Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade
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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Pablo Neruda conta história de Luis Carlos Prestes

Luís Carlos Prestes morreu em 1990 de causas naturais. O poeta chileno Pablo Neruda, em seu livro Canto Geral, que retrata a história da América Latina do ponto de vista dos povos colonizados, chamou em um poema Luis Carlos Prestes de "Claro Capitão". Neste curta você vai reviver o primeiro encontro do poeta com o Cavaleiro da Esperança e descobrir outros segredos de Neruda.

O filme pode ser visto em:http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=29&id_noticia=201780


(Fonte: Mandala Filmes)

Polêmica com Luiz Fux alerta Senado sobre impeachment de ministro do STF



Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux encontra-se na alça de mira de parlamentares tanto da oposição quanto da base aliada. Fux encontra-se sob fogo pesado, após afirmar a jornalistas que pediu a autoridades dos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff para ser indicado à Corte Suprema. Segundo o ministro-chefe da Secretaria da Presidência da República, Gilberto Carvalho, em recente entrevista, “sem que ninguém o perguntasse”, Fux garantiu que “mataria no peito” o julgamento dos líderes de esquerda envolvidos na Ação Penal (AP) 470, encerrado na semana passada com todos os votos do ministro contrários aos réus.
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Impeachment
Diante do fogo cruzado, no qual integrantes da oposição ao governo federal também questionam os últimos pronunciamentos do ministro, o jornalista Paulo Henrique Amorim, apresentador de um jornal da rede de TV aberta Record, e editor do blog Conversa Afiada adiantou, nesta terça-feira, que na volta do recesso parlamentar, o Senado deverá votar o impeachment do ministro do STF Luiz Fux.
Amorim, em texto publicado na véspera, questiona: “Os votos do Ministro Fux estão irremediavelmente sob suspeita. O depoimento de Gilberto Carvalho o incrimina de forma inequívoca. Como é que um ‘candidato’ (…) a Ministro do Supremo visita um Ministro de um Governo petista e promete a este Ministro petista que ‘tomaria uma posição muito clara’ num processo que ‘não tinha prova nenhuma’ e incriminava líderes? Onde é que nós estamos? Com quem mais ele fez campanha? Com o Daniel Dantas? Com o Padim Pade Cerra?”.
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“O Requião diz que o Congresso transformou-se numa ameba, porque tem o rabo preso. O Collor denunciou um Procurador Geral que chama de chantagista e prevaricador, como quem pregasse no deserto. Tem o PT vermelho, do Marco Maia, que disse não ao Barbosa e, certamente, contribuiu para que a Democracia caísse na cilada do Gurgel. Mas, tem também o PT amarelo, o ‘Odarelo‘. Esse PT Odarelo é o que, aparentemente, predomina no Senado. E, nesse intervalo natalino, o próximo Ministro do Supremo deve estar a prometer ao Felipão, ao Faustão e ao Gilberto Carvalho que vai ‘matar os tucanos’ com um tiro no peito”, concluiu Paulo Henrique Amorim. 

Vejam a íntegra da matéria em:
http://correiodobrasil.com.br/noticias/politica/polemica-com-luiz-fux-alerta-senado-sobre-impeachment-de-ministro/563401/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=b20121227

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Flores amarelas da Chácara Xury


        Para as pessoas do meu bem querer
      
       Hoje, quando de minha andança com os cachorros – Bia, Bei e Pretinho – percebi que o momento, na Chácara Xury, era das flores amarelas. Estão trazendo uma vibração energizante e me oferecendo uma beleza convidativa. Convidam a uma reflexão. 
         Nos últimos anos, pessoas muito queridas se foram, o País esteve no fio da navalha, pessoas também muito queridas estiveram em dificuldades, mas pessoinha nova acaba de chegar. É a primeira reunião no natal de minha família de que não participarei. Ainda tenho a grande pendência com o INSS que me traz os sentimentos terríveis de injustiça e impotência, porém, aí, bem paralelo, me chegou a viabilidade - por meio de um gesto de muito amor e generosidade - de permanecer no ponto que construí.
        
As    As  flores amarelas parecem trazer uma mensagem que não fala do negativo. Elas são energia vibrante, elevam. Na mitologia africana, o amarelo é a cor de Oxum, a dona das águas doces, do ouro. É a mãezona, a grande protetora, um orixá positivo.
    
          As pessoas queridas que nos deixaram estão tão presentes em mim! Há muita saudade, mas estão me preparando, a me dizer que nada é para sempre. Na família, sou a bola da vez, sou a mais velha. Gostaria  que minha partida não fosse na cama. Para isto ando tomando cuidados. O passar dos anos me marcou, como não poderia deixar de fazer, mas continuo recebendo estes fluidos, vindo da natureza deste meu lugar e dos corações amigos que me fazem sentir tanto a vida.
         
        Nosso País parece ter evitado uma crise institucional e acredito que terá um desempenho sócio-econômico medíocre, mas nem tanto. Quero crer que estamos caminhando devagarinho para um amenizar das desigualdades.  Temos que acreditar no bom senso dos três poderes, na capacidade de luta da população e no seu discernimento. Temos uma mulher nos liderando e sua sensibilidade e memória nos conduzirão por caminhos mais justos. Nosso parlamento pode ter acordado e,  quem sabe, ainda fará a sua parte. Os juízes, depois do descanso, sem os holofotes, podem perceber e desempenhar seu papel de uma forma mais sensata e independente.

       

     As pessoas queridas que lidaram com maiores dificuldades estão no caminho da saída e conseguirão, são fortes, corajosas, batalhadoras. A elas envio minhas boas energias que, carregadas de intenso amor, ajudarão puxar em sua direção as forças do Universo.


     À pessoinha de chegou já lhe enviei minha bênção e a certeza de que todo o amor que a recebeu só pode ter um resultado, a felicidade.

      
      Minha pendência com o INSS, preciso acreditar que 2013 será o prazo da solução. Sobretudo preciso acreditar que esse órgão, que deveria ser o primeiro a defender e apoiar os idosos, sairá de sua redoma e se democratizará, com justiça. Preciso acreditar que nossa contribuição será destinada às aposentadorias.

       Assim, as flores amarelas são o presente mostrando o belo, trazendo para a Chácara Xury uma energia solidária que irá alcançar as pessoas a quem quero bem. As flores amarelas são generosas em inspiração. Olho para elas e sinto paz, alegria por estar aqui e poder desejar compartilhar com meus amigos queridos as maravilhas da vida. A eles ofereço as flores amarelas da Chácara Xury. Permito-me sonhar que esta energia da cor do ouro e que está na sua bandeira cobrirá nosso Brasil.           


     










        Salve 2013, o ano das flores amarelas!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Berinjela para mestres habilidosos



Dona Pandá continua com o objetivo de não deixar os produtos da horta
perderem com a chuva incessante. Berinjela, tomate, pimentão e pepino
são os que estão chegando, pelas mãos de Vanderlei. Sabendo do aperto
de Dona Pandá na cozinha, ele vem com a gamela cheia e antes que lhe
digam qualquer coisa, vai logo se desculpando:
- Se ficarem nos pés vão apodrecer. A pobrezinha da alface já se foi, suas folhas melaram tudo.


