Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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quinta-feira, 25 de abril de 2019

Nossas editoras nas mãos do capital estrangeiro



País perde a editora Companhia das Letras, agora controlada pelo maior conglomerado editorial do mundo. Desnacionacionalização revela falta de política pública: se fosse por falta de leitores, por que estariam comprando?
  Lucas Scatollini

Na semana do Dia Internacional do Livro, o mercado editorial brasileiro respira por aparelhos. O panorama geral revela: duas das maiores redes de livrarias — Cultura e Saraiva — estão em recuperação judicial. Seu fracasso provoca o supultamento de dezenas de editoras. Entre as sobreviventes, a “saída” se dá pela venda de grande parte de seu capital aos gigantes estrangeiros, como ocorreu no recente caso da Companhia das Letras. 

Em outubro passado, o Valor Econômico revelou que a Penguin Random House (PRH) – maior grupo editorial do mundo – assumiu o controle acionário da editora. Conhecida pelo imenso catálogo — 4500 títulos, que têm por autores 34 vencedores do Nobel de Literatura e muitos dos principais escritores brasileiros — a editora foi fundada e pertencia à família Schwarcz. Esta mantém, agora, a posse de apenas 30% das ações. Segundo Luiz Schwarcz, a decisão teve a ver com “visões de longo prazo em relação ao mercado livreiro”.
Sabe-se, porém, que a editora perdeu R$ 26,4 milhões com Cultura e Saraiva. Por isso, questiona-se: o mercado editorial brasileiro estaria atrelado a um varejo concentrado em pequenos grupos, que monopolizam a compra e venda de livros no país?

A desnacionalização, é claro, não se limita às editoras. Nos últimos cinco anos, quase 400 empresas brasileiras passaram a ter controle do capital estrangeiro. Seja como for, a perda da Companhia das Letras é mais uma significativa derrota, além de abrir precedentes para que mais empresas se curvem diante das presas do mercado financeiro.

