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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Nassif coloca JB sob suspeita de espionagem




Jornalista Luis Nassif questiona a conduta do presidente do STF, Joaquim Barbosa, no pedido de quebra de sigilo dos telefones na região do Palácio do Planalto: "No episódio da tentativa de espionagem sobre o Palácio do Planalto, Barbosa agiu com mão de gato ou foi fundamentalmente displicente? O simples fato de existir essa dúvida mostra a desmoralização a que o STF está submetido com os atos de seu presidente"; para Nassif, "há muitos elementos para suspeitar que, ao remeter o pedido para o PGR sem nenhuma observação, ou ao não recusar o pedido liminarmente, Barbosa participou da trama para espionar o Planalto – juntamente com a promotora Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa, o ex-juiz da Vara de Execuções de Brasília Bruno Ribeiro"

247 - O jornalista Luis Nassif questiona, em artigo publicado neste domingo (20), a conduta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, no polêmico pedido de quebra de sigilo dos telefones na região do Palácio do Planalto - que se soube depois envolvia o acesso aos telefonemas do Congresso e do próprio STF. Para Nassif, é irônico pensar que Barbosa tenha sido displicente com o pedido.

"No episódio da tentativa de espionagem sobre o Palácio do Planalto, Barbosa agiu com mão de gato ou foi fundamentalmente displicente? O simples fato de existir essa dúvida mostra a desmoralização a que o STF está submetido com os atos de seu presidente, ao não se pronunciar sobre a tentativa do Ministério Público do Distrito Federal de espionar o Palácio do Planalto", afirma.

Neste contexto, Nassif analisa como Barbosa tentou criar as condições para que a quebra de sigilo se materializasse. "Quem analisar todos os passos da trama, terá muitos elementos para suspeitar que, ao remeter o pedido para o PGR sem nenhuma observação, ou ao não recusar o pedido liminarmente, o próprio Barbosa participou da trama para espionar o Planalto – juntamente com a promotora Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa, o ex-juiz da Vara de Execuções de Brasília Bruno Ribeiro", afirma.

Os pressupostos do jornalista para tal conclusão estão nos itens abaixo:


1.A promotora Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa, da Vara de Execuções de Brasília, pede a quebra do sigilo telefônico de uma área que engloba o Palácio do Planalto.

2.No seu último ato no cargo, o juiz Bruno Ribeiro, que assumiu a função na Vara de Execuções após a carga de Barbosa contra seu antecessor, recebe o pedido e envia para Barbosa sem nenhuma consideração a mais. É de conhecimento geral as afinidades criadas entre Barbosa e Ribeiro. Além da pressão contra seu antecessor, Barbosa acionou o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em defesa de Ribeiro.

3.Era de conhecimento de Barbosa que, no mesmo dia em que enviou o processo, Ribeiro declarou-se impedido de continuar atuando na Vara de Execuções.

4.O presidente do STF recebeu o pedido, não conferiu as coordenadas e enviou para a PGR. Se o PGR também não conferisse as coordenadas, Barbosa teria o álibi para quebrar o sigilo do Planalto.

E diz mais: "as suposições acima são perfeitamente críveis, para um cargo em que não se admite sequer a dúvida sobre a conduta do titular. Ainda mais com todo o histórico de protelações de Barbosa sobre o episódio Dirceu. É evidente que Barbosa sabia que o pedido de escuta referia-se a áreas sensíveis, ao Palácio do Planalto ou a outro poder, caso contrário o próprio juiz da Vara de Execuções poderia ter autorizado a quebra de sigilo".
Quem corrobora com a avaliação de Nassif é o também jornalista Jânio de Freitas, que em duas edições da sua coluna no jornal Folha de S. Paulo levantou suspeitas sobre a forma como o presidente do STF deu encaminhamentos ao tema. Na edição deste domingo, ele rebate resposta da assessoria de Barbosa.

"O ministro tem a autoridade e o dever de examinar cada ofício recebido e lhe dar o encaminhamento adequado, sendo um deles a rejeição por impropriedade. O oposto disso é reduzir ministro do Supremo a tarefas de estafeta, entregador de papéis de um lado para outro, como sugere a nota", afirma (leia o texto dele aqui).

O jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, também trata do assunto. "O Dr. Joaquim mandou dizer, por sua assessoria que se sente indignado por estar sendo acusado de “participação em um ato criminoso, qual seja a quebra ilegal de sigilo telefônico”. Embora Janio de Freitas não o acuse – apenas estranhe a sua inação – é bom saber que o Dr. Joaquim avalie que a promotora tentou cometer um crime. Resta saber, portanto, porque a insólita atitude do Ministério Público, que não atuou diante desta preparação de ação delituosa por parte de uma de suas próprias integrantes", diz.

