Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Os benefícios das nozes

     A semente desse fruto de casca dura é a parte comestível que os antigos chineses já recomendavam para fazer bem ao organismo. Deliciosas, as nozes fortalecem as defesas do corpo, auxiliam na formação de glóbulos vermelhos, ajudam a curar ferimentos mais depressa, fortalecem ossos e dentes e, ainda, atuam contra o envelhecimento das células. Com tantas qualidades, desses frutos de casca dura, e põe dura nisso, o que se come é a semente e elas podem e devem entrar no cardápio todos os outros dias do ano.
     Mas qual é a melhor: a pecã, nacional, ou a importada? Saiba que as duas são iguais. A noz importada da Europa e da América do Norte e a pecã brasileira (aquela mais comprida e de casca lisa) têm praticamente os mesmos valores nutricionais. Na verdade, a maior parte das mudas de nogueira pecã trazidas para o Brasil nos anos 70 vieram do sul dos Estados Unidos.
     Elas são tão poderosas que a ingestão diária dessas 'cápsulas de saúde', mesmo em pequenas quantidades, pode evitar - acredite! - até 65% o risco de doenças do coração. Isso porque reduzem as taxas de colesterol e a formação de coágulos no sangue, além de ter ação antiinflamatória. Os responsáveis por esses benefícios são os ácidos graxos essenciais, principalmente o linolênico e o linoléico. Mais: contêm fósforo e potássio e pouco sódio, o que fortalece o músculo cardíaco.
     Os chineses sempre souberam das vantagens desse alimento. Como a nogueira é originária da Ásia, não é de se estranhar que um milenar ditado da região recomende comer uma noz ao dia para beneficiar o coração.
     Por serem ricas em antioxidantes, especialmente vitamina E e selênio, as nozes funcionam ainda como agentes de prevenção do câncer. E a mesma vitamina é importante para estimular a fertilidade masculina. Por outro lado, seus compostos chamados fitoestrogênios - aqueles encontrados também na soja - reduzem os problemas relacionados à menopausa. Além disso, o fruto é rico em cálcio, fundamental para a saúde de ossos e dentes.
     Quem fuma ou vive em cidades poluídas encontra no alimento um grande aliado. Os antioxidantes presentes nas nozes melhoram a resistência pulmonar e reduzem os danos das toxinas inaladas. Essas substâncias aumentam ainda as defesas contra doenças, segundo pesquisa feita na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
      E não acabou: ela é um dos itens com maior teor de vitamina B6. Só o gérmen de trigo e peixes como a sardinha ou o salmão, ganham da noz nesse quesito. Essa vitamina atua no bom funcionamento do cérebro e na produção de glóbulos vermelhos.
     Mas ela engorda? Só para quem exagera no consumo. Para ter todos os benefícios, basta comer cinco nozes (28 gramas) ao longo do dia. Isso equivale a 193 calorias, o que é igual a duas barras de cereais.
      Você pode saboreá-las no café da manhã, com cereais e frutas ou batidas com leite; no almoço ou jantar, picadas na salada verde, sobre risotos, massas e molhos. No lanche, experimente misturá- las a frutas secas. É difícil encontrar outro alimento tão versátil!
     Prefira as nozes descascadas na hora e com sabor adocicado. As moídas antes perdem mais rápido seus nutrientes. Se o sabor for amargo, elas estão oxidadas e não devem ser consumidas
Fonte: Revista
 Viva Saúde.

“CarrePão”, a fusão que é uma farra com nosso dinheiro


Ricardo Kotscho (Balaio do Kotscho)

Assim eu também quero! O ínclito empresário Abílio Diniz, ex-todo-poderoso dono do Pão de Açúcar, resolve sair um dia de casa e comprar, sem gastar um tostão dele, seu maior concorrente no Brasil, o Carrefour. Não se dá ao trabalho sequer de consultar o seu sócio majoritário, o grupo Casino, maior concorrente do Carrefour na França.

E quem vai bancar a farra? Sim, somos todos nós, com o sagrado dinheiro dos trabalhadores brasileiros guardado no BNDES. Que maravilha! Deu para entender? Não? 

Pois é, o moderno capitalismo brasileiro é assim mesmo: o BNDES, com dinheiro da poupança dos trabalhadores, anunciou que pretende liberar R$ 4 bilhões – ou seja, 85% da grana necessária para a concretização do monumental negócio – para que Abílio Diniz possa controlar 32% do varejo nacional, caso saia vencedor da briga com o Casino, que promete lutar por seus direitos nos tribunais internacionais de comércio.