Vanderlei e sua bela gamelaHoje, Dona Pandá resolveu experimentar uma receita(1) que a mana sábia lhe passou por telefone.

Ingredientes: berinjela, tarine e temperos a gosto.
Jeito de fazer
Depois de higienizar a berinjela, espete-a num garfo, preferentemente de cabo longo. Leve ao fogo, girando o garfo para não deixar queimar. Quando a berinjela estiver assada, ela muda a consistência, ficando mole, retire a pele, amasse-a, coloque os temperos e uma colher de chá de tarine, misture bem. Coloque em um vidro, tampe e guarde na geladeira

Esta pasta vai bem com torradas, pão integral e, claro, com cerveja do Alívio Gelado (11 2812 3338/www.aliviogelado.com.br). 

Pois bem, a receita está aí. Agora, Dona Pandá já avisa (quem avisa amiga é) não é para qualquer um. Trata-se de uma receita que demanda muita habilidade. Passei certo apuro para me manter séria, enquanto Dona Pandá lutava com o garfo e a berinjela. Inicialmente, tudo estava indo conforme a receita, de repente, começou a sair fumaça e um cheiro de queimado. Alguém que passava por perto, gritou:
- Vire o garfo. – Imediatamente, veio a resposta:
- O que você acha que estou fazendo?
- Não está virando com a velocidade necessária.

De fato, nossa mestra cuca descobriu que de um lado estava pegando fogo, enquanto de outro, não havia sinal de alteração na cor da fruta. Corrigiu, no maior silêncio, o ritmo das viradas e toda contente achou que estava tudo como gosta, sob seu controle. E outro de repente apareceu para lhe tirar o sossego, a berinjela se espatifou no fogão. Correria para apagar o fogo. No atrapalhado da situação emergencial, nossa amiga pegou, sem qualquer proteção para as mãos, a fruta preta, deu um berro e a pobrezinha (da fruta...) foi parar dentro da pia (ainda bem que estava limpa). Os dedos da distraída (ou seria mesmo incompetente?) ficaram vermelhinhos. Turrona, de dedos queimados, continuou a operação. Conseguiu colocar a berinjela num prato e com o auxílio de um garfo menor e uma faca foi tirando a pele, percebendo que alguns potinhos pretos ficaram. Então, com uma colherzinha, depois de alguns minutos, achou que estava livre deles e começou a amassar a fruta que pôs resistência ao garfo, era a pele que fora retirada apenas a película exterior, restando ainda uma outra. Aí a cheia de dedos vermelhos resmungou:
- Caraca! não sabia que berinjela tem duas peles. 

 Ficamos no maior silêncio. Esperávamos o prato que, como Dona Pandá - ainda serena, antes de a berinjela mostrar sua personalidade -, havia dito, é muito saboroso. Quero dizer, o prato que a mana sábia fez, em Guarapari quando as duas lá estavam.

Depois dessa última operação, foi possível, enfim, amassar, temperar e misturar o tarine. Na receita, existe o alerta que o prato é melhor  depois de totalmente frio, mas a demora, aqui, neste nosso caso, foi tal que já estava no ponto de degustar.  Foi o que fizemos, com muito prazer.

Acho que os dedinhos vermelhos foram totalmente esquecidos. (é claro, que ninguém ousou tocar no assunto). É, de fato, um patê gostosíssimo!
Quem tiver habilidade um bocadinho mais que a da Dona Pandá pode fazer que a delícia é garantida. 

(1) Contribuição, com a maravilhosa receita, de Meiri Lemos Cintra, a quem a Chácara Xury muito agradece.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Receitas para Marcela conservar sua beleza

Dona Pandá foi visitar Marcela, uma garota muito bonita, vaidosa. Como poderia não ser se todos vivem falando de sua beleza? Tem 19 anos, cabelos castanhos escuros, compridos, mas nem tanto, lábios carnudos, sensuais em demasia, maçãs do rosto quadrado bem desenhadas, sobrancelhas quase retas e cheias. Sua pele é morena, aquela cor gabriela de que os homens dizem da cor do pecado. Aliás, Dona Pandá é de opinião que o pecado tem, então, uma bonita cor. Marcela é quase magra demais, não pode emagrecer um grama que o será.  
O motivo da visita tem tudo a ver com a vaidade da moça. Ela foi pedir à Dona Pandá uma receita para seu cabelo ficar mais sedoso e também para limpar e hidratar a pele. Disse que não quer ficar cheia de rugas, causando a quem a ouvia risadas, mas obteve de Dona Pandá sua aprovação:
- Está certa. Os cuidados com todo o corpo devem ser sempre e não apenas quando as rugas já instalaram, os cabelos branquearam, a pele perdeu o viço e os músculos já não seguram nada. Vou preparar suas receitas e depois vou levá-las para você que terá de me pagar.
- Ai, mas eu não tenho grana! – Respondeu a garota que é bem pobrezinha e seu salário de manicure vai todo para pagar a faculdade. Dona Pandá a tranquilizou, esclarecendo:
- Não quero pagamento em dinheiro, mas estou de olho naquela  bougainvíllia  perto da entrada da sua casa. Você me paga com a muda que vai pedir à sua mãe. Topa? – A garota ficou feliz e o demonstrou dando um beijo na amiga.
Assim, Dona Pandá, sabendo das dificuldades financeiras de Marcela,  preparou seu  pedido com os ingredientes disponíveis nas chácaras.

Aí estão as receitas, eficientes e bem baratinhas.

Para amaciar os cabelos (e outras cositas más)
Ingrediente: Babosa (aloe vera)
Jeito de preparar: Colha a folha da babosa, lave-a com cuidado, retire a parte verde e leve a parte branca ao liquidificador para fazer uma espécie de gel. Passe generosamente nos cabelos e deixe descansar por cerca de meia hora. Lave com shampoo.
Observação: A babosa, além de amaciar os cabelos, ajuda no combate à caspa e à queda. Também é um excelente antirrugas, pois limpa as células mortas, regenerando os tecidos.
Marcela gostou bastante dessa receita por ser multiuso e praticamente não ter custo.

Para limpeza da pele (também tonifica)
Ingredientes:
Duas colheres de sopa de óleo de cavalinha, uma colher de sopa de tintura-mãe de cavalinha, uma xícara de chá de folhas de cavalinhas, uma colher de chá de mel, 10 colheres de chá de argila (que pode ser substituída por aveia) e uma colher de café de chá de hortelã).
Jeito de fazer:
Coloque, em uma tigela, todos os ingredientes exceto o chá, misture até dar o ponto de máscara, coloque o chá. Passe no rosto e deixe por cerca de meia hora, enxágue e seque com amabilidade.

Assim que Dona Pandá falou no óleo e na tintura-mãe, Marcela já reclamou dizendo que não podia comprar. Dona Pandá ensinou a fazer esses dois ingredientes.

Tintura-mãe: Depois de colhida e lavada a cavalinha, soque-a e a coloque num vidro âmbar, despeje sobre a erva  álcool de cereais. A proporção é de três medidas de erva para sete de álcool.