Abaixo a análise de Luis Nassif:

As suspeitas sobre Barbosa no episódio de espionagem


Como se sentiria um operador do direito se alguém afirmasse que há suspeitas de que a mais alta autoridade do Judiciário, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) usa mão de gato, pratica chicana, estupra os procedimentos à luz do dia e com as cortinas do palco escancaradas? E que, na condição de presidente do STF, sua imagem pessoal torna-se a imagem do Judiciário.

No episódio da tentativa de espionagem sobre o Palácio do Planalto, Barbosa agiu com mão de gato ou foi fundamentalmente displicente? O simples fato de existir essa dúvida mostra a desmoralização a que o STF está submetido com os atos de seu presidente, ao não se pronunciar sobre a tentativa do Ministério Público do Distrito Federal de espionar o Palácio do Planalto.

O assessor de Barbosa, Wellington Geraldo Silva, telefonou para Jânio para "uma exaltada cobrança telefônica", sobre as suspeitas de que, por falta de qualquer reação, Barbosa endossara a tentativa de espionar o Planalto. Foi-lhe recomendado escrever para o Painel do Leitor.

Na carta enviada, o assessor alega que Barbosa tomou as providências regimentais quando recebeu o pedido de quebra de sigilo do seu parceiro, o juiz da Vara de Execuções Penais: sem ler, encaminhou o pedido para apreciação do Procurador Geral da República. Só depois do parecer da PGR, o presidente do STF manifestar-se-ia.

No entanto, quem analisar todos os passos da trama, terá muitos elementos para suspeitar que, ao remeter o pedido para o PGR sem nenhuma observação, ou ao não recusar o pedido liminarmente, o próprio Barbosa participou da trama para espionar o Planalto – juntamente com a promotora Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa, o ex-juiz da Vara de Execuções de Brasília Bruno Ribeiro.

Relembrando:

1.A promotora Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa, da Vara de Execuções de Brasília, pede a quebra do sigilo telefônico de uma área que engloba o Palácio do Planalto.

2.No seu último ato no cargo, o juiz Bruno Ribeiro, que assumiu a função na Vara de Execuções após a carga de Barbosa contra seu antecessor, recebe o pedido e envia para Barbosa sem nenhuma consideração a mais. É de conhecimento geral as afinidades criadas entre Barbosa e Ribeiro. Além da pressão contra seu antecessor, Barbosa acionou o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em defesa de Ribeiro.

3.Era de conhecimento de Barbosa que, no mesmo dia em que enviou o processo, Ribeiro declarou-se impedido de continuar atuando na Vara de Execuções.

4.O presidente do STF recebeu o pedido, não conferiu as coordenadas e enviou para a PGR. Se o PGR também não conferisse as coordenadas, Barbosa teria o álibi para quebrar o sigilo do Planalto.

As suposições acima são perfeitamente críveis, para um cargo em que não se admite sequer a dúvida sobre a conduta do titular. Ainda mais com todo o histórico de protelações de Barbosa sobre o episódio Dirceu.

É evidente que Barbosa sabia que o pedido de escuta referia-se a áreas sensíveis, ao Palácio do Planalto ou a outro poder, caso contrário o próprio juiz da Vara de Execuções poderia ter autorizado a quebra de sigilo.

Mas seguir procedimentos habituais em um caso absolutamente unusual – a quebra do sigilo da própria Presidência da República – é um contrassenso que só se explica pela vontade de postergar ao máximo a decisão sobre Dirceu, ou então, de criar um fato político mesmo.

A alegação do assessor, de que Barbosa só poderia se manifestar após parecer do PGR, em um tema que nada tem de usual, mereceu a resposta adequada de Jânio: aceitar isso seria acreditar que o presidente do STF comporta-se como um estafeta, recebendo processos e encaminhando sem ler para o PGR.

Passados vários dias, até agora a única manifestação de Barbosa foi essa nota do assessor, segundo a qual ele cumpriu o regimento, remetendo o pedido (sem ler) para o PGR.

É possível que o excesso de processos levasse Barbosa a ser descuidado com o pedido. Mas é possível – dada a visibilidade do episódio – que o descuido de Barbosa tivesse sido intencional. É possível que não atinasse para a extensão do pedido. Mas também é possível que agisse em sintonia com o juiz para criar uma crise política.

Agora, coloque-se no lugar de Joaquim Barbosa. Há uma investigação para conferir um telefonema de José Dirceu, que teria sido dada em um dia definido. Barbosa recebe um pedido de autorização de escuta por vários dias, em áreas variadas. Supondo que seja displicente nos seus pedidos, que seja burocrático no encaminhamento dos processos, alguém poderá supor que, ao receber o pedido de quebra de sigilo, não tivesse sequer a curiosidade de conferir as coordenadas definidas pela promotora?

