Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade
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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo

    Repassando, como fizemos  tantas vezes                                                                                        

 (Fonte: Carta O Berro)

  Já que o ano foi fatiado,

   como disse Carlos Drummond de Andrade

  "............

  Não precisa
  fazer lista de boas intenções
  para arquivá-las na gaveta.
  Não precisa chorar arrependido
  pelas besteiras consumidas
  nem parvamente acreditar
  que por decreto de esperança
  a partir de janeiro as coisas mudem
  e seja tudo claridade, recompensa,
  justiça entre os homens e as nações,
  liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
  direitos respeitados, começando
  pelo direito augusto de viver.
   ................................................... 
  Para ganhar um Ano Novo
  que mereça este nome,
  você, meu caro, tem de merecê-lo,
  tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
  mas tente, experimente, consciente."


  Feliz Ano Novo!



  Eu desejo para todos vocês a Paz que desejo ao sofrido povo palestino, hoje, neste novo ano, esmagado, destroçado pelos nazi-sionista-israelenses que ocupam o poder no estado norte-americano-israelita;
  Eu desejo para todos vocês a fartura e a saciedade de comida e de viver , que desejo ao povo africano do Quênia, Zimbawe, Etiópia e outros, hoje, neste ano novo, novamente esmagado pela cobiça dos EEUU. França Alemanha e Inglaterra, no roubo de suas riquezas naturais;
  Eu desejo a vocês a liberdade e a segurança de vida em uma pátria livre, que desejo ao povo do Afeganistão e Iraque, hoje, neste ano novo, mais uma vez , destruído e encarcerado pelas tropas norte-americanas, inglesas e dos seus aliados;
  Eu tenho a certeza de que ninguém pode viver feliz enquanto outros seres humanos sofrem.  Por isso, neste novo ano, eu lhes desejo a renovação da esperança de dias melhores para todos os povos; de janelas abertas para a luz do sol para todos;a alegria de poder ajudar, solidarizar, amar o outro, desde que você se ame;
  Faça do ano novo o novo.
  Faça da utopia os votos de realidade; do egoísmo a doação;
  do acanhado a generosidade;
  da escuridão a claridade para os olhos, hoje, cegos (a cegueira da nossa alienação);
  do preconceito apenas o conceito;
  abrace a vida que está em você e no outro.
  Não se envergonhe de demonstrar carinho; não tema sonhar.
  Construa caminhos neste Novo Ano.
  São os votos da Carta O Berro para todas (os) amigas (os), listeiras (os), companheiras (os),
  nessa literatura diferencial que os grandes "jornalões" não publicam.  Quisemos ser uma oportuna espectativa para a reflexão do contraditório, seja na política, na poesia, na prosa, na informação, na reprodução de dados e fatos,
  para que você tenha sempre um parâmetro , evitando os comuns da repetição dos jornais nacionais, abrindo espaço para que a verdade seja a sua consciência;
  que estejamos unidos pela justiça, pela igualdade de oportunidades, pelo respeito ao próximo, na solidariedade, na luta pela páz, soberânia, no Brasil, na América Latina e no Mundo..
  Feliz Ano Novo,
  De Novo.  
  Vanderley Caixe.
PS: Faço minhas as palavras do Vanderley
Mírian

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Marketing infalível X passividade dos consumidores

Nutricionista guarda Mc Lanche Feliz por um ano.
 (Fonte: O Berro.........repassem)
 Veja o poder dos conservantes...
  
            Uma reportagem publicada no final de março deste ano pelo jornal britânico Daily Mail deixou seus leitores de boca aberta. Uma nutricionista americana resolveu fazer um teste para constatar se a comida do McDonald's possui conservantes em excesso. O resultado foi assustador. 
            Durante um ano, Joann Bruso guardou um "Mc Lanche Feliz", um kit composto por sanduíche, refrigerante e batata frita, que acompanham um brinquedo e é vendido para as crianças. "A comida normal tem que se decompor, cheirar mal... Entretanto, o lanche e as batatas não estragaram e isso mostra que as crianças não estão comendo de forma saudável", declarou. 
            De acordo com a reportagem, Joann deixou o lanche e as batatas descobertos, em cima de uma prateleira em sua casa, no estado americano de Colorado, para checar o que aconteceria. Durante um ano, nenhuma mosca sequer chegou perto do sanduíche. "Eu deixava a janela aberta mas as moscas e outros insetos simplesmente ignoravam o 'Mc Lanche Feliz'". 
            "A comida é decomposta dentro do nosso organismo, que se aproveita dos nutrientes dela para transformá-los em combustível", explica Joann. "Nossas crianças crescem de forma saudável quando comem comida de verdade". 
            A nutricionista ainda explica que se o "Mc Lanche Feliz" foi ignorado por bactérias e micróbios que não fizeram a decomposição, isso significa que o corpo da criança também não consegue digerir esse tipo de comida de forma adequada. 
            Segundo dados apresentados pelo Daily Mail, pesquisas recentes afirmam que o pão da McDonald's possui uma série de conservantes como propionato de sódio. Já o pickles utilizado pela rede de fast-food leva benzoato de sódio. 
            As batatas fritas, que Joann descreveu como estando "douradas mesmo um ano depois", contém conservantes como ácido cítrico e pirofosfato de ácido de sódio, que mantém sua coloração.  

