Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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segunda-feira, 26 de março de 2012

Venha se manifestar contra a privataria da Cultura!


Ato acontece no dia 3 de abril, terça-feira, no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo. Entidades denunciam desmonte geral da rádio e TV Cultura, defendem retomada de programas extintos, democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, pluralismo, diversidade na programação e uma política transparente e democrática para abertura à programação independente.

As rádios e a TV Cultura de São Paulo se consolidaram historicamente como uma alternativa aos meios de comunicação privados. As rádios AM e FM ficaram conhecidas pela excelente programação de música popular brasileira e de música clássica. A televisão criou alguns dos principais programas de debates de temas nacionais, como o Roda Viva e o Opinião Nacional, e constituiu núcleos de referência na produção de programas infantis e na de musicais, como o Ensaio e o Viola, Minha Viola. As emissoras tornaram-se, apesar dos percalços, um patrimônio da população paulista.

Contudo, nos últimos anos, a TV e as rádios Cultura estão passando por um processo de desmonte e privatização, com a degradação de seu caráter público. Esse e outros fatos se destacam:

- mais de mil demissões, entre contratados e prestadores de serviço (PJs);

- extinção de programas (Zoom, Grandes Momentos do Esporte, Vitrine, Cultura Retrô, Login) e tentativa de extinção do Manos e Minas;

- demissão da equipe do Entrelinhas e extinção do programa, sem garantias de que ele seja quadro fixo do Metrópolis;

- aniquilação das equipes da Rádio Cultura e estrangulamento da equipe de jornalismo;

- enfraquecimento da produção própria de conteúdo, inclusive dos infantis;

- entrega, sem critérios públicos, de horários na programação para meios de comunicação privados, como a Folha de S.Paulo;

- cancelamento de contratos de prestação de serviços (TV Justiça, Assembleia e outros);

- doação da pinacoteca e biblioteca;

- sucateamento da cenografia, da marcenaria, de maquinaria e efeitos, além do setor de transportes.

Pela sua composição e formato de indicação, o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta não tem a independência necessária para defender a Cultura das ações predatórias vindas de sua própria presidência. Mesmo que tivesse, sobre alguns desses pontos o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta sequer foi consultado.

Não podemos deixar esse patrimônio do povo de São Paulo ser dilapidado, vítima de sucateamento promovido por sucessivas gestões sem compromisso com o interesse público, seriamente agravado na gestão Sayad.

Nesse momento, é preciso afirmar seu caráter público e lutar pelos seguintes pontos:

- Contra o desmonte geral da rádio e TV Cultura e pela retomada dos programas.

- Em defesa do pluralismo e da diversidade na programação.

- Por uma política transparente e democrática para abertura à programação independente, com realização de pitchings e editais.

- Pela democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta

ATO CONTRA A PRIVATARIA DA CULTURA
3 de abril, terça-feira, às 19h
Sindicato dos Engenheiros de São Paulo
Rua Genebra, 25 – Centro (ao lado da Câmara Municipal)

Gilberto Maringoni
Hamilton Octavio de Souza
Ivana Jinkings
Joaquim Palhares – Carta Maior
Laurindo Lalo Leal Filho
Luiz Carlos Azenha – blog Vi o Mundo
Luiz Gonzaga Belluzzo
Renato Rovai – Revista Fórum e Presidente da Altercom
Rodrigo Vianna – blog Escrevinhador
Wagner Nabuco – Revista Caros Amigos
Emir Sader
Flávio Aguiar
Altercom - Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
CUT – Central Única dos Trabalhadores
Frente Paulista pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social

Baixo Centro, o festival

www.baixocentro.org

BaixoCentro é um festival de rua colaborativo, horizontal, independente e auto-gestionado realizado por uma rede aberta de produtor@s interessad@s em ressignificar esta região da capital de São Paulo em torno do Minhocão, que compreende os bairros de Santa Cecília, Vila Buarque, Campos Elísios, Barra Funda e Luz.
É um movimento de ocupação civil que pretende fissurar, hackear e disputar as ruas. Todos os passos da produção são feitos de forma associativa, aberta e livre. Não há ninguém por trás: empresas, ONGs, governo. O financiamento também é coletivo e associativo, via crowdfunding e outras formas independentes de arrecadação (leilão, rifa, doações).
A primeira edição vai ocorrer entre 23 de março e 1 de abril de 2012. Toda a programação é gratuita, mesmo se ocorrer em espaços fechados, e aberta à intervenção. Estão tod@s convidad@s a intervir – com a voz, o corpo, as ideias.

Campanha denuncia a Privataria da TV Cultura


Diante da estranha estreia do programa de uma empresa privada de comunicação em um horário nobre da emissora pública paulista Cultura, a própria Folha de S.Paulo, responsável pela ‘TV Folha’, publicou no último domingo (18), na coluna Ombusdman escrita por Suzana Singer, uma autocrítica sobre a falta de justificativa de tal parceria.



"O jornal não explicou direito as bases desse acordo. Trata-se de uma permuta: em troca dos 30 minutos na televisão, a Folha cede páginas de anúncios para a Cultura. As despesas do ‘TV Folha’ são do jornal, mas são compensados pela receita publicitária. (...) Não houve concorrência, mas a Folha não foi a única convidada. ‘Não cabe licitação, porque todos os grandes jornais de São Paulo foram chamados em condições de igualdade’, diz a Cultura. Segundo a emissora, o programa do ‘Estado de S.Paulo’ deve estrear no segundo semestre, o ‘Valor’ ainda não apresentou uma proposta e a revista ‘Veja’ desistiu”, diz trechos do artigo.

No intuito de questionar este processo de privatização, jornalistas, acadêmicos e representantes de organizações estão lançando uma campanha contra a Privataria da Cultura. Um dos primeiros passos foi o envio de um ofício ao Diretor-Presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, solicitando a abertura de espaços na programação para outras entidades.

O Centro de Estudos Barão de Itararé, que assina o ofício, se apresenta como interessado em pleitear um espaço na programação da emissora. “O Barão e estas entidades seriam inscritas por edital público e a seleção dos programas apresentados seria feita através de pitching”, diz o ofício, que contrapõe o modelo de escolha adotado pela Cultura com as empresas privadas – segundo explicação dessas. 

O documento protocolado argumenta que “é missão inalienável da TV pública garantir a diversidade e a pluralidade informativa e cultural, abordando temas de interesse social e local, garantindo a projeção da comunidade em que está inserida para dar visibilidade a questões que, na maioria das vezes, não têm espaço nos veículos comerciais”.

Além disso, a campanha lança um manifesto que denuncia a extinção de alguns programas, aniquilação das equipes da Rádio Cultura e estrangulamento da equipe de jornalismo, mais de mil demissões, enfraquecimento da produção de conteúdo próprio, terceirização da programação sem transparência e sem critérios públicos, entre outros. E se posiciona em defesa da diversidade na programação, abertura à programação independente e pela democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta.

A campanha reúne o Centro de Estudos Barão de Itararé, Altercom, Intervozes, o intelectual Luiz Gonzaga Belluzzo, os jornalistas Luiz Carlos Azenha, Rodrigo Vianna, Gilberto Maringoni, o professor Laurindo Lalo Leal Filho, o diretor da Carta Maior, Joaquim Palhares e o diretor da revista Caros Amigos, Wagner Nabuco. Eles irão organizar um ato de lançamento em São Paulo para dar visibilidade à questão.

Carta Maior

Nossa fonte: Vermelho