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segunda-feira, 21 de julho de 2014

O banco dos Brics colocou o Nordeste na geopolítica mundial, mas ninguém notou

por : Jura Passos



Emergentes em ação
Num primeiro momento, os jornais brasileiros tentaram ignorar a criação do Banco dos Brics.

Depois tentaram transformá-lo num bric-a-brac – um brechó. Reduziram a quinquilharias o acordo multilateral reunindo o Brasil, a Russia, a China, a Índia e a África do Sul – que sozinhos poderão abrigar, nos próximos dez anos, segundo dados da revista Exame, 1,8 bilhão de consumidores com renda superior a três mil dólares anuais, entre os quais 200 milhões com ganhos acima de 15 mil dólares.

Perderam uma excelente chance de falar mal da presidente Dilma com argumentos mais qualificados. Poderiam dizer, por exemplo, que esse dinheiro seria melhor empregado reduzindo a dívida pública e, portanto, a taxa de juros. Que ele poderia financiar projetos de infraestrutura de que o país tanto necessita. Que poderia pagar salários capazes de fazer os doutores dos Jardins de São Paulo e da Zona Sul carioca trocarem seus consultórios milionários por postos de saúde no Capão Redondo e na Baixada Fluminense.

Mas não, preferiram insinuar que o banco, com capital inicial de 100 bilhões de dólares divididos em partes iguais entre os cinco sócios, será dirigido pela Índia, a sede será na China e o Brasil só ficou com a presidência do conselho de administração.

Os cargos são rotativos…

Todo esse desdém acabou omitindo a cidade que sediou a fundação do banco, poucos dias após sediar alguns dos melhores momentos da Copa e a melhor exibição da seleção brasileira, contra a Colômbia.

Fortaleza!

A Declaração de Fortaleza, da VI Reunião de Cúpula dos Brics, começa assim:

“Nós, os líderes da República Federativa do Brasil, da Federação Russa, da República da Índia, da República Popular da China e da República da África do Sul, reunimo-nos em Fortaleza, Brasil, em 15 de julho de 2014 na VI Cúpula do BRICS.”

A notícia mais surpreendente que a nossa imprensa não deu não foi a fundação, a conveniência, a necessidade ou a importância do banco, uma espécie de BNDES+FMI intercontinental dos emergentes.

Tudo isso eles viram, mas calaram.

O que ninguém quis ver é que a criação do Novo Banco de Desenvolvimento colocou o nordeste brasileiro na geopolítica mundial, enquanto São Paulo seca.

A declaração de Fortaleza faz críticas às promessas não cumpridas de mudanças no FMI, do qual os Brics também são sócios. A presidente do FMI Christiane Lagarde, no entanto, saudou a criação do Novo Banco.

Depois de assistir a final da Copa entre Alemanha e Argentina no Maracanã, o presidente russo Vladimir Putin seguiu para a Cúpula de Fortaleza. De lá, voou de volta para Moscou.

No caminho o avião de Putin cruzou, perto de Varsóvia, com um atraso de 37 minutos, a rota do Boeing da Malaysian Airlines que pode ter sido abatido por um míssil sobre a Ucrânia.

De acordo com o Guardian, assim que desembarcou em Moscou, proveniente da reunião dos brics no Brasil, Putin ligou imediatamente para informar Obama sobre o incidente.

Como na criação do banco dos Brics, não faltaram especulações: o avião visado no atentado seria o de Putin, não o malaio. Ainda que Varsóvia seja a capital da Polônia e esteja muito longe do leste da Ucrânia, onde o Boeing da Malaysian caiu.


Se quisermos continuar especulando, Fortaleza poderia entrar para a geopolítica mundial não como Sarajevo – onde o assassinato do príncipe Ferdinando teria provocado a primeira guerra mundial – mas como ponto de partida da terceira.

Como nada disso aconteceu, o Ceará estreou muito bem na geopolítica mundial. E chega de especulações.

Sobre o Autor: Jura Passos é jornalista especializado em comunicação do setor público, por enquanto. Foi corretor de imóveis, professor de matemática, fotógrafo, cozinheiro e físico, tendo fracassado em tudo isso. É um eterno aprendiz de capoeira e maracatu e adora viajar de bicicleta por ai, menos em São Paulo

Para a Vivo funcionar só na Justiça!

Peço aos queridos leitores que desculpem a ausência de novas postagens. a culpa total é da incompetência, desleixo, falta de respeito pelos usuários da concessionário de serviços públicos, Vivo. Não tenho alternativa, pois é a única prestadora de telefonia e internet na minha área. Embora eu já tenha feito tudo que está ao alcance dos usuários - reclamações ao PROCON,à ANATEL,e à Ouvidoria da concessionária - nenhum desses órgãos foi capaz de fazer a concessionária de serviços públicos fornecer os serviços para os quais o Estado Brasileiro lhe concedeu o direito. A tal concessionária só é capaz de cobrar pelos serviços, mas não de fornecê-los com o mínimo de qualidade.

