Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade
Clic sobre o livro (download gratuito). LEIA E DÊ SUA OPINIÃO

terça-feira, 20 de março de 2012

Maria Rita canta Elis Regina e se emociona

A cantora Maria Rita iniciou, nesta segunda-feira (19), a turnê em que interpreta apenas músicas gravadas por sua mãe, Elis Regina. É a primeira vez em sua carreira que ela faz um show completo dessa forma.


No Vivo Rio, cantora apresentou mais de 20 sucessos da mãe, morta em 1982 /
 Foto: Alex Palarea e Roberto Filho /AgNews

Da semelhança do timbre à lembrança da maneira de interpretar. Desde que se lançou como cantora, Maria Rita teve de lidar com as inúmeras comparações Elis (1945-1982). Uma responsabilidade imensa, já que esta fora considerada uma das maiores intérpretes brasileiras. 

Aos 24 anos, quando estava lançando o seu primeiro CD, Maria Rita disse que sempre teve a consciência de ser a única filha mulher de uma grande cantora. Por isso não tinha pretensões de cantar músicas do repertório da mãe.

Dez anos depois, as comparações não se extinguiram. Mas Maria Rita aceitou o desafio e subiu, nessa segunda-feira (19), no palco do Vivo Rio, no Rio de Janeiro, para o primeiro de uma série de shows cantando músicas gravadas por Elis.

“As pessoas sempre me perguntam por que demorei tanto para cantar músicas da minha mãe. Toda vez que falo nela, me emociono. Mãe é mãe, né? Dá saudade”, disse ela, vestindo um macacão branco com uma capa esvoaçante.

Em duas horas de apresentação, Maria Rita mostrou que as comparações tinham fundamento. Em nenhum momento ela tentou se passar pela mãe, mas era visível a homenagem aos gestuais, timbres e firulas de Elis. Em canções como “Águas de Março”, de Tom Jobim, e “Alô Alô Marciano”, de Rita Lee, isso ficou mais evidente. “Obrigada por virem de coração aberto e entender que isso é apenas uma homenagem”, agradeceu a cantora.

E ela não se fez de rogada. Logo no início da apresentação, Maria Rita cantou músicas consagradas pela voz de Elis como “Arrastão”, de Vinicius de Moraes e Edu Lobo, e “Como nossos pais”, de Belchior. Outros compositores também foram homenageados. Chico Buarque foi lembrado em “Tatuagem” e, um bloco inteiro do show foi dedicado a Milton Nascimento. “Morro Velho”, “O que foi feito” e “Maria Maria” foram interpretadas pela primeira vez por Maria Rita.

De filha para mãe

As lágrimas de emoção, já eram esperadas. Tanto que virou até brincadeira entre os músicos nos bastidores. “Fizemos um bolão para ver quando eu ia chorar. Eu já perdi porque pensei que seria na primeira música. Vamos ver até onde consigo durar”, brincou ela.

Foi só na metade do show, ao interpretar “Se eu quiser falar com Deus” que Maria Rita teve de prender o choro. “Quando eu escuto essa música, fico imaginando como seriam as minhas conversas com a minha mãe. Que tipo de lição ela me daria ou que tipo de bronca. Tenho a impressão que seríamos grandes amigas”, falou Maria Rita, que perdeu a mãe aos quatro anos.

As quase 30 músicas do repertório respeitam os arranjos originais. No entanto, apresentam uma pegada mais moderna. O público, formada por convidados e celebridades, foi o único ponto negativo da noite. Em um espetáculo onde a carga emocional era grande, a plateia respondia de forma fria. Maria Rita teve de pedir algumas vezes para ser acompanhada por coros e palmas.

O que não deve acontecer nas próximas apresentações do show “Viva Elis”, já que será um evento gratuito e em locais públicos. A turnê passará por Porto Alegre (24/03); Recife (01/04), Belo Horizonte (08/04), São Paulo (22/04) e Rio de Janeiro (29/04). O projeto em homenagem aos 30 anos da morte de Elis, ainda conta com uma exposição itinerante e uma biografia organizada pelo jornalista Júlio Maria, que será lançada no segundo semestre.

Nossa fonte: Vermelho