É briga de cachorro grande. Em seu "Comunicado ao Mercado" publicado nesta quarta-feira com destaque nos principais jornais, o grupo Casino denuncia o modus operandi do empresário brasileiro nas negociações com o Carrefour: "Trata-se de proposta estruturada em conjunto, em segredo e de forma ilegal, com o objetivo de frustrar as disposições do acordo de acionistas que regem a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) e, indiretamente, expropriar do Casino os direitos de controle adquiridos e pagos no ano de 2005".

Em lugar da concorrência, que já era cada vez menor no setor, teremos agora o assustador oligopólio do monstro "CarrePão", com todas as condições de jogar os preços dos fornecedores para baixo e o dos consumidores para cima, fechar lojas, demitir funcionários, pintar e bordar – e tudo isso financiado com dinheiro público.

Em seu artigo "E nós com isso?", minha amiga Eliane Cantanhêde lembra que a sigla BNDES quer dizer Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Desenvolvimento social de quem? Só se for daquelas figurinhas carimbadas das colunas sociais que mostram as festas dos amigos do poder, seus castelos, suas princesas e seus jatinhos, à venda em revistas coloridas nas gôndolas junto aos caixas dos supermercados.

Se por acaso o Cade aprovar este verdadeiro atentado à economia popular, se tudo der certo para Abílio Diniz como ele está planejando, um belo dia ele poderá acordar e, ao sair de casa, em vez de ir às compras, simplesmente resolver não vender mais comida, mas apenas tablets, em suas milhares de lojas.

Boa parte do Brasil correrá o sério risco de morrer de fome por não ter mais onde comprar comida. Parece absurdo? Pois é, como escrevi na semana passada, tem certas coisas que parecem mesmo inacreditáveis, mas no Brasil têm precedente.


EMBU DAS ARTES NÃO ESTÁ À VENDA!

Ajudando a divulgar uma causa justa


Corredor de indústrias e logística pode afetar cerca de 3 milhões de metros quadrados. Impactos deveriam constar na Minuta de Projeto de Lei do Plano Diretor de Embu das Artes (SP) para serem avaliados junto à comunidade.