No momento, para eu poder publicar esta explicação, estou numa lan house. Entrei na Justiça pedindo uma liminar. A audiência foi marcada para setembro. Assim, tenho a esperança de voltar a publicar normalmente as postagens neste Libertas QUANDO SETEMBRO CHEGAR.
Agradeço a compreensão e até sembro ou a qualquer tempo sendo possível em uma lan house. Obrigada.

Manipulação da informação nacional e internacional

Colunista chama a atenção para a manipulação dos noticiários pela grande imprensa

Por Mário Augusto Jakobskind, do Rio de Janeiro





Curiosamente, menos de 24 horas depois da derrota acachapante do Brasil de 7 a 1 contra a Alemanha, o jornal O Globo dava o ar de sua graça de manipulação da informação nas páginas de economia. E por incrível que pareça, o mais vendido jornal do Rio de Janeiro editava a seguinte matéria com título revelador: “Derrota do Brasil faz Bolsa de SP ter alta de 1,79%%”. Em seguida o complemento “para investidores estrangeiros, resultado vai dificultar reeleição de Dilma”. A Copa do Mundo chegou ao fim, mas as discussões futebolísticas continuam. Como estamos entrando agora na etapa da campanha eleitoral, não custa nada lembrar um fato jornalístico que dá bem a ideia de como serão as próximas semanas e meses até 5 de outubro próximo.

E a manipulação veio ainda acrescida da “informação” sobre aumento de ações da Petrobras e que “a continuidade dessa elevação vai depender dos efeitos nas ruas, em protestos, por exemplo, segundo opinião de uma analista do grupo mexicano GBM”.

Realmente, é o tipo da informação (melhor seria mesmo entre aspas) com o visível intuito de investir contra uma das candidaturas, A elevação da cotação das ações na Bolsa de SP geralmente acontece quando sobe a Bolsa de Nova York. Quando baixa ocorre o mesmo por estas bandas. Mas para as Organizações Globo, a cotação para mais ou para menos depende agora de outros fatores, inclusive eventuais manifestações de rua, que em algum momento a mídia conservadora tentou pautar.

Como O Globo e demais veículos das Organizações com o mesmo nome distorce a informação porque, mesmo sem colocar em seus editoriais, apoia visivelmente uma das candidaturas, exatamente a que mais promessas faz de agrado ao mercado. Não é difícil saber de quem se trata.

Por estas e muitas outras, jornais, rádios e telejornais, na medida em que se aproxima a eleição, o Brasil vem sendo apresentado com um país à beira de uma crise sem precedentes. É óbvio que a mídia conservadora cria um clima nesta antevéspera de eleição para levar o eleitor a se posicionar de acordo com os interesses do mercado.

Como se não bastasse essa investida na área econômica do jornal, a Rede Globo tem noticiado o agravamento da situação no Oriente Médio, visivelmente a partir e a favor de um dos lados, no caso de Israel. Diretamente de uma cidade israelense, a TV Globo mostrava o aparecimento de alguns foguetes lançados sobre território israelense e junto a isso apresentava a movimentação de gente se dirigindo para os abrigos antiaéreos. Flagrantemente dava entender que a agressão partia do Hamas e minimizava os bombardeios que atingiam a população civil com a morte de mais de 200 palestinos, nele incluídos mulheres e crianças.

Um conflito desproporcional, bastando para tanto contabilizar o número de vítimas dos dois lados. Em poucos dias, mais de 200 palestinos morreram e 500 deles ficaram feridos. Já do lado de Israel morreram até agora duas pessoas e uns 15 ficaram feridos. É o resultado concreto de armamentos de última geração por parte de Israel com foguetes quase artesanais do Hamas.

O governo de Israel simplesmente repete o que já tinha feito em outras ocasiões na mesma Faixa de Gaza. Chefiado pelo troglodita político, o Primeiro-Ministro Benyamin Netanyahu, tendo como integrante do governo o não menos troglodita Ministro do Exterior, Avigdor Lieberman, o mesmo que há tempos fez pronunciamentos racistas contra os árabes, a situação na área se agrava e na última quinta-feira se anunciava o início de uma operação terrestre.

Mas a Rede Globo acionou seu correspondente em Israel para colher a versão dos militares do país que ocupa territórios palestinos. Um visível esquema para culpar apenas um dos lados, no caso o Hamas.

No mais, a mesma direita que receia as transformações que acontecem na América Latina, não se conforma com o fortalecimento da unidade dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com o Banco de Desenvolvimento.

A raiva aumenta quando os Brics se reúnem no Brasil com os países integrantes da Unasul (União das Nações Sul Americanas) e a Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e do Caribe_) se faz presente em Brasília.

Não é à toa que, sem bandeiras, parlamentares do PSDB e Dem investem contra o governo brasileiro por hospedar o Presidente cubano Raul Castro na Granja do Torto.

Mário Augusto Jakobskind, jornalista e escritor, correspondente do jornal uruguaio Brecha; membro do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (TvBrasil); preside a Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI – seus livros mais recentes: Líbia – Barrados na Fronteira; Cuba, Apesar do Bloqueio e Parla (no prelo).

Direto da Redação é editado pelo jornalista Rui Martins com o apoio do Correio do Brasil.