Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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quarta-feira, 23 de maio de 2012

SALVE MAURÍCIO DE SOUSA



Vice de Kátia Abreu chama Maurício de Sousa de “babaca ignorante”


O cartunista Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica, entrou no movimento #VetaDilma, que nos últimos dias teve como maior expoente o pedido feito pela atriz Camila Pitanga durante evento em que Lula recebeu cinco títulos de doutor honoris causa no Rio de Janeiro.




Além de divulgar uma tirinha em que o Chico Bento pede para a presidenta Dilma Rousseff vetar o Código Florestal, o cartunista também publicou, na noite desta terça-feira (22), duas fotos no twitter, onde tem quase 200 mil seguidores também pedindo o veto ao projeto que foi aprovado pela Câmara dos Deputados:


“Você, um só, pequeno ante a majestade da floresta, pode ajudar a salvá-la”.


“Integre-se ao movimento ‘Veta Dilma’. Duas espécies ameaçadas pelo novo código (des)florestal — veta Dilma”.

A resposta veio pelo próprio twitter. O pecuarista Assuero Veronez, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre e vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), presidida pela Senadora Kátia Abreu (PSD/TO), reagiu chamando o desenhista de “babaca ignorante”.

O autor do Blog da Amazônia retalhou: “não perca o respeito e a elegância contra Mauricio de Sousa”. Ao que foi respondido: “não respeito quem usa sua notoriedade para fazer ativismo político sobre assunto que não conhece”.

Usuários do Twitter, no entanto, manifestaram apoio às declarações de Maurício de Souza.

Da Redação do Vermelho, Vanessa Silva 
Com informações do Blog da Amazônia

Direito à Alimentação


Relatório apresentado pelo Relator Especial sobre direito à alimentação, Olivier de Schutter

Resumo
O reinvesti mento na agricultura, desencadeado pela crise no preço dos alimentos de 2008, é essencial para a plena realização do direito à alimentação. Entretanto, em um contexto de crises ecológicas, alimentares e energéti cas, a questão mais premente relati va ao reinvesti mento não é o “quanto”, mas o “como”.

Este relatório explora como os Países podem e devem obter uma reorientação de
seus sistemas agrícolas para meios de produção que sejam altamente produti vos, altamente sustentáveis e que contribuam para a realização progressiva do direito humano à alimentação adequada.

Baseado em uma ampla revisão da literatura científica publicada nos últi mos cinco anos, o Relator
Especial identifica a agroecologia como um meio de desenvolvimento agrícola que não apenas apresenta fortes conexões conceituais com o direito à alimentação, mas tem resultados comprovados
para um rápido progresso na concreti zação deste direito humano para muitos grupos vulnerabilizados em diversos países e ambientes. Além disto, a agroecologia proporciona vantagens que são
complementares às abordagens convencionais mais bem conhecidas, tais como a criação de variedades de alta produti vidade. E ela contribui bastante para um maior desenvolvimento econômico.

O relatório sustenta que a disseminação destas experiências é o principal desafi o que precisa ser
planejado hoje. É possível criar um ambiente propício para esses modos de produção sustentáveis
mediante políti cas públicas adequadas, entre as que se incluem: dar prioridade a aquisição de bens
públicos com despesas públicas em vez de apenas subsidiar insumos; investi r em conhecimento para
o reinvesti mento em serviços de pesquisa e extensão agrícola; investi r em formas de organização
social que esti mulem parcerias, incluindo escolas de campo para agricultores e redes de inovação
de movimentos de agricultores; investi r em sistemas de pesquisa e extensão agrícola; empoderar
as mulheres; e criar um ambiente macroeconômico propício, por exemplo, pondo em contato as
propriedades agrícolas com mercados justos.

Para download do livro:


Memórias de uma guerra suja e a participação da mídia no apoio à ditadura


O livro Memórias de uma guerra suja, depoimento do ex-delegado do DOPS, Claudio Guerra, a Marcelo Netto e Rogério Medeiros, foi recebido inicialmente com certa incredulidade até por setores progressistas. Há revelações ali que causam uma rejeição visceral de auto-defesa. Repugna imaginar que em troca de créditos e facilidades junto à ditadura, uma usina de açúcar do Rio de Janeiro tenha cedido seu forno para incinerar cadáveres de presos políticos mortos nas mãos do aparato repressivo.
O acordo que teria sido feito no final de 1973, se comprovado, pode se tornar o símbolo mais abjeto de uma faceta sempre omitida nas investigações sobre a ditadura: a colaboração funcional, direta, não apenas cumplicidade ideológica e política, mas operacional, entre corporações privadas, empresários e a repressão política. Um caso conhecido é o da Folha da Tarde, jornal da família Frias, que cedeu viaturas ao aparato repressivo para camuflar operações policiais.
Todavia, o depoimento de Guerra mostra que nem o caso da usina dantesca, nem o repasse de viaturas da Folha foram exceção. Esse é o aspecto do relato que mais impressionou ao escritor e jornalista Bernardo Kucinski, que acaba de ler o livro. Sua irmã, Ana Rosa Kucinski, e o cunhado, Wilson Silva, foram sequestrados em 1974 e desde então integram a lista dos desaparecidos políticos brasileiros.
Bernardo atesta:’ Esta tudo lá: empresas importantes como a Gasbras, a White Martins, a Itapemirim, o grupo Folha e o banco Sudameris, que era o banco da repressão; o dinheiro dos empresários jorrava para custear as operações clandestinas e premiar os bandidos com bonificações generosas’.
No livro, Claudio Guerra afirma que Ana Rosa e Wilson Campos — a exemplo do que teria ocorrido com mais outros oito ou nove presos políticos — tiveram seus corpos incinerados no imenso forno da Usina Cambahyba, localizada no município fluminense de Campos.
A incredulidade inicial começa a cair por terra. Familiares de desaparecidos políticos tem feito algumas checagens de dados e descrições contidas no livro. Batem com informações e pistas anteriores. Consta ainda que o próprio governo teve acesso antecipado aos relatos e teria conferido algumas versões, confirmando-as. Tampouco o livro seria propriamente uma novidade para militantes dos direitos humanos que trabalham junto ao governo. O depoimento de Guerra, de acordo com alguns desses militantes, teria sido negociado há mais de dois anos, com a participação direta de ativistas no Espírito Santo.
A escolha dos jornalistas que assinam o trabalho – um progressista e Marcelo Netto, ex-Globo simpático ao golpe de 64 – teria sido deliberada para afastar suspeitas de manipulação. Um pedido de proteção para Claudio Guerra já teria sido encaminhado ao governo. Sem dúvida, o teor de suas revelações, e a lista de envolvimentos importantes, recomenda que o ex-delegado seja ouvido o mais rapidamente possível pela Comissão da Verdade.

