessidade; foi o caminho encontrado pelas forças do atraso para, impedindo sua candidatura à presidência da República, assegurar a ascensão do bolsonarismo, o fecho e o cume do processo golpista desencadeado com a deposição de Dilma Rousseff.
A concessão que nos permitiu o reencontro com o líder encarcerado é a mesma que denuncia o arbítrio. Se foi um alento para as massas encontrar um Lula forte, altaneiro e corajoso, foi uma provação revê-lo a partir de um vídeo de entrevista concedida em seu tugúrio de condenado político.
São, porém, as condições ditadas pela atual correlação de forças. É preciso, portanto, alterá-la.
O ex-presidente acertou quando reiterou a esperança de que o STF, senhor de baraço e cutelo do tempo, um dia decidirá “segundo a prova dos autos”, como seria seu dever de ofício. Se assim finalmente julgar, restituir-lhe-á a liberdade suprimida. Mas, todos sabemos, a farsa do formalismo jurídico não encobre a essencialidade política do processo, que só terá saída na ação política, cujo motor é a mobilização popular.
Lula – forjado nos embates sindicais, apelou incansavelmente à organização e rearticulação dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda, inclusive de seu próprio partido; apelou ao fortalecimento das lideranças de centro-esquerda, ponto de partida para a mais ampla frente política, partidária e popular, porque também compreendendo o movimento social.
Porque só uma  frente – ampla –  terá condições de enfrentar e derrotar o funesto regime que aí está e deter  sua cruzada obscurantista.
Quando impera entre nós o regressismo, quando se intenta refazer a História, quando se intenta negar a tortura e os assassinatos da ditadura militar brasileira, que também é negada como tal; quando o projeto do governo é destruir a educação e a cultura negando as ciências humanas; quando a proposta é a ampliação da pobreza, Lula nos diz: ‘Vamos lutar!’. E assim transforma em esperança o desânimo e a tristeza, retirando a militância democrática de sua ambiência depressiva.
Seu modelo de altivez em condições tão adversas, seu exemplo de resistência quando tudo parecia perdido, é uma injeção de ânimo que percorre todo o país ao tempo em que denuncia para todo o mundo sua condição de preso político e escancara o protofascismo do governo do capitão e seus generais, acumpliciados com um Judiciário abertamente partidarizado.
A questão fundamental, diz o ex-presidente, é salvar o país. Livrá-lo da crise econômica que o neoliberalismo aprofunda, tirar o povo da pobreza que o neoliberalismo agrava, salvar a soberania nacional abastardada por um servilismo que só encontra precedente no governo do marechal Castelo Branco, primeiro presidente do mandarinato militar. Mas é, concomitantemente e como condição essencial, o combate ao projeto neofascista que ameaça consolidar-se. Em suma: a palavra de ordem é estancar a desconstituição do país
É preciso defender a democracia diariamente, pois é diária a ação dos que, falsamente, muitas vezes em seu nome, ou em nome da liberdade, ou em nome do direito ou em nome do combate à corrupção, tentam garroteá-la. Assim Getúlio e Jango foram depostos por conspiracies reacionárias levadas a termo pela associação de militares com os segmentos mais atrasados da economia nacional, com os olhos e a alma voltados para os interesses do capital internacional, que volta a agir contra as pretensões brasileiras de uma política externa soberana. Foi em nome do combate à corrupção que Jânio Quadros e Fernando Collor – com a inefável contribuição da grande imprensa, sempre – foram transformados em promessas de redenção nacional.
Em nome do combate à corrupção a extrema-direita, auxiliada pela adesão de liberais e autointitulados sociais-democratas, elegeu o capitão e instaurou o regime civil-militar que nos governa de forma desastrosa, antipopular e antinacional. Em nome do combate à corrupção, essa aliança intenta destruir o que entende por petismo, lulismo, esquerdismo e comunismo, impondo a ideologia do atraso como alternativa ao avanço.
A demonização das esquerdas não resulta da análise racional de seus muitos erros no governo, mas da avaliação de seus muitos méritos, das muitas conquistas populares que ensejou, dos direitos que protegeu, da ascensão social que propiciou a milhões de brasileiros, de negros e pobres aos quais abriu os caminhou da cidadania.
Para desconstruir a democracia, aqui e em todo o mundo, a direita investe primeiro na desmoralização da política e, na sequência, na desmoralização dos partidos e dos políticos, reduzidos todos a meros instrumentos de corrupção. Este é o processo que vivemos presentemente.
Em tal cenário, Lula nos chega retomando a política como o eixo da democracia representativa, que carece de partidos fortes, autênticos e firmemente enraizados junto às grandes massas. Não basta o fortalecimento do PT, pois sua sobrevivência também depende do fortalecimento dos demais partidos de esquerda, sem o que tornar-se-á presa fácil do totalitarismo.
Mesmo a só sobrevivência da esquerda não será suficiente para a recuperação do país, tarefa que pede uma frente ampla, amplíssima, como aquela que viabilizou a histórica campanha das Diretas Já, sem a qual não teria havido a implosão do colégio eleitoral montado pela ditadura para assegurar sua prorrogação com a eleição do inefável Pauo Salim Maluf, nem a Constituição de 1988 e com ela as eleições diretas de 1989, encerrando 25 anos de recesso democrático.
Lula, que ressurge revigorado física e intelectualmente, vê a necessidade de unir o povo e proclama como seu instrumento inafastável a unidade das forças progressistas.
Os números de 2018 mostram, à saciedade, que, não obstante a onda de reacionarismo e primitivismo que se mostrou maior e mais profunda do que a estimada, a eleição do capitão poderia ter sido evitada se as esquerdas e as forças progressistas se tivessem unificado e o centro não tivesse optado pela extrema-direita, suicidando-se.
Quem responderá perante a História pelo ônus do bolsonarismo?
O chamamento à unidade em face do grande projeto de salvação nacional – a questão está colocada realmente nestes termos de salvação nacional –, a necessidade de as esquerdas saberem eleger o adversário comum, abandonando a disputa autofágica, não amortece a necessidade de denunciar a sociedade de classes e o imperialismo do qual o governo brasileiro de hoje se transforma em servidor.
Este discurso está claro na entrevista de Lula.
“Lula livre’, portanto, não é o ponto de chegada, mas o ponto de partida fundamental para um grande esforço de recuperação nacional, que depende, hoje mais do que nunca, da mobilização das grandes massas, que o ex-presidente pretende liderar.

