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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cineasta Francis Ford Coppola critica comercialização da arte


      O célebre diretor de cinema estadunidense Francis Ford Coppola afirmou que "quem controla o mundo tem os artistas trabalhando para ele", em referência à relação que tem sido mantida entre o dinheiro e a arte.

      "Agora as empresas, que são as que têm o dinheiro, pagam aos artistas para que lhes façam os anúncios; antes era o Vaticano quem contratava aos artistas para pintar as catedrais", disse. Coppola participou de uma conferência no marco do evento "ExpoManagement 2011", que se celebra no México.
       O diretor do filme O Poderoso Chefão falou sobre os confrontos que costumam acontecer no cinema entre o mundo empresarial e o artístico. "Se o que está à frente é criativo, os artistas têm suas ideias como aval; mas se é alguém do departamento de vendas, não me sinto seguro".
       Seguidamente agregou que ele sempre tem conflitos com gente de marketing. O artista deve iluminar a vida contemporânea, prosseguiu Coppola, animando os jovens a lutarem por fazer o que gostam.
      Comentou que atualmente ele se encontra fora da indústria e faz filmes pessoais e de não muito sucesso na bilheteria. "A arte nunca deve menosprezar sentimentos ou utilizá-los para ganhar dinheiro".
       Listou a seguir dois ingredientes essenciais para que um filme triunfe: a atuação e o roteiro. "Quando ambos se misturam de maneira correta podemos fazer magia".
        No caso concreto de O Poderoso Chefão, para explicar seu sucesso, Coppola afirmou que "os atores estavam em seu lugar e o público queria ver um filme assim, com essas grandes estrelas, sem lhe tirar importância à sorte".

Fonte: Prensa Latina

Nossa fonte:Vermelho

Comissão da Verdade



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ALUNOS ANALFABETOS



Frei Betto 

       No primeiro semestre deste  ano, aplicou-se a Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de  Alfabetização) em turmas de alunos que concluíram o 3o ano do ensino  fundamental, em todas as capitais do país. Uma iniciativa do movimento Todos  pela Educação com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas  Educacionais Anísio Teixeira).
       O resultado é alarmante.  Constatou-se que 43,9% dos alunos são deficientes em leitura e 46,6% em  escrita. Ou seja, são semialfabetizados. Não captam o significado do que leem  e redigem uma simples carta com graves erros de sintaxe e concordância.
       Quanto à leitura, quase metade (48,6%) dos alunos da rede  pública correspondeu ao resultado esperado. Na rede de escolas particulares, o  desempenho foi bem melhor: 79%. No item escrita tiveram bom resultado apenas  43,9% do alunos da rede pública. Na rede particular, 86,2% dos alunos se  saíram bem em redação.
       Os índices demonstram que, no Brasil, a  desigualdade social se alia à desigualdade educacional. Alunos da rede  pública, oriundos, na maioria, de famílias de baixa renda, não trazem de berço  o hábito de leitura. Seus pais possuem baixa escolaridade e o livro não é  considerado um bem essencial a ser adquirido, como ocorre em famílias de renda  mais elevada.
       De qualquer modo, é preocupante o fato de alunos,  tanto da rede pública quanto da particular, não atingirem 100% de  alfabetização ao concluir o 3o ano do ensino fundamental. O que demonstra  falta de método de alfabetização, embora esta seja a nação que gerou Paulo  Freire.
       Uma criança que, aos 8 anos, tem dificuldade de leitura  e escrita, sente-se incapaz de lidar com os textos de outras disciplinas  escolares, o que prejudicará seu aprendizado. Uma alfabetização incompleta  constitui um incentivo ao abandono da escola ou a uma escolaridade medíocre.
       É hora de se perguntar se a progressão automática, isto é, fazer  o aluno passar de ano sem provar estar em condições, é uma pedagogia  recomendável. Com certeza, no futuro, o adulto com insuficiente escolaridade  não merecerá aprovação automática em empregos que exigem concurso e  qualificação.
       Priscila Cruz, do Todos pela Educação, frisa a  importância da educação infantil (creches, jardim da infância etc.) para dar à  criança uma boa alfabetização. Para que se desperte na criança a facilidade de  síntese cognitiva é importante que ela comece a ouvir histórias ainda no  ventre materno.
       O Brasil é um país às avessas. A Constituição de  1988 cometeu o erro de incumbir a União do ensino superior, o estado do ensino  médio, e o município do ensino fundamental. Ora, uma nação se faz com  educação. E a base reside no ensino fundamental. Dele devia cuidar o  MEC.
       Nenhum governo implementou, ainda, a revolução educacional  sonhada por Anísio Teixeira, Lauro de Oliveira Lima, Paulo Freire e tantos  outros educadores. Como acreditar que apenas 4 horas de permanência na escola  são suficientes para uma boa educação? Por que os alunos não permanecem de 6 a  8 horas por dia na escola, como ocorre em tantos países?
       No  Brasil, 10% da população adulta é considerada analfabeta. No Chile, 3,4%. Na  Argentina, 2,8%. No Uruguai, 2%. Em Cuba e na Bolívia, 0%.
       Outros fatores que contribuem para a semialfabetização são o  desinteresse dos pais pelo desempenho escolar do filho e o longo tempo que  este dedica à TV  e a navegar aleatoriamente na internet. Nessa era  imagética, há o sério risco de se multiplicar o número de analfabetos  funcionais ou de alfabetizados iletrados, aqueles que sabem ler, mas não  interpretar o texto, e muito menos evitar erros primários na  escrita.
       O governo deve à nação uma eficiente campanha nacional  de alfabetização, inclusive entre alunos dos 3º e 4º anos. Para isso, há que  ter método. Há vários. Quem se interessar por um realmente eficiente, basta  indagar do deputado Tiririca como ele se alfabetizou em dois meses, a tempo de  obter seu diploma na Justiça Eleitoral.
Frei Betto é  escritor, autor de “Alfabetto – autobiografia escolar” (Ática), entre outros,
http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.
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