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ceci, a bela que também digita

Dona Pandá conta quem é Ceci

Sou Pandá, Dona Pandá, a chacareira de Guaré, aquela conselheira dos urbanos que querem comprar uma chácara. Agora que me identifiquei, vou apresentar a Cecília, Ceci para os mais ou menos íntimos. Mais ou menos porque, como estão  fora do meus campos visual e auditivo, não tenho acesso a eles, afinal Ceci é apenas minha secretária. Sem eu lhe dar muito espaço, ela já me adjetiva como velhinha qualquer coisa, imaginem se eu lhe der alguma trela.
Falemos dela, enquanto está tirando um cochilo. Chegou bocejando, tropeçando e escondendo o mal humor de quem aproveitou a noite e não conseguiu negociar com o relógio. Ele foi cruel e nossa jovenzinha, tão coitadinha, saiu da balada diretamente para o seu suplício maior, que sou eu, a que lhe passa tarefas terríveis, como digitar os meus textos.
No nosso dia a dia, Ceci é bem humorada. Fisicamente, trata-se de uma garota de fechar o trânsito (se ela estivesse fazendo seu trabalho, ou seja, digitando, já iria logo dizer que a expressão "fechar o trânsito" é caduquice). Teria razão, pois atualmente o trânsito vive fechado. Como podem ver, minha secretária discute comigo até quando está ausente! Como eu estava tentando dizer, ela é bem apessoada, loirinha, olhinhos verdes, mede 1,60m e seu peso, embora seja segredo de estado, deve estar beirando os 55kg.
Tem algumas qualidades incríveis: gosta e sabe negociar (ai de mim...), tem iniciativas perigosas a toda hora, nada a assusta. Justifica o seu não-assustar-se com o fato de me aguentar. Diz que se não pode ter medo de mim, o que poderia ser mais assustador? Consequentemente, é uma moça corajosa, possui alta capacidade de assimilação desde que o assunto lhe interesse. Além de me aporrinhar, seu esporte preferido é o patim. Bota um par de patins nos pés e acha que é a dona do mundo. Só falta, agora, nos convencer disto, o que, aliás, falta pouco, pois os rapazes agem como se o Universo fosse a bola que gira ao redor da bela. Ceci. Ficam olhando, de boca aberta, esperando algum lenço para enxugar a baba. Ceci acha muito natural os marmanjos ficarem enlouquecidos ao se perderem em seu olhar, acompanhado daquele sorriso meio irônico, maldoso, ingênuo e que os diabinhos traduzem como querem, meio convidativo. Ela nega este último predicado, defendendo-se com a couraça da sua indiferença.Minha doce secretária tem pimenta na língua. Farei qualquer coisa para morrer sua amiga! Numa belo dia, ela chega  falando que o prefeito da Pauliceia Desvairada, não se conformando em ser o alcaide da cidade e não ser reconhecido, resolveu superar a própria em desvario, ficou oficialmente desvairadíssimo. Querem saber os desmandos que ele anda fazendo? Visitem o blog  http://www.feirinhadateodoro.blogspot.com   Lá ficarão por dentro disso e de muito mais.

A pretinha brasileira fazendo sucesso

 A NOSSA JABUTICABA, HEIN? QUEM DIRIA...



            Olha aí que interessante!
            A jabuticaba, nossa pequena notável! Fruta 100% brasileira.
            É dela que vamos falar.
            Discreta no quintal de nossa casa, ela contém teores espantosos de
            substâncias protetoras do peito. Ganha até da uva, e provavelmente do vinho
            que é festejado no mundo inteiro por evitar infartos.
            Você vai conhecer agora uma revelação científica, e das boas, que acaba de
            cair do pé.