É mais fácil um camelo passando no buraco de uma agulha.

Pergunto: é possível um presidente de STF conviver com tantas dúvidas e suspeitas acerca de sua conduta, em um episódio da mais alta gravidade?

Cartas de Rosa Luxemburgo inspiram peça

 

Lediane Filus do UOL, em Curitiba

"Rózà" resgata a história da revolucionária Rosa Luxemburgo, dando vida às suas paixões e desejos que vão além da militância. 

Construído a partir das cartas da revolucionária Rosa Luxemburgo, o espetáculo "Rózà" será uma das estreias nacionais do Festival de Curitiba, com sessões nos dias 1º e 2 de abril. A protagonista, nascida na Polônia, judia e oradora famosa, escreveu as correspondências nas prisões alemãs no início do século 20, onde ficou durante três anos. 

Segundo uma das diretoras da montagem, Martha Kiss Perrone, mais do que mostrar o lado revolucionário e militante de Rosa, a intenção da peça é humanizar e resgatar sua história, suas paixões e vida pessoal.
"O que me levou a querer fazer o espetáculo foi ver na figura de Rosa a sua atualidade, uma mulher de hoje e de agora. Rosa Luxemburgo era uma grande revolucionária, um grande espírito e um grande coração", conta a diretora.

Martha, que também interpreta a personagem no espetáculo, conheceu as cartas em 2009, quando fez um estágio no Théâtre Du Soleil, em Paris, e levou consigo uma biografia e um cartaz de Rosa com a frase "A liberdade é, quase sempre, exclusivamente, a liberdade de quem pensa diferente de nós".
Peça multimídia
Toda a humanidade e emoção nas palavras deixadas por Rosa, mulher apaixonada e também muito próxima da natureza, despertou então na diretora o desejo de reavivar essa história. Para tanto, foi escolhido um modelo diferente de peça, com um conceito multimídia.
Assim, em vez da estrutura tradicional de palco, Martha explica que o espaço cênico será uma instalação cenográfica em forma de tenda que representa a prisão onde Rosa esteve. O público será convidado a entrar nesse espaço, onde serão projetados vídeos e cenas filmadas em Berlim, compartilhando as caminhadas e lutas da protagonista até sua prisão e brutal assassinato em 1919.
A trilha sonora também será diferenciada, com artistas tocando as músicas ao vivo.
Três Rosas 

Os trechos das cartas vão ganhar vida com a interpretação de três atrizes diferentes para o papel da revolucionária. Martha explica que é possível encontrar três Rosas em uma só, com diferentes personalidades que se completam. "São três Rosas porque ela era múltipla, não heroína, mas humana com erros e acertos, paixão pela vida e pela luta", explica ela.

A primeira Rosa é a revolucionária e oradora entusiasmada, enquanto a segunda é a mulher ligada à natureza, que falava com passarinhos e cultivava um herbário. Já a terceira é a amante apaixonada, que se divide entre a luta política e a vontade de deixar tudo para trás para ficar com o amado. 

A peça aborda de forma mais ampla a vida de Rosa, conectando as paixões e os sonhos de ontem e hoje, aqui, na Alemanha, ou em qualquer lugar onde haja uma mulher sem medo de mudar o mundo. "Precisamos hoje de seres apaixonados como ela, dessa força feminina sem medo e com muita coragem", complementa a atriz. Ainda segundo ela, a intenção da peça não é trazer respostas, mas mostrar que os dilemas vividos por Rosa em seu tempo continuam atualmente. 

A expectativa é de que a estreia possa inspirar o público, como aconteceu no ensaio aberto feito em São Paulo, que foi assistido por feministas (algumas inclusive de descendência judia e polonesa, como a protagonista) e militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra. 

Dentre os depoimentos de quem participou da experiência, um dos mais marcantes para a diretora foi a de um homem que ressaltou que a peça vai além do aspecto trágico e doloroso da história das lutas, trazendo também a alegria e a paixão de quem faz parte da revolução, assim como o prazer de estar nas ruas.
Nossa fonte: Página do MST

Por que Eça ainda deve ser lido

Continuo achando que Pasadena foi bom ne
 
“Éramos jovens, éramos jovens”

Poucos finais de romances são tão pertubadoramente belos e filosoficamente profundos como o de Os Maias, de Eça Queiroz. Carlos e Ega, dois amigos de uma vida toda, erram pelas ruas de Lisboa. As ilusões da juventude já haviam sido trituradas pelo tempo, e eles constatam que quase nada do que sonharam tinha se tornado realidade. O grande livro que Ega escreveria – até título já tinha: Memórias de um Átomo – jamais chegou a ser escrito e publicado. Carlos não se recuperou de uma paixão alucinada, carnal por uma mulher que ele desconhecia ser sua irmã, Maria Eduarda.
A vida que se realiza não é aquela com que sonhamos, refletem. E então a frase que ficou permanentemente gravada em minha mente: “Ah, éramos jovens, éramos jovens.”