Lula dá uma lição de resistência





MINO CARTA


 6 DE MAIO DE 2019 (publicado em Carta Capital)

E também de altivez e sabedoria: é a entrevista do ex-presidente

A entrevista de Lula à Folha de S.Paulo e ao El País ainda vibra nesta redação e o que nos toca em primeiro lugar é a lição de altivez e desassombro que a marca para sempre. As palavras do ex-presidente sobre as razões que o levam a manter a resistência a partir da prisão curitibana nos comovem e nos empolgam.


Fundamental na análise deste momento crucial da história nacional o depoimento de Lula, dado antes do início da entrevista e gravado pelo valente Ricardo Stuckert, extraordinário e fidelíssimo biógrafo de quem acompanha a largo tempo. A Folha não o publicou, ao contrário do El País, representado por Florestan Fernandes Júnior, e pelo site online da Forum. Alguns trechos, os mais significativos, estão na página ao lado.

Lúcida e implacável a análise da sequência de ações que do impeachment de Dilma Rousseff levam à condenação sem provas, aos desmandos de Temer e à eleição de Jair Bolsonaro. Fio condutor: a demência como forma de governo, o entreguismo do súdito e a demolição do Estado. O entrevistado reconhece a unicidade da conspiração à brasileira, do fatídico jeitinho de inventar motivos e enganar a plebe rude e ignara. Sublinha Lula haver países ameaçados, ou a pique, de perder as benesses criadas pela democracia, enquanto o Brasil nem chegou a conquistá-las. Ao dar passos essenciais neste sentido, dados pelo governo petista,  foram engolidos pelo golpe e suas consequências.

Se eu estivesse entre os entrevistadores, teria perguntado a respeito do STF conivente e velhaco
Tenho pelo meu eterno presidente, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema à República, uma amizade irrecorrível vincada pela franqueza a caracterizar uma relação de autêntica substância. Ele nunca deixou de se abrir comigo e eu nunca deixei de expor meu pensamento. Lula me cita a propósito do caso Battisti: é fato que insisti junto ao então presidente, a lamentar a espantosa ignorância de quantos viam um herói em um mero terrorista, ex-ladrãozinho do arrabalde romano. Preferiu dar ouvidos a quem nada sabe a respeito da história recente da Itália. Já a história deste Brasil formalmente desigual ele a conhece a fundo e desnuda em toda a sua malignidade.
A situação em que precipitamos ele a percebe desde as raízes, aponta inclusive a diferença abissal a separar os atuais parlamentares que desonram o País e o Congresso que editou em 1988 a nova Constituição, presidida por Ulysses Guimarães, notabilíssima personagem merecedora da melhor lembrança. E a mim vem à memória o dia do começo de janeiro de 1984, quando o doutor e o governador Montoro me pediram para procurar o jovem líder do PT e reiterar o convite a participar da manifestação das Diretas Já convocada em São Paulo na Praça da Sé no aniversário da cidade, a 25 daquele mês. Logo almocei com Lula e ouvi dele o que esperava: “Estarei lá, obviamente”. Acompanhava-me um amigo caríssimo, jornalista italiano de passagem por São Paulo, e ele carregou a certeza de que eu era um potentado da República, a despeito do meu esforço de demovê-lo desta convicção. Lula foi à manifestação e figurou na linha de frente do palanque diante de uma plateia de 500 mil pessoas. Ao cabo da memorável festa cívica, um grupo dirigiu-se à Avenida Paulista e incendiou uma perua da Globo.

