Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade
Clic sobre o livro (download gratuito). LEIA E DÊ SUA OPINIÃO

terça-feira, 21 de abril de 2020

Nos 150 anos de Lenin, toleremos Bolsonaro como os russos toleraram os czares



POR GUSTAVO CONDE (Publicado no Blog Nocaute) 21 DE ABRIL DE 2020

Esse é um texto sub-reptício. Ele nasce deliberadamente para enganá-lo, caro leitor. O tom edificante de uma efeméride histórica é uma isca, uma armadilha, um subterfúgio.

Gustavo Conde



Eu poderia até começar dizendo algo do tipo: “Os 150 anos de Lenin nos obrigam a uma reflexão que ao menos roce a dicção revolucionária.”
Mas, não direi. A clandestinidade e o espírito revolucionário me acometeram de tal forma no curso dessa destruição de país, que pouparei o leitor das desculpas esfarrapadas.
A lembrança de Lenin é um espasmo do inconsciente. Eu quero falar de Brasil e de Bolsonaro – e da nossa esquerda perdida. Talvez, seja a melhor maneira de homenagear o político-teórico comunista, que faria 150 anos hoje se a ciência lhe concedesse essa graça.
Homenagear um comunista também me parece tarefa ingrata. Comunistas não se homenageiam: replicam-se os seus gestos revolucionários para libertar o povo da estupidez e da boçalidade.
Feita advertência, vamos ao que interessa.
Quero dizer que não vou assistir o meu país morrer fazendo coro com o ‘narcisismo progressista’ que demonstra uma paciência infinita com Bolsonaro por medo de ‘arriscar’.
De uma certa maneira toda a política partidária brasileira já está morta. Vamos deixar de ser hipócritas.
Era essa a mensagem sintomática das jornadas de 2013, com toda a bestialidade que a caracterizou (até as manifestações bestiais deixam algum tipo de lição).
Como rezam as cartilhas marxistas, a resposta não pode mais partir de quem habita a burocracia partidária, por quem já foi governo (e sabe como funciona tudo) ou pelos acadêmicos, que tentam formular soluções inúteis desde 2015, num português empolado e com pressupostos desmanchando de podres.
A resposta tem de vir do povo. Dessa massa que está sendo esmagada por todos nós que ficamos aqui teorizando a sociedade e cadenciando ações.
Em vez de ficarmos fetichizando Lula, é preciso repetir concretamente seu gesto: construir de baixo para cima uma alternativa de país. De uma certa forma, nós devemos isso a ele.
O caso é que essa resposta não encontra condições para seu surgimento de dentro das hostes partidárias viciadas, gravemente institucionalizadas e domesticadas.
É uma agonia ver um dirigente partidário – de qualquer partido – ou um analista político tentando responder à catástrofe Bolsonaro. Eles acham que ainda existe o debate público dos anos 90, em que havia duas correntes ideológicas minimamente postas.
É o colapso da linguagem e o colapso do discurso (e consequentemente, o colapso da política). Podem tentar os próximos 30 anos e morrerão de velhos.
Quando ocorrem essas injunções históricas de ‘transbordamento’ do sentido, ou é povo ou é morte.
Não há mais condições de temer a palavra “revolução” – a menos que insistamos no destino certo do esmagamento.
O uso da palavra ‘revolução’, de fato, implica em romper com tudo o que está posto. Ela enseja riscos? Óbvio. Mas quando o risco de ‘se manter as coisas como estão’ é maior que o risco da ousadia insurgente, a própria razão rudimentar responde com violência cognitiva: faça.
A resposta deve vir do improvável. A liderança deve ser nova. A lógica de ação deve ser inédita. O discurso deve romper com toda essa massa modorrenta, apodrecida e sabotada (apodrecida porque sabotada) das elites intelectuais narcísicas, que se projetam na linha de frente da paralisia política de turno.
De repente, viramos milhões de FHCs.
É humilhante, mas faz parte.
