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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Seminário debate sobre redesenho do mundo multipolar


No debate sobre “O Mercosul e a Unasul: Desafios para o Aprofundamento da Integração Sul-Americana” , dentro da programação do Seminário Política Externa Brasileira: Desafios em um mundo em transição, o ministro Marco Aurélio Garcia, assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, afirmou que “depois do colapso do sistema bipolar e o posicionamento unipolar dos Estados Unidos, começamos a assistir o desenho de um mundo que poderíamos chamar de multipolar”.
Segundo ele, nesse mundo multipolar, o Brasil tomou a decisão de não querer ser um polo econômico-político por si só, mas, ao contrário, quer formar um polo com os outros países da América do Sul. “Daí a o surgimento e a importância da Unasul e o Mercosul”, afirmou o ministro. Ainda segundo Garcia, é necessário entendimento maior sobre as duas instituições da América do Sul que, na verdade, “são duas formas convergentes de integração regional”.

O embaixador Antônio Simões, que também participou do debate que acontece nesta terça e quarta-feira (18 e 19) na Câmara dos Deputados, em Brasília, abordou as transformações sofridas pela região e que deram fôlego para se chegar ao processo de integração, representando pela Unasul e pelo Mercosul.

“O mundo de hoje é bem diferente de 20 anos atrás. Os EUA ainda estão na ponta, mas hoje em dia o poder de intervenção deles não é mais como foi. A Europa também: a crise está instalada, o modelo está em cheque. A locomotiva do mundo não está mais nos países ricos, está no mundo emergente, e a América do Sul é um dos palcos dessa nova locomotiva”, defendeu o embaixador.

Ainda segundo Simões, “em 2030, 50% da produção mundial estará exatamente nos países emergentes”. Para os palestrantes, as alavancas dessa integração são representadas pela transformação do grande contingente populacional pobre em massa populacional com poder econômico. Além disso, vários países da América do Sul tornaram-se credores e não mais devedores de instituições financeiras internacionais.

Eles avaliam ainda que o potencial energético da região, principalmente a capacidade petrolífera de Brasil e Venezuela, comprova a importância da região em um mundo ávido por recursos energéticos. “O Brasil, por exemplo, que nos anos 80 não tinha petróleo, vai se colocar entre os 10 primeiros produtores do mundo, depois da descoberta do Pré-Sal”.

Brics e a Primavera Árabe

Na discussão do tema “O Contexto Geopolítico Internacional e os desafios à Política Externa Brasileira”, os BRICS e os desdobramentos políticos, diplomáticos e econômicos da Primavera Árabe e do Oriente Médio tomaram conta das discussões do painel.

“Hoje o que chama a atenção da comunidade internacional é esse mecanismo político diplomático que foi constituído entre Brasil, Russia, China, Índia e, mais recentemente, a África do Sul” afirmou a professora da Unifesp, Cristina Pecequilo.

O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães discursou sobre a crise financeira do sistema neoliberal que levou à crise econômica mundial. “Muitos países eram citados como modelos permanentes aos países em desenvolvimento, por isso, nós, subdesenvolvidos, deveríamos adotar as mesmas políticas. Foi justamente por não ter privatizado tudo, que não seguimos no mesmo caminho dessas nações em crise. Se assim não fosse, hoje o Estado não teria mecanismos para lutar”, defendeu o embaixador.

O professor Reginaldo Mattar Nasser, da PUC de São Paulo, ofereceu explicações sobre o momento delicado em que vive o Oriente Médio, falou do grande interesse dos países ricos do G7 na região e criticou a demora da diplomacia brasileira em se posicionar. “No processo de reconhecimento da primavera árabe houve uma inaceitável demora do posicionamento da diplomacia brasileira no reconhecimento do processo. Um debate como esses nos ajuda a refletir nossas posições”, defendeu.

Da Redação de Vemelho, em Brasília
Com informações da Com. Rel. Exteriores