Eça é um autor fundamental. Numa vida breve – morreu em 1900, aos 55 anos —  construiu uma soberba pirâmide literária. O estilo exuberante, descritivo como mandava a escola naturalista à qual ele se filiou, se mesclou com características deliciosas em sua prosa. Eça, como os intelectuais progressista de seus dias, era fanaticamente anticlerical. Os padres e a igreja representavam, para ele, o atraso. E era absurdamente cru  na forma como tratava o sexo em seus livros. Os personagens de Eça são governados pelo anseio sexual.

O Crime do Padre Amaro, um de seus clássicos, traz tudo isso: a repulsão à batina e o império dos sentidos. Amaro seduz e consequentemente devasta uma jovem crédula, Amélia. Amaro era como a representação de todos os padres e em Amélia estava a sociedade portuguesa. Eça estava como que dizendo que Portugal fora sodomizado e atrasado pelos padres católicos.

O anticlericalismo está presente de forma bem mais divertida em outra obra de Eça, A Relíquia. Raposo é um espertalhão que pretende entrar na herança da tia rica e carola. Ele vai para Jerusalém para agradar a velha. Pega, no final da viagem espiritual, uma relíquia para ela, e tudo ia terminar bem se ele não tivesse colocado numa caixa exatamente igual a calcinha de uma mulher libertina que ele conquistara na viagem. Quando a tia abre o presente, não é a relíquia que ela encontra – mas a peça íntima de uma mulher lasciva. Antes de ser desmascarado, Raposo fizera coisas como pegar água da torneira e vendê-la em garrarinhas como se fosse água santa do Jordão.

Como outros grandes autores do século XIX, Eça criou uma adúltera notável. É Luiza, de O Primo Basílio. Basílio, um canalha total, se aproveita da fragilidade de sua prima, bem como da ausência prolongada do marido desta. O caso entre eles é descoberto pela empregada de Luiza, que a chantageia e tortura até virtualmente liquidá-la.

Machado de Assis, o grande contemporâneo brasileiro de Eça, escreveu uma crítica antológica sobre O Primo Basílio. Foi duríssimo. Disse que a única lição que se extraía do livro é que a “boa vontade dos fâmulos é essencial para a paz no adultério”. Foi a primeira vez que li a palavra “fâmulo” – empregado, servo. Machado evidentemente exagerou. Mas sua crítica, de toda forma, acabou por ampliar a repercussão do romance de Eça, em vez de diminuí-la. Outro contato extraordinário entre os dois se deu numa dedicatória que Machado fez a Eça num romance que lhe deu. É provavelmente a dedicatória mais seca que um escritor já fez: “De Machado de Assis para Eça de Queiroz”.

As comparações entre os dois gênios são inevitáveis. Machado era contido e sutil. Insinuava, em vez de afirmar. Eça jorrava. Não falava: berrava. A adúltera de Machado, Capitu, você nem tem certeza de que traiu o marido. A Luiza de Eça entregou a carne toda ao primo cafajeste. Cada qual de seu jeito, eram gigantes, e é simplesmente impossível dizer qual dos dois é melhor.

Li, em minha juventude, Eça com uma caneta ao lado para sublinhar e anotar as frases que mais me marcavam. Uma delas lembro ainda hoje com vividez: “Braços que se desenlaçam em despedidas supremas”. Visitei Póvoa do Varzim, a terra de Eça. Era janeiro, e o vento quase arrastava as pessoas. Fui a um cassino local jogar roleta e quase arrumo ao encrenca ao pegar, sem querer, fichas que não eram as minhas. Poucos meses atrás. numa ida a Paris em missão jornalística, acabei dando numa estátua de Eça num subúrbio. Eça viveu em Paris como diplomata. Sentei num banco e contemplei por alguns minutos Eça antes de partir.

Os Maias é meu Eça favorito.  Admiro o patriarca Afonso Maia, em cuja força interior inquebrável vejo algo de meu pai.  Tanto me marcou que quis muito dar a minha filha caçula o nome de Maria Eduarda. Fui batido pelo conselho familiar, representado por minha ex-mulher e meus dois filhos, então pequenos mas já cheios de opiniões próprias. (Acabou prevalendo Camila, e hoje digo que minha ruiva maravilhosa não poderia ter mesmo outro nome.)

Tantos anos depois de ter lido Os Maias, e ocasionalmente relê-lo, a cena final ainda me toca. Quantas vezes, ao olhar para trás, digo para mim mesmo: “Ah, éramos jovens, éramos jovens.”
Paulo Nogueira
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Nossa fonte: Diário do Centro do Mundo