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quinta-feira, 24 de abril de 2014

O PSTF — Partido do Supremo Tribunal Federal

Por Paulo Nogueira


Rosa Weber fez o que se esperava que fizesse

Um STF partidarizado é uma tragédia nacional.

Esta é a principal conclusão que você pode tirar da decisão da ministra Rosa Weber por uma CPI exclusiva da Petrobras.

Não vou nem discutir aqui se o melhor seria mesmo uma CPI exclusiva ou uma abrangente, na qual coubessem as propinas do metrô de São Paulo.

Meu ponto é o STF como partido. O PSTF, Partido do Supremo Tribunal Federal.

O drama é que, tomado de interesses políticos, o STF perde completamente o caráter técnico que deveria ter. E isso é um golpe avassalador na ideia da justiça como um conceito acima de interesses.

Machado de Assis escreveu que o maior pecado depois do pecado é a publicação do pecado. Já se imaginava, há algum tempo, que a justiça não fosse exatamente neutra. Agora, isto é amplamente conhecido.

As consequências da partidarização do STF são calamitosas.

Se uma decisão cabe a um juiz, você sabe antecipadamente como ele vai votar. Se houvesse uma casa de apostas jurídicas, não haveria jeito de você errar em seu palpite.

Caiu nas mãos da ministra Rosa Weber o veredito sobre a CPI. Dado o seu retrospecto – ela entrou para a história ao dizer que mesmo sem provas se achava no direito de condenar Dirceu – já se sabia desde sempre qual seria a escolha.

Deu a lógica.

Imagine que o caso parasse nas mãos de Lewandowski. Teríamos uma CPI abrangente.

Repito: não estou julgando aqui qual caminho é o melhor, se é que algum deles é bom. A discussão é sobre a negação da justiça representada pelo PSTF.

Pessoas pagam o preço disso. Dirceu, por exemplo. Joaquim Barbosa faz tudo que pode para atrapalhar a vida de Dirceu. O mesmo vale para Genoino, tratado como se fosse saudável como, para usar uma imagem cara a Nelson Rodrigues, uma vaca premiada, mesmo com o coração comprometido seriamente.

Dirceu e Genoino terão que esperar Joaquim Barbosa deixar a presidência do Supremo para se livrarem de uma perseguição inclemente.

Com o PSTF, o real perdedor é a sociedade.

A mim chamou a atenção, na votação dos embargos infringentes, como uma questão simples – uma segunda jurisdição está ou não na Constituição – foi tratada com caudalosos, eruditos, intermináveis pronunciamentos que simplesmente se anulavam.

Sim, estava. Ponto. Mas ministros como Gilmar Mendes e Luiz Fucs defenderam, em minúcias, a tese absurda de que a segunda jurisdição não estava na Constituição.

É, como se vê, um PSTF dividido.

Se há alguma coisa boa no julgamento do Mensalão, é que os brasileiros puderam ver quanto é precário o Supremo, a principal corte nacional.

Se ela é assim, imagine as cortes inferiores.

Não se trata apenas de reformar a justiça. Trata-se de reinventá-la no Brasil.

Quanto mais se conhece o STF, mais fica clara sua extraordinária falta de qualidade e de grandeza.

Agora mesmo, no calor da decisão de Rosa Weber, vazou a informação de que um filho dela trabalha na Globo, como jornalista.

É o segundo caso do gênero. Também um filho de Barbosa foi acolhido pela Globo.
Nada contra os filhos dos juízes do STF, mas como esperar imparcialidade dos pais se chegar a eles alguma decisão que diga respeito à Globo?

Alguém vai votar contra o empregador do filho? Quem acredita nisso, como disse Wellington, acredita em tudo. Há, portanto, conflito de interesses, dado o peso e considerada a folha corrida da Globo.

A tarefa urgente, essencial na reinvenção da justiça nacional é tirar o P do PSTF. Não pode ser um partido, ou a sociedade é alvo de intensa, cruel, insuportável injustiça.


Sobre o Autor: O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo (nossa fonte).

Grafite e arte engajada: Moema amanhece com instalação pedindo atenção aos direitos indígenas

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De autor desconhecido

Nem toda arte tem que ser engajada, e nem todo engajamento tem que ser artístico.

O patrulhamento que alguns artistas engajados fazem, como se só isso validasse uma obra, é das coisas mais chatas já criadas desde a berinjela. Mas a verdade é que quando motivação artística e social se juntam, você tem obras não melhores, mas com função dupla – de emocionar artisticamente e de propor questionamento.

E então Moema, bairro de São Paulo famoso por ter ruas com nomes de índios, amanheceu hoje com uma instalação. A Alameda dos Tupiniquins se tornou a Alameda dos “Tupiniquins Sob Ameaça”.

Perguntei à atriz Nina Dutra, minha amiga moradora do bairro que mandou a foto, se havia mais placas com a intervenção. “Que eu tenha visto, só essa”.

E aqui uma digressão: já imaginou se todas as ruas do bairro amanhecessem com uma faixa dessa? “Avenida Iracema Sob Ameaça”; “Rua Jurandir Sob Ameaça”. Qual o impacto que isso poderia causar?