Oxalá o MST materialize o eterno simulacro que lhe foi imputado pelos balbuciantes conservadores brasileiros e concretize as táticas de guerrilha comunistas que faz os militares brasileiros, vendilhões da pátria, mijarem nas calças.
Alguém aqui tem medo de sangue? Se tiver, parem de ler esse texto. Vai piorar.
Há uma ideia estúpida de que o brasileiro é cordial, boa praça e diligente. A elite quer que se acredite nisso e impõe essa leitura como forma de controle.
Mas o brasileiro é tal qual todos os povos do mundo – talvez até pior, porque todos os povos do mundo aqui habitam: podemos cerrar os punhos e atropelar os genocidas encrustados no poder e a plateia desinteressante do Twitter progressista.
Povo neles. Povo em todos.
O cansaço com a falta de perspectivas bateu e isso é uma ótima notícia – porque nos obrigará a finalmente realizar o primeiro movimento.
Tanta gente despolitizada à solta pode também não ser o fim do mundo (como a ‘gente politizada’ de turno faz parecer ser): motoristas de Uber, entregadores de iFood, ’empreendedores’ de si, estudantes secundaristas, moradores de rua, pescadores, pequenos agricultores… É dessa gente que virá a resposta para que assassinemos o imobilismo (e não dos profissionais de ‘home office’, como este chato, abusado e inconveniente, que não frequenta o clube que o aceita como sócio e que vos escreve).
Nós estamos em um momento muito pequeno-burguês, debochando dos trabalhadores desorganizados que vêm sustentando a atividade econômica do país nos últimos anos, sem uma réstia de ajuda do Estado ou mesmo dos setores ainda sindicalizados.
É bom não subestimar.
Está claro que eles precisam de um líder, alguém que acenda a fagulha – o que não é trivial, mas também não é o fim do mundo.
Basta de Bolsonaro e basta desse discurso caquético dos setores pretensamente progressistas (na verdade, são ‘regressistas’) que ficam ‘ensaboando’ a passagem ao ato como escultores domesticados em suas linhas de produção digital, na dança das frases de efeito e das reflexões autoconfirmatórias.
A experiência da escrita revolucionária não pode ser essa miséria de textinhos bacaninhas cheios de clichês. A escrita precisa incomodar, precisa deixar o leitor em situação desconfortável. Esse é o gatilho, esse é o gesto, essa é a transmutação do texto em ação.
A política morreu. É preciso reinstalá-la em novas bases. O processo para isso é longo. É preciso ousadia, é preciso romper com nossa covardia estrutural, é preciso expropriar o lugar de fala dos agentes políticos entranhados nessa mixórdia brasileira e realinhá-los a uma nova realidade, a realidade revolucionária.
Até pouco tempo atrás, eu acreditava que o Brasil poderia ser reconstituído através do diálogo. Agora, eu não apenas não acredito: eu desejo com todas as forças o tombamento dessa engrenagem política apodrecida, com militares, com Bolsonaro, com Mourão, com esquerda cirandeira, com tudo.
O legado dos revolucionários que romperam com suas estruturas de poder não poderia ser mais atual: a pandemia faz renascer o papel do Estado e faz renascer o papel das revoluções.
Os 150 anos de Lenin devem ser aproveitados não como efeméride apenas, mas como centelha para fazer acordar um povo massacrado como o brasileiro.
Não há mais razões para não sonhar com um Brasil mais justo e mais igualitário, na acepção máxima das palavras.
Eles provocaram e agora é a hora de dar a resposta correta a essa provocação.
Como na Rússia czarista, a solução para o Brasil não é diálogo nem conciliação (nem cordialidade). Bolsonaro nos fez e nos faz despertar a ira.
Como romper com essa cultura de golpes, de desigualdade, de execuções, de jornalismo venal, de vísceras partidárias apodrecidas, de mentiras?
Sinceramente, eu quero que o Brasil seja uma imensa Cuba e que esses empresários bastardos que nos esmagam e debocham da nossa cara sejam expropriados e enviados para Miami.
Aí sim, poderei dormir com tranquilidade.