O corredor de indústrias e logística, chamado de Zona Corredor Empresarial (ZCE), proposto na Minuta do Plano Diretor de Embu das Artes (SP), afetará uma área de cerca de 3 milhões de metros quadrados dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Embu Verde e da Área de Proteção aos Mananciais da Guarapiranga, o que  equivale aproximadamente a 300 campos de futebol, grande parte em áreas florestadas.
“O Plano Diretor é de extrema importância para o planejamento das cidades e determinações impostas nesta lei guiarão o desenvolvimento do município por muitos anos. É primordial que o Poder Público avalie as propostas, considerando impactos a longo prazo nas diversas regiões da cidade. A proposta referente ao Corredor Empresarial em área de interesse ambiental exige um prévio estudo de impacto aprofundado”, afirma Milena Fabbrini, arquiteta e urbanista. A urbanização da região apresentada na Minuta prevê mudança no uso do solo que pode ter consequências drásticas com a supressão de boa parte da vegetação ainda presente nos importantes remanescentes de Mata Atlântica.
É difícil avaliar o tamanho dos impactos ambientais, já que a supressão das matas, em diversos estágios de recuperação, prejudicarão os mananciais da Guarapiranga e do rio Cotia, além de gerar a erosão do solo, que aumenta as taxas de assoreamento de rios e nascentes e, em uma região produtora de água, pode causar impactos irreversíveis. Vale lembrar que o rio Embu Mirim é um dos principais contribuintes da Represa Guarapiranga, responsável pelo abastecimento de quatro milhões de habitantes da Região Metropolitana de São Paulo.
Em 2006, Estudo do Instituto Florestal na atual região da APA Embu Verde declarou que “o corte raso e o aterramento da área em análise e a consequente construção e operação de empreendimentos industriais e comerciais podem comprometer as nascentes e os pequenos córregos que cortam toda a área, desfigurando toda a estrutura da paisagem ora existente e com impactos adversos sinergéticos de difícil mensuração no tempo presente”. O Estudo indicou ainda impactos para a população, clima, fauna e flora, considerando que a região abriga 202 espécies vegetais nativas, sendo que sete apresentam alguma categoria de ameaça.
Com relação à fauna, foram identificadas espécies ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (dados atualizados pelo Decreto Estadual Nº 56.031, de 20 de julho de 2010): o Sagui-da-serra-escuro, Callithrix aurita, e o Gavião-pega-macaco, Spizaetus tyrannus. Foi comprovada ainda, por relatos e fotos, a presença de outros animais que também estão na lista de espécies ameaçadas no Estado, como a Araponga, Procnias nudicollis, e o Pavó (Pavão-do-Mato, Pyroderus scutatus). Assim, segundo o Instituto Florestal, “ficou evidente que se trata de paisagem relevante para a proteção da fauna e que merece ser conservada”.
O mesmo Estudo do Instituto Florestal e a união da comunidade derrubaram juridicamente em 2005/2006 o Corredor Empresarial da Rua Maria José Ferraz Prado durante administração do prefeito Geraldo Cruz (PT). O corredor mencionado foi retirado da mesma região, em que a Minuta atual propõe inserir a permissiva Zona Corredor Empresarial, permitindo instalação de indústrias de baixo impacto e galpões de logística. “Não existe nenhuma lei que uniformize o entendimento do que seria atividade industrial de baixo impacto no Brasil. Quando uma lei utiliza expressões de cunho subjetivo, sem especificar de forma objetiva e concreta qual seria seu real significado, ela deixa a definição a cargo de quem vai licenciar os empreendimentos”, afirma Enderson Marinho Ribeiro, advogado especialista em Direito Ambiental.
Embu das Artes já mostrou que o modelo proposto não traz benefícios para a população. Um exemplo é o bairro Jardim Tomé, que sofreu com a implantação de um corredor industrial, gerando enchentes e colocando em risco moradores pobres, assim como moradores de condomínios de luxo. Tudo leva a crer que estamos falando em desvalorização territorial por motivos de especulação imobiliária. Como acreditar que o intenso trânsito de veículos de carga pesada, o desmatamento e a nova topografia gerada por aterros combinam com uma área de baixa densidade populacional, com vocação turística (aspectos reconhecidos pela Minuta) e privilegiada por fauna, flora e mananciais?
Nilton Nantes, gerente geral do Espaço Terra Hotel, espaço diferenciado situado na APA Embu Verde que atrai turistas em busca de tranquilidade, não sabe avaliar ao certo o impacto negativo que um corredor desse gênero pode trazer ao seu negócio. “Indústrias aqui na região podem atrapalhar nossa proposta porque quem procura um lugar como esse quer sossego, quer fugir das características de uma cidade com poluição e trânsito de caminhões”.
Biólogo e especialista em Gestão Ambiental, Filipe Alvarez de Oliveira morou por muitos anos na APA Embu Verde e alerta para o fato de que a perda da floresta promove a destruição de habitats, provocando inclusive o desaparecimento da fauna e flora locais, permitindo a entrada de espécies exóticas que aceleram a degradação dos ambientes naturais. O biólogo ainda afirma que: “a perda da floresta pode trazer graves consequências à saúde pública, visto que a fauna ecologicamente equilibrada impede que animais responsáveis pela transmissão de doenças, como ratos ou mosquitos, proliferem desenfreadamente”.
Paulo Nobre, climatologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e morador da APA Embu Verde, mostra outro aspecto relevante: "Resultados de pesquisa científica mundial revelam que a manutenção e expansão de maciços vegetais arbóreos de florestas nativas e arborização de áreas urbanizadas constituem uma das formas mais eficazes de proteção local contra os efeitos das mudanças climáticas globais".
Em 2009, durante Audiência Pública no processo de revisão do Plano Diretor de São Paulo, Kazuo Nakano, arquiteto e urbanista do Instituto Polis, fez uma declaração contundente: “A alma da cidade é a dignidade das pessoas. Não é o comércio, porque São Paulo não está à venda. A gente não pode cair na armadilha de entender a cidade de São Paulo como uma mercadoria que vai servir de lucro para poucos porque é isso que essa revisão do Plano Diretor está gerando aqui na nossa cidade”. Nakano foi também o principal responsável pela construção do Plano Diretor de Embu em 2002-2003. (Assista a fala de Kazuo Nakano em http://www.youtube.com/watch?v=9u9nO0tQCHg). Qualquer semelhança não é mera coincidência. Resta a pergunta: Embu das Artes ou Embu das Indústrias?

Assessoria de Imprensa de Embu 2020 – A Cidade que Nós Queremos
Indaia Emília
Jornalista – indaiaemilia@terra.com.br – (11) 9502.0918
Sibélia Zanon
Jornalista – sibelia@uol.com.br – (11) 9747.4830