Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Filme registra passagem clandestina de Betinho por Mauá


          Durante o fim da década de 1960, o sociólogo Herbert José de Souza, o Betinho, viveu clandestinamente em Mauá para escapar do regime militar e continuar atuando como membro da AP (Ação Popular). De acordo com a cineasta e cientista social Ana Paula Quintino, a passagem do ativista icônico pelo município “era quase uma lenda”, confirmada ao entrevistar quatro moradores que conviveram e colaboraram com os ideais políticos e humanos do mineiro que ficou conhecido como Chico no ABCD paulista.




      O batismo falso tinha como intuito despistar a perseguição da ditadura, portanto, usava um “Nome Frio”, título do documentário de Ana Paula que será lançado na quarta-feira (29), às 19h, na Livraria Cultura do Market Place (avenida Dr. Chucri Zaidan, 902, Capital) e que narra o ano em que Betinho se escondeu e lutou em Mauá.
      De acordo com a diretora do filme, o movimento do qual Betinho fazia parte tinha o seguinte lema: misturar intelectuais aos operários para propagar ideais e angariar aliados. “Mauá convergia duas situações que interessavam ao AP: era uma área industrial, porém interiorana, e o sociólogo pôde estruturar e influenciar os militantes locais com a bagagem que tinha”, declarou Ana Paula, moradora da cidade.
      Betinho foi um dos fundadores da AP, cuja orientação era maoísta, e se estabeleceu no Jardim Zaíra com a mulher e o filho. “Boa parte do tempo que passou na cidade foi no bairro mais pobre, auxiliando a população a conseguir posto de saúde, saneamento básico e transporte”, disse a cineasta.
      A pesquisa para o filme começou a ser feita em junho do ano passado e contou com entrevistas de Gilda Fioravantte, Getúlio de Souza, Josefina Gonçalves e Olivier Negri Filho, moradores que abrigaram e ajudaram a esconder o companheiro de luta, além da segunda esposa do ativista e da biógrafa, Carla Rodrigues. “Por intermédio do grande sociólogo pude contar a história de outras pessoas importantes que moram na cidade em que vivo.”

      Operário      Apesar da saúde debilitada em decorrência da hemofilia, Betinho chegou a trabalhar como operário em uma das indústrias de Mauá. Foi funcionário da Porcelana Real para se aproximar do povo. No fim da estadia no município, após delatarem a base, viu-se obrigado a mudar para Santo André e depois exilou-se no Chile, uma vez que o cerco estava apertando e corria risco de vida.
       Os amigos e parceiros que o receberam foram presos e torturados para que contassem o paradeiro do militante subversivo. “Eu e meu marido sofremos muito para que revelássemos a localização de Betinho, mas não abrimos o bico”, contou Gilda Fioravantte, que recebeu o sociólogo na casa em que morava na Vila Vitória. “A maior contribuição que ele nos trouxe foi a formação política para os jovens e adultos que queriam democracia”, enfatizou.
      O financiamento do projeto é do Observatório Social do Instituto Henfil (Henfil era o cartunista irmão de Betinho), e a duração do filme é de 25 minutos.
      Ana Paula Quintino já fez outro documentário que também tem Mauá como pano de fundo, “Sambaleço – A memória está no corpo”, e está em fase de produção do fim da trilogia mauaense com “Catira Ás de Ouro”, sobre um grupo cultural tombado da cidade. Tem ainda planos de um documentário sobre a vida de Celso Daniel.

Veja abaixo vídeo em que a diretora Ana Paula Quintino fala sobre o filme:




Fonte: ABCD Maior (Nossa fonte: Vermelho)


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LIGAS CAMPONESAS

Museu contará História das Lutas Camponesas no Nordeste

     O município de Sapé, localizado no estado da Paraíba, ganhará um Museu Histórico das Lutas Camponesas no Nordeste. O centro de memória funcionará na casa e no terreno onde viveu João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas na Paraíba assassinado no dia 2 de abril de 1962.     



       Na sexta-feira passada (23), integrantes da organização não-governamental Memorial das Ligas Camponesas se reuniram com Paulo Maldos, secretário de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, para discutir o projeto do memorial.
      De acordo com Luiz Damázio de Lima, presidente da ONG Memorial das Ligas Camponesas, a ideia é que Paulo Maldos "faça a ponte com Brasília para a implantação do projeto de Memorial e consiga recursos para a execução". Segundo ele, a intenção é restaurar a casa onde morou João Pedro Teixeira e lá construir um museu com informações das lutas camponesas no Nordeste.
      "Vamos fazer um museu para o resgate da história de João Pedro Teixeira e das lutas pós-João Pedro", afirma, lembrando que 15 anos depois da morte do líder, reiniciou-se a luta por terra na região. Segundo ele, hoje, o estado da Paraíba possui cerca de 270 assentamentos.
      A concretização do Museu Histórico das Lutas Camponesas está cada vez mais próxima. No início deste mês, o Governo do Estado da Paraíba publicou um decreto no Diário Oficial em que declara de utilidade pública mais 2,27 hectares de terras do Sítio Antas do Sono, no povoado de Barra de Antas, em Sapé. Em julho passado, o governo já havia declarado de utilidade pública 4,83 hectares do local.
      Além do museu, Luiz Damázio comenta que a intenção é utilizar o terreno para também construir um centro de formação para os agricultores, com área para lazer, comercialização e unidades produtoras baseadas no sistema agroecológico.
      A meta, segundo ele, é que pelo menos o museu esteja pronto no dia 2 de abril de 2012, data de celebração dos 50 anos do assassinato de João Pedro Teixeira. "Esse projeto é importante para os agricultores porque resgata a história de um cidadão que deu sua vida pela luta pela melhoria de vida das pessoas. A ideia é dar um rumo melhor à vida dos agricultores e fortalecer a luta deles. Esperamos que esse memorial seja um centro de referência não só no Nordeste, mas também nacional e até internacional", comenta.