Bem, voltando à questão inicial, a arte de rua tem essa característica mesmo. Nasceu, afinal, nos guetos de Nova Iorque com propósitos de liberdade de expressão. Foi trazido ao Brasil com o mesmo objetivo.

Daí a característica, que se pode observar ainda hoje em grande parte dos casos.

Agora, o mais interessante é se essa instalação não tiver nenhuma intenção artística. Toda essa discussão e o cara só queria se manifestar a favor dos índios. Tipo Homer Simpsons quando virou artista por acidente.

Isso não diminuiria o resultado artístico final da obra, afinal a mensagem, segundo a teoria de José Marques de Melo, está em quem recebe, e não em quem transmite.
Eduardo Kobra
Do brasileiro Eduardo Kobra
questionamento religioso do americano Keith Haring
Do americano Keith Haring
questionamento social de OsGemeos
Dos brasileiros OsGemeos
mensagem em favor dos parques do inglês Banksy
Do inglês Banksy
do brasileiro Stephan Doitschinoff
Do brasileiro Stephan Doitschinoff
Do brasileiro Onesto
Do brasileiro Onesto

Sobre o AutorEmir Ruivo é músico e produtor formado em Projeto Para Indústria Fonográfica na Point Blank London. Produziu algumas dezenas de álbuns e algumas centenas de singles. Com sua banda, Aurélios, possui dois álbuns lançados pela gravadora Atração. Seu último trabalho pode ser visto no seguinte endereço: http://www.youtube.com/watch?v=dFjmeJKiaWQ
Nossa fonte: Diário do Centro do Mundo

Dilma sanciona lei da internet livre durante encontro internacional


Por Redação do CdB - de São Paulo



Dilma sanciona a lei sobre a neutralidade da internet no Brasil, que servirá de modelo para a governança mundial

A presidenta Dilma Rousseff sancionou, nesta quarta-feira, durante o Encontro Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet (NetMundial), o Marco Civil da Internet. Segundo Dilma, o Brasil tem muito a contribuir no processo de construção de uma nova governança da Internet a partir do amplo processo interno que resultou na lei do Marco Civil da Internet.

– O Brasil tem muito a contribuir, a partir do amplo processo interno que resultou na lei do Marco Civil da Internet, aprovada pelo Congresso Nacional e que tenho a honra de sancionar, aqui, neste evento. A lei, que Sir Tim Berners-Lee considerou ‘um presente para a web em seu 25º aniversário’, demonstra a viabilidade e o sucesso de discussões abertas e multissetoriais, bem como da utilização inovadora da Internet como plataforma interativa de debates – disse.

Dilma lembrou que o Marco Civil consagra a neutralidade de rede, ao estabelecer que as empresas de telecomunicações devem tratar de forma isonômica quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicação. Disse ainda que as empresas também não podem bloquear, monitorar, filtrar ou analisar o conteúdo dos pacotes de dados.

– O Marco Civil protege a privacidade dos cidadãos, tanto na relação com o governo quanto nas relações com empresas que atuam na Internet. As comunicações são invioláveis, salvo por ordem judicial específica. A lei traz, ainda, regras claras para a retirada de conteúdo na rede. O Marco Civil, exemplo de que o desenvolvimento da Internet não pode prescindir dos Estados nacionais, é uma referência inovadora porque, em seu processo de elaboração, ecoaram as vozes das ruas, das redes e das instituições – afirmou.

Rede neutra

A conferência propõe uma espécie de “Declaração Universal dos Direitos Humanos da Internet”, incluindo princípios como os direitos à liberdade de expressão, privacidade, transparência e governança participativa. O documento quer ser o ponto de partida de um debate mais amplo sobre o futuro da Internet e de uma reforma que diminua o atual peso dominante dos EUA na administração da rede que já interliga um terço da humanidade.

– Nos próximos anos vai haver um redesenho da governança. Esta reunião é a semente para dar partida a essas mudanças – disse à agência inglesa de notícias Reuters o secretário do Ministério de Ciência e Tecnologia Virgilio Almeida, presidente do NetMundial.

O desafio será encontrar um terreno em comum entre governos como os do Brasil e Alemanha, que querem regras claras contra a espionagem, os da China e Cuba, que controlam o conteúdo da rede, e empresas como Google e Facebook, que veem a regulação como uma ameaça. O principal foco de tensão nas reuniões preparatórias foram questões políticas relacionadas a privacidade, liberdade de expressão e a inviolabilidade dos dados.

– Esperamos que daqui saia algo com um máximo denominador comum. Se alguém propõe uma Internet livre e aberta, quem vai levantar a mão e dizer que não? – arguiu o presidente no Brasil da administradora de domínios na Internet, Demi Getschko, outro dos organizadores do NetMundial.

Estão presente no NetMundial profissionais, empresários, acadêmicos e ativistas de 85 países, entre os quais um assessor de cibersegurança do presidente dos EUA, Barack Obama, e o ministro da Internet da China.