Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Vinte anos de capa da VEJA




Selecionamos 123 capas da revista, de 1993 a 2010. Elas formam uma narrativa surpreendente, quase uma história em quadrinhos da história política do período. FHC é o presidente dos sonhos da publicação. Sério, compenetrado e trabalhador, fez uma gestão exemplar e não está para brincadeiras. O ex-metalúrgico, por sua vez, brinca com a bola e é um demagogo que merece apenas um chute no traseiro.

O presidente Lula sofreu impeachment em agosto de 2005. Quase ninguém se lembra dele. Era um trapalhão barrigudo, chefe de quadrilha e ignorante.

A história seria assim, se o mundo virtual da revista Veja fosse real. Selecionamos 123 capas da revista, de 1993 a 2010. Elas formam uma narrativa surpreendente, quase uma história em quadrinhos da história política do período. FHC é o presidente dos sonhos da publicação. Sério, compenetrado e trabalhador, fez uma gestão exemplar. O ex-metalúrgico, por sua vez, é um demagogo que merece apenas um chute no traseiro.

A visão de Veja é a visão da extrema direita brasileira. Tem uma tiragem de um milhão de exemplares e é lida por muita gente. Entre seus apreciadores está, surpreendentemente, o governo brasileiro. Este não se cansa de pagar caríssimas páginas de publicidade para uma publicação que o achincalha com um preconceito de classe raras vezes visto na imprensa.

Freud deve explicar. Clique no link abaixo para ver a sequência. Vale a pena.

As capas de Veja

Saudamos a primeira mulher a abrir a Assembleia Geral da ONU


Parte final do discurso da Presidenta Dilma na abertura da Assembleia Geral  da ONU

Senhor Presidente e minhas companheiras mulheres de todo mundo,

O Brasil descobriu que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. E que uma verdadeira política de direitos humanos tem por base a diminuição da desigualdade e da discriminação entre as pessoas, entre as regiões e entre os gêneros.

O Brasil avançou política, econômica e socialmente sem comprometer sequer uma das liberdades democráticas. Cumprimos quase todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, antes 2015. Saíram da pobreza e ascenderam para a classe média no meu país quase 40 milhões de brasileiras e brasileiros. Tenho plena convicção de que cumpriremos nossa meta de, até o final do meu governo, erradicar a pobreza extrema no Brasil.

No meu país, a mulher tem sido fundamental na superação das desigualdades sociais. Nossos programas de distribuição de renda têm nas mães a figura central. São elas que cuidam dos recursos que permitem às famílias investir na saúde e na educação de seus filhos.

Mas o meu país, como todos os países do mundo, ainda precisa fazer muito mais pela valorização e afirmação da mulher. Ao falar disso, cumprimento o secretário-geral Ban Ki-moon pela prioridade que tem conferido às mulheres em sua gestão à frente das Nações Unidas.

Saúdo, em especial, a criação da ONU Mulher e sua diretora-executiva, Michelle Bachelet.

Senhor Presidente,

Além do meu querido Brasil, sinto-me, aqui, representando todas as mulheres do mundo. As mulheres anônimas, aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que padecem de doenças e não podem se tratar; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego, na sociedade e na vida familiar; aquelas cujo trabalho no lar cria as gerações futuras.

Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje.

Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade.

E é com a esperança de que estes valores continuem inspirando o trabalho desta Casa das Nações que tenho a honra de iniciar o Debate Geral da 66ª Assembleia Geral da ONU.

Eventos lembram 75 anos de "Angústia", de Graciliano Ramos




Graciliano Ramos estava preso quando "Angústia", seu terceiro romance, foi publicado. No início de 1936, o autor de "Caetés" (1933) e "São Bernardo" (1934) havia sido nomeado diretor da Instrução Pública de Alagoas, cargo equivalente ao de secretário estadual da Educação, mas foi demitido meses depois. Entre as explicações, o escritor disse que "não tivera a habilidade necessária de prestar serviços a figurões", além de suprimir das escolas o hino alagoano, "uma estupidez com solecismos".



Foi preso em março, no mesmo dia em que havia dado o manuscrito do romance à datilógrafa. Na terça-feira passada (20), os 75 anos de "Angústia" começaram a ser lembrados com um simpósio que será realizado até outubro, em cinco cidades. O livro ganhou uma edição comemorativa.

A abertura ocorreu em uma pequena sala da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital paulista, com um dos principais leitores de Graciliano, o escritor e crítico Antonio Candido.

"Graciliano Ramos atuou em um dos momentos mais ricos da literatura brasileira, e eu me pergunto se não foi o mais rico", diz Antonio Candido, referindo-se a um intervalo dos anos 1920 a 1960. Período iniciado pelo Modernismo, movimento importante do ponto de vista histórico, mas sem impacto naquele momento. "Quando estudamos hoje o Modernismo, temos a impressão de que todo o Brasil estava interessado nele. Foi um movimento pequeno, de grande importância histórica, mas sem muita repercussão."

Nessa abordagem histórica, os anos 1930 trazem o declínio das oligarquias e o lançamento de romances mais acessíveis, abordando a realidade do país, no que se chamou neorrealismo ou neonaturalismo. Naquele momento, Antonio Candido, hoje com 93 anos, morava no interior de Minas Gerais e era um dos jovens que aguardavam com ansiedade a chegada dos livros que eram trazidos de trem e levados à livraria local por um rapaz chamado Batata.

São obras que, na visão de Antonio Candido, representaram uma descoberta do Brasil, sem que houvesse um projeto racionalmente elaborado, mas integrantes do processo histórico. São exemplos de romances que, conforme conta, aproximaram o leitor Antonio Candido do "pobre e do desvalido, da vida do negro, do plantador de cacau, do jagunço". "Começamos a ver o Brasil pobre, esquecido, espezinhado."

Ele conheceu Graciliano em 1947, quando o escritor preparava Memórias do Cárcere, publicado postumamente em 1953, ano de sua morte. Definiu-o como um homem muito educado e de pouca fala. Graciliano era "um militante muito convicto" do Partido Comunista; Antonio Candido, do Partido Socialista. Tempos em que essas legendas se estranhavam. "À esquerda às vezes se odeia mais do que à própria direita", lamenta o crítico.

Em resenha publicada no ano de lançamento de Angústia, Jorge Amado disse que soube de gente que não conseguiu passar da página 30 do livro com medo de enlouquecer. "Mais uma vez eu quero dizer aqui uma coisa que já escrevi a respeito de Graciliano Ramos: os romancistas em geral nos dão diversas sensações fortes ou amáveis: nos comovem, por vezes nos fazem chorar, nos revoltam, nos põem melancólicos, enfim, fazem muita coisa. Porém, o romancista de Angústia nos arranca o estômago", afirmou.

Para Antonio Candido, Angústia não é o melhor livro de Graciliano, mas foi recebido com reverência. Ele lembra de um primo que saudou o lançamento da obra como um verdadeiro Dostoéivski. O seu preferido é São Bernardo, que ele acredita ter lido no mínimo 20 vezes. Gosta também do filme baseado na obra, dirigido por Leon Hirszman em 1972. "Othon Bastos nasceu para aquele papel."

"Acho uma sorte extraordinária da literatura brasileira contar com escritores de polos opostos", diz Antonio Candido, citando estilos como o romântico, o barroco e o clássico. "Essa é a grande força da literatura brasileira", acrescenta, destacando o "jogo dialético" que formariam autores como José de Alencar e Joaquim Manuel de Macedo, Machado de Assis e Euclides da Cunha e "o gordo e o magro": Guimarães Rosa e Graciliano Ramos.

Com Rede Brasil Atual