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sexta-feira, 14 de março de 2014

Mulheres com mais de 70 anos têm ‘o melhor sexo de suas vidas’, segundo pesquisa

Uma vida ativa e saudável é importante para o sexo
Por Redação, com BBC - de Londres


Segundo a crença popular, o desejo e a atividade sexual diminuem com a idade, especialmente nas mulheres. Mas uma acadêmica da American University, de Washington, sugere que mulheres com mais de 70, 80 ou até 90 desfrutam a melhor atividade sexual de suas vidas.

Iris Krasnow, professora de Jornalismo e Estudos Femininos, entrevistou 150 mulheres entre 20 e 90 anos sobre os seus segredos mais íntimos e teve conversas surpreendentes e reveladoras – que acabada de publicar no livro Sex After…: Women Share How Intimacy Changes as Life Changes (“Sexo depois dos…: Mulheres compartilham como a intimidade muda com as mudanças da vida”, em tradução livre).

Krasnow abordou o assunto de vários ângulos, indagando sobre a atividade sexual em diferentes fases da vida: depois da faculdade, da maternidade, da menopausa e da viuvez.

Descobriu que as mulheres mais velhas eram mais aventureiras e mais confiantes na sua sexualidade que as jovens que estão em fase de “envolvimento” ou namoro. “A era da senhora”, diz.

‘Frágil, enrugada e seca’
Suas entrevistadas eram de diferentes idades, classes sociais, raças, culturas e religiões. Mas o fator comum é que relatos de sexo bom estavam sempre ligados ao desenvolvimento de intimidade e conexão emocional.

- As pessoas pensam sobre o sexo até o momento em que morrem – disse Iris Krasnow, em entrevista à agência britânica de notícias BBC.

E, de acordo com o que dizem, não estão só pensando, mas também praticando e se divertindo. “A era da mulher de 78 anos, frágil, enrugada e seca é coisa do passado”, disse a autora.

Ela acrescentou que as mulheres entre 80 e 90 anos estão na faixa etária que mais cresce dentro da população idosa, em muitos países ocidentais. O que estamos vendo agora é não só um aumento na longevidade, mas o aumento da atividade sexual neste setor da sociedade.

Este crescimento da expectativa de vida vem com melhores remédios, mais vigor, mais exercício, melhor dieta e saúde o que resulta numa população de terceira idade mais sexual e saudável do que antes.

Igualmente arcaico, indica Krasnow, é o mito de que as mudanças fisiológicas, como a menopausa, cirurgias de câncer ou histerectomia (retirada do útero), não permitem o desenvolvimento da atividade sexual saudável.

- Uma das minhas entrevistadas fez uma histerectomia aos 30 e, depois disso, melhorou sua vida sexual – deu como exemplo. “Também inclui no livro as histórias de mulheres de 90 que estão iniciando relacionamentos”, destacou.

Segundo a especialista em Estudos Femininos, a alegada incapacidade das mulheres permanecerem sexualmente ativas na velhice é um mito perpetuado por homens mais velhos que querem firmar sua juventude e, com a ajuda de Viagra, buscam relacionamentos com mulheres mais novas.

Embora não seja necessariamente defensora do uso de medicamentos, que podem ter efeitos colaterais graves, a acadêmica argumenta que hoje há acesso a uma gama de opções de tratamentos, desde os hormonais e lubrificantes aos antidepressivos, que podem devolver o entusiasmo e a capacidade de desfrutar do sexo.

Saúde e aparência

Iris Krasnow divide as mulheres que se reencontram com sua sexualidade após os 65 anos em duas categorias:

A primeira é a do “ninho vazio” – aquela mulher que terminou de criar os filhos, adolescentes e estudantes universitários, e estes já saíram de casa.

Se antes estavam sobrecarregadas pela agitação doméstica, ocupadas em levar as crianças para lá e para cá ou preocupadas com que alguma delas a surpreendesse fazendo amor com seu parceiro, agora estão comemorando as possibilidades oferecidas por esta última fase da vida.

Essas mulheres e seus parceiros estão geralmente aposentados, mas ativos e conectados com o mundo exterior por meio de dispositivos modernos e redes de comunicação. Mas, principalmente, eles estão relaxados.

- Uma mulher me disse que, pela primeira vez, fez sexo na cozinha e estava experimentando um vibrador – disse Krasnow.

A outra categoria é a viúva. A mulher que foi casada por 55 anos e cuja vida sexual passou de ardente a aborrecida e, finalmente, inexistente. A que cuidou de seu marido doente por dez anos e o viu morrer.

- Agora essa viúva conhece outro viúvo – jogando golfe ou cartas – e os dois começam a praticar carícias de formas que nunca fizeram. Isso torna-se o melhor sexo de suas vidas – disse ela.

Um aspecto importante é a boa saúde, conseguida através de atividade e dieta adequadas.

As pessoas que vivem um estilo de vida sedentário e comendo demais não só se sentem mal, como não gostam como se vêem, afirma Krasnow.

- Alguém com sobrepeso geralmente têm outros problemas, come para preencher um buraco em sua alma – disse ela. “Se você estiver com sobrepeso, certamente não tem boa circulação e não há irrigação para os órgãos genitais. Sexo é a irrigação”, observa.

- 100% das mulheres em seus 70 e 80 anos que disseram que estavam tendo um bom sexo estão em excelente condição física – contou.

Sexo, por sua vez, prolonga a vida, assegura a pesquisadora. “Fisiologicamente, mantém o coração andando, as entranhas andando, o corpo andando, a vida andando”.

Intimidade

Mas o mais importante no desenvolvimento de uma boa prática sexual é a conexão emocional. O sexo é melhor quando há uma emoção igualmente profunda.

Krasnow chegou a essa conclusão depois de entrevistar milhares de casais ao longo de mais de três décadas.

- A pessoa que diz que só quer sexo sem amor mente. Todo mundo quer amar e ser amado. Isso é uma sensação primária que todos buscamos, sentir-se único nos olhos do amante – diz.

- Tudo parte de uma química sexual, explica, e, se essa química converte-se em compromisso e amor, o casal tem uma boa chance de sucesso e uma vida longa juntos. E se os dois estão de acordo com a evolução sexual de ambos, tudo fluirá bem – nota.

- Se você escolhe um parceiro desejado e sua mente pode se adaptar a um corpo envelhecido, sexualmente qualquer coisa é possível – acrescenta.

Nem tudo tem que ser sexo na cozinha ou de alta intensidade, Krasnow explica. Pode ser uma boa sessão de amasso ou uma massagem lenta e concentrada.

- O que pode ser melhor que isso? Sexo é o vínculo que temos com a nossa juventude. Nos mantém feliz, jovens e vivos.


Nossa fonte: Correio do Brasil