Nota do blog: Publicado, aqui, copiado do NOCAUTE por absoluta concordância com cada palavra.  Meus agradecimentos ao Nocaute e, é claro,ao Conde por expressar meus sentimentos, com tanta maestria.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Seu sobrenome é liberdade e está isenta da quarentena




Dona Pandá está morando em uma pequena chácara. Sua casa fica atrás da casa da proprietária, sua irmã Marcolina. Ambas, pela idade, fazem parte de um grupo de risco frente à pandemia. Estamos falando de duas velhinhas? Bem, vejamos o que vocês acham
.
Há muitos passarinhos na chácara, pois o pomar os chama com as bananas, as jabuticabas, as seriguelas, as romãs, as mangas e muitas outras. Há ainda casinhas espalhadas em vários cantos, abastecidas, diariamente com alpiste e quirera, pelas duas habitantes humanas. Nas castanheiras, a disputa é entre os macaquinhos e os esquilos. Enquanto eles brincam e brigam nos galhos lá em cima, cá embaixo, Lau e Bela latem e querem subir nas árvores para pegar os ladrões. A algazarra atinge uma escala de decibel incômoda para os moradores das chácaras vizinhas.

Marcolina, paisagista que é, oferece suas centenas de flores aos beija-flores que não se fazem de rogados e passeiam pra lá e pra cá em bailados encantadores. São flores em vasos, em pequenos e grandes arbustos e, ainda, em grandes árvores, como os flamboaiãs.

Devido ao confinamento obrigatório, a mana caçula – Bernardina - veio ficar na chácara. Como é médica aposentada, mantém um rigoroso controle sanitário. As atividades das chacareiras se fazem sentir o dia todo fora da casa e, ainda, têm tempo para as gostosuras do fogão mineiro. A rotina inclui o cuidado com as plantas - abarcando aí jardim, pomar e horta -, com o minhocário e com as cadelinhas. No cuidado com as plantas estão também seu preparo para a secagem e as tinturas. Com a atual situação da pandemia, a preferência tem sido plantas que fortalecem o sistema imunológico, como pariri, moringa, inhame, batata doce roxa, abacaxi, limão, cúrcuma e alho que se transformam em comidas levadas à mesa em preparos bem criativos. Os chás também se fazem presentes, apesar dos protestos de Marcolina que prefere o café.

Pela manhã, Bernardina faz sua caminhada. Marcolina, de vez em quando, acompanha e Dona Pandá dá conta de sua ginástica.

À noite, depois que a lida se encerra, as opções caem em um bom filme ou cada uma se isola no silêncio de suas leituras. Às vezes, Bernadina faz, pelo Skype, alguns atendimentos, Dona Pandá escreve um pouco e Marcolina vê notícias na TV.  Bernardina introduziu, há poucos dias, o chá das cinco, com os amigos. Ligam o Skype – convidam os amigos pelo WhatsApp com antecedência – sentam no sofá em frente ao notebook –, tomam o chá e papeiam. Normalmente, o assunto acaba caindo nas plantas. Quando do outro lado da tela, alguém reclama do confinamento, Bernardina entra firme na defesa do fique em casa e Dona Pandá, na crítica à irresponsabilidade do atual governo frente ao Coronavírus. É bastante difícil para ela ficar calada diante das atitudes absurdas do presidente, seus ministros e filhos, não só no que se refere à pandemia, mas também quanto aos direitos e conquistas dos trabalhadores, à política externa e ao despreparo de todo o governo. Ela não se conforma com tanta ignorância.

Dona Pandá tinha o hábito de colocar, na varanda do seu quarto, ração para gatos. Eles se alimentavam e iam embora. Eram ariscos, às vezes, ficavam quietos olhando para ela, escutavam o que dizia e logo fugiam.