            Por Regina Pereira

            A química Daniela Brotto Terci nem estava preocupada com as coisas que se
            passam com o coração. Tudo o que ela queria, em um laboratório da
            Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, era
            encontrar na natureza pigmentos capazes de substituir os corantes
            artificiais usados na indústria alimentícia.
           E, claro, quando se fala em cores a jabuticaba chama a atenção.
            Roxa? Azulada? Cá entre nós, jabuticaba tem cor de... jabuticaba.
            Mas o que tingiria a sua casca? A cientista quase deu um pulo para trás ao
            conferir: "enormes porções de antocianinas", foi a resposta.
            Desculpe o palavrão, mas é como são chamadas aquelas substâncias que, sim,
            são pigmentos presentes nas uvas escuras e, conseqüentemente, no vinho
            tinto, apontados como grandes benfeitores das artérias.
            Daniela jamais tinha suspeitado de que havia tanta antocianina ali, na
            jabuticaba, aliás, nem ela nem ninguém.
            "Os trabalhos a respeito dessa fruta são muito escassos", tenta justificar a
            pesquisadora, que também mediu a dosagem de antocianinas da amora.
            Ironia, o fruto da videira saiu perdendo no ranking, enquanto o da
            jabuticabeira...
            Dê só uma olhada (o número representa a quantidade de miligramas das
            benditas antocianinas por grama da fruta):
            *jabuticaba: 314*
            *amora: 290*
            *uva: 227*
            As antocianinas dão o tom. 'Se um fruto tem cor arroxeada é porque elas
            estão ali', entrega a nutricionista Karla Silva, da Universidade Estadual do
            Norte Fluminense, no Rio de Janeiro.
            No reino vegetal, esse tingimento serve para atrair os pássaros.
            E isso é importante para espalhar as sementes e garantir a perpetuação da
            espécie', explica Daniela Terci, da Unicamp.
            Para a Medicina, o interesse nas antocianinas é outro. "Elas têm uma potente
            ação antioxidante", completa a pesquisadora de Campinas. Ou seja, uma vez em
            circulação, ajudam a varrer as moléculas instáveis de radicais livres. Esse
            efeito, observado em tubos de ensaio, dá uma pista para a gente compreender
            por que a incidência de tumores e problemas cardíacos é menor entre
            consumidores de alimentos ricos no pigmento.
            Ultimamente surgem estudos apontando uma nova ligação: as tais substâncias
            antioxidantes também auxiliariam a estabilizar o açúcar no sangue dos
            diabéticos.
            Se a maior concentração de antocianinas está na casca, não dá para você
            simplesmente cuspi-la. Tudo bem, engolir a capa preta também é difícil. A
            saída, sugerida pelos especialistas, é batê-la no preparo de sucos ou usá-la
            em geléias. A boa notícia é que altas temperaturas não degradam suas
            substâncias benéficas.
            Os sucos, particularmente, rendem experiências bem coloridas. A
            nutricionista Solange Brazaca, da Escola Superior de Agricultura Luiz de
            Queiroz (Esalq), em Piracicaba, interior paulista, dá lições que parecem
            saídas da alquimia. "Misturar a jabuticaba com o abacaxi resulta numa bebida
            azulada", ensina. "Já algumas gotas de limão deixam o suco avermelhado". As
            variações ocorrem devido a diferenças de pH e pela união de
            pigmentos ácidos.
            Mas vale lembrar a velha máxima saudável: bateu, tomou. "Luz e oxigênio
            reagem com as moléculas protetoras", diz a professora. Não é só a saúde que
            sai perdendo: o líquido fica com cor e sabor alterados.
            Aliás, no caso da jabuticaba, há outro complicador. Delicada, a fruta se
            modifica assim que é arrancada da árvore. "Como tem muito açúcar, a
            fermentação acontece no mesmo dia da colheita", conta a engenheira agrônoma
            Sarita Leonel, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. A dica é
            guardá-la em saco plástico e na geladeira. Agora, para quem tem uma
            jabuticabeira, que privilégio!
            A professora repete o que já diziam os nossos avós: "Jabuticaba se chupa no
            pé".


            O branco tem seu valor.

            A bioquímica Edna Amante, do laboratório de frutas e hortaliças da
            Universidade Federal de Santa Catarina, destaca alguns nutrientes da parte
            branca e mais consumida da jabuticaba. "É na polpa que a gente encontra
            ferro, fósforo, vitamina C e boas doses de niacina, uma vitamina do complexo
            B que facilita a digestão e ainda nos ajuda a eliminar toxinas".