Fonte: BLOGDAREDAÇÃO



terça-feira, 23 de abril de 2019

Manifesto do MST

"Neste mês de abril de 2019, mais uma vez, erguemos nossas bandeiras e levantamos nossos punhos em memória de nossos mártires de Eldorado de Carajás e lembramos que em 17 de abril completam-se 23 anos da impunidade do latifúndio. Nossas vozes de indignação e nosso clamor por justiça se somam hoje às vítimas da empresa Vale, no sul do Pará, em Mariana, Brumadinho e tantas outras comunidades ameaçadas por suas dezenas de barragens irresponsáveis. Se erguem contra a impunidade dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e de muitos outros militantes das causas populares. Estamos solidários com as lutas dos povos indígenas e quilombolas, atacados em suas terras pelos interesses do agronegócio com aval do governo. Somos solidários e lutaremos sempre pela liberdade de Luiz Inácio Lula da Silva, cuja prisão desrespeita a Constituição e a vontade do povo brasileiro.
Vivemos tempos do aumento das desigualdades, das injustiças e da violência contra o povo. Tempos de sofrimento e de muitas tragédias, a maioria delas causada pela fúria insana do capital em busca de soluções para a crise estrutural que o sistema capitalista enfrenta em todo o mundo. Em períodos de crise, as alternativas das classes dominantes buscam aprofundar a exploração dos trabalhadores e trabalhadoras e o assalto aos recursos públicos e aos bens da natureza. Nesse momento, isso está sendo feito através de uma descarada espoliação dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, conquistados a duras penas ao longo do último século e pela privatização desenfreada dos bens comuns da natureza, se apropriando ilegitimamente das terras, petróleo, minérios, água e da biodiversidade. O peso da crise é jogado sobre as costas do povo, com aumento do desemprego, corte da bolsa família, diminuição dos salários, paralisação dos programas de moradia, e bolsas na universidade. E agora querem acabar com a aposentadoria dos pobres e os benefícios do INSS vinculados ao salario mínimo.
O atual governo ganhou as eleições manipulando a vontade popular e impedindo a participação do Lula no pleito. O grande capital o colocou ali para cumprir essa agenda neoliberal perversa. Foi eleito para manter os privilégios dos que historicamente saquearam o país e atacam os direitos da classe trabalhadora.
Não devemos combater as cortinas de fumaça, nem nos distrair com os arroubos de ignorância. Este é um governo escolhido pelo capital financeiro, formado pelos setores mais entreguistas e antinacionais da classe dominante, verdadeiros funcionários de petrolíferas e de bancos internacionais, fardados ou não. Trata-se de um governo no qual os interesses dos bancos e dos Estados Unidos estão acima de tudo e de todos, como ficou evidente na postura submissa da entrega da Base de Alcântara, da Embraer e da reunião do Presidente e ministros com a CIA e o FBI.
O Governo deveria cumprir a Constituição e ter um programa de defesa dos interesses do povo. Os problemas das pessoas não se resolvem com ameaças, repressão ou fanfarronices no Twitter. Este governo envergonha o povo brasileiro, ofende nossa história e os valores humanistas. Esperamos que seja o mais breve possível. E que as contradições abertas pelos problemas sociais que se aprofundam possam se transformar em lutas e organização do povo, para enfrentá-los.
Queremos denunciar, especialmente, que este governo está enterrando a reforma agrária, acabando com o INCRA e todas as políticas públicas de apoio e fortalecimento da agricultura familiar e camponesa. Há um aparelhamento e subordinação dos órgãos públicos da agricultura aos interesses da bancada ruralista, dos fazendeiros e das empresas transnacionais do agronegócio. Entendemos que estas medidas atingem não apenas os camponeses, os povos indígenas e quilombolas, mas todo o povo, com aumento do desemprego, com a migração forçada, liberação dos agrotóxicos e exclusão dos serviços públicos. Há, no Brasil, em torno de cem mil famílias de sem-terras acampados, esperando pela reforma agrária. E outras 800 mil famílias assentadas, à margem das políticas públicas que foram eliminadas. O que o governo quer? Escondê-las, reprimi-las?
A reforma agrária é uma política de Estado, em que a Constituição determina que o governo desaproprie a todas as grandes propriedades improdutivas que não cumpre função social, que tenham trabalho escravo, crimes ambientais, contrabando e plantas psicotrópicas. E as distribuam aos trabalhadores. Não fazer reforma agrária é descumprir a Lei, que eles dizem defender. Não fazer reforma agrária é aumentar a concentração do latifúndio, a pobreza e a desigualdade na sociedade brasileira.
Seguiremos nossa luta em defesa da reforma agrária, da agroecologia e da agricultura camponesa, para que todos tenham acesso a alimentos saudáveis. Em defesa da educação pública com gestão democrática, sem privatizações e mordaças. Em defesa das empresas estatais, da soberania nacional e contra a submissão do Brasil aos interesses dos Estados Unidos.
Conclamamos o povo brasileiro a seguir em luta pelo direito de todos ao trabalho, aposentadoria, moradia, emprego, educação, saúde e cultura. Por democracia, justiça social e defesa da natureza como bem comum
Lutar, construir Reforma Agrária Popular!

Coordenação Nacional do MST

Brasil, Abril de 2019".
Fonte: Diário do Centro do Mundo
O Libertas explicita sua aprovação e solidariedade ao MST e a seu manifesto.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