Óleo: Numa tigela bem seca, coloque a cavalinha, que já deve ter sido lavada e secada. Despeje um óleo sobre a erva e deixe em repouso por um mês. Para o caso de óleo que será usado na pele, deve-se preferir o óleo de uva.
Observação: o ideal é deixar o óleo sobre a erva por até quatro meses.

Para hidratar a pele:
Ingredientes: pétalas de rosa, pétalas de calêndula, uma colher de sopa de mel, uma colher de sobremesa de óleo de rosa (pode-se fazer o óleo de rosas como se faz o de cavalinha) e uma ampola de Arouvit .
Jeito de fazer:
Faça uma infusão com as pétalas de rosa e com as de calêndula (Soque as pétalas num pilão de madeira, coloque-as um recipiente e despeje sobre elas água fervente, tampe e deixe por uma hora, filtre antes de usar). Coloque os ingredientes, um por um, em  banho-maria, mexendo sempre, por último, depois de a aveia estar cozida, coloque o Arovit.  O creme deve ser conservado em geladeira.
  

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Para aproveitar a colheita obrigatória


As plantas são seres harmoniosos, equilibrados e exigem cuidados, sobretudo com sua alimentação, proporcionais às necessidades, nem mais, nem menos. Não gostam de carência: nada de fome, nada de sede. Também não apreciam o desperdício.

Dona Pandá está procurando o meio de comunicação com São Pedro, o dono das águas do céu. Será que alguém pode passar um recado? É urgente e em nome dos produtores de hortícolas. - São Pedro, tenha mais cuidado nos seus cálculos e ações ao mandar daí do alto água para cá na terra, faça-o comedidamente. As plantinhas estão se afogando! Tome tento, Santo das chaves e das chuvas! Vai um bom conselho: procure ajuda da mãe das águas doces, a grande Oxum, ela é sábia e protege seus filhos, pode lhe dar uma força para segurar essas chuvas e despejá-las com mais sabedoria.

Vanderlei – o encarregado da horta na Chácara Xury – chegou na cozinha de Dona Pandá com uma cesta cheia de berinjelas, tomates, pimentões, abobrinhas, pepinos e foi logo se justificando:
- Se deixar nos pés vão apodrecer com essa chuvarada.

Dona Pandá percebeu que não tinha escolha, o fogão a esperava.  Lembrou-se, então, de uma receita que o pessoal do Alívio Gelado (11 282 12 3338/ www.aiviogelado.com.br) lhe dera. Ela faz questão de compartilhar a receita, pois parece agradar a muitos.

Receita de tira-gosto Alívio Gelado  
Ingredientes:
berinjela, pimentão, tomate, temperos (sal, cebola e alho roxos, tomilho, orégano, vinagre e azeite).
Jeito de fazer:
depois da higienização dos ingredientes, pica-os em fatias finas, misture-os bem com os temperos, exceto o azeite e o vinagre. Coloque tudo numa assadeira tipo tabuleiro e leve ao forno com temperatura baixa (mais para cozer que assar). Depois que a mistura estiver no ponto (bem macia), deixe esfriar e misture o vinagre (pouco) e o azeite (muito). Em seguida, coloque em um vidro com tampa eficaz, colocando mais azeite. Feche bem e leve à geladeira para amadurecer por uns três dias. Sirva com pão e, segundo o pessoal do Alívio Gelado, com cerveja geladaça.

Voltando à questão das plantas, quando falta chuva, há necessidade de generosas irrigações, o que aumenta os custos da lavoura com mão-de-obra e combustível para as bombas que levam a água até os canteiros. Aqui, estamos sendo bem otimistas, pois não queremos pensar na estiagem que chega à falta de água nas fontes. A colheita exige cuidados com os horários. Se for feita durante o Sol a pino, as verduras ficam murchas, feias e serão rejeitadas pelos compradores, prejuízo para os produtores.

Quando as chuvas passam da conta, como o Vanderlei já disse, as verduras e os legumes apodrecem antes da hora, prejuízo do produtor.
Quando vamos à feira, não temos ideia do caminho percorrido pela bela alface ou pelo suculento tomate.  A forma que o produtor tem para poder fornecer seu produto sempre e com boa qualidade, exigência natural do consumidor, é produzir em estufas e o investimento é grande. Poucos, na região de Ibiúna, grande fornecedora para a CEAGESP, têm condições de arcar com os custos de uma plasticultura. Está aí o motivo dos aumentos de preços da feira.
Dona Pandá ainda queria falar das outras dificuldades do pequeno produtor de hortaliças, como a falta de assistência técnica, as péssimas estradas, a falta de financiamentos, mas isto fica para outro dia.

O que podemos aprender com hippies e punks

 Rafael Azzi

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O consumo tem se consolidado como o objetivo central da vida pessoal, arregimentando as esferas do lazer, da cultura, da vida social e familiar. Osshoppings estabeleceram-se como novos templos de dedicados súditos, espaços nos quais as pessoas reúnem-se, consomem e passam seu tempo livre. Entretanto, deve-se observar que, ao contrário dos antigos templos e das praças públicas, nosshoppings a vida social se empobrece e é reduzida ao simples ato solitário de comprar.

Porém, o consumismo nem sempre triunfou sem oposição. Algumas vozes dissonantes surgiram no decorrer do século 20. Dentre elas, as mais expressivas estão ligadas à cultura hippie nos anos 60, e do movimento punk, nos anos 70.

A cultura hippie floresceu nos anos 1960 nos EUA, epicentro do consumismo. Os hippies rejeitavam as hierarquias e as instituições estabelecidas, contestavam os valores da classe média, opunham-se às armas nucleares e à guerra e eram comumente vegetarianos. Eles utilizavam-se de artes alternativas como o teatro de rua e o rock psicodélico para expressar suas ideias e valores. Opondo-se à política tradicional, cultivavam ideias não doutrinárias e libertárias em favor da paz, do amor e da vida em comunidade.

Desiludidos pela sociedade moderna extremante individualista, egoísta e competitiva, decidiram viver em comunidades próprias e independentes, adotando um estilo de vida coletivo que estimulava a cooperação e a comunhão com a natureza. Nessas comunidades, as decisões são consideradas coletivamente, não havendo hierarquias, e todos os participantes exercem alguma função. Adota-se como prática o cultivo dos próprios alimentos e o comércio ocorre entre os moradores através da troca ou da permuta.

Já a cultura punk surgiu nos anos 70 nos EUA e na Inglaterra. Ela se caracteriza por ser um movimento extremamente urbano que, de forma ampla, defende uma visão anarquista centrada na autonomia do indivíduo, opondo-se à mídia tradicional, ao Estado, às instituições religiosas e às grandes corporações capitalistas.

A primeira manifestação cultural do punk foi no âmbito musical. O punk rock surge como a retomada de um estilo autêntico, no qual o mais importante é a expressão individual, pois os membros estavam profundamente decepcionados com a cena do rock que, na época, se mostrava vinculada à grande indústria da música. O showbizz americano e inglês tinha como preocupação produzir estrelas e divulgá-las em grandes shows, criando artistas que, na visão dos punks, careciam de autenticidade. Assim, a cultura punk começou a produzir músicas curtas e bastante simples, tocadas com pouco mais do que três acordes, sendo facilmente reproduzidas por qualquer pessoa sem formação musical. Essa concepção musical tinha como objetivo instigar outros jovens a criar suas próprias bandas. Surgia então uma grande expressão do anticonsumismo: a cultura do “faça você mesmo” (do inglês do it yourself – DIY).