            Ufa! E não só nessa polpa, mas também na casca escura, você tem excelentes
            teores de pectina. "Essa fibra tem sido muito indicada para derrubar os
            níveis de colesterol, entre outras coisas", conta a nutricionista Karla
            Silva. A pectina, portanto, faz uma excelente dobradinha com as antocianinas
            no fruto da jabuticabeira. Daí o discurso inflamado dessa especialista, fã
            de carteirinha: "A jabuticaba deveria ser mais valorizada, consumida e
            explorada".


            Nós concordamos, e você?

            A jabuticabeira

            Nativa do Brasil, ela costuma medir entre 6 e 9 metros e é conhecida desde o
            período do descobrimento. "A espécie é encontrada de norte a sul, desde o
            Pará até o Rio Grande do Sul", diz o engenheiro agrônomo João Alexio
            Scarpare Filho, da ESALQ. Segundo ele, a palavra jabuticaba é tupi e quer
            dizer "fruto em botão".
            A invenção é esta: vinho de jabuticaba. O nome não deixa de ser uma espécie
            de licença poética, já que só pode ser denominado vinho pra valer o que
            deriva das uvas. Mas, sim, existe um fermentado feito de jabuticaba que,
            aliás, já está sendo exportado.
            "O concentrado da fruta passa um ano inteiro em barris de carvalho", conta o
            farmacêutico-bioquímico Marcos Antônio Cândido, da Vinícola Jabuticabal, em
            Hidrolândia, Goiás.
            A jabuticaba é a matéria-prima de delícias já conhecidas, como a geléia e o
            licor, e também de uma espécie de vinho. Quem provou a bebida garante: é uma
            delícia.

            Em 100 gramas ou 1 copo:
            *Calorias 51*
            *Vitamina C 12 mg*
            *Niacina 2,50 mg *
            *Ferro 1,90 mg *
            *Fósforo 14 g*

            Tire proveito da jabuticaba

            Atributos, para essa fruta tipicamente brasileira, são o que não faltam.
            Vitaminas, fibras e sais minerais aparecem nela ao montes.
            Agora, para melhorar ainda mais esse perfil nutritivo, pesquisadores da
            Universidade Estadual de Campinas descobriram que ela está cheia de
            antocianinas, substâncias que protegem o coração.
            Mais uma razão para que a jabuticaba esteja sempre em seu cardápio.


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Fonte: O Berro...repassem

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Nova Trilha para o Brasil

NOTA DE MANIFESTAÇÃO DA COMISSAO DE ANISTIA SOBRE A DECISÃO
DA OEA



A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça vem, por intermédio desta nota pública, e a propósito da Sentença prolatada no dia 14.12.10 pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) no Caso 11.552 Julia Gomes Lund e Outros VS Brasil (Guerrilha do Araguaia), manifestar o que se segue: 

1. A Comissão de Anistia reconhece a sentença prolatada pela Corte IDH no caso Araguaia como um importante e decisivo marco para a promoção e a proteção dos Direitos Humanos no país. Esta decisão sinaliza de maneira inquestionável para a repulsa à prática de crimes contra a humanidade, especialmente quando cometidos pelo Estado contra os seus próprios cidadãos, afastando com veemência qualquer obstáculo que se interponha para a persecução e o julgamento dos responsáveis. 
2. A Corte Interamericana determinou a responsabilidade internacional do Estado brasileiro pelo desaparecimento forçado de camponeses e militantes da Guerrilha do Araguaia e declarou que a Lei de Anistia de 1979 não pode seguir representando um obstáculo para a investigação, identificação e punição dos responsáveis pelos crimes de tortura, desaparecimento forçado e assassinato das vítimas da Guerrilha do Araguaia e tampouco pode ser aplicável a outros casos de graves violações de direitos humanos consagrados na Convenção Americana, ocorridos no Brasil.
3. Essa decisão demarca a superioridade da jurisdição internacional dos direitos humanos sobre as decisões judiciais do país que afrontem as suas determinações. Aguarda-se agora que o STF na ADPF 153 corrija sua decisão anterior ajustando aos preceitos internacionais de justiça como assim o fora exigido pela OAB. Afastar a aplicação da lei de anistia para torturadores no Brasil é tarefa para todas as instituições do Estado democrático. Em um momento histórico no qual o Brasil desponta com forte protagonismo no cenário internacional é indispensável que o país seja um exemplo nas suas políticas públicas e entendimentos judiciais quanto ao tema dos Direitos Humanos e no respeito às jurisdições internacionais às quais o país se submete por sua própria e soberana vontade. É indispensável, portanto, que a decisão da Corte IDH no caso Araguaia seja integralmente cumprida pelo Estado brasileiro. 
4. O Poder Judiciário e o Ministério Público brasileiros têm papel fundamental para que a sentença seja plenamente cumprida, uma vez que deverão promover a investigação e a responsabilização daqueles agentes que durante a Ditadura Militar cometeram crimes de lesa humanidade. A Lei n. 6683, de 1979, conforme expôs o tribunal interamericano, não pode ser aplicada em benefício dos autores destes crimes, e as ações penais contra os supostos responsáveis deverão ser examinadas pela jurisdição comum e não pelo foro militar. A Comissão de Anistia coloca-se à disposição de juízes, promotores e procurados para colaborar com o pleno cumprimento da decisão apresentando todos os relatos e documentos disponibilizados em seu amplo acervo de reparação às vítimas. 
5. Com esta decisão, a Comissão de Anistia espera que a Justiça Federal do Rio de Janeiro desbloqueie o pagamento das justas indenizações aos 45 camponeses atingidos pela repressão à Guerrilha do Araguaia. 
 6. A Comissão de Anistia reconhece e parabeniza a incansável luta dos familiares de mortos e desaparecidos políticos na Guerrilha do Araguaia bem como o Centro pela Justiça e o Direito Internacional- CEJIL, que representou os brasileiros perante à Corte e todas as pessoas e organizações que concorreram para a ação como amicus curiae. E felicita a Corte Interamericana e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos pelas coerentes decisões que hoje fortalecem a democracia brasileira. 

