Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Sociedade Grisalha




Durante esse mês, eu, iniciando o ápice da minha jovialidade física e mental, percebi alguns fios de cabelo brancos, mais do que eu costumava encontrar, quando eventualmente empenhava-me a manter a hegemonia castanha nos meus cabelos.
Não considero preocupante a situação – do ponto de vista estético ou biológico; apesar de ser um pouco estranha. Conversei com algumas pessoas e a conclusão me permitiu apreciar a ocasião sem stress.

Com a mão, afasto os meus cabelos e reflito que bandido bom é bandido morto. Contanto que não seja eu quando bebo e saio por aí dirigindo, porque apesar de ser crime, isso não me faz criminoso. Portanto, a máxima vale,desde que o bandido seja negro, pobre e… Bem não precisa muito mais do que isso, no final da história, todos sabemos o destino do nosso protagonista, e sorrimos vendo a justiça sendo feita, enquanto nasce mais cabelo branco.

Sobre o aborto, não é à toa que é crime, deve continuar sendo, afinal de contas, protege a vida e os bons costumes. Longe de mim, desejar mal a alguém, mas só permitiria (o aborto) se fosse com aquela prima rica e famosa, tudo para preservar a reputação da família. Mas essas faveladas que não tem responsabilidade, comigo não têm vez, se fizer, vai ter que criar. Mais fios brancos.

Sem querer falar muito sobre maconha, que isso não é coisa de Deus, mas eu nem sei o porquê de discutirem sobre a sua descriminalização. Droga é coisa de vagabundo, que precisa de uma substância ilícita para fugir das responsabilidades. A exceção é a turma dos brothers que, volta e meia, queimam um pra dar uma relaxada, mas aí tudo bem porque é tudo gente boa. E os cabelos brancos seguem povoando.

Veja bem, não há nada de errado em ter cabelos brancos, independentemente da idade, se há alguma disfunção genética que motive esse fenômeno, ou se eles surgem apenas pela casualidade. Todos nós temos, tivemos ou vamos ter cabelos brancos…

Há quem os cubra com tinta – para disfarçar a idade, na maioria dos casos. Mas como todo disfarce, o mistério se limita apenas à aparência. Tem aqueles que preferem ir arrancando, aos poucos, os fios que vão aparecendo, mas há de convir, que chega um momento que, de tanto arrancar, perde-se todos os cabelos e junto com eles o que há de mais essencial na subjetividade do indivíduo.

Imagino que o ideal não é tentar esconder os cabelos (quando brancos), pois são naturais às pessoas. O que se deve fazer é reconhecê-los, com toda a sua humanidade, sem deixar que a mentalidade do coletivo seja contaminada por preconceitos, hipocritamente, arcaicos e egoístas.

Enviado por Christian Dottes Teixeira via Guest Post para o Portal Geledés
Leia a matéria completa em: Sociedade Grisalha - Geledés http://www.geledes.org.br/sociedade-grisalha/#ixzz3pE4V0hIF