Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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terça-feira, 15 de abril de 2014

Mafalda, à beira dos 50140415-Mafalda3

Nasceu para que seu criador, de olhar estrábico e delicado, suportasse aridez e banalidade da vida. Não se adapta. Meio século depois, tornou-se mais inspiradora que nunca
Por Cibelih Hespanhol
O mundo, como se apresentava para as retinas de Joaquín Salvador Tejón, sempre esteve um pouco desfocado. Algo não estava certo naquelas aparências e formas – naquela maneira de se ajeitar do mundo – que espiava em seu olhar estrábico o argentino de Mendonza; a ponto de parecer inevitável àquele homem, de palavras secas e pensamento ateu, que com o passar do tempo e a permanência das coisas sua visão se tornasse, afinal, delicada demais para esta vida estranha.
Esta visão delicada, problema que não se resolvia, só teve uma cura, por fim: foi para o papel. Nos anos 60, Joaquín, o Quino, via nascer de seu ofício de desenhista uma filha que nunca planejara ter – Mafalda, a menina de fita vermelha, língua afiada e ideias anticonformistas, que neste ano de 2014 torna-se una niña de cinquenta anos.
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Nunca censurada, Mafalda passou ilesa pelo golpe militar que não podia imaginar “conteúdo subversivo” em uma HQ de personagens infantis. Mas de dentro de sua inocência, com seu vestidinho rodado, na companhia de Felipe ou de Liberdade, ela é a própria enfant terrible – capaz de soltar, sem pudor algum, as piores verdades, e as melhores perguntas, tão embaraçosas para o mundo dos adultos.
Em 1963, Mafalda nasceu pela primeira vez em um anúncio publicitário que, para o posterior deleite de muitos, nunca deu certo. Um ano depois, em 29/9/64, nasceria de novo, e dessa vez pra valer: “Como não tinha que elogiar as virtudes de nenhum aspirador, a fiz reclamar, carrancuda. Foi uma revanche imediata”. A pequena saiu das mãos de um argentino para conquistar todo o mundo. Para o pai, a explicação é fácil. “A temática é comum tanto na China, Finlândia ou América Latina”. Para todos nós, a leitura é deliciosa.
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“Mafalda pertence a um país denso, de contrastes sociais, que apesar de tudo queria integrá-la e fazê-la feliz, mas ela se nega e rejeita todas as ofertas”. Herdeira do problema de visão do pai (que é altamente transmissível, e contamina-se pela leitura!), Mafalda estaria, neste mundo de cinquenta anos depois, tão aturdida quanto ácida. Quino se diz surpreso ao ver que suas tiras desenhadas há tanto tempo estão vivas até hoje. Se abrirmos um livro de Mafalda, também podemos nos surpreender com a incômoda constatação de que, se mudam os tempos, as “mesmas” lutas continuam…
Nossa fonte: Outras Palavras

Lamentável: mais transgênico a vista

Laranja transgênica já está em fase de testes no Brasil

Avaliações para comercialização do cítrico podem começar após sete anos e meio; a Embrapa, por sua vez, iniciará o cultivo de soja geneticamente modificada ainda em 2014.

Os cães ladram, a caravana transgênica passa. Enquanto diversas organizações representativas da sociedade civil brasileira tentam impedir, através de ações e projetos junto aos poderes Legislativo e Judiciário, a expansão descontrolada de alimentos e outros organismos geneticamente modificados no Brasil, o país segue, ao fim do primeiro trimestre de 2014, na mesma toada expansionista que lhe garante um lugar no pódio dos maiores produtores e consumidores mundiais de transgênicos.

A reportagem é de Maurício Thuswohl e publicada pela agência Repórter Brasil, 09-04-2014


Segundo dados do “Relatório 2013″ do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Biotecnológicas(ISAAA), o Brasil já tem 40,3 milhões de hectares de transgênicos cultivados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. E poderá nos próximos meses dar um salto qualitativo em sua posição, com o início da produção da primeira variedade de soja transgênica inteiramente desenvolvida no país – parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a transnacional Basf – e a conclusão dos primeiros testes de campo realizados com frutas cítricas geneticamente modificadas.