Sessão Plenária da Comissão de Anistia, de 15 de dezembro de 2010.

Paulo Abrão
Presidente

Distribuição de Renda?! Zombaria?! Perversidade?!



Temos sim como reagir!
Vamos reagir com inteligência a esse absurdo que o congresso aprovou, ZOMBANDO da sua (da nossa) cara.
62% de aumento nos salários deles? O caramba:  Vamos reagir a isso, pelas vias legais.
Clique no link e assine o Abaixo-Assinado eletrônico do site Petição-Pública.
Participe e divulgue aos seus amigos.  Vamos mandar milhões de assinaturas para o STJ.


http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N4596

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Uso Seguro de Agrotóxico não Existe


Especialistas reunidos em Recife destacam que o chamado “uso seguro” de agrotóxicos não existe




Sex, 03 de Dezembro de 2010 – CPT

Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, realizado em Pernambuco, derrubou esse mito baseando-se na análise dos critérios técnico-científicos utilizados internacionalmente e no Brasil, para a determinação de indicadores de toxicidade dos agrotóxicos.
Na última semana, nos dias 25 e 26 de novembro, o Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos realizou congresso em Recife intitulado “Agrotóxicos, saúde e meio ambiente: o direito à informação”. O evento marcou o primeiro ano de atuação do Fórum, que surgiu com o objetivo de ser um mecanismo de controle social sobre o tema. Além de Recife, Salvador e Cuiabá foram também sede de eventos semelhantes promovidos pelo Fórum ao longo de 2010.
O Fórum é coordenado pelos Ministérios Públicos do Trabalho e Federal e por organizações da sociedade civil das áreas de meio ambiente, saúde, saúde do trabalhador e por movimentos sociais do campo.
Os debates realizados ao longo do evento recuperaram o histórico das políticas oficiais que a partir da década de 1960 apoiaram a consolidação do modelo agrícola hoje predominante, químico-dependente, lembrando que muitos dos seus impactos sociais permanecem desconhecidos até hoje. Do ponto de vista das intoxicações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há cerca de 50 casos não notificados para cada um que chega ao conhecimento das autoridades.
Também destacou-se em um dos painéis o fato de não ser possível o “uso seguro” de agrotóxicos, ao contrário do discurso apregoado pela indústria. A crítica a essa visão foi feita com base na análise dos critérios técnico-científicos utilizados internacionalmente e no Brasil para a determinação de indicadores de toxicidade dos agrotóxicos.
Os estudos que geram esses dados são feitos em sistemas fechados e com produtos isolados, quando na realidade a aplicação dos venenos é feita em sistemas abertos e o produtor está exposto a diversos produtos a um só tempo. Além disso, os dados gerados experimentalmente são extrapolados para a situação humana, quando se sabe que não há linearidade entre exposição a um dado produto e seus efeitos.
Esta reflexão levantou a necessidade de um maior engajamento da ciência em prol do interesse público, de forma que esta posicione-se acima dos interesses do mercado.
Outro painel abordou a questão da importação de agrotóxicos, lembrando que o registro de produtos formulados só é aceito quando há registro dos produtos técnicos que entram em sua composição e, por isso, no Brasil não se aceita a livre importação de agrotóxicos.
O congresso foi seguido pela plenária do Fórum Nacional, onde representantes das organizações presentes relataram problemas enfrentados em suas regiões, que serão encaminhadas pela coordenação do Fórum para conhecimento e providências do Ministério Público nos respectivos estados.


