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sexta-feira, 9 de maio de 2014

FAO: comércio de alimentos passará por mudanças na próxima década

FAO projeta mudanças no comércio de alimentos

por Luciano Máximo

Para o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano, a corrente internacional de comércio de alimentos passará por uma reconfiguração nos próximos dez anos. Com os países desenvolvidos, principalmente na Europa, ainda se esforçando para superar a crise econômica, a tendência é que os grandes exportadores de alimentos e commodities sejam afetados caso não priorizem a agregação de valor nas cadeias produtivas.

"Depois do crescimento brutal do Mercosul como exportador de grãos, cereais, carnes e ovos, está ocorrendo no mundo uma reação a essa commoditização dos alimentos. Na Europa, há uma tentativa de reforçar a agricultura regional e recuperar o consumo de produtos tradicionais. Eles não querem mais ter um produto padrão para importar. O maior objetivo disso é incrementar o comércio regional", afirmou Graziano na manhã de ontem, antes da abertura da 33ª Conferência Regional da FAO para América Latina e Caribe, que acontece em Santiago, capital chilena.

"Isso vai resultar em uma reconfiguração importante do comércio internacional. O Brasil, por exemplo, já está sendo afetado na demanda por sucos, a começar pelo suco de laranja. Na Europa, o consumo de suco já está sendo substituído por outros produtos, locais ou regionais. Então o comércio mundial de alimentos vai experimentar uma reconfiguração de sua cadeia. Países que apostaram na agregação de valor de suas cadeias produtivas estão e estarão em melhores condições de competir internacionalmente", complementou.

José Graziano disse ontem, ainda, que não descarta o uso de práticas de modificação genética na agricultura e na produção de alimentos para combater a fome no mundo. O ex-ministro do governo Lula disse que a presença de transgênicos hoje não é relevante, exceto no milho e na soja, e que a discussão sobre alimentos transgênicos é simplista, focada apenas na questão do monopólio das sementes.

"Não descarto nenhuma arma contra a fome. A luta contra a fome é sem trégua e sem quartel. Podemos erradicar a fome se usarmos todos os esforços. Se os transgênicos são uma possibilidade futura não temos que descartá-los agora", disse Graziano. "No momento estamos alimentando o mundo sem transgênicos. Exceto em alguns produtos, como milho e soja, não são relevantes. Mas não sabemos o que vai acontecer no futuro. É muito importante continuar acumulando conhecimento para avançar [nessa área]", afirmou