O princípio do “faça você mesmo” relaciona-se ao questionamento tanto da necessidade de comprar coisas quanto dos processos existentes que impulsionam a dependência do indivíduo às estruturas sociais vigentes. De acordo com a cultura punk, os indivíduos podem se expressar e produzir trabalhos sérios, ainda que com recursos limitados. As bandas punks gravavam suas próprias músicas, produziam e distribuíam os álbuns, e se apresentavam em garagens ou em porões, evitando o controle das grandes corporações e assegurando a liberdade de suas performances. Suas ideias circulavam através de fanzines, isto é, publicações caseiras realizadas, editadas e distribuídas por fãs.

Aparentemente, esses dois movimentos culturais perderam a força inicial após alguns anos, tendo sido, de certa forma, assimilados pela moda e pela sociedade consumista, ainda que isso soe paradoxal. Entretanto, pode-se afirmar que suas ideias demonstravam força suficiente para, cinquenta anos depois, ressurgirem como uma possibilidade alternativa à atual cultura de consumo.

Na verdade, longe de estarem esquecidos, muitos desses valores permanecem na nossa cultura em áreas inusitadas. É possível afirmar que a contracultura dos anos 60 promoveu o desenvolvimento do computador pessoal e a organização da internet. A concepção de uma grande rede mundial sem fronteiras, sem qualquer autoridade central, na qual indivíduos são livres para compartilhar informações, deve-se à influência hippie da cultura americana. Os valores hippies baseados nas ideias de comunhão e de colaboração mostram-se cada vez mais presentes no mundo virtual e tecnológico. Exemplo disso são os sites de construção coletiva estilo wiki; bem como os softwares livres e de código aberto, nos quais todos podem contribuir livremente e de forma espontânea para o desenvolvimento, o compartilhamento, a edição e a difusão de ideias e de conhecimento.

Na sociedade contemporânea, a internet permite o compartilhamento de ideias, tornando-se um instrumento capaz de estimular novas formas de consumo e de conexão entre as pessoas. A noção de consumo colaborativo vem crescendo em meio à troca de ideias, pondo em cena práticas alternativas que envolvem trocar, emprestar, reusar e revender objetos. Torna-se cada vez mais comum grupos que se organizam e se reúnem a fim de trocar roupas, brinquedos e livros; planejando caronas; compartilhando carros e aparelhos eletrônicos; praticando a permuta de serviços; fazendo uso do sistema de book crossing ou couchsurfing. As atividades são realizadas e negociadas diretamente entre as pessoas, estimulando os laços de comunidade e permitindo viver bem com menos dinheiro. Em tais práticas, o indivíduo é valorizado pelo modo como interage com a comunidade, marcando o surgimento de um novo tipo de capital: o capital social.

O movimento do “faça você mesmo” hoje é mais presente do que nunca. Através de vídeos e aulas pela internet, na rede é possível ter acesso a possibilidades infinitas de aprender a produzir e a divulgar suas próprias realizações, fugindo da cultura passiva consumista e buscando a realização pessoal de forma ativa. Hoje pode-se plantar vegetais em casa, fazer cerveja caseira, costurar as próprias roupas e até mesmo produzir objetos manufaturados. A produção pode ser individual ou coletiva, e os objetos podem ser feitos para o próprio consumo ou para a venda, pois o século 21 aumentou a produtividade da produção de pequena escala. Pode-se exercitar a criatividade, desenvolver novas habilidades e talentos e a criatividade em novas formas de produzir bens de consumo. A ética do “faça você mesmo” dá poder aos indivíduos e às comunidades, encorajando o emprego de abordagens alternativas para a solução de problemas.

Assim, observa-se que a sociedade consumista enfraquece os laços sociais, estimula o individualismo, e retira a autonomia dos indivíduos, que se tornam consumidores passivos, cujo único poder é a escolha entre a marca A ou a marca B. Em contrapartida, a cultura hippie e seus ideais fortalecem a ideia de coletividade e de colaboração. O princípio do “faça você mesmo” estimula a autonomia, dá poder e liberdade aos indivíduos.

Um novo modelo cultural pode entrar em cena, criado à luz de ações que priorizam a partilha de produtos e de conhecimentos, a produção de bens de consumo, e o comprometimento crítico por seu modo de vida, a fim de consolidar conexões sociais e comunitárias. Meio século depois do surgimento dos hippies, eles e os punks são mais atuais que nunca: já temos todas as ferramentas que possibilitam promover de uma sociedade mais feliz, socialmente mais justa e ecologicamente sustentável, bem como o desenvolvimento de uma economia de abordagem essencialmente humana, e não simplesmente monetária. Teremos coragem para usá-los?

Veja a íntegra do artigo em:
http://www.outraspalavras.net/2012/12/20/o-que-podemos-aprender-com-hippies-e-punks/

O precedente é perigoso, o aplauso é trágico

Roberto Amaral(1)

A separação de poderes, desde Montesquieu, baseia-se, nas democracias representativas, como a brasileira, em dois polos de difícil equilíbrio, pois uma perna é a igualdade quimérica e outra é a assimetria real, derivada da fonte diversa da legitimidade de cada um.

Pelo menos na teoria, esses poderes, para serem iguais e interdependentes (e não independentes) precisam conviver num sistema de pesos e contrapesos segundo o qual cada um, de per si, limita o arbítrio (e não o poder) do outro. Assim, o Executivo tem seus atos fiscalizados pelo Legislativo, e a legalidade desses atos é controlada pelo Judiciário, que, igualmente, controla a constitucionalidade das leis, cuja elaboração é prerrogativa exclusiva do Poder Legislativo. O Executivo, por meio das Medidas Provisórias, e o Judiciário brasileiro, principalmente na sua fase atual, rompendo com a formação positivista de nosso Direito, teimam em legislar, assumindo poderes que lhes são vedados pela Constituição de que devem ser guardiões.

O Judiciário, no Brasil, também foge à regra, por não conhecer controle externo. Se não conhece a fiscalização a que são obedientes os demais poderes, a quem os atos judiciais estão submetidos? Quem lhe impõe limites? Não se diga que é a Constituição, pois que esta reina sobre todos.

Separando e distinguindo os poderes, e, consequentemente, impondo-lhes limitações, há, ainda e principalmente, a origem de cada um. Ao contrário do Executivo e do Legislativo, o Judiciário, no Brasil, é o único dos poderes republicanos que desconhece a única legitimidade conhecida pela democracia, aquela derivada da soberania popular. Em vez de mandatários da vontade da cidadania, expressa em eleições periódicas das quais derivam mandatos certos, os membros do Judiciário – agora me refiro aos Tribunais superiores, a começar pelo STF –, são nomeados pelo presidente da República; em vez de exercerem mandatos a termo (como os titulares dos poderes Executivo e Legislativo em todas as instâncias) suas investiduras relembram a monarquia, pois são vitalícias.

