Ontem,
à noite, como acontece às sextas-feiras,
Dona Pandá e sua
mana foram buscar, na
boulangerie do
Condomínio, os
maravilhosos pães que a boulangère
Sandra nos oferece semanalmente. Ganhou
de uma das garotas um pacote de café especial, produzido
aqui nas Gerais. Como a mana já chegou avisando que abriria um
vinho, ela nem tentou resistir.
Hoje,
ao se levantar, foi direto para a maquininha fazer um expresso.
Depois de ter saboreado a bebida, que, de fato, é especial, sabor
e aroma pra nenhum cafezista botar
defeito, Dona Pandá se lembrou de que a maquininha não fora usada
há algum tempo. Apesar
de já ter feito seu café, resolveu que precisava limpar a máquina.
-
Antes tarde… resmungou
e abriu
a tampa hermética -
logo percebeu que o
nunca teria sido melhor – e … pan! Com um belo estrondo, a água
que ficara na máquina e estava represada com o calor da fervura
foi, sem qualquer aviso ou cerimônia, em
direção ao rosto
da pobre Dona Pandá.
Ah!
Não é que ela
conserva seus reflexos de
chacareira! Com um pulo para trás e um grito pouco discreto,
conseguiu se safar da queimadura.
Bei
– o cachorro – e eu assustados corremos para saber o que
provocara aquele escândalo. Encontramos Dona Pandá sentada rindo às
gargalhadas. Bei olhou para sua dona e deve ter pensado algo como
“normal, não vou dar bola”, deu meia volta e foi novamente para
sua cama já que ainda não era hora de se levantar.
Não
entendendo nada e sendo menos cautelosa que o cão, quis saber o
motivo que me fizera sair da cama tão cedo e tão estabanadamente.
Dona Pandá, teve certa dificuldade de parar de rir para me contar.
Estava enebriada por ter se safado com tamanha agilidade. Ficava
repetindo seu pulo pra lá e pra cá enquanto ria. Acabou me
contagiando e me vi rindo sem ter ouvido a piada. Até que me lembrei
da reação do Bei, virei as costas e fui andando em direção ao meu
quarto: - Espere, menina. - Com grande esforço, parou de rir e me
contou sua proeza de não se deixar alcançar pela água quente.
Acabei
ganhando um café expresso delicioso.