Outro era o Brasil. Compreensível agora o apoio irrestrito que Lula dá ao PT, a meu ver partido tíbio diante do descalabro terrificante dos dias de hoje. Mas Lula é um ser de emoções à flor da pele, generoso por natureza, amigo irredutível dos amigos ‒ e não lhe faltaram os traidores. Por causa desse aspecto da sua personalidade, se quisermos encantador, e apesar do QI muito elevado, do senso de humor agudo, da vocação da tirada irônica, às vezes ele tropeça em enganos diria mesmo ingenuamente. Nem sempre a paz na terra premia os homens de boa vontade, conforme cantaram os anjos na noite de Nazaré. De todo modo, por raciocínios distintos, apreciei a sabedoria que o inspirou ao falar de Guilherme Boulos e Ciro Gomes.
Comovem as razões que o levaram a resistir a partir da prisão
Se eu estivesse entre os entrevistadores, não teria hesitado em fazer perguntas a respeito de uma alta corte naturalmente incumbida de velar pelo cumprimento da Constituição. Como sabemos, deu-se o exato contrário. O Supremo poderia ter agido desde 2014 para impedir a criminosa atuação da Lava Jato ao longo de um processo que transforma o juiz imparcial em inquisidor disposto a condenar sem provas ao sabor das fantasias dos pregadores de uma cruzada. E ignorou os poderes que lhe permitiam intervir no processo de impeachment de Dilma Rousseff para coibir mais um desacato à Lei Maior e a clamorosa injustiça cometida contra Lula. Um Supremo conivente e velhaco aderiu, tal o verbo correto, ao golpe de forma decisiva em todas as suas passagens. E ainda ter perguntado como enxerga agora os Toffolis e Fachins da vida, as Rosa Webers e Cármen Lúcias, e outros que o quiseram onde hoje se encontra.

De minha parte, recordo que no dia 15 de abril de 2015, Dilma, no início do segundo mandato, de Joaquim Levy a tiracolo, almocei com Lula em minha casa, com a companhia do professor Belluzzo e de minha filha Manuela. Lá pelas tantas, ao enfrentar um ossobuco com raspa de limão sobre o tutano, sustentei a necessidade imperiosa de uma pronta reação. O plano do golpe já estava em andamento desde a eleição e o impeachment da presidenta e a condenação sem provas pelo inquisidor curitibano já figuravam no script. Não se tratava de profecias, mas de constatações. Sugeri: aluga um ônibus e organiza uma caravana, começa por sua terra, Garanhuns, atravessa o Nordeste, vai ao Norte, desce para Salvador, depois Belo Horizonte, enche as praças, abre os olhos do povo, faz um barulho do capeta. Como sempre, disse o que penso. A caravana saiu quando era tarde, Lula já condenado. Ninguém me tira da cabeça que, se ele aceitasse minha sugestão, não haveria golpe e tudo o mais.

O prólogo

Confira trechos do documento lido antes da entrevista:
▪ Aquele golpe começou a ser preparado em 2013 quando a Rede Globo de Televisão usou sua concessão pública para convocar manifestações de rua contra o Governo e até contra o sistema democrático. Tudo valia para tirar o PT do Governo, inclusive a mentira e a manipulação pela mídia.
▪ O novo Brasil que estávamos criando junto com o povo e as forças produtivas nacionais foi retratado pela Rede Globo e seus seguidores na imprensa como um país sem rumo e corroído pela corrupção.
▪ Nem em 1954 com Getúlio nem em 1964 contra Jango se viu  tanta demonização contra um partido, um governo ou um presidente. Centenas de horas do Jornal Nacional e milhares de manchetes de revistas contra nós. Nenhuma chance de defender nossas opiniões. Mesmo assim, em 2014, derrotamos os poderosos nas urnas pela quarta vez consecutiva. Para quem não conhece o Brasil, nossas elites dizimaram milhões de indígenas desde 1500, destruíram florestas, enriqueceram por 300 anos a custas de escravos tratados como se fossem bestas. Colonos e operários tratados como servos. Divergentes como subversivos, mulheres como objetos. Diferentes, como párias. Negaram terra, dignidade, educação, saúde e cidadania ao nosso povo.
▪ Criamos o PT em 1980 para defender as liberdades  democráticas, os direitos do povo e dos trabalhadores. O acúmulo das lutas do PT e da esquerda brasileira, do sindicalismo dos movimentos sociais e populares nos levou a consolidar um pacto democrático na constituinte de 1988. Esse pacto foi rompido pelo golpe do impeachment em 2016 e por seu desdobramento que foi a minha condenação sem culpa, e minha prisão em tempo recorde para que eu não disputasse as eleições.