Hoje é dia da Pátria Amada. “Ouviram do Ipiranga às margens
plácidas”... O hino que comemora a
independência do nosso Brasil é um dos mais bonitos do mundo. Foi composto com
inspiração privilegiada e segue inspirando poetas e o povo brasileiro
Dona Pandá disse não saber se a Pátria Amada merece os
parabéns! Passados alguns segundos de
sua interrogação, corrigiu-se dizendo que a Pátria Amada merece tudo, seus
filhos – aqueles que fogem à luta – é que a estão machucando. Querem
entregá-la, tirar sua altivez e soberania.
- Veja só, menina. Uma grande construtora está para ser
vendida aos chineses. A tal Lava Jato, que deveria dar um basta à corrupção,
foi parar na mão do moço de Curitiba e cada vez mais coloca em prática o que
aprendeu nos “esteites’, cujo interesse continua sendo dominar o mundo. No caso
do Brasil, o pré- sal é o maior alvo.
As construtoras nacionais são grandes empresas com tecnologia
e capacidade para atuação em vários países, trazendo divisas e empregos para
cá. Estão sendo destruídas. Também elas não são as vilãs. As empresas são
dirigidas por homens, alguns honestos e outros corruptos. Elas são detentoras do know how que foi construído
ao longo de sua vida. A Petrobras desenvolveu, com altíssimos investimentos
humanos e técnicos tecnologia única. Ao invés de punir os homens corruptos, a
Lava Jato auxiliada pela grande mídia, tem agido como se a empresa toda
estivesse corrompendo o mundo. As consequências
para nossa economia são as mais desastrosas.
- Dona Pandá, a senhora não pode mudar de assunto? - Quando percebi o que eu havia falado, já Inês
estava mortinha. - Acho que o sino do portão tocou. Vou ver quem é.
- Vai nada. Você se esqueceu de que depois que pus o aparelho
auditivo escuto tudo e o sino não tocou porque não ouvi. Não precisa ficar com
medo de eu me zangar. Afinal, dou meu braço a torcer. Está muito difícil aceitar o que estamos
vivendo. A BBC Brasil publicou uma espécie de retrato do Senado. Deixa claro
que se não houver eleições já para renovar aquilo lá, vamos para a cucuia. Do que você está rindo, menina?
- A senhora não percebeu que continuou falando sem mudar de
assunto!
Dona Pandá se levantou e fez um gesto com a mão que traduzi
como deixa pra. Deixei. Ela foi andar no pomar e voltou com as mãos em concha
cheias de tamarindos. O humor mudado.
- Venha comer uns tamarindos e vou lhe contar algo para você
rir mais um pouco de mim. Ah! Para com isto. Você ri muito de mim, mas não faz
mal. Eu também, às vezes, acho que sou inspiradora de risos. Veja só o que me
aconteceu. Estava andando por aí, pensando que você tem razão, ando muito chata.
- Não falei isto, mas a senhora não está sentido um cheiro
esquisito?!
- Ah! Como eu estava tentando falar e a maritaca me interrompeu!
Você está rindo antes da piada. Andava
olhando as árvores para ver se havia alguma erva de passarinho não detectada,
uma raiz que, ontem, lá não estava
surgiu na frente de meus pobres pés. Estes coitados, sem a proteção dos olhos,
fizeram uma acrobacia não ensaiada. O esquerdo chutou o grande obstáculo, contando
que seu aliado, o direito, daria conta deste corpinho que afinal não é lá tão
pesado. Isto não aconteceu e o desequilíbrio me mandou para cima da moita da
babosa. Olhei bem – nesta hora já os olhos perceberam seu desvio e correram a
procura de uma muleta - lá estava ela, uma pilha de sacos cheios da comida preferida
das minhocas, onde cai sentadinha.
Pronto pode rir. Vou tomar banho para tirar o cheiro de esterco.