Após o almoço oferecido pela sobrinha, Dona Pandá e a mana aniversariante foram para o Catita. Como a viajante havia prometido, vai mostrar com belas imagens o lugar de que já falara antes de sua ida às Alterosas. Assim, a postagem sobre o Catita está sendo reeditada com as fotos.
A mana sábia mora em um belo sítio, chamado Catita. Este nome é uma extensão do apelido carinhoso que seu companheiro lhe deu.
Na realidade, o sítio se chama Catita II. Houve o Catita I que ficava em uma região inóspita, povoada por amigos do alheio. Cansados de alimentar mesas, camas e outras cositas más de gente, cujas caras desconheciam, o casal vendeu o I e comprou o II.
Este se localiza em um condomínio chamado “Vale do Ouro” e fica às margens da BR 140, aquela que leva quem gosta de estrada de Belo Horizonte a Brasília. O lugar é aprazível – é pena que é fechado, seguro para quem está dentro – e o sítio, lindo, à imagem e semelhança da dona.
Dona Pandá confessa desavegonhosamente sua inveja pelos talentos da mana.Talentos múltiplos, mas a inveja é principalmente direcionada à estética. A mana sábia é cultuadora do belo, com extrema competência.
O Catita é todo um jardim com vários temas-recantos (seria recantos-temas?). Agora, é a época dos flamboaiãs que ficam trazendo e mostrando, durante todo o dia, o pôr-do-sol nas suas flores flamantes. Enquanto o mortal se embebeda com as cores, num pequeno desvio, os olhos alimentam a gula com as também bonitas, mas, sobretudo, deliciosas lichias que já estão anunciando as festas. O mortal dá um passo em direção aos outros flamboaiãs, seus olhos descuidadamente se abaixam um bocadinho e lá estão, ao pé da maravilha flambante, as orquídeas, tão lindas quanto tudo ao redor.
A composição dos recantos-temas mostra a sensibilidade da moradora. De um lado, o pomar generoso que privilegia o gosto de cada um. Dona Pandá recolhe as grapefruits para degustá-las com sal, como uma entrada tentadora e difícil de encontrar. A grande maioria das visitas prefere as negrinhas e dulcíssimas jabuticabas.
Dona Pandá está assumindo sua dificuldade de descrever a criação da mana, mas promete relatar com poucas palavras e mais imagens sua visita ao Catita.
Promessa cumprida com prazer.
Crédito das fotos: Mila Lemos Cintra