Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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sábado, 10 de setembro de 2016

Dona Pandá e o café mineiro


Ontem, à noite, como acontece às sextas-feiras, Dona Pandá e sua mana foram buscar, na boulangerie do Condomínio, os maravilhosos pães que a boulangère Sandra nos oferece semanalmente. Ganhou de uma das garotas um pacote de café especial, produzido aqui nas Gerais. Como a mana já chegou avisando que abriria um vinho, ela nem tentou resistir.

Hoje, ao se levantar, foi direto para a maquininha fazer um expresso. Depois de ter saboreado a bebida, que, de fato, é especial, sabor e aroma pra nenhum cafezista botar defeito, Dona Pandá se lembrou de que a maquininha não fora usada há algum tempo. Apesar de já ter feito seu café, resolveu que precisava limpar a máquina.

- Antes tarde… resmungou e abriu a tampa hermética - logo percebeu que o nunca teria sido melhor – e … pan! Com um belo estrondo, a água que ficara na máquina e estava represada com o calor da fervura foi, sem qualquer aviso ou cerimônia, em direção ao rosto da pobre Dona Pandá.

Ah! Não é que ela conserva seus reflexos de chacareira! Com um pulo para trás e um grito pouco discreto, conseguiu se safar da queimadura.

Bei – o cachorro – e eu assustados corremos para saber o que provocara aquele escândalo. Encontramos Dona Pandá sentada rindo às gargalhadas. Bei olhou para sua dona e deve ter pensado algo como “normal, não vou dar bola”, deu meia volta e foi novamente para sua cama já que ainda não era hora de se levantar.

Não entendendo nada e sendo menos cautelosa que o cão, quis saber o motivo que me fizera sair da cama tão cedo e tão estabanadamente. Dona Pandá, teve certa dificuldade de parar de rir para me contar. Estava enebriada por ter se safado com tamanha agilidade. Ficava repetindo seu pulo pra lá e pra cá enquanto ria. Acabou me contagiando e me vi rindo sem ter ouvido a piada. Até que me lembrei da reação do Bei, virei as costas e fui andando em direção ao meu quarto: - Espere, menina. - Com grande esforço, parou de rir e me contou sua proeza de não se deixar alcançar pela água quente.
Acabei ganhando um café expresso delicioso.