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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Relator do Código Florestal é da bancada ruralista


Novo relator do Código Florestal confirma mudanças no projeto enviado pelo Senado

Em entrevista à Carta Maior, deputado federal Paulo Piau (PMDB-MG), da bancada ruralista, diz que pretende retirar exigência do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para as propriedades. Outras alterações feitas pelo Senado podem ser mantidas, disse ele, que teve sua campanha de 2010 financiada por usinas e entidades agroindustriais mineiras. Piau nega conflito de interesse. Nova votação será em março.

São Paulo - O deputado federal Paulo Piau (PMDB-MG), escolhido para ser o relator do novo Código Florestal na Câmara, confirmou à Carta Maior que deve fazer alterações ao texto enviado pelo Senado. Sob articulação da bancada ruralista, integrada por Piau, uma nova votação foi marcada para 6 e 7 de março.

O Ministério do Meio Ambiente queria que o tema fosse definido ainda neste ano pelos deputados, justamente para evitar que houvesse tempo para grandes mudanças no texto. O projeto original, relatado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e aprovado em maio na Câmara, foi alterado pelos senadores. As mudanças precisam agora serão reavaliadas pelos deputados antes de o texto ser enviado para sanção presidencial.

Piau disse que as alterações a serem feitas ainda não estão definidas e que dependerão de consultas feitas a "governadores de Estado e consultores". Mas ele já tem sugestões. "Acho um exagero que toda fazenda, um sítio, precise fazer o CAR (Cadastro Ambiental Rural). Precisamos dos dados globais, e não descer ao nível da propriedade", afirmou.

O registro do CAR, feito em órgão público, traria dados sobre as áreas de vegetação de uma propriedade, o que facilitaria o trabalho de fiscalização. A medida é defendida por ambientalistas e já aplicada em Estados como Mato Grosso.

Ao contrário de outros membros da bancada ruralista, o parlamentar mineiro afirmou que pode manter as regras para o processo de regularização ambiental, como as medidas de recomposição de áreas de preservação permanente (APPs), detalhadas pelos senadores. "O Senado foi mais conservador, definiu as medidas de distância de rios, mas não creio que seja uma diferença tão grande do projeto original. Podemos manter como está, mas é minha opinião pessoal", disse ele.

A Câmara inicia o recesso de final de ano na próxima semana e as discussões sobre o novo código só devem ocorrer em fevereiro. Até lá, espera-se muita movimentação de bastidores do governo e de entidades ruralistas e ambientalistas. Não haverá novas consultas públicas.

Financiamento
O deputado Paulo Piau é engenheiro agrônomo e funcionário da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), que integra o sistema Embrapa. Na campanha de 2010, arrecadou R$ 2,3 milhões para sua campanha, boa parte de entidades agroindustriais. Agora, Piau relata um projeto que interessa diretamente a essas corporações.

Entre seus maiores financiadores, estão a Boiaves Comércio e Indústria de Carnes, que investiu R$ 292 mil no parlamentar; a Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais, mais R$ 120 mil; a Cooperativa Regional de Cafeicultores de Minas Gerais, R$ 100 mil; a Usina Coruripe, R$ 65 mil; a Usina Uberaba, R$ 30 mil; a Agroexport, R$ 30 mil; a Usina Monte Alegre, R$ 25 mil; a Ourofino Saúde Animal, R$ 20 mil; a Agroceres Nutrição Animal, R$ 10 mil; a Destilaria Rio Grande, R$ 10 mil; a JF Citrus Agropecuária, R$ 10 mil; e a Usina Caete, R$ 10 mil.

Questionado sobre eventual conflito de interesse na relatoria do novo código, Piau alega que é um especialista na área e que sua apreciação do projeto será técnica. "Mas é claro que também há uma discussão política sobre o projeto", admitiu. 

Segundo ele, quando deputado estadual em Minas, apresentou projetos em prol do meio ambiente, como o que criou um fundo para recuperação das bacias hidrográficas do Estado. "Sou a favor do equilíbrio. Não sou ruralista, nem ambientalista. Vou pelo meio", afirmou.
Nossa fonte: Carta Maior (os grifos são nossos)

Direita no Brasil protege as grandes fortunas e impede nova votação no Congresso



O deputado Eleudes Paiva (PSB-SP) protege os interesses dos ricos no Congresso
A Comissão de Seguridade da Câmara foi novamente impedida de votar o relatório do projeto que prevê a taxação de grandes fortunas, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Na semana passada, um pedido de vistas  impediu que o projeto fosse apreciado. Nesta quarta-feira, após várias tentativas da oposição de retirar a matéria da pauta, o deputado Eleuses Paiva (PSD-SP) pediu verificação de quórum, derrubando a sessão. A votação  foi adiada para o próximo ano.
O argumento da oposição para proteger as grandes fortunas é de que a criação de um novo imposto deve ser discutida dentro da proposta de reforma tributária. A deputada Jandira Feghali rebateu o argumento, lembrando que esse projeto regulamenta a Constituição de 1988, que previa essa taxação. Ela também ressaltou que a justiça dessa contribuição se resume no fato de apenas 600 pessoas com grandes fortunas contribuiriam com R$10 bilhões dos R$14 bilhões previstos.
Segundo Jandira, a iniciativa estimula a construção de uma sociedade mais justa e democrática. “A constituição brasileira já prevê a taxação sobre grandes fortunas como forma de redistribuição de benefícios com o conjunto da sociedade. É assim com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo, Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e até mesmo com a Contribuição à Seguridade Social brasileira”, defende.
A iniciativa do Projeto de Lei foi baseada na legislação francesa, que cobra o Impôt de Solidarité sur la Fortune. O imposto francês é o mesmo que serviu como inspiração para os parâmetros e cálculos definidos das alíquotas de incidência do projeto relatado por Jandira Feghali.
A Contribuição Social das Grandes Fortunas garantirá reforço anual de R$14 bilhões para o financiamento da saúde no Brasil, explic a a deputada. Em seu relatório, a parlamentar defende que a arrecadação dessa contribuição seja direcionada exclusivamente para ações e serviços de saúde e o valor recolhido será destinado ao Fundo Nacional de Saúde (FNS) para financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
A medida alcançará um universo de 56 mil contribuintes brasileiros com patrimônio superior a R$4 milhões. Pela proposta, serão criadas nove faixas de riqueza em que os contribuintes nelas inseridos ficarão obrigados a contribuir com o financiamento do setor.
Jandira alterou de seis para nove as faixas de riqueza, entre R$5,52 milhões e acima de R$115 milhões, e não entre R$ 4 milhões e acima de R$ 150 milhões como estava na proposta orginal de autoria do deputado Dr. Aluízio (PV-RJ). A base de dados utilizada pelo autor da proposta e a relatora da matéria foi disponibilizada pela Receita Federal, que adotou como referência o ano de 2008.
Nossa fonte: Vermelho
LEMBRETE do Blog:
Vamos nos lembrar  dessa matéria quando falarem novamente em  alguma taxa e/ou imposto para a saúde.