Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O debate da crise promovido por CARTA MAIOR em 10 artigos

A Carta Maior promoveu na última segunda-feira, dia 12 de setembro, um seminário para discutir a crise econômico-financeira mundial e a responsabilidade das políticas neoliberais neste processo. Alguns dos melhores intelectuais, professores e agentes públicos do país participaram do debate transmitido ao vivo pela internet e que procurou aliar diagnóstico com projeção de políticas para o Brasil atravessar esse período de forte turbulência internacional. O Seminário dará origem a uma publicação com a íntegra de todo esse debate.
Vejam alguns artigos no lik abaixo:

Artistas e intelectuais lançam manifesto em apoio à Comissão da Verdade


A criação da Comissão da Verdade, que deve ser votada esta semana na Câmara dos Deputados, enfrenta forte resistência de setores simpáticos e saudosistas da ditadura. Para ajudar a contrapor essa resistência, um grupo de intelectuais encabeçado por Leonardo Boff, Emir Sader, Marilena Chauí e Fernando Morais está lançando um manifesto de artistas e intelectuais em apoio à criação da comissão.

     A Câmara dos Deputados deve votar no dia 21 de setembro o projeto que cria a Comissão da Verdade, encarregada de trazer à público as violações de direitos humanos cometidas durante o período da ditadura militar. A criação da Comissão enfrenta forte resistência de setores simpáticos e saudosistas da ditadura. Para ajudar a contrapor essa resistência, um grupo de intelectuais encabeçado por Leonardo Boff, Emir Sader, Marilena Chauí e Fernando Morais está lançando um manifesto de artistas e intelectuais em apoio à Comissão da Verdade. O texto do manifesto afirma:
     As oportunidades da vida nos levaram ao caminho da arte, da música e do espetáculo e, ao seguirmos esses passos, nos transformamos não apenas em artistas e intelectuais, mas em militantes da liberdade, já que temos a possibilidade de expressar nossas ideias e nossos sonhos na linguagem da arte e do conhecimento.
     A democracia não nos foi dada, ela foi conquistada por uma geração que não se calou diante da opressão. A experiência vivenciada naquele período de repressão marcou vidas e foi capaz de mudar a história, mas ainda não podemos celebrar a democracia se não tivermos pleno conhecimento das violações cometidas nesse passado tão recente.
     O que nos move nesse momento é a esperança de que os parlamentares possibilitem a atual e as futuras gerações o conhecimento desses fatos, para sabermos a verdadeira verdade. Como defensores da livre expressão do pensamento e da democracia, manifestamos ao Congresso Nacional nosso desejo de aprovação do Projeto de Lei 7.376/2010, que cria a Comissão Nacional da Verdade para que essas violações sejam lembradas e conhecidas pelo povo brasileiro, pois essa é a única forma de garantirmos que isso nunca mais aconteça. 
     Chegou a hora da verdade que o Brasil tanto espera.

O mundo do trabalho semi-escravo da Cutrale



      Atraso nos recebimentos dos salários, um banheiro para mais de 20 pessoas nos alojamentos, buracos na terra coberto por lonas na colheita servindo como vasos sanitário, pressão para que os trabalhadores pessam demissão. Eis o mundo do trabalho na Cutrale.
     Desde o final do mês de agosto deste ano, 32 trabalhadores vindos do estado do Maranhão, com a finalidade de trabalharem na colheita de laranja da empresa Cutrale, em Itatinga, São Paulo, viviam em condições precárias, segundo apurou a reportagem da TV Tem.
     Além das péssimas condições de trabalho e dos alojamentos, os trabalhadores também reclamavam do alto preço das marmitas, que segundo eles, deveria ser R$1,25 por marmita oferecida, conforme o combinado prévio que tinham feito com a empresa. Ao chegarem, no entanto, se deparam com o valor de R$ 12,00 por dia.
     Na visão do procurador da Justiça do Trabalho, Marcus Vinicius Gonçalves, os trabalhadores foram aliciados pela Cutrale. “Existe todo um procedimento para você trazer um trabalhador de outro estado (...) e a forma como isso está sendo feita é totalmente ilícita,” coloca o procurador.
     Os dez trabalhadores que resolveram voltar para o estado de origem tiveram que pegar empréstimos bancários para pagarem as passagens de volta. Os que sobraram, somente conseguiram resolver suas situações após a intervenção de procuradores do Ministério Público do Trabalho.
     A ida desses procuradores ao local, obrigou a empresa a se comprometer em rescindir o contrato de trabalho, pagar os benefícios que faltavam e os enviar novamente para o Maranhão.
     Cutrale mantinha 32 trabalhadores em regime de escravidão


     A maior produtora de suco de laranja do mundo, a empresa Sucocítrico Cutrale, mantinha 32 funcionários em condições precárias de trabalho em sua unidade do município de Itatinga (SP), interior do estado de São Paulo.  Os próprios trabalhadores, que atuavam na colheita de laranja, denunciaram a situação ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
     Na manhã desta quarta-feira (14), ao chegar no local,  a fiscalização constatou que os 32 habitavam uma única residência. Ela estava em péssimas condições de higiene e conforto, sem existência de vestiários, cozinha, ventilação e iluminação adequada. Além disso, pagavam R$ 24 por dia pela alimentação e recebiam salários de apenas R$ 620.
     Os trabalhadores, que vieram dos estados de Sergipe e Maranhão, chegaram em setembro na região, já endividados pelas despesas de transporte e alimentação. De acordo com o procurador da Justiça do Trabalho, Luis Henrique Rafael, a Cutrale é responsável por toda a situação.
     “Quando ela faz a contração de trabalhadores de outros estados, existe uma instrução normativa do Ministério do Trabalho obrigando que o registro da carteira seja feito no estado de origem do funcionário. Isso garante que os trabalhadores, durante a viagem, sejam protegidos pelo contrato de trabalho e tenham benefícios se acontecer algum acidente. Porém, ela aceitou essa situação e não fiscalizou. Por isso, é responsável pelas condições degradantes do alojamento.”
     Após o flagrante, a empresa se comprometeu a indenizar os trabalhadores. Eles retornarão aos seus estados e receberão as verbas decorrentes da rescisão do contrato de trabalho.
     A empresa Cutrale sofre processo na Justiça por ocupar, ilegalmente, 2,6 mil hectares de terras da União no município de Iaras (SP), também no interior de São Paulo.

 Fonte:MST