LULA LIVRE


LULA LIVRE

(Música e letra: Teju)
Não vamos pra ponta da praia, minions
Nem tão pouco vou pra Portugal
Madame não terá mucama
Yes, nós temos bananas e fraude eleitoral
Caia a tarde no oleoduto
Que um vira-lata ao gringo entregou
A noite veste Zuzu Angel
Do lado um babaca faz arma com a mão do Redentor
Revolta por tantas lutas inglórias
O medo de ver repetir a história
Na boca um gole com gosto de chumbo
Do fundo do Brasil
Ninguém solta a mão de ninguém
Ninguém vai fugir daqui
A gente passou por pior
Vencemos, vamos resistir
A luta será do povo brasileiro
Mais que arroz e feijão
Vencer enfim a escravidão
A luta vai libertar nosso guerreiro
O sonho não tem cativeiro
Nem cabe na prisão
Não vamos pra ponta da praia, minions
Nem tão pouco vou pra Portugal
Madame não terá mucama
Yes, nós temos bananas e fraude eleitoral
Caia a tarde no oleoduto
Que um vira-lata ao gringo entregou
A noite veste Zuzu Angel
Do lado um babaca faz arma com a mão do Redentor
Revolta por tantas lutas inglórias
O medo de ver repetir a história
Na boca um gole com gosto de chumbo
Do fundo do Brasil
Ninguém solta a mão de ninguém
Ninguém vai fugir daqui
A gente passou por pior
Vencemos, vamos resistir
A luta será do povo brasileiro
Mais que arroz e feijão
Vencer enfim a escravidão
A luta vai libertar nosso guerreiro
O sonho não tem cativeiro
Nem cabe na prisão
Lula livre
Gritos de Norte a Sul
Lula livre
Por toda a América do Sul
Lula livre, a gente vai tirar você daí
E quando amanhã o dia raiar
O povo vai cantar
Ole, ole, ole, olá, Lula, Lula
Ole, ole, ole, olá, Lula, Lula
#Lulalivre

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Um mimo comovente:três fotos de uma luta aguerrida


Ontem, impedida de estar nas manifestações contra a prisão de Lula e a favor da Democracia Brasileira, recebi de um amigo queridíssimo o texto que o Libertas prazeirosamente publica aqui.
Obrigada, Robertão.


Três fotos de ontem, domingo, 7/4/19, nesta fronteira social em que se transforma a Avenida Paulista.

Roberto Regensteiner

A primeira foto é na verdade um vídeo com tomadas das esquinas com Pamplona, em frente ao Masp e arredores da FIESP e de seu venenoso sapo de plástico. No vídeo reaparecem (com retoques de maquiagem), os mesmos caminhões de som com palanque que, previamente, antes e durante as eleições de 2018 ali apareceram muitas vezes. Daqui a pouco vão querer fazer usucapião das esquinas aos domingos.

São os mesmos que no passado recente pediam intervenção militar e outros absurdos. Ontem pediam: fora com o STF, defendiam a Lavajato e Somos os Fiscais da Nação. São uns bolhas‑com‑megafones e uma claque de verde amarelo, de extração de uma camada que transita de classe média para escravocracia perdida e vice-versa, em sua maioria. Muitas pessoas de mais idade, especialmente senhoras uniformizadinhas de verde-amarelo, talvez traquejadas pelas igrejices do passado e jovens casais basbaques.

 Uma rica ignorância.

Em que pese as faixas no chão para fazer coreografia para as câmeras dos helicópteros para alimentar o circuito midiático de imagens e notícias (o que mostra como tudo isto é planejado e orquestrado de algum ponto remoto e faz tempo), consola o fato concreto constatado in loco de que aqueles repulsivos figurantes eram mínima minoria perante a enorme massa de transeuntes que na Paulista não lhes dava bola.

 Os passantes seguiam passando, atentos a outras coisas: atrações de arte, música, canto dança, tambores, mágica, casais conversando, criança chupando sorvete, e as famílias com um olho no cachorro e outro nos patinetes de app que por aqui se transformaram em praga.  Às lojas e shoppings abertos e cheios ajuntava-se o comércio dos domingos sob o MASP e do outro lado da rua.

A 2.a foto do dia, na esquina da Brigadeiro, vinda do Paraíso uma refrescante onda azul que, em quantidade de gente dava de 10 a zero nos bozós, e traziam escrito em branco nas camisas azuis

Dia do Autismo. 
O trabalho voluntário e colaborativo em prol do bem comum neste domingo, em termos de quantidade pessoas já tinha lavado minh´alma naquele dia e infligido aos Bozos um placar maior que sete a um.

A 3.a videofoto imaginária, a Lula Livre, foi tirada chegando à Consolação.
Desde longe, antes da Augusta podia se ver as luzes piscantes das viaturas policias dividindo o espaço. 
Na aproximação, a presença intimidatória de policiais dos batalhões de choque, comprimindo a manifestação concentrada na Praça do Ciclista em direção à Rua da Consolação.

Nós que lá nos encontramos, jovens velhos e veteranos, nos saudamos, num abraço verdadeiro e numa selfie descrita deste momento.