O Brasil é o maior produtor mundial de laranjas in natura e também de suco de laranja. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2013/2014 no estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro rendeu 13,8 milhões de toneladas do cítrico. Em 2013, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos(CitrusBR), o volume de negócios atingiu 6,5 bilhões de dólares, sendo que 85% da safra nacional é transformada em suco. Desde fevereiro, o país já tem sua primeira plantação de laranjeiras transgênicas ao ar livre, devidamente autorizada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão responsável por aprovar todos os pedidos de pesquisa, produção e comercialização de qualquer tipo de organismo geneticamente modificado no país.

No município paulista de Ibaté foram plantadas 650 mudas de laranjeira doce transgênica, trazidas da Espanha peloFundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), entidade ligada aos grandes produtores. O projeto, coordenado pelo espanhol Leandro Peña, um dos maiores especialistas mundiais em biotecnologia de cítricos, e integrado por um grupo de pesquisadores brasileiros, é pioneiro, uma vez que, até maio do ano passado, a CTNBio proibia os experimentos com cítricos transgênicos que incluíssem floração e frutificação da planta.

Impacto na produção


Segundo o Fundecitrus, as laranjas transgênicas testadas em São Paulo poderão ser resistentes ao cancro cítrico e à pinta preta, duas das principais pragas que assolam os laranjais no Brasil. O eventual sucesso dos testes de campo poderá causar em alguns anos um impacto significativo na produção de cítricos brasileira e, conseqüentemente, no mercado global do setor. Até o fim do semestre, informa a entidade, duas outras plantações experimentais com laranjas transgênicas serão iniciadas, uma no sul de São Paulo e outra no norte do Paraná.

A expectativa dos pesquisadores é que as laranjeiras comecem a produzir em até dois anos e meio, mas serão necessários sete anos e meio para que a produtividade das plantas modificadas possa ser observada em todo o seu ciclo, que dura cerca de cinco safras: “A avaliação sobre a resistência das frutas às doenças estudadas estará concluída ao fim deste período. Mas, após essa pesquisa, muitas outras deverão ser feitas até que a laranja transgênica seja viável comercialmente, bem como muitas autorizações deverão ser encaminhadas à CTNBio”, diz aFundecitrus, por intermédio de sua assessoria de imprensa.

Já a primeira soja transgênica desenvolvida pela Embrapa, aprovada para comercialização pela CTNBio desde dezembro de 2009, deve começar a ser produzida em larga escala ainda este ano. Batizada como Cultivance e geneticamente modificada para resistir a agrotóxicos (herbicidas da família dos imidazolinonas) produzidos pelaBasf, a nova soja transgênica demorou a chegar ao mercado porque os produtores brasileiros esperavam a aprovação de sua comercialização pelo governo da China, o que só aconteceu no fim do ano passado. Com a chegada do novo produto e a garantia de um comprador de peso, é possível que a área plantada com soja transgênica no Brasil – atualmente estimada em 92% da área total dos cultivos de soja, segundo o relatório do ISAAA– se aproxime dos 100%, colocando em risco as plantações de soja convencional e a já combalida biodiversidade do grão no país.