Carta da Saúde Ambiental

I Simpósio Brasileiro de Saúde Ambiental
Belém do Pará, Dezembro de 2010


Aprendendo com a história, setores cada vez mais amplos da sociedade se movem para re-conceber, em bases harmoniosas e igualitárias, a nossa relação com a Natureza e nossos projetos de futuro. Para isto, nos mobilizamos, cerca de 1000 professores, pesquisadores, estudantes e técnicos, aqui presentes, para debater acerca da responsabilidade do campo da Saúde Ambiental brasileira neste especial momento da trajetória humana no Planeta Terra.
Há, entre nós, um sentimento comum de indignação e não passividade para com a apropriação da ciência e da tecnologia pela racionalidade instrumental econômica, que concorre significativamente para a crise civilizatória, nas dimensões ambiental, econômica, sócio-sanitária e política, como também denuncia uma crise ética e paradigmática do conhecimento científico.
Qual o papel da ciência neste contexto? Como articulamos o modo de produção e consumo das sociedades contemporâneas com o ambiente e a saúde? Como isto se expressa no modelo de desenvolvimento delineado pela globalização e pela reestruturação sócio-espacial da produção? Em que medida o Estado Nação tem sido capaz de fazer valer seu papel, se antecipando às ofensivas do grande capital e protegendo a população e os ecossistemas? Qual o papel da sociedade civil organizada no enfrentamento destes problemas?
A questão ambiental, conformada por uma lógica de intervenção da sociedade no sentido da apropriação da natureza, ou mais especificamente, uma lógica capitalista de produção e consumo, nos coloca o desafio de compreender e analisar as conexões entre os processos produtivos, as relações sociais e a saúde, assim como as desigualdades dos riscos à saúde e das vulnerabilidades socio-ambientais.
Na vigência de uma economia cujo mercado está mundializado, nossa biodiversidade, a riqueza do subsolo e fontes de água, a extensão de nossa terra, a capacidade de trabalho do povo, e até mesmo as seqüelas de sua secular exclusão, são elementos que delimitam uma escolha político-econômica que subestima seus próprios efeitos deletérios ao ambiente e à saúde das populações. Ademais, não prevê formas efetivas de recuperação da natureza e de prevenção e cuidado com a saúde humana. Este desenho nos inclui na economia global na condição de país produtor e exportador de commodities agroindustriais, num modelo monocultor químico-dependente de padrão agro-bio-tecnológico, que se expande sobre biomas como a Amazônia e o Cerrado. Somam-se a esta configuração as cadeias de mineração-aço e petroquímica, entre outras, que produzem expressiva contaminação ambiental e danos à saúde humana. Este é o pacto perverso do capitalismo atual, que produz injustiças ambientais e nos coloca importantes desafios para o seu enfrentamento.
Se este modelo nos colocou entre as seis maiores economias do mundo, ainda não se conseguiu superar as distâncias existentes entre esse “progresso” e o grande acúmulo de riquezas que ele possibilitou, com o desenvolvimento humano e seus indicadores no campo do saneamento, da educação, da saúde, e da qualidade ambiental.
O Estado brasileiro tem se colocado, muitas vezes, de forma subordinada aos ditames das grandes corporações internacionais e facilitado sua instalação, no país, disponibilizando vultosos recursos públicos para estes investimentos e as infra-estruturas que demandam. Assim, grande parte das comunidades, que no discurso hegemônico seriam beneficiadas pelo crescimento econômico, passam a ser atingidas por ele, expulsas de suas terras e afastadas de seus ecossistemas, perdendo sua segurança e soberania alimentar, sob o aceno de insuficientes medidas compensatórias focais.
A complexidade e as incertezas do conhecimento científico devem ser consideradas nos processos de tomada de decisão político-técnicos voltados para o estabelecimento da regulação de parâmetros ambientais e do trabalho, que visem à proteção à vida e à saúde. Torna-se imperativo que as políticas públicas se voltem para essas questões e se utilizem de princípios éticos e precaucionários diante dessas incertezas, dialogando respeitosamente com outros saberes e culturas.
No contexto da ordem mundial dos “neo” colonialismo, imperialismo e liberalismo, dialeticamente, povos indígenas, afrodescendentes, comunidades tradicionais, trabalhadores e moradores das periferias urbanas resistem e avançam na construção de alternativas a este modelo, como são a Agroecologia e a Economia Solidária, preservando suas culturas e saberes de cuidado com a Vida.
Colocamos-nos ao lado dos cuidadores da vida e afirmamos a importância da práxis na produção de uma ciência cidadã, com pressupostos éticos, que supere as barreiras disciplinares e os muros da academia, para produzir processos coletivos de produção de conhecimentos emancipatórios e de proteção da saúde e do ambiente.
Nesse sentido é necessário desenvolver e aprofundar teorias e técnicas que auxiliem o entendimento das influências do meio ambiente na saúde e forneçam subsídios para a formulação de respostas apropriadas do ponto de vista da Saúde Pública e, dessa forma, possibilitem intervenções consistentes e efetivas através de abordagens integradoras e globalizantes. A práxis nos compromete a lutar por Políticas Públicas que assegurem o direito à saúde e ao ambiente saudável, para o qual uma nova concepção de Ciência e Tecnologia tem papel fundamental.