Vejam as respostas de Bernardo Kucinski  à Carta Maior sobre o conteúdo do livro no link:

Nossa fonte: Correio do Brasil

Cúpula dos Povos propõe agroecologia e agricultura familiar contra a crise


“Essa combinação de agroecologia com agricultura familiar, é o potencial maior do ponto de vista de resultados e do ponto de vista social, econômico e ambiental”, diz Jean Marc van Der Weid, economista e ambientalista, integrante da Articulação Nacional de Agroecologia. Cúpula dos Povos fará denúncia das falsas saídas para a atual crise socioambiental e apresentará soluções práticas já existentes contra essa crise.

Rio de Janeiro - A Cúpula dos Povos, evento paralelo a Rio + 20 que acontecerá entre 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, trabalhará em três frentes principais em relação à conferência oficial das Nações Unidas a ser realizada no Riocentro entre 13 e 22 de junho, quando chefes de estado debaterão o desenvolvimento sustentável. No Aterro do Flamengo, os objetivos, além do fortalecimento dos movimentos sociais nacionais e internacionais, serão a denúncia das falsas saídas para a atual crise socioambiental e a apresentação de soluções práticas já existentes contra essa crise.

Uma dessas soluções é a agroecologia, que produz alimentos sem o uso de agrotóxicos, não maltrata o solo e gera empregos e renda a partir da agricultura familiar. “Essa dupla, essa combinação de agroecologia com agricultura familiar, é o potencial maior do ponto de vista de resultados e do ponto de vista social, econômico e ambiental”, diz Jean Marc van Der Weid, economista e ambientalista, integrante da Articulação Nacional de Agroecologia, ressaltando a importância de ela não poder ser operada integralmente em sistemas de grandes propriedades. “Ela não tem nenhuma necessidade, ao contrário do que diz o pessoal do agronegócio, de expandir novas áreas de cultivo. Tem um potencial produtivo suficiente para alimentar a população, economia de água, economia de energia. Enfim, tem todas as capacidades de responder a um conjunto de questões”.

Questões integrantes da crise socioambiental como a pobreza contemporânea decorrente da marginalização e expulsão dos trabalhadores agrícolas para as zonas urbanas. “Quando você trabalha em agroecologia, você procura a máxima diversidade possível, porque você tenta aproximar um sistema artificializado, que é a agricultura, dos sistemas naturais. Nós estamos lidando portanto com um sistema que vai ser tão diversificado que a mecanização vai ser limitada. Se é assim, se esta é a economia que a gente vê para o futuro, significa que nós vamos precisar de muito mais camponeses do que nós temos hoje”, diz van Der Weid.

Uma SP volta ao campo
Na realidade brasileira, o ambientalista faz um cálculo estimativo de cerca de 15 milhões de famílias, quase a população da grande São Paulo, em condições de ocuparem o espaço produtivo, “no lugar das áreas degradadas que seriam recuperadas e no lugar dos aproximadamente 60 a 70 milhões de hectares que estão na mão do agronegócio”, afirma ele. Dos cálculos para a realidade vai um longo caminho, e van Der Weid sabe que implica em uma questão política fundamental. “É uma mudança de base social no campo radical. Você tem que caminhar para a substituição de uma categoria do agronegócio para a categoria da agricultura familiar empregando a agroecologia como sistema produtivo”.

Sem o enfrentamento dessa questão política que a Cúpula dos Povos propõe e sem essa mudança da base social do campo, o integrante da Articulação Nacional de Agroecologia vê as saídas apontadas pela dita “economia verde” como um cinismo atroz. “Ela é mais do mesmo! Mais agrotóxico, mais transgênico, mais adubo químico. E a justificativa ‘green’ é porque isso vai evitar que se façam novos desmatamentos. Então os produtores de pesticidas dizem isso: ‘somos verdes!’, mas eles são mais venenosos”.

Mercado
Jean Marc van Der Weid também descontrói a versão dos transgênicos apresentada como “solução estratégica” da chamada economia verde. “Não vamos ter nenhuma vantagem do ponto de vista econômico. Ao contrário! Todos os lugares que ela conseguiu entrar e controlar você teve recuo na produtividade e na economicidade destes produtos. Então por quê domina? É o controle de oferta! Você chega em diversos setores e tem uma imensa concentração de controle de produtos essenciais, no caso, sementes. Não é lógica econômica! Se chama simplesmente poder. Você ter ou não ter poder de fogo, na economia e na política”.
Fonte: CARTA MAIOR