Reações

Nada parece conter a expansão dos transgênicos no Brasil, mas parte da sociedade civil brasileira permanece empenhada em evitar abusos.
Como último desdobramento da ação civil pública ajuizada em junho de 2007 pelas organizações Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), Terra de Direitos e Associação Nacional de Pequenos Agricultores, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu por unanimidade, em 13 de março, proibir nas regiões Norte e Nordeste do país a comercialização do milho transgênico Liberty Link, produzido pela transnacional Bayer. A decisão determina que a comercialização do milho transgênico somente poderá ser retomada após a CTNBio garantir a realização de estudos sobre os riscos trazidos por esse produto à saúde humana e animal e ao meio ambiente. O TRF-4 também determinou que a CTNBio “dê ampla publicidade” a todos os documentos relativos à liberação do milho transgênico.
Para o desembargador federal Cândido Leal Júnior, que relatou o caso analisado na 2ª Seção do TRF-4, a CTNBio simplesmente ignorou as diferenças entre os diversos biomas existentes no Brasil: “Os estudos não foram realizados em todos os biomas brasileiros nem tiveram abrangência geográfica capaz de dar conta dos aspectos relacionados à saúde humana, à saúde dos animais e aos aspectos ambientais em todas as regiões brasileiras. Não é possível escolher apenas alguns pedaços do território nacional, segundo a conveniência comercial ou o interesse econômico do interessado, para as pesquisas sobre a biossegurança do milho transgênico”, disse o relator ao site da Justiça Federal.
Agora, a expectativa das organizações que integram o movimento Por um Brasil Livre de Transgênicos é que a decisão do TRF-4 crie uma jurisprudência que permita o questionamento de outras culturas geneticamente modificadas no país, já que praticamente nenhum dos estudos aceitos pela CTNBio nos últimos anos trata das especificidades dos biomas brasileiros: “Essa decisão do TRF-4 se somará à luta popular por um modelo de agricultura baseado na agroecologia, que garanta direitos aos agricultores e alimentos saudáveis e sem agrotóxicos para a população”, diz Fernando Prioste, advogado da Terra de Direitos. A batalha foi vencida, mas a guerra em torno do tema está longe de ter um fim, já que diversas empresas que trabalham com transgenia anunciaram que apresentarão recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e até mesmo ao Supremo Tribunal federal (STF) para derrubar a decisão tomada pela Justiça Federal na 4ª Região.

Ações contra os transgênicos


Outras duas ações impetradas no Judiciário em março podem ter impacto direto sobre a produção de transgênicos no Brasil. Em uma delas, o Ministério Público Federal pede ao Ministério da Agricultura a suspensão dos registros e a consequente proibição da comercialização dos herbicidas glifosato, campeão de vendas no Brasil, e do recém-lançado 2,4D, além de outros sete agrotóxicos utilizados no país (abamectina, carbofurano, forato, lactofem, paraquate, parationa metílica e tiram). Todos esses produtos, segundo o MPF, são apontados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como potencialmente danosos ao meio ambiente e à saúde humana e animal, fato que justifica a ação.

A segunda ação pede especificamente a proibição do 2,4D, componente tradicionalmente utilizado na fabricação de armas químicas como o agente laranja, usado como arma química pelos durante a Guerra do Vietnã para destruir florestas e cultivos e que culminou na morte e adoecimento de milhares de pessoas. A ação, segundo o MPF, tem o objetivo de tentar evitar que as vendas do 2,4D deem um salto este ano, já que um novo tipo de soja modificada para ser resistente a esse herbicida começou a ser plantada no Brasil na atual safra. O MPF pede também que a CTNBioseja proibida de fazer qualquer liberação comercial relativa ao 2,4D até que a Anvisa apresente uma posição oficial pública sobre os riscos trazidos pela utilização do produto.

No entanto, em decisão divulgada no dia 7 de abril, a Justiça Federal negou o pedido do MPF. Para o juiz Jamil Rosa, da 14ª Vara Federal, não há consenso técnico sobre efeitos negativos da substância que justifiquem o cancelamento imediato dos registros. Ainda cabe recurso.