Fonte:   
De: Secretaria ANA [mailto:secretaria.ana@agroecologia.org.br]
Enviada em: Monday, December 13, 2010 1:29 PM
Assunto: Carta da Saúde Ambiental Belém dezembro 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A democracia fugiu do controle?


Ainda é cedo para maiores projeções nessa ou naquela direção sobre os te-legramas wikis ou sobre o papel repre-sentado por Julian Assange. Uma coi-sa é certa. A pergunta que se configu-ra aos poucos e que o confronto entre a força avassaladora da nova informação eletrônica e a da velha mídia mundial a serviço do poder hegemônico do capitalismo nos coloca é a seguinte: a democracia representativa burguesa está fugindo ao controle de quem a tutela? 
Izaías Almada

Um curioso artigo do jornalista espanhol Pascual Serrano publicado em El Periódico de Catalunya e reproduzido no sítio www.rebelion.org levanta uma questão interessante provocada pelos milhares de telegramas vazados pelo sítio WikiLeaks na internet, mas que ? de algum modo até intrigante ? ultrapassa a polêmica criada na imprensa mundial diante do volume e do conteúdo ali exibidos.
 Diz Serrano na introdução de seu texto que o fenômeno WikiLeaks tem monopolizado numerosas análises e reflexões sobre o futuro da informação, da internet e da própria difusão de notícias. É natural. Como o direito à informação e à liberdade de imprensa se constitui em pilares, dentre outros, da democracia tal qual a conhecemos e é praticada em boa parte do mundo ocidental, chama a atenção o fato de que parece se configurar com maior nitidez uma verdade que a hipocrisia de muitos ?democratas? procura esconder e maquiar há algum tempo: afinal existem informações e... informações. Como também existem concepções diferentes sobre a liberdade de imprensa.
 Quando um país, como os Estados Unidos da América, apoia um golpe de Estado contra um governo democraticamente eleito, o último exemplo é a deposição do presidente Manuel Zelaya em Honduras (mas a lista é imensa só nos últimos 50 anos), é justo encobrir ou negar essa informação? Em nome de que? De quem? E a liberdade de imprensa onde é que fica? Os chamados segredos de estado só pesam em um dos pratos da balança?
 Não é por acaso que o pensador e linguista Noam Chomsky declara, a propósito dos recentes vazamentos no WikiLeaks, que os governantes norte-americanos tem profundo desprezo pela democracia, essa mesma da qual se orgulham e querem impor ao mundo através da força.
 Muito a propósito, vejamos as recentes declarações do atual embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, em artigo escrito para o jornal Folha de S.Paulo no dia 2 de dezembro passado: ?O presidente Obama e a secretária de Estado Hillary Clinton decidiram dar prioridade à revigoração das relações dos EUA no mundo. Ambos têm trabalhado com afinco para fortalecer as parcerias existentes e construir novas parcerias no enfrentamento de desafios comuns, das mudanças climáticas e da eliminação da ameaça das armas nucleares até a luta contra doenças e contra a pobreza.?
 Obedecendo à orientação de Washington para minimizar os telegramas wikis, o blablablá retórico de Thomas Shannon é vazio de significado prático e recheado de conteúdo cínico. No contexto da América Latina, quais seriam esses desafios, senhor embaixador? O combate ao narcotráfico, por exemplo? Mas qual é o maior país consumidor de drogas pesadas no mundo e, portanto, grande sustentáculo do narcotráfico internacional, segundo relatórios da ONU? Os Estados Unidos da América. Qual o volume de dinheiro do narcotráfico branqueado em bancos norte-americanos (e europeus)? Em termos mundiais, já ultrapassa a casa dos US$400 bilhões por ano.
