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sábado, 14 de abril de 2012

Crise intenacional: ''está tudo embaraçado numa ideologia fortíssima''.

 Entrevista especial com José Carlos de Assis

Instituto Humanitas Unisinos

Adital
Sexta, 13 de abril de 2012

Por Patricia Fachin

"Se não houver uma mudança política na Europa e nos Estados Unidos, a crise irá durar anos, até ocorrer essa mudança política", adverte o economista.

A luta de classes entre patrões e trabalhadores, apontada por Marx no século XIX, reflete no século XXI na disputa pelo orçamento público, entre aqueles que defendem a política monetária e a política fiscal. É com essa percepção que o economista José Carlos de Assis analisa a crise financeira internacional e a incapacidade de o sistema neoliberal permanecer vigente enquanto modelo político e econômico. "Não se trata somente da luta de patrão contra empregado, é muito mais do que isso: é a luta do cidadão por um espaço maior no Estado, que transfere a este cidadão parte da renda nacional através de políticas sociais", explica em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone. Para ele, a má condução da política monetária tem impedido a resolução das últimas crises do capitalismo, inclusive a de 2008, que se arrasta há quatro anos. "O que está errado é a política econômica europeia, que tem a crise econômica voltada para os interesses dos ricos e dos financistas, voltada para os interesses daqueles indivíduos que provocaram a crise", afirma.

Autor do livro O universo neoliberal em desencanto (Civilização Brasileira, 2011), escrito em parceria com o professor Francisco Antônio Dória, Assis enfatiza que as crises são próprias do capitalismo e o problema não está nelas em si, mas na política econômica utilizada para enfrentá-las. Em sua avaliação, a saída deste colapso econômico consiste em romper com o neoliberalismo. "Se não fizerem uma decisão eleitoral a favor simultaneamente de Obama e do Partido Democrata na Câmara e no Senado dos EUA, essa crise irá durar mais quatro anos. Não tenho dúvidas. E vai ser uma coisa horrorosa, porque irá juntar o que tem de pior na política americana com o que tem de pior na política europeia, que é Merkel, Sarkozy e o inglês David Cameron", menciona.

Assis também esclarece as implicações da independência dos bancos, a exemplo dos Bancos Centrais brasileiro e europeu, os quais, apesar de serem independentes, não são orientados por políticas em defesa do emprego e do desenvolvimento econômico. "Diz-se que o Banco Central tem que ser independente dos políticos. Isso é uma brincadeira. O Banco Central tem operacionalmente que ser independente, mas não pode ser independente da política. Quer dizer, ele não pode ser uma instância sobrepujada na sociedade, uma instância que atua fora dos cânones da democracia. (...) Não há sentido uma entidade que não responde a ninguém (ao eleitorado) e que tem uma autoridade ilimitada. Isso só existe dentro de uma ideologia neoliberal. Portanto, tem que se ter um banco central dependente de mandatos definidos politicamente em termos da lei geral, e não da lei particular", assegura.

Como alternativa ao neoliberalismo, o professor vislumbra a era da cooperação, em que, na inexistência de um líder político e econômico hegemônico, as nações precisam cooperar umas com as outras para garantirem a sobrevivência dos povos. "Não é uma questão idealista, não é uma questão religiosa, é um imperativo da cooperação. Nós estamos saindo da idade moderna agora, cujo fundamento foi a busca da liberdade individual ilimitada para uma situação que é complementar a isso. A cooperação, de certa forma, impõe limites à sua liberdade, mas é em favor de uma maior segurança das pessoas e dos povos coletivamente", resume.

José Carlos de Assis é doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, e professor de Economia Internacional na Universidade Estadual da Paraíba. Entre seus livros, citamos Análise da crise brasileira e A quarta via e a sátira contra o neoliberalismo.

Confira a entrevista em:

http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/508201-crise-internacional-esta-tudo-embaracado-numa-ideologia-fortissima-entrevista-especial-com-jose-carlos-de-assis

Estado reconhece que neto de João Goulart foi vítima da ditadura


Considerado uma vítima da ditadura militar, o neto do ex-presidente João Goulart, o advogado Christopher Belchior Goulart, 35 anos, recebeu no início da noite desta sexta-feira (13), em Porto Alegre, um pedido formal de desculpas do Estado brasileiro e uma indenização no valor de R$ 18,7 mil (30 salários mínimos).


