Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade
Clic sobre o livro (download gratuito). LEIA E DÊ SUA OPINIÃO

domingo, 15 de abril de 2012

Feira de artesanato reúne em Brasília 450 expositores

Há no Brasil pelo menos 8,5 milhões de artesãos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo que 87% são mulheres. Na 6ª Feira Internacional de Negócios do Artesanato, que começou nesta sexta-feira (13) e prossegue até o dia 22, em Brasília, esses números se comprovam na prática. Muitos dos artistas revelam ainda que desenvolveram suas habilidades seguindo a tradição familiar.


Feira de artesanato
Feira começou nesta sexta e vai até o dia 22 de maio
No total, 450 expositores nacionais e internacionais estão em Brasília para mostrar a diversidade do que é produzido em artesanato. Os organizadores da feira informaram que o objetivo é também estimular os negócios no setor. Só em 2011, na quinta edição do evento, foram movimentados R$ 147 mil em vendas diretas e R$ 3 milhões em negócios a longo prazo.

Na feira, os artesãos se orgulham da história de vida e da tradição do trabalho que fazem. A presidenta da Associação de Artesãs de Taioberas (em Minas Gerais), Maria Cláudia de Matos, disse à Agência Brasil que lidar com a cerâmica é tradição na sua região. Segundo ela, Taioberas não pode deixar “perder essa característica”.

A artesã contou que seu esforço é para manter a tradição. “Sou apaixonada pelo artesanato. Fico muito orgulhosa por fazer parte da criação de objetos tão lindos. Minha família é toda ligada ao artesanato: minha mãe era artesã e meu pai carpinteiro. É mágico o que o artesanato traz. [Por meio do artesanato] há melhoria nas condições de vida e há como ocupar a mente”, disse Maria Cláudia.

Também de Minas Gerais, da cidade de Campo Alegre, a artesã Elenice Gomes contou ter sido estimulada pela família a manter a tradição do artesanato. Aos 21 anos, ela disse ter orgulho da profissão. Segundo a artista, desde sua bisavó a tradição está na família.



Todos nós [da família] aprendemos com os mais velhos e vamos sempre repassando isso para as novas gerações. Eu, com certeza, vou ensinar aos meus filhos. Minha mãe ainda faz as peças em cerâmica, e quando meu pai era vivo, ele preparava a argila e fazia o processo de queima. Desde que nasci, vivo nesse ritmo de artesã”, disse Elenice.

Moradora da cidade de Águas Claras, no Distrito Federal, a ex-professora Ângela de Oliveira Francine Roboredo preside associação de artesãs local. Ela disse que deixou uma atividade formal de trabalho em troca da informalidade do artesanato.

“Fui professora por 25 anos e larguei as salas de aula para me dedicar ao artesanato. Gosto muito do que faço, e não me arrependo de ter feito essa escolha. Agora, trabalho com o que gosto, [o artesanato] é uma terapia e me traz muita felicidade”, disse Ângela Roboredo.



Fonte: Vermelho

Ouro de breque


Moreira da Silva encontrou no samba de breque seu modo de fazer música



Tárik de Souza


Moreira da Silva

CD de Moreira da Silva
O sonho do motorista de ambulância Antonio Moreira da Silva (1902-2000) era disputar espaço, com canções e serestas, entre os grandes ases do dó de peito de sua época, Vicente Celestino, Francisco Alves e Orlando Silva. Mas encontrou “petróleo” no samba de breque, a que acrescentou improvisos e declamações. 

Um violonista surpreendido pela novidade, inaugurada numa apresentação de Jogo Proibido, em 1936, reclamou: “Não estou acostumado a acompanhar conversa”. O traje malandro de terno branco e chapéu completou o estilo praticado por quase 70 anos, em meio a tentativas de soltar o inesperado vozeirão em canções românticas.

Algumas dessas recaídas (Aquele Adeus, Meu Pecado, Cigano, Hilda, Reconciliação, Fingida) podem ser pescadas nos oito CDs das duas caixas com reedições de seus álbuns gravados entre 1958 e 1966, sua fase de maior sucesso. Mas são exceções nas aulas de picardia e humor de Na Subida do Morro, Acertei no Milhar, Amigo Urso, Esta Noite Eu Tive um Sonho, Dormi no Molhado e Mil e Uma Trapalhadas, da inesperada dupla autoral Sinhô e Wilson Batista. 

Discutível autor de boa parte do repertório, Kid Morengueira, como se alcunhava, antecipou o sambandido de Bezerra da Silva em temas como Vara Criminal, Olha o Padilha, Averiguações, Chave de Cadeia, Minha Sentença e Patrulha da Cidade. E protagonizou paródias de filmes de caricata sonoplastia (O Rei do Gatilho, Morengueira contra 007, O Último dos Moicanos), de Miguel Gustavo. Personagem de si mesmo, definiu-se em Sou o Primeiro: O rei do breque no Brasil sou eu/ pois foi um dom que Deus me deu.


Fonte: Carta Capital