Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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domingo, 12 de janeiro de 2014

12 de janeiro

Hoje ele faria aniversário. Faz anos, muitos anos que se foi me deixando cheia de não falei, não fiz, não vivi o semeado. Seu nome era Encanto, sobrenome, Solidão. Era poeta, incompreendido e solitário. Muitas vezes, me pediram para falar dele. Nunca pude. Nada lhe faz jus. Todas as palavras são pobres, pequenas e ele as usava tão bem! Em sua boca ou caneta elas se tornavam grandes, justas, perfeitas. Em mim, elas não passam pela garganta. Sua lembrança toma conta de mim e me torna muda. Dói não conseguir lhe fazer o retrato, a homenagem e ele está em mim. Nada me traz tanta frustração que o saber do que não vivemos. Ele se foi sem me dar tempo. Eu precisava amadurecer e ele já sabia tudo. É mais que saudade!
Éramos crianças e brincávamos tão juntos. Éramos jovens e eu não soube mais brincar. Era adulta e estava só, ele já se fora, mas ficou, não sai de mim. Fica me mostrando minha incapacidade, meu tamanho curto.
Na foto, estamos juntos numa época quando ainda eu poderia ter aceitado seu convite de vida. A foto está amarelando e sua imagem ficando mais nítida em mim. Nem o papel me ajuda. Não precisa. A memória é presente. Seu olhar me fala, mas não me aquece, não me acalma. Quero o que já foi sem ter sido. Ele é o meu futuro do pretérito, o meu inexorável, sempre.











Projeto leva para teatro poesia de Drummond, Bandeira e Quintana

Em pleno verão carioca, uma sequência de espetáculos teatrais propõe levar o espectador a um mergulho na poesia. O projeto Trilogia Poética, que ocupa a partir da próxima quarta-feira (15) o Centro Cultural Midrash, no Leblon, zona sul da cidade, apresentará a cada 15 dias uma peça dedicada a um de três grandes poetas brasileiros: Carlos Drummond de Andrade, Mario Quintana e Manuel Bandeira.

A ideia partiu do ator e dramaturgo Marcos França, que pretende com a trilogia marcar seus 25 anos de carreira. “O objetivo é levar ao palco toda a essência desses poetas e desvendá-los para as novas gerações. Mostrar que a poesia está em toda a parte, 'tanto nos amores, como nos chinelos', como dizia Bandeira, ou 'numa moedinha perdida', como Quintana”, destacou Marcos França.

Em sua trajetória, França já levou ao teatro, em musicais de sua autoria, a obra de três grandes compositores da música popular brasileira: Mário Lago, Antonio Maria e Ary Barroso. Como ator, também atuou em peças que abordavam personagens da história do país, como O tiro que mudou a história, sobre Getulio Vargas, e Tiradentes, a inconfidência no Rio, ambas em 1992.

O espetáculo que inaugura a Trilogia Poética no dia 15, às 20h30, é Um homem por trás dos óculos – Um olhar sobre 7 faces da obra de Carlos Drummond de Andrade. Na peça, Marcos França contracena com a atriz Elisa Ottoni para percorrer sete facetas da obra do poeta, incluindo algumas de suas crônicas e trechos de entrevistas que ele deu ao longo da vida.

Já para dar forma à peça Aprendiz de feiticeiro – um encontro poético entre Mario Quintana e sua personagem, Lili, o dramaturgo pesquisou dez livros do poeta gaúcho. “Criei um diálogo com a Lili [interpretada pela atriz Eliane Carmo], personagem recorrente da obra de Quintana. É uma conversa com a filha que ele não teve, com a sua infância”, disse França. O espetáculo estreia no dia 29 de janeiro.

Em Caminho para Pasárgada, que será apresentado a partir de 12 de fevereiro, o dramaturgo e ator usou como ponto de partida o livro autobiográfico de Bandeira, Itinerário de Pasárgada. Depois, 11 livros do poeta pernambucano deram forma ao texto, entre eles Cinza das Horas, Libertinagem e Belo, belo. "A poesia musicada de Bandeira ganha destaque na peça", antecipou França.

Os três espetáculos serão apresentados às quartas e quintas-feiras, às 20h30, com ingressos a R$ 20. O Centro Cultural Midrash fica na Rua General Venâncio Flores, 184, no Leblon, zona sul do Rio.

Fonte: Agência Brasil