Ao contrário de governantes e legisladores, são inalcançáveis, o Judiciário como instituição e os ministros como juízes, livres daquele controle externo que eles próprios exercem sobre o Executivo. São como o rei na monarquia: irresponsáveis, isto é, não respondem pelos seus atos.

Açulado por uma direita impressa inconsequente, vem, de uns tempos até aqui, o TSE e, principalmente, o STF, exorbitando de seus poderes, seja julgando para além da lei, seja criando direito novo, construindo a instabilidade jurídica que afeta a segurança dos cidadãos, pois todo o direito vigente pode ser alterado, de cabo a rabo, numa simples assentada – seja a presunção da inocência nos julgamentos criminais, seja o direito de defesa, institutos que nos separam da barbárie.

Sem discutir o mérito das decisões, o fato é que as recentes sessões da Suprema Corte (refiro-me especificamente à novela do “mensalão”) se transformaram em lamentável reality show, donde a espetacularização do julgamento, cada juiz procurando desempenhar seu papel como ator preocupado com as câmeras e a audiência, embora não recebam cachê nem concorram a prêmios. Louvo a transparência para lamentar o conteúdo.

O juiz isento, sereno, incumbido pela sociedade (pela sociedade?) de, em seu nome, julgar, transfigura-se em promotor raivoso, e raivosos, os julgadores se desentendem. No mesmo diapasão das agressões aos réus, desrespeitados, desrespeitam-se e agridem-se entre si.

O que foi feito da liturgia da função nobilíssima?

Tenho para mim que na raiz do empobrecimento do Supremo – que já teve Adauto Lúcio Cardoso, Ribeiro da Costa, Victor Nunes Leal, Hermes Lima e Evandro Lins e Silva – para não falar em Orozimbo Nonato, está a ausência de biografia de seus titulares. Assim, pobres, tentam, cada um a seu modo, construir sua história no exercício da judicatura, e às custas dela; desatentos aos Anais da Justiça, estão voltados para a glória fugaz dos refletores, a confirmar o dito célebre segundo o qual todo anônimo tem direito a dez minutos de fama.

Tudo isso encanta a direita impressa e seu encantamento seduz os atores. Autoritária, preconceituosa e racista, nossa direita não admite a emergência das massas. Isto é o que está na raiz da crise que se procura criar, artificialmente, para deter o avanço social, ainda que seu preço seja a fragilização das instituições democráticas. Nas vezes anteriores, bradando o mesmo cantochão, essa mesma direita (ela não muda) trouxe para as ruas os tanques e, sempre que pode, golpeou a democracia, em nome dela. Foi assim na segunda deposição de Getúlio, em 1954, e na deposição de Jango em 1964.

Presentemente, os tanques estão indisponíveis e as baionetas ensarilhadas, e a chefe do Poder Executivo se encontra protegida por inédito apoio popular. Na ausência de outra alternativa, desmoralize-se a essência da democracia, a política e os políticos, judicialize-se a política, e destrua-se o Poder Legislativo, o mais vigiado de todos os poderes, o mais desarmado de todos os poderes. Destrua-se a política e a derrocada democrática virá por consequência. Essa é a ordem. E foi sempre assim.

Se não é mais possível a ditadura da japona, que venha o autoritarismo da toga.

Ébrios de vaidade, nossos ministros – na sua maioria (louvem-se as poucas exceções) – não se dão conta de que os elogios fáceis são igualmente fugazes e falsos.

Sabe o STF que não lhe cabe decretar a perda de mandato de representante eleito, pois esse mandato foi outorgado pela soberania popular. A perda de mandato é decreto político privativo da instância política. No caso de parlamentar, é prerrogativa e dever da Casa à qual pertença o imputado. Mas, provocando a dignidade de outro Poder, insiste-se em feri-lo e para fazê-lo atropelam a Constituição:

“Art. 55 – Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

6º – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§ 2º – Nos casos dos incisos 1º, 2º e 6º a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de Partido Político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa”.

O fato, inquestionável, de que o STF é o último intérprete da Constituição, não o autoriza a reescrevê-la, para dar sustentação jurídica a uma aberração. Insaciável, Poder que procura crescer alimentando-se do poder dos outros poderes, o mesmo STF decide interferir na domesticidade do Congresso Nacional, quando liminar suprema de um ministro, determina a alteração da pauta de votações, impedindo a apreciação de veto da Presidente da República.

Essas considerações me vêm à consideração após ver e ouvir o voto do nobre e ilustre ministro Celso de Mello, decano da Casa. Sua Excelência não se conteve com o seu voto puro e simples. Resolveu recheá-lo com um discurso inapropriado de admoestações e ameaças ao Poder Legislativo e ao seu presidente.

A quais forças está servindo quem persegue um conflito institucional?

(1)Roberto Amaral é cientista político e ex-ministro da Ciência e Tecnologia entre 2003 e 2004.

domingo, 16 de dezembro de 2012

O perigo é para todos nós

O livro Judicialização da Política, da 22 Editorial, do qual o jurista Luiz Moreira é organizador, reúne artigos, na maioria relativos à Europa, que discutem a questão da tutela da política pelo sistema de justiça. Para ele, a máxima segundo a qual "a Constituição é o que o STF diz" que é" ameaça à democracia e mostra que está em curso "um jogo sofisticado de domínio das consciências. O que vemos é a tendência de se eliminar a política e se criar uma hegemonia do Judiciário com a criminalização da política."

Moreira entende que é preciso dar "o grande passo de desfazer as armadilhas que criam esse ambiente de marginalização da política, que não vivemos por acaso". Como iniciativas no sentido de se desmontar as "armadilhas", ele propõe a criação de um Conselho Nacional Eleitoral, como fez o México, entre outras.

Segundo ele, a hegemonia do Judiciário sobre os outros poderes é uma estratégia de sobrevivência do neoliberalismo. "Vivemos um momento de supremacia judicial sem precedentes", disse Moreira.

Vejam a íntegra da matéria em:
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2012/12/jose-dirceu-e-genoino-questionam-supremacia-do-judiciario-sobre-politica

Salve Elisa!

Chegou quem vai chegar!

Elisa já chega em festa.! 

Festa lá no Japão se estendendo a toda nação corintiana. O goleiro fenomenal fechou o gol do Timão e Guerreiro, numa belíssima jogada coletiva, recebeu de cabeça e mandou a pelota diretinha para o gol inglês. Corinthians campeão!

Festa nas Alterosas com a chegada da garota mais esperada do ano. A cesária foi marcada por algumas incompatibilidades com o parto normal. Dona Pandá desconfia que o pai, o Comandante Gustavo, andou colocando fermento na sopa da mamãe Gabi e Elisa, aflita para conhecer logo este mundo louco, resolveu pressionar o pessoal técnico que marcou, então, sua chegada para às 7:00h do sugestivo dia 16 de dezembro de 2012.

Os preparativos se equipararam aos do Tite e seu time. Vovô Nélio, reunindo a coragem e o talento do lado humano com a tecnologia de ponta do equipamento fotográfico, marcou o momento glorioso da entrada de Elisa nesta atmosfera. Ela veio esbanjando saúde e distribuindo alegria para os que a esperavam no quarto da maternidade: Vovó Milza, Ti’avó Meiri, Ti’avó Mila e Ti’avô Gilbert.

