Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Dona Pandá e as minhocas a peso de ouro


Dona Pandá acredita que a terra tem predileção pelo húmus de minhoca. Em Ibiúna, com muita água – rios, riachos, lagoas – os pesque pague fazem presença por todo o município e, consequentemente, as minhocas lá estão para ajudar os pacientes pescadores. O minhocário da Chácara Xury foi implantado com o fornecimento dos pesqueiros.
Dona Pandá, depois de muita batalha, conseguiu encher as manilhas de esterco bovino e, hoje, pela manhã, pegou a Preta e pé na estrada em direção a Sete Lagoas. Estava de posse de informações de que a época é de pescaria, portanto, as minhocas deveriam estar a postos. Após 30 e alguma coisa de quilômetros rodados, sem nada que anunciasse um pesque pague, lá estava, à beira da estrada, uma casinha com um letreiro, concorrendo em tamanho com ela, anunciava minhocuçu e outras variedades. Dona Pandá parou e correu para lá.
- O senhor tem minhoca comum?
- Sim. A senhora quer a minhoquinha?
- Posso ver?
- Aqui, nesta caixa. – O rapaz enviou a mão numa caixa cheia de esterco e saiu carregando um bom volume do que Dona Pandá buscava. Indignada com o desprezo dado a suas colaboradoras, ela questionou o tratamento:
- Por que o senhor falou minhoquinha? Elas são minhocas que produzem húmus que alimenta a Terra que lhe dá as belas alfaces que, com certeza, o senhor muito aprecia. Ou o senhor não come alface? Não come repolho, tomate, brócolis e as frutas do pomar? Como é que o senhor quer matar sua fome sem as minhocas? Heim?! Me diga aí.
- Dona, eu só estou quebrando o galho para o dono que teve de sair para uma consulta no médico.
- No médico? Deve ser porque ele não come verdura. Aliás, quero saber quem o senhor chama de minhoca? – O pobre rapaz, absolutamente apavorado com o discurso de Dona Pandá que continuava defendendo as minhocas com sua ênfase peculiar quando o assunto lhe é querido, respirou fundo e ousou balbuciar;
- A senhora vai levar?
- Se o senhor tiver MI NHO CA... Quanto é?
- R$ 25,00 o litro.
- O que?!!! É muito caro!
- A senhora está dizendo que as MI NHO CAS não valem nada? – Dona Pandá, olhou pro sujeito e viu o brilho malicioso nos seus olhos acompanhado de um tímido sorriso. Ela reconheceu imediatamente que perdera a negociação, devolveu-lhe o sorriso amarelo e falou:
- Quanto o senhor tem neste caixote?
- Sete litros.
- Caraca!
- São R$ 175,00. Confere aí no seu telefone: 25 x 5= 125 +50=175
- É isto aí. Madre mia! Vou levar!