Ligas Camponesas      
       As Ligas Camponesas foram associações de trabalhadores rurais formadas em Pernambuco e, depois, em estados como Paraíba, Rio de Janeiro e Goiás. Iniciaram em 1955 e se estenderam até 1964 com o objetivo de lutar pela reforma agrária e pela posse de terra. Na Paraíba, destacou-se o núcleo de Sapé, com mais de 10 mil integrantes liderados por João Pedro Teixeira, que foi assassinado no dia 2 de abril de 1962.
Fonte: O Berro

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Câmara absolve deputado enquanto veta protesto contra corrupção

Manifestantes que pretendiam distribuir vassouras a parlamentares são impedidos de entrar no Congresso. Ao mesmo tempo, Câmara inocentava deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), acusado de participar de esquema de desvios no ministério dos Transportes, em mais um sinal de que Congresso está descolado da sociedade.

      BRASÍLIA - O Conselho de Ética da Câmara absolveu nesta quarta-feira (28) o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), que havia sido acusado por dois partidos (PPS e PSOL) de quebra de decoro por participar de suposto esquema de desvio de verba pública no ministério dos Transportes. 
     Enquanto o Conselho, por 16 votos a 2, inocentava Costa Neto, cerca de 30 manifestantes ligados a grupos de combate à corrupção promoviam a faxina simbólica da rampa do Congresso Nacional. A coindicência é mais um exemplo de como o Congresso está descolado da opinião pública e contribui para desmoralizar a classe política perante a sociedade.
      Os manifestantes, que ignoravam o julgamento no Conselho de Ética, foram proibidos de entrar no Congresso. Eles planejavam entregar vassouras verde-amarelas aos 513 deputados e 81 senadores, numa tentativa de pressionar os parlamentares a votar medidas anti corrupção. 
     Impedidos de distribuir os "brindes", os protestantes recolheram as vassouras - que, desde a véspera, estavam fincadas em gramado em frente ao Congresso - para reaproveitá-las num ato marcado para o dia 12 de outubro.
    
“Todos falam muito da importância do papel da sociedade civil na luta contra a corrupção, mas quando nos organizamos e realizamos uma manifestação pacífica, somos proibidos de entrar no parlamento. Será que os deputados e senadores estão com medo das nossas vassouras?”, questionou a ativista de direitos humanos Leiliane Rebouças.     Antônio Carlos Costas, presidente da Organização Não-Governamental Rio de Paz, explicou que a vassoura foi usada como metáfora para expressar o desejo de todo o povo brasileiro de ver o Congresso envolvido nesta campanha nacional de combate à corrupção. “Queremos um país mais justo, menos desigual, onde não haja corrupção, onde a verba pública seja canalizada para outra finalidade”, disse.

     Revolta
      Dentro da Câmara, parlamentares se revoltaram com a decisão do Conselho de Ética de rejeitar a denúncia contra Costa Neto. “Se nada aconteceu no Ministério dos Transportes, por que a presidente Dilma afastou o ministro e 20 funcionários do órgão?”, questionou o relator do processo, deputado Fernando Francischini (PSDB-PR). 
     O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) propôs a extinção do órgão colegiado. “É melhor fecharmos logo esse Conselho de Ética que, primeiro, teve sua decisão de cassar a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) derrotada em plenário e, agora, elimina na raiz a possibilidade de investigar Costa Neto, para evitar que o problema se repita”, afirmou. 
      Mais cedo, Alencar havia participado do pequeno grupo de parlamentares que deixou o Congresso para cumprimentar os manifestantes do ato contra a corrupção. “Vocês deviam ficar de olho também no Supremo Tribunal Federal, ali do outro lado da rua, que está ameaçando dar um golpe na democracia ao cassar os poderes do Conselho Nacional de Justiça”, recomendou.
      Senador de primeiro mandato, Pedro Taques (PDT-MT), que foi até os manifestantes para receber uma vassoura. “Falar contra a corrupção, hoje, é defender a cidadania e a democracia. Segundo o Tribunal de Contas da União, um terço do dinheiro da saúde é desviado pela corrupção. Há muita coisa errada. A corrupção mata e rouba o futuro de uma geração”, afirmou. 
      O presidente da Frente Parlamentar Mista Contra a Corrupção, deputado Francisco Praciano (PT-AM), lembrou que há mais de 100 projetos de combate à corrupção tramitando na Câmara e do Senado, sendo que 21 deles, prontos para serem votados, como é o caso do projeto que propõe o fim do voto fechado para os casos previstos pelo regimento, como nas votações de quebra de decoro parlamentar. “Se a sociedade não brigar, se a imprensa não ajudar, não vamos ter nunca o voto aberto nessa Casa”, afirmou.

     Panfletagem
      Após participar do ato, Praciano comandou uma panfletagem, dentro da Câmara, com o objetivo de sensibilizar seus colegas a agilizar a tramitação dos projetos que tratam do combate à corrupção. Um dos primeiros parlamentares a receber o material preparado pela Frente foi o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS). 
      Segundo Praciano, o encaminhamento de projetos como o que propõe o voto aberto será discutido na próxima reunião do colegiado de líderes, semana que vem. 
      Marco Maia, que assinou o manifesto lançado pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Voto Aberto, em conjunto com outros 270 senadores e deputados, afirmou que é a favor da medida, mas com exceções, como a eleição para presidir a Câmara e o Senado.
Nota: destaques nossos.