A festa de Elisa também chegou na Chácara Xury e em Sampa. Na primeira, o esperado telefonema da Vovó anunciou Elisa antes da Ti’avó Mian ligar a TV para ver seu Timão jogar. Em seguida, a notícia foi para a Paulicéia compartilhar a alegria com os primos André e Dai.

O Tio Guile fez a festa chegar ao Velho Continente e lá deve estar contando os dias para entrar no avião, atravessar o Atlântico e pegar no colo a garotona.



Elisa, as rosas vermelhas e os jasmins brancos se abriram nesta noite, fazendo, no jardim da Chácara Xury, a festa da sua chegada. O perfume e a beleza das flores anunciam para você uma vida onde o belo vai imperar. Envio-lhe minha bênção, com a certeza de que meus desejos serão a realidade de sua existência: infância longa, alegre e saudável; adolescência fácil e tranquila; juventude de paixões, paz e criatividade; maturidade sábia e produtiva. Toda a sua vida será envolta de amor que você já está recebendo e saberá distribui-lo, fazendo dele sua arma maior.

Que minha bênção seja acompanhada pela de todo o Universo. Elisa, seja feliz!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Dona Pandá: uma taça de vinho em homenagem à esperança ibiunense

A noite não foi sua amiga. Assustada acordou com seu próprio grito. Desentendida por alguns segundos, só conseguia saber da dor que sentia, depois localizou a fonte: o dedão do pé esquerdo. Em meio à dor, enquanto ainda buscava suas causas, teve a mente invadida pela infância e, lá, junto com a irmã, examina o pé de sua mãe. Acham uma linda peça e as duas expressam o fervoroso desejo de adquirir uma pinta na sola do pé, imitando a que veem no lindo pé da mamãe. Dona Pandá sorri complacente e se descuida da dor que, já amenizada pela lembrança infantil, perceber vir do simples roçar do lençol em sua unha encravada.

Após o banho, Dona Pandá havia tentado cortar aquela fonte de sofrimento e, sem competência para tanto, machucou o cantinho que, durante a noite, ignorando o destino das horas de repouso, permitiu o trabalho das bactérias que invadiram seu pobre dedão, inflamando-o. Resolveu, então, se lançar àquelas boas lembranças que, sentindo-se tímidas com a exigência dolorosa, foram-se, não atendendo a seus chamados. Não teve, pois, outra escolha a não ser se levantar e buscar a tintura de calêndula que jogou generosamente no tal cantinho torturador, mas calêndula, sendo um ótimo cicatrizante, não tratou da dor e nem deu conta da sua origem. O jeito foi se distrair com uma boa leitura e tentar relaxar. Com o pé quieto fora do alcance do lençol, acabou sendo alcançada por Morfeu.

Na manhã seguinte, Dona Pandá fez o que deveria ter feito bem antes de ser acordada pelo lençol. Ligou para a podóloga Midori que, informou haver uma desistência para as 15:00h. Neste horário, o dedão já um pouco mais gordinho foi examinado cuidadosamente. Midori é uma profissional muito ágil e sabe o que faz. Ficou quase duas horas e meia trabalhando o pé de sua pobre cliente. Esta tentou empregar a tática das boas lembranças, a respiração profunda, todas as técnicas de relaxamento que conhecia para, num dado momento, pedir água. A assistente da podóloga imediatamente lhe trouxe um copo, explicando que a água não estava muito gelada. Dona Pandá bebeu a água que não havia pedido, como uma nova tentativa de se distrair da tortura.

Começou, então, a conversar. Falou da situação terrível em que se encontra o município em que moram – Ibiúna – completando:

- E depois de dois meses das eleições ainda não sabemos quem vai ser o prefeito. - Neste momento, a compenetrada podóloga, desviou os olhos da enorme lente que coloca entre sua visão e o pobre pé da cliente e disse:

- Ontem, saiu o resultado do TSE, o Fábio foi condenado e, o Professor Eduardo tomará posse. – Dona Pandá ficou tão contente com a notícia que a esperta da Midori voltou a trabalhar o dedão sem que sua cliente gemesse por uns bons minutos.

A Lei da Ficha Limpa foi uma grande conquista do povo brasileiro, no entanto, para grande tristeza e decepção de muitos ibiunenses outros mais votaram no candidato ficha suja Fábio Bello de Oliveira que, apesar de ter sua candidatura impugnada, continuou a campanha e obteve a maioria dos votos. Recorreu o quanto pôde até que o TSE manteve a impugnação. Trata-se de um ex-prefeito que a cidade bem conhece e apesar disso ainda votou nele!

O segundo colocado, Professor Eduardo, apresentou um bom programa de governo, prometendo implantar o orçamento participativo e uma auditoria das contas públicas. É a grande esperança para o povo de Ibiúna, pois o município foi massacrado nas últimas gestões.

Dona Pandá achou que a notícia é, de fato, um bom motivo para se comemorar. Ainda ficará alguns dias com o dedão enfaixado e dolorido, mas tomou uma taça de vinho em homenagem à esperança ibiunense.

Manchete em Paris:“Brasil, o país onde é preciso estar”,

A presença da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Paris, ganhou a atenção dos meios de comunicação e do empresariado francês. Como prova disso, o influente semanário econômico Challange dedicou a capa à visita de Dilma a França. A manchete da publicação não poderia ser mais explícita: “Brasil, o país onde é preciso estar”.

Por Eduardo Febbro, de Paris






A presidenta brasileira Dilma Rousseff prosseguiu quarta-feira (12) em Paris sua dupla ofensiva, ao mesmo tempo política, contra as medidas de austeridade que estão sendo impostas em toda a Europa, e também comercial, com a oferta feita aos empresários franceses para que invistam no Brasil. Em ambos os casos, a partida parece ganha: a política, porque esse é o credo do presidente socialista François Hollande, que propõe uma combinação de poupança pública e investimentos para fomentar o emprego; a segunda, com a sedução do empresariado francês. Como prova disso, o influente semanário econômico Challange dedicou a capa à visita de Dilma a França. A manchete não poderia ser mais explícita: “Brasil, o país onde é preciso estar”. O Brasil, de fato, atraiu a atenção da mídia francesa.

A dupla presença de Dilma e do ex-presidente Lula aqueceu e deu conteúdo ao frio outono francês. Lula participou do Fórum Internacional para o Progresso Social organizado conjuntamente pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean Jaurés sob o lema “Escolher o crescimento, sair da crise”. O ex-presidente disse aos seus interlocutores que a crise era uma oportunidade para repensar a política.

Dilma Rousseff colocou uma carta tentadora sobre a mesa: durante seu encontro com a cúpula patronal francesa, a presidenta anunciou um ambicioso plano de infraestrutura aeroportuária: “os números no Brasil são enormes. Temos a intenção de construir cerca de 800 aeroportos ou mais. Serão construídos em cidades com mais de 100 mil habitantes”. A mandatária acrescentou que “queremos que todas as cidades com mais de 100 mil habitantes tenham acesso a um aeroporto que esteja a uma distância máxima de 50 ou 60 quilômetros do centro”. A realização deste projeto, assinalou, é “uma necessidade importante para o crescimento do país”.