Numa noite, Dona Pandá foi acordada com miados cada vez mais fortes e insistentes. Ela se levantou e, percebendo que o barulho vinha do lado da varanda, abriu a porta, acendeu a luz e viu o gato preto que olhava para ela e depois para um volume que estava no chão. Era um filhotinho todo machucado. O gato preto era fêmea e suas tetas apareciam cheias.  Pegou o filhote na boca e levantou a cabeça. Seu gesto era claro. Queria entregar o gatinho para Dona Pandá. Seus olhos súplices transmitiam o pedido de socorro de uma forma inequívoca e veemente. Dona Pandá, comovida, pegou o filhote, entrou na casa à procura de um pano para enrolar o bichinho que tremia, tremia. A mãe – só podia ser a mãe – foi atrás, acompanhava muito atenta e em silêncio Dona Pandá. Esta limpou as feridas com soro fisiológico, percebendo que o animal era quase recém-nascido, mas os ferimentos não tão graves quanto pensava. Colocou pomada de calêndula e o enrolou num cobertor dobrado. Sentou-se com ele no colo. A gata - que passou a ser chamada de Maria – pulou para cima do sofá e começou a lamber aquela cabecinha e, depois de algum tempo, lambeu a mão de sua protetora, olhando para ela. Dona Pandá, muito devagar levou a mão e fez um carinho, chamando-a pelo nome que acabara de lhe dar. 
A gata deitou-se e a mulher depositou o gatinho ao lado da mãe, enquanto providenciava uma cama num canto. Colocou uma almofada grande, antiga cama de um dos cachorros que já se fora, cobriu-a com cobertor, pegou o gatinho e o colocou lá. Ele ainda tremia, mas bem pouquinho. Maria foi depressa deitar-se ao lado, parecia querer lhe dar o peito para alimentá-lo. Não conseguiu e ficou quieta, encostada no embrulho que era seu filhote. Depois de algum tempo, o pequeno estava imóvel, assustando Dona Pandá que chegou a pensar que ele tivesse morrido. Com todo cuidado, verificou que ele respirava e sua quietude era porque havia deixado de tremer e dormia. A gata também se acalmou e a mulher voltou para cama.

Na manhã seguinte, Dona Pandá acordou com o chamado de Maria que, quando viu a porta aberta, saiu correndo e foi até onde havia terra para fazer suas necessidades. Na volta, comeu, bebeu muita água e foi para perto do filhote, chegando muito perto para amamentá-lo. Ele parecia não querer outra coisa a não ser dormir, mas a mãe, com as patas mexeu com ele até que a fome deve ter aparecido e conseguiu mamar. 

Dona Pandá ligou para o veterinário que cuidava de Lau e Bela, mas foi informada por uma gravação que a clínica, por motivo de segurança devido à pandemia, estava fechada, com a ressalva de que, em caso de emergência, poderia dispor do atendimento ambulatorial e fornecia um telefone. Dona Pandá foi novamente verificar como estava o filhote, achando-o quietinho, parecia dormir novamente, sem tremedeira. Já tranquila, foi contar para as manas que vieram ver os visitantes felinos. Quando Bernardina chegou perto, Maria não gostou, arreganhou os dentes, rosnou, deixando claro que no seu filhote ninguém pegava. Elas saíram e Maria se acalmou, mas parecia ainda desconfiada.

Dona Pandá ligou para sua amiga Cláudia, que é a melhor veterinária do Planeta – nem pensem em discordar – e pediu orientação. Cláudia ensinou o passo a passo dos cuidados necessários com o filhote e com a mãe. Maria pariu sem assistência e deveria receber uma alimentação reforçada. Com a restrição imposta pelo Coronavírus, lá se foi Dona Pandá para a cozinha preparar o reforço para a nova mamãe.

Após uma semana, o Bilu – foi Marcolina quem deu o nome – andava ainda cambaleante, mas já curioso. Mais um mês e os dois passaram da condição de visitantes à de moradores.   Como liberdade é o sobrenome de todos os gatos, foi aberto um buraco na parede da casa para que Maria e Bilu saiam e entrem quando quiserem, sem restrição de quarentena, mas tendo de passar por um pano encharcado de solução desinfetante.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

O Ouriço-cacheiro do Norte




Dona Pandá abriu seu celular e a primeira notícia que viu a fez dizer um palavrão.  Achando pouco expressivo, sentou-se e ficou pensativa, entrei na sala e a vi com uma cara tão estranha que me assustou.

- O que foi, Dona Pandá?

- Estou procurando um palavrão que me ajude a botar pra fora e a dar a dimensão da minha perplexidade diante da notícia que acabo de ler. Não consigo. Nada é de acordo. Nada é suficiente.

- O que é? Que notícia a deixou tão perturbada?

- Não sou assinante do Estadão, mas um amigo, indignado, me passou o link  da matéria, cujo  título é “Trump despacha força naval para a Venezuela”. O filho de uma égua (Ai, dona égua, me desculpe, é que não sei que epíteto colocar no cara, daí escapou, mas sei que tanto a senhora, como seu filho são muito superiores a ele) pensa que o mundo é seu quintal. Veja a notícia!

