Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Cuidado com as informações sem cuidado da grande mídia


Ministério da Saúde não recomenda uso doméstico de inseticidas no combate à dengue
Aplicação desses produtos só deve ser feita pelas equipes de vigilância treinadas para o manuseio seguro destes produtos
O uso de inseticidas do tipo aerossol (grupo piretróides) como estratégia de combate à dengue em domicílios residenciais não é recomendado pelo Ministério da Saúde. Em nota técnica, a Secretaria de Vigilância em Saúde alerta que utilização inadequada e indiscriminada destes produtos poderá causar graves consequências no meio ambiente e interferir na eficácia dos programas de controle da dengue, tornando o mosquito ainda mais resistente ao inseticida.
“Apenas orientamos o uso de inseticidas quando há comprovação da transmissão de dengue, evidenciada por critérios epidemiológicos”, observa o Secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Ele explica que este tipo de aplicação, no entanto, só pode ser realizada por meio de equipamentos específicos de nebulização costais motorizados ou montados em veículos, conhecidos como fumacê.
O secretário alerta, ainda, que a aplicação desses produtos no controle da dengue só deve ser feita pelas equipesde vigilância das secretarias estaduais e municipais de Saúde, que são treinadas para o manuseio seguro destes produtos.  Esta orientações, segundo Jarbas Barbosa, está em consonância com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na nota, o Ministério da Saúde cita a estratégia adotada pelos moradores da cidade de Foz de Iguaçu (PR), que foram orientados a usar estes produtos, para enfrentamento da doença. ”A estratégia do município de Foz de Iguaçu de distribuição de inseticidas para a população é desprovida de qualquer evidência científica de que funcione para evitar surtos de dengue, não sendo, portanto, recomendada pelo Ministério da Saúde”, afirma a nota.
Por outro lado, Ministério da Saúde considera como mais eficazes para a prevenção e controle da dengue as medidas de eliminação física dos criadouros do mosquito transmissor da doença, como a vedação de caixas d’água, desobstrução de calhas, entre outros. 

Baianos reforçam valores da estética afro na cultura brasileira

      A mesa redonda com apresentação do bloco Male Debalê marcou o último dia de celebração do Novembro Negro em Lauro de Freitas-BA, nesta quarta-feira (30), no Centro de Referência da Cultura Afrobrasileira. A Roda de Diálogos reforçou o significado dos penteados afro para a cultura brasileira.

     Para a palestrante Bárbara Dias, as trançadeiras têm que ser reconhecidas como profissionais, assim como as cabeleireiras. “Além de arte na cabeça das pessoas, o que fazemos é significar a afirmação de nossa identidade”, definiu a pesquisadora e esteticista.
     Segundo Eriosvaldo Meneses, superintendente de Promoção da Igualdade Racial, o município consegue se destacar das outras cidades no estado em virtude de suas políticas que resgatam o valor do povo negro. “Nunca houve uma gestão que conversasse tanto com as lideranças negras e desse tanto espaço para mudar essa realidade em Lauro de Freitas”, frisou. Menezes citou como exemplo o CD “O canto do Joanes”, que conta a história da resistência negra interpretada por grupos culturais do município, inclusive o levante nas terras de Santo Amaro de Ipitanga que originou a revolta dos Malês, em 1814.
     De acordo com o historiador e filósofo Antônio Cosme, para contextualizar o sentimento do povo negro no Brasil é necessário fazer uma revisão histórica, “passando pelas leis que foram importadas de Portugal e instituíram a desumanização do negro por causa de suas características biológicas. Após a abolição, veio a proibição e marginalização de sua cultura, além da formação de estereótipos de beleza do qual os negros com ‘cabelo ruim’ e ‘nariz chato’, não faziam parte. Um processo de educação formal e informal ajudou a consolidar este estigma que lutamos para nos livrar. Muita gente critica as políticas de reparação, mas só depois de analisar e compreender esse processo histórico de violência é que se deve ter propriedade para falar”, ressaltou.
     A palestrante Negra Jhô, trançadeira mais popular do Brasil, contou que sofreu descriminação desde pequena. “Quando era criança, minha madrasta me chamava de macaca e passava meus cabelos a ferro. Aquilo destruía minha auto-estima. Para esquecer minhas dores interiores, costumava pegar minhas irmãs colocar no colo e trançar seus cabelos com sisal ou palha-da-costa. Mas sempre soube que minha estrela um dia ia brilhar; hoje tenho esse reconhecimento e sou uma referência de luta e resistência para meus filhos”. Contudo, Jhô comenta que às vezes é mais bem tratada por brancos que por negro. “Essa cultura ‘denegrida’ está tão introjetada em nossa consciência, que quando brancos vêm gentilmente pra tirar foto comigo lá no Pelô e fazem festa, ao invés de sentir orgulho, os comentários são de que eu só quero aparecer”, lamentou.
     Após o debate, foram apresentadas músicas, poemas e outras obras que resignificam o valor do negro na sociedade, como o documentário “Espelho, espelho meu: uma abordagem sobre representações afro-estéticas no período juvenil”, produzido por Jaqueline Barreto. O fechamento teve a apresentação cultural do grupo Male Debalê.

Nossa fonte: Vermelho