Na mesma reunião com os empresários franceses, da qual participou um representante da ala esquerda do Partido Socialista, no poder, o ministro da Indústria, Arnaud Montebourg, ao lado de seu homólogo brasileiro, Fernando Pimentel, fixou o horizonte dos possíveis investimentos: “temos que buscar a abertura econômica, mas sem que isso signifique aceitar práticas depredadoras no comércio internacional, como vemos acontecer na Ásia”, disse o ministro.

A delegação brasileira surpreendeu os empresários franceses pela firmeza de suas propostas. Neste contexto, a presidenta Dilma criticou duramente as políticas de austeridade e chamou a França a reforçar a colaboração com seu país a fim de “explorar as novas oportunidades que a crise oferece”. Diante do empresariado, em vários momentos com ar maravilhado, a chefe de Estado brasileira expôs sua convicção de que “a redução dos gastos, a política monetária exclusiva e a diminuição dos direitos sociais não constituem uma resposta à crise”. Dilma se baseou no próprio exemplo do passado latino-americano – anos 1980 e 1990 – para defender seu ponto de vista: “ninguém reconhecia que as medidas que aumentavam as desigualdades, o desemprego e a desesperança nos países latino-americanos não levava a parte alguma”.
Em resposta à solicitação de uma cooperação renovada com Paris, o ministro da Indústria francês convidou o Brasil a “utilizar a França como cabeça de ponte” para o mercado europeu. Com respeito à compra ainda suspensa de 36 aviões Rafale, do fabricante Dassault, por cerca de 4 bilhões de euros, a dirigente brasileira precisou que, em função da crise, essa decisão segue suspensa. A história desses aviões é uma espécie de grande montagem organizada pelo ex-presidente francês Nicolas Sarkozy.

Em setembro de 2009, Sarkozy fez uma viagem relâmpago ao Brasil para negociar com Lula a venda dos aviões Rafale. De volta a Paris, Sarkozy deu o negócio por consumado e abriu garrafas de champagne para festejar publicamente o contrato. Nesta época, o entorno presidencial assegurava que os “brasileiros não podiam rechaçar essa proposta”. Na verdade, nada estava concretizado ainda.

A visita de Dilma Rousseff a França serviu também para que o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) interpelasse Paris e Brasília para que ambos ratifiquem e façam entrar em vigor o acordo firmado em 2008 pelos dois países para lutar contra a exploração selvagem de ouro. Em um chamado a Paris e Brasília publicado pelo matutino Libération e assinado pelos responsáveis do WWF na França e no Brasil, o Fundo Mundial para a Natureza denuncia a situação que impera nas fronteiras comuns que França e Brasil compartilham na Guiana: “no coração dessas gigantescas zonas protegidas e dedicadas à biodiversidade e às comunidades locais, um mal profundo se instalou: a febre do ouro”. Para o WWF, a visita de Dilma Rousseff é uma “oportunidade única” para que “se detenha a exploração aurífera ilegal nas zonas protegidas”.

Fonte: Carta Maior

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Mais um prêmio internacional ao ex-presidente que querem derrubar

Lula recebeu esta noite, em Barcelona, o 24º Prêmio Internacional Catalunha.


O prêmio é destinado a pessoas que tenham contribuído com o desenvolvimento de valores culturais, científicos ou humanos. Ao final de seu discurso, Lula dedicou a homenagem: "E gostaria de dedicar esse prêmio, que tanto me emociona, a todas as pessoas que acreditam e lutam por um mundo menos desigual".

Leia a íntegra do discurso e mais informações sobre o prêmio: http://www.institutolula.org/lula-recebe-24o-premio-internacional-catalunha



Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Lula e Hollande lançam o "anti-consenso de Washington"


http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/lula-e-hollande-lancam-o-anti-consenso-de-washington

Autor: Luis Nassif

É um desses paradoxos da história. Enquanto é achincalhado em seu próprio país, em Paris, junto com o presidente francês François Hollande, Lula lança o que será considerado, provavelmente, o mais importante manifesto sobre a governança global desde o "Consenso de Washington", que marcou a vida das nações nas últimas décadas. É o 'anti-consenso de Washington", que deverá servir de base para a reaglutinação da social democracia em nível global.

Mesmo antes da queda do Muro de Berlim, a social democracia estava em crise profunda, desarticulada, sem princípios de ação.

Ontem, em Paris, no “Fórum pelo Progresso Social, o crescimento como saída para a crise”, o Instituto Lula e a Fundação Jean Jaurès, do Partido Socialista francês soltaram documento conjunto para a primeira convocação de fundações políticas e institutos progressistas do mundo inteiro, visando propor uma nova governança global.

Com o manifesto, Lula e François Hollande passam a encabeçar a primeira iniciativa mundial, visando criar um contraponto de governança global ao “consenso de Washington” – que forneceu as bases para o modelo neoliberal que se tornou praticamente hegemônico nas últimas décadas.

Os termos do documento provavelmente marcarão a história da globalização com o mesmo impacto provocado pelo “ Consenso de Washington” no início dos anos 90.

O documento é objetivo, ao afirmar que “a globalização divide ao invés de unir”. Diz que a crise internacional agrava a concorrência entre países e sociedades e atinge principalmente os mais vulneráveis.

A crise afeta todos os países, adia decisões contra o aquecimento global. A falta de uma ação planejada, continua, pode levar a um ponto de não-retorno.

O manifesto propõe uma nova governança global, que minimize os conflitos que permita que “cada nação realize o modelo de sociedade que escolheu”. E os poderes públicos “devem garantir que todos tenham oportunidades de desenvolver suas capacidades individuais”.

Depois, chama a atenção para as mudanças estruturais que estão ocorrendo:

“Mas um novo mundo está em gestação para responder aos desafios sociais, ambientais e políticos da globalização. A sociedade civil mundial se tornou uma realidade tangível. Políticas públicas inovadoras e outros modos de governar surgem em todos os continentes, particularmente nos países emergentes e em desenvolvimento. As instâncias multilaterais também estão se reconfigurando. A constituição do G20 reflete a mudança dos equilíbrios mundiais, mas seu impacto ainda limitado ilustra a dificuldade dos governos de chegarem a um acordo e de agir de forma concreta”.

E termina com uma conclamação histórica:

“Fazemos uma conclamação em defesa da confiança na capacidade humana de se reinventar e do poder criador de nossa sociedade-mundo, para sair definitivamente da crise e construir as bases de um futuro harmonioso que possa ser compartilhado por todos”.


DECLARAÇÃO CONJUNTA DA FUNDAÇÃO JEAN JAURÈS E DO INSTITUTO LULA
A globalização é um imenso desafio com o qual se confronta a humanidade.

Ela tem um poder formidável de mudança para todas as sociedades: a mudança econômica, com a intensificação das trocas; a mudança cultural, pois essas trocas possibilitam a circulação de ideias e a transformação das práticas culturais e de costumes; a mudança política, já que a emergência de preocupações partilhadas exige uma vontade comum de agir e de superar conjuntamente as dificuldades.

No entanto, a globalização, da forma que ocorre atualmente, está longe de satisfazer as aspirações que legitimamente suscita.