Projetos

Já no Legislativo, projetos antagônicos prometem canalizar as ações de adversários e apoiadores dos transgênicos nos próximos meses. Tramitando atualmente na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 6.432/2013, de autoria do deputado Ivan Valente (Psol-SP), proíbe o cultivo, a venda e a importação de sementes de plantas alimentícias transgênicas em todo o território nacional. Em carta aberta enviada aos deputados da comissão, o Idec pede que o projeto seja aprovado e ressalta que a expansão dos transgênicos “é uma atividade combinada com o uso intensivo de agrotóxicos” e que o Brasil “é um dos maiores consumidores de transgênicos e agrotóxicos do mundo”.

No Senado, o Projeto de Decreto Legislativo 90/2007, de autoria da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), tem o objetivo de acabar com a rotulagem obrigatória para os produtos alimentícios, tanto para seres humanos quanto para animais, que contenham em sua composição transgênicos em quantidade superior a 1% de seu volume total. Já rejeitado pelas comissões de Agricultura e Reforma Agrária e de Meio Ambiente do Senado, o projeto segue vivo por pressão da bancada ruralista na casa. Com teor semelhante, o PL 4.148/2008, de autoria do deputado Luís Carlos Heinze (PP-RS), e o PL 5.575/2009, de autoria de Cândido Vaccarezza (PT-SP) também tramitam na Câmara dos Deputados: “Se aprovados, esses projetos acabarão com o direito do consumidor à informação sobre aquilo que está consumindo”, diz o Idec.

Boa hora para o Brasil rever sua postura diante dos transgênicos

Proibição da China a milho dos EUA esquenta debate sobre transgênicos

Por Jacob Bunge | The Wall Street Journal

A rigidez da China em relação a importações de milho geneticamente modificado está golpeando a indústria de agronegócios dos Estados Unidos, que se vê impedida de vender grande parte do principal produto agrícola americano no seu mercado de mais rápido crescimento.

Desde meados de novembro, a China vem recusando repetidamente os carregamentos de milho dos EUA, afirmando que detectou a presença, em alguns deles, de transgênicos desenvolvidos pela Syngenta AG que não foram aprovados pelo governo chinês.

A devolução dos carregamentos vem prejudicando as grandes negociadoras de grãos, como a Cargill Inc., e gerando frustrações entre executivos americanos com o que chamam de regulamentos obscuros da China, num momento em que aumenta o poder do país asiático como importador. A China é o mercado de milho de mais rápido crescimento do mundo.

Alguns analistas do setor nos EUA suspeitam que a China está usando as preocupações com o produto da Syngenta para ocultar motivações comerciais.

Na primeira avaliação completa do impacto da política chinesa nos EUA, a Associação Nacional de Grãos e Rações afirma que os carregamentos recusados somam cerca de 1,45 milhão de toneladas. O volume é muito maior que as 545.000 toneladas que o governo chinês divulgou e as cerca de 900.000 toneladas mencionadas na mídia.

A proibição das entregas já custou US$ 427 milhões às empresas de grãos, na forma de perda de vendas ou redução de preços na revenda para outros países do produto destinado à China, segundo um relatório da associação, que se baseou em dados das empresas exportadoras.

A entidade afirma ainda que as exportações de milho americano para a China desde janeiro caíram 85% em relação ao mesmo período de 2013, para apenas 171.000 toneladas.

Executivos do setor dizem que o problema vem prejudicando os exportadores americanos numa hora em que enfrentam a concorrência crescente de outros países, como Brasil e Ucrânia.

"É um momento divisor de águas", diz Gary Martin, presidente da Associação Norte-Americana de Exportação de Grãos, que também representa os negociadores de commodities dos EUA e cujos membros contribuíram com dados para o estudo. "É realmente dramático que os EUA não possam fornecer para o mercado chinês."

A Cargill, um das maiores companhias de agronegócios do mundo, afirmou esta semana que as devoluções na China tiveram um peso determinante no declínio de 28% no seu lucro do trimestre mais recente em relação a um ano atrás.