A decisão partiu da Comissão da Anistia, formada pelo Ministério da Justiça, e foi unânime. Outros seis perseguidos políticos ligados ao Rio Grande do Sul tiveram processos julgados.

Nascido em 1976 em Londres, na Inglaterra, Christopher entrou na Justiça em busca de reparação por entender que sua vida foi diretamente afetada pelas pressões vividas por seus familiares a partir do momento em que seu avô foi deposto e seguiu para o exílio. 

"Sei que algumas pessoas podem questionar por que um jovem de 35 anos busca esse tipo de reparação. Mas eu estou tranquilo quanto a isso. Só eu sei o quanto minha família foi prejudicada", disse Christopher.

Em seu voto, o relator José Carlos Moreira da Silva Júnior reconheceu que os prejuízos ultrapassaram gerações. 

"Não restam dúvidas de que Christopher foi atingido de forma direta. Ele foi privado de ter nascido em território nacional e de aqui contar com o aconchego de sua família. É um filho do exílio", afirmou Silva Júnior.

De mesma opinião, o presidente da comissão, Paulo Abrão, fez questão de explicar a decisão, no auditório lotado do prédio 11 da PUCRS. Conforme Abrão, o resultado não foi motivado pelo parentesco de Christopher.

"Não se trata de anistiá-lo por ser neto de Jango. Mas por ter sido uma pessoa atingida por atos de exceção, como foram tantas outras".

Durante o julgamento, Christopher falou por 10 minutos. Em seu discurso, agradeceu a posição adotada pela comissão.

"Meu país reconhece que errou. Aceito o reconhecimento e só tenho a agradecer",  afirmou o advogado, emocionado.

Além de Christopher, foram anistiados e receberam reparação financeira outras seis pessoas, entre elas o engenheiro naturalizado Peter Ho Peng, preso entre 1971 e 1973 por envolvimento com o movimento estudantil. À época, ele teve os documentos recolhidos e perdeu a cidadania. Ele recebeu novamente o direito de ser brasileiro, e foi aplaudido de pé. 

Fonte: Jornal Zero Hora

O MAM e a Pinacoteca mais acessíveis


Museu de Arte Moderna de São Paulo e Pinacoteca ganham visita virtual no Google


Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e a Pinacoteca do Estado foram incluídos no Google Art Project, inciativa que disponibiliza parte dos acervos de 150 museus de todo o mundo na internet.
Os visitantes virtuais poderão ter acesso a 80 obras do 30° Panorama da Arte Brasileira, exposição temporária que esteve no MAM no final de 2011. “Embora essa exposição não esteja mais em cartaz, ela motiva o visitante virtual a entender o MAM como um lugar que vai mostrar arte experimental de maneira experimental, tanto do ponto de vista da montagem, quanto da experiência proposta para o espectador”, ressalta o curador do museu, Felipe Chaimovich.
Como o tema do 30º Panorama é a itinerância, Chaimovich acredita que o formato virtual se relaciona bem com a proposta. “Uma preocupação da arte contemporânea é com o fato de os artistas muitas vezes viverem em trânsito, viajando. Então, isso é parte da experiência do artista contemporâneo”.
Chaimovich acredita que a nova ferramenta complementa a visita física ao museu. “Quem não veio ainda ao museu vai ter curiosidade de visitá-lo. E quem já veio ao museu vai ter uma ferramenta de pesquisa e rememoração”, destaca. “Não é, em absoluto, algo que compete com a experiência presencial, que é o sentido de os museus existirem de fato”, completa.
Na Pinacoteca, foram escolhidas 98 peças do acervo fotografadas por 15 câmeras montadas em um carrinho que percorreu os corredores do museu, tecnologia semelhante à do Google Street View. Além da alta resolução das imagens, o visitante virtual pode percorrer as salas ou clicar nas obras para obter mais informações.
“O acervo digital não é novidade para o museu, que já oferece em seu próprio site as imagens de toda a exposição. A diferença vem mesmo da qualidade tecnológica oferecida pelo Google”, explica o diretor da Pinacoteca, Marcelo Araújo.
O site do Google Art Project é http://www.googleartproject.com/pt-br/.
Edição: Juliana Andrade
 Nossa fonte: CdB