A crise econômica internacional agrava a concorrência entre os países e as sociedades. Ela atinge os mais vulneráveis, particularmente os trabalhadores e os jovens. Ela afeta a todos os países, os que estão em recessão e os que estão em crescimento. Ela conduz governos a adiar as decisões necessárias para prevenir o aquecimento global, sendo que a exaustão e a degradação dos recursos naturais corre o risco de atingir um ponto de não-retorno devido à falta de uma ação planejada de forma conjunta.

Sejamos claros: hoje, a globalização divide ao invés de unir.

Isoladas, as políticas de austeridade mostraram seus limites para encontrar a saída da crise. A retomada ainda não esta garantida, ao mesmo tempo em que os direitos econômicos e sociais estão ameaçados. É imprescindível que sejam adotadas políticas de crescimento. Somente assim a globalização poderá garantir o respeito à coesão social e ao meio ambiente.

Uma nova governança é necessária para, de um lado, regular os conflitos entre as nações e garantir a paz e, de outro, permitir que cada nação realize o modelo de sociedade que escolheu. Os poderes públicos devem garantir que todos tenham oportunidades de desenvolver suas capacidades individuais. Devem também trabalhar em prol da perenidade do meio ambiente para as gerações futuras.

Mas um novo mundo está em gestação para responder aos desafios sociais, ambientais e políticos da globalização. A sociedade civil mundial se tornou uma realidade tangível. Políticas públicas inovadoras e outros modos de governar surgem em todos os continentes, particularmente nos países emergentes e em desenvolvimento. As instâncias multilaterais também estão se reconfigurando. A constituição do G20 reflete a mudança dos equilíbrios mundiais, mas seu impacto ainda limitado ilustra a dificuldade dos governos de chegarem a um acordo e de agir de forma concreta.

As respostas às questões colocadas pela globalização não se afirmarão espontaneamente. Elas se construirão pelo diálogo, pelo debate das opiniões dos estudiosos e pela mobilização dos atores e dos povos, no sentido mais amplo.

É por isso que, a partir deste fórum que se reuniu em Paris nos dias 11 e 12 de dezembro, lançamos um chamado para as outras fundações políticas e institutos progressistas do mundo inteiro: vamos constituir a iniciativa “Fundações pelo Progresso Social”. Fiéis à nossa vocação e à nossa missão, vamos nos reunir periodicamente para debater, escutar, propor. Vamos fazer emergir convergências e consensos; vamos nos unir para ter uma influência nos destinos do mundo.

Os riscos que atualmente ameaçam a humanidade são grandes demais para nos focarmos apenas em uma gestão de curto prazo destes problemas.

Fazemos uma conclamação em defesa da confiança na capacidade humana de se reinventar e do poder criador de nossa sociedade-mundo, para sair definitivamente da crise e construir as bases de um futuro harmonioso que possa ser compartilhado por todos.

Comissão Convida FHC e Gurgel para depor


FHC deporá sobre a “Lista de Furnas”?

Por Altamiro Borges


FHC precisa definir se irá ou não aceitar o convite do Congresso
A Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional aprovou hoje à tarde um “convite” para que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso preste esclarecimentos sobre a temida “Lista de Furnas” – documento que circulou em 2005 e que revelou suposto esquema de desvio de recursos da estatal de energia para vários caciques tucanos. Ela também decidiu “convidar” o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para explicar os “vazamentos” da operação Porto Seguro da Polícia Federal.

A iniciativa de “convidar” o ex-presidente FHCpartiu do deputado Jilmar Tatto, líder do PT na Câmara Federal. Conforme justificou no seu requerimento, o pedido visa esclarecer as “informações contraditórias sobre documento relativo a doações a agentes políticos que teriam sido levadas a efeito por Furnas”. Já o “convite” para o procurador-geral foi feito pelo senador Fernando Collor (PTB-AL) e tem como objetivo investigar as estranhas relações entre o Ministério Público e os órgãos de inteligência.

O temor da mídia demotucana

De imediato, os convites geraram a ira da mídia demotucana – que adora defender a “transparência”, mas apenas para os seus inimigos políticos. AFolha online atacou “a manobra articulada” pela base governista e garantiu, indignada, que o “requerimento relativo a Fernando Henrique, de autoria de Tatto, tem conotação explicitamente política”. Ela também condenou o fato da mesma comissão ter rejeitado a convocação dos ministros Luís Inácio Adams (AGU), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e de Rosemary Noronha.

Na mesma linha editorial, que até parece combinada, o sítio do jornal O Globo também criticou a não convocação de Adams, Gleisi e Rosemary e apresentou os “convites” para FHC e Gurgel como retaliação política. Para isto, o diário da famiglia Marinho destacou uma frase do petista Jilmar Tatto: “Se eles querem guerra, vão ter”. Ao final da matéria, o próprio jornal reassaltou que “como são convites e não convocações, nem Fernando Henrique, nem Gurgel precisam comparecer”.

Blogueiro ou advogado dos tucanos?

Mais explícito, o blogueiro Josias de Souza, que até parece advogado dos tucanos, tentou desqualificar a convocação. “FHC terá de se explicar sobre um papelucho chamado de ‘Lista de Furnas’. Uma peça que associa nomes de políticos, na maioria tucanos, a pseudo-desvios praticados na estatal elétrica. O líder petista sabe que a lista é falsa como nota de três reais… No passado, o petismo se dizia capaz de matar e morrer pela defesa de uns tantos valores. Hoje, o líder do PT desce ao front de mãos dadas com Collor”.

Caso o “convite” seja para valer – e não uma mera manobra pragmática – e o ex-presidente FHC não consiga escapar do depoimento, o debate sobre a Lista de Furnas poderá revelar muitos podres que os demotucanos sempre esconderam, com a inestimável ajuda da mídia. Em agosto último, o Ministério Público Federal confirmou a autenticidade da “lista”, conforme registrou na ocasião o jornalista Amaury Ribeiro, autor do livro A privataria tucana – o best-seller que também foi vetado pela mídia tucana.

O “mensalão” dos tucanos

Amaury Ribeiro afirma que teve acesso ao documento, que revela que a Furnas superfaturou contratos para repassar dinheiro a cerca de 150 políticos durante a campanha eleitoral de 2002. Os principais beneficiários seriam candidatos do PSDB e do DEM, entre eles o mineiro Aécio Neves e o paulista Geraldo Alckmin. A lista, que os tucanos juravam não existir e que a mídia sempre evitou apurar, teria sido escrita pelo próprio ex-presidente e ex-diretor de planejamento da empresa, Dimas Toledo.

Para a procuradora Andrea Bayão Ferreira, do Rio de Janeiro, hoje não há mais dúvidas sobre a existência do documento. Um laudo do Instituto Nacional de Criminalística da PF confirmou a sua autenticidade. Trechos que já vazaram pela internet apontam a seguinte distribuição dos recursos desviados: José Serra, R$ 7 milhões; Geraldo Alckmin, R$ 9,3 milhões; Aécio Neves, R$ 5,5 milhões; Gilberto Kassab, R$ 100 mil; e Eduardo Azeredo, o mesmo que chefiou o chamado mensalão tucano de Minas Gerais, R$ 550 mil.
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Nossa fonte: Correio do Brasil