As grandes fornecedoras de sementes, incluindo Syngenta, Monsanto e DuPont Co, geralmente compartilham com empresas de comércio internacional, como Cargill e Archer Daniels Midland Co., o desejo de cultivar e vender o maior número possível de sementes. As negociadoras abraçaram o uso pelos agricultores de sementes geneticamente modificadas, que foram lançadas nos EUA em 1996 e que, segundo seus defensores, ajudam a aumentar a colheita.

Mas as produtoras de sementes e as empresas comerciais estão agora discutindo quem deve arcar com os custos dos carregamentos recusados.

A Associação Norte-Americana de Exportação de Grãos, que inclui a ADM e a Cargill, vem exigindo que as empresas de sementes arquem totalmente com os riscos e responsabilidades de vender seus produtos. Ela também se opõe ao lançamento de novas sementes transgênicas que não tenham aprovação nos principais mercados. Grupos de produtores de grãos pediram que a Syngenta parasse de vender estas sementes até que a China aprove o produto.

A Syngenta não atendeu a esses pedidos e introduziu, neste ano, uma nova semente de milho que a China não aprovou. A empresa não quis comentar sobre quem deve arcar com a responsabilidade financeira pelos carregamentos devolvidos.

O caso ilustra as grandes divergências internacionais sobre sementes geneticamente modificadas, concebidas para torná-las mais resistentes a pragas e certos herbicidas.

Os críticos dizem que o cultivo de plantas geneticamente modificadas causam um aumento no uso de alguns químicos potencialmente prejudiciais à saúde. Alguns países, particularmente na Europa, impõem mais restrições a sementes transgênicas do que os EUA, onde essas sementes são usadas em 90% das culturas de milho.

A China já aprovou alguns tipos de transgênicos, mas seu processo de aprovação leva mais tempo que o de outros países, dizem executivos americanos. A China também permite que as autoridades portuárias recusem um carregamento inteiro de milho caso um único grão tenha um gene não aprovado, dizem exportadores americanos.

A China, há muito um importador considerável de soja, de repente se tornou, também, um grande comprador de milho. O país importou um total estimado de 5 milhões de toneladas de milho estrangeiro no ano passado, comparado com 47.000 toneladas em 2008, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.

A China começou a recusar o milho americano em novembro, depois que testes detectaram que alguns carregamentos continham o Agrisure Viptera, uma cepa da Syngenta concebida para produzir proteínas resistentes a pragas como a lagarta do milho.

A Syngenta vem vendendo o Viptera desde 2011 para agricultores nos EUA, Brasil e Argentina, com a aprovação dos governos desses países. A empresa sueca afirmou que solicitou a aprovação do produto à China em 2010.

O Ministério da Agricultura da China informou que está avaliando a solicitação, que estava incompleta. A Syngenta afirmou que enviou informações adicionais em março.

Alguns membros da indústria agrícola dos EUA suspeitam que o governo chinês tem razões comerciais. Autoridades chinesas manifestaram preocupação com a dependência excessiva que o país teria do milho americano, que responde por mais de 90% das importações chinesas do produto. Quase todo o milho consumido na China, porém, é produzido no próprio país, que também registrou uma safra volumosa no ano passado.

"É 100% [raciocínio] econômico", diz Karl Setzer, analista de mercado da cooperativa MaxYield, do Estado de Iowa. "Se a China estivesse sofrendo uma escassez de milho ou realmente precisasse de milho, isso não seria um problema, porque eles provavelmente teriam importado [a variedade da Syngenta] nos últimos três anos."

Um porta-voz da embaixada chinesa nos EUA diz que o país examina suas importações de acordo com leis e regulamentos pertinentes e que o processo de avaliação de sementes geneticamente modificadas "é aberto e transparente".

Cerca de 12% da produção de milho dos EUA é destinada à importação, mas o rápido crescimento da China dá ao país uma influência desproporcional sobre os preços.

(Colaboraram Chuin-Wei Yap e Tony Dreibus.)
Nossa fonte: CdB