Dona Pandá estava mesmo transtornada! Achei melhor desconversar: - O sr. Melquior lhe mandou a muda da pimenta ... – Dona Pandá me interrompeu

- Pimenta! Alguém deveria reunir uma turma e passar pimenta malagueta nos olhos do cara, não só nos olhos, mas também lá embaixo, pra não deixar o maldito sentar. Imagina o bicho... Ah! Descobri o nome perfeito para ele: ouriço-cacheiro. Basta chegar perto para ser arrasado com seus espinhos que entram e para sair é fogo. É isto mesmo. Acertei. Veja como o Houaiss define o ouriço-cacheiro:

 design. comum a diversos pequenos mamíferos da fam. dos erinaceídeos, da ordem dos insetívoros, encontrados na Europa, África e Ásia, com o dorso coberto por espinhos curtos e lisos e as partes inferiores por pelos; ouriço-cacheiro [Podem-se enrolar formando uma bola, o que lhes garante proteção contra predadores.]” Temos que corrigir:  também é encontrado no Continente Americano.
E a definição de cacheiro complementa:
“que ou o que dissimula ou engana, ou é ardiloso, astuto”

Então, estamos combinados – continuou exaltada Dona Pandá - o fulano do Norte é o ouriço-cacheiro mor. Apesar de este bicho ser também superior àquele a quem estou assim denominando, ao bicho não vou pedir desculpas – como fiz com a dona égua - porque tenho minhas múltiplas quizilas com os torturadores dos meus cachorros.

Preocupada com a saúde de minha amiga, pedi que ela se acalmasse, mas Dona Pandá estava de fato muito encolerizada e continuou bradando aos ventos já que não havia uma multidão para ela demonstrar sua putice.

- O ouriço-cacheiro do Norte quer dominar o mundo. Tem as suas preferências e prioridades: aqueles países, onde as riquezas - petróleo é a prioridade máxima – estão lá para serem levadas por ele, é claro. Os países ativos e altivos são seu prato principal. Não tem pudor nenhum em deixar claro seus interesses. Para se apoderar das riquezas alheias usa os instrumentos que estiverem ao alcance. Se não estiverem, ele paga para ficarem. Neste caminho, usa e abusa de sua crueldade e poder.

- Nossa! Dona Pandá, não está exagerando um pouco?

- Exagerando?! Cuba permanece sendo boicotada economicamente até deixar a Ilha em dificuldades. Ele é tão perverso que utiliza seu poderio para impedir até que os médicos cubanos ajudem os países que estão precisando urgentemente desses profissionais, reconhecidamente os melhores. Com o Brasil, seu país foi mais sofisticado. Treinou juiz e procuradores para impedir que partidos progressistas voltassem ao poder. Estes partidos têm a independência nacional como valor a ser defendido, então não servem.

- A senhora está se referindo ao Moro e à equipe da Lava Jato?

- É claro! Todo o pessoal foi bem dirigido. Aí entraram a parte didática e a remuneração implícita. Tudo que levou àquela famosa frase do Jucá:”com Supremo, com tudo”. O impedimento da honesta presidenta, a prisão do Lula, num processo vergonhosamente equivocado na forma e no conteúdo.

- Dona Pandá, se o Haddad tivesse ganho as eleições ... – Nem consegui completar a frase, Dona Pandá quase cai da cadeira com o pulo que deu. Pensei que fosse me agredir.  Era o gato que passava entre seus pés e ela quis pegá-lo.  Ai, ainda bem.

- Pois aí está outra do Norte. Seu dinheiro comprou nova modalidade de fraude nas eleições, a digital, o uso descarado de robôs, algoritmos e outras falcatruas. Fizeram ser eleito o cara que lambe as botas do ouriço-cacheiro e desavergonhosamente o obedece. Entrega nossas riquezas e promove o sofrimento dos brasileiros.  Esse cretino tem seguidores, os brasileiros que o elegeram e que têm os mesmos valores, pois viram o Bozonero dizer que é a favor da tortura.

- Dona Pandá quer um chá de camomila com melissa?

- Quero.