 Quanto às mudanças climáticas, é sabido que até a presente data o país do senhor Shannon ainda não assinou o Protocolo de Kyoto, criado em 1997 com o objetivo de reduzir a produção de gases poluentes, sendo os EUA o país que mais polui o meio ambiente mundial. Dispenso-me de comentar sobre o cinismo da ?eliminação da ameaça de armas nucleares?. Repito aqui apenas a velha e surrada pergunta: por que os EUA não dão o exemplo e começam a destruir seu próprio arsenal nuclear? Sobre a luta contra a doença e a pobreza, o senhor Shannon deveria olhar para dentro de seu próprio país e ver os estragos causados no sistema de saúde privatizado, tão bem avaliado pelo cineasta Michael Moore; ou avaliar o atual nível de desemprego e pensar nos imensos guetos de miséria espalhados pelo país, sobretudo entre afrodescendentes e hispânicos.
 O ainda referido artigo publicado na Folha de S.Paulo é uma catilinária de parvoíces, eivada de frases vazias, mas sempre com aquela pontinha de arrogância com a qual ?nossos irmãos do Norte? se acostumaram a tratar o mundo. Prestem atenção nessa simples e emblemática frase do embaixador norte-americano no Brasil sobre os telegramas do WikiLeaks, eivada de arrogância e ?espírito democrático?: ?Uma ação cuja intenção é provocar os poderosos pode, em vez disso, pôr em risco aqueles que não têm poder.? Ou seja: nós, os poderosos (leia-se EUA), se provocados, podemos pôr em risco os que não tem poder (o resto do mundo).
 Mas é exatamente isso o que seu país já faz, senhor embaixador, com ou sem o WikiLeaks. Como é que ficam os assassinatos de civis no Afeganistão e no Iraque? Quantos idosos, mulheres e crianças já morreram para receber (custa-me mais uma vez engolir o cinismo) a velha e empoeirada democracia de Abraham Lincoln? O que significa enviar 10 mil soldados armados até os dentes para uma ajuda humanitária ao Haiti?
 Volto agora ao jornalista Pascual Serrano. Sobre o debate entre defensores e críticos para saber se o sítio de Julian Assange comete uma irresponsabilidade com a e circulação de informação secreta, o jornalista espanhol considera que há uma simplificação do tema e que o modus operandi do próprio WikiLeaks vem demonstrando que o assunto é mais complexo.
 Serrano, sem mostrar duvidas quanto à veracidade dos tais telegramas, levanta a enigmática hipótese de se saber a razão pela qual, de início, o WikiLeaks ofereceu de forma privilegiada e com exclusividade 250 mil documentos a cinco grandes meios de comunicação mundial: The New York Times, The Guardian, Der Spiegel, Le Monde e El País. Tais órgãos de informação divulgaram em seguida que tinham ?autonomia para decidir sobre a seleção, valoração e publicação das informações que afetassem a seus países [EUA, Grã-Bretanha, Alemanha, França e Espanha]?.
 Portanto, e ainda segundo Serrano, a conivência entre o WikiLeaks e o cartel criado entre esses cinco órgãos de comunicação, é absoluta. E conclui: ?Não sei se a origem do sítio WikiLeaks era limpa e honesta. O que parece claro, contudo, é que está se convertendo num objeto domesticado, a ponto de o primeiro-ministro de Israel Benjamim Netanyahu afirmar que os documentos dão razão a seu governo ao valorizar a ameaça iraniana.?
 Os vazamentos WikiLeaks significariam o simples desnudamento da diplomacia de intimidação e espionagem colocadas em prática por Washington, tornando explícito para o mundo aquilo que muitos já sabiam ou desconfiavam? Criam constrangimentos para o complexo industrial/militar e as grandes corporações capitalistas ou, ao contrário, significam uma nova e sofisticadíssima forma de contra-informação digna de um filme de Hollywood?

O atual líder republicano no senado norte-americano, Mitch McConnell, declarou em entrevista para a rede de televisão NBC que Assange é ?um terrorista de alta tecnologia?. O dano causado aos EUA é enorme e, segundo o senador, Assange deve ser julgado com todo o peso da lei. Se por acaso isso causar problemas legais, ?muda-se a lei?, completou McConnell. Parece que desde a eleição de Bush filho, quando se fraudou a lei no estado da Flórida para sua eleição, ou mesmo bem antes, quando John Kennedy foi assassinado, a democracia norte-americana vem mudando algumas de suas leis a fim de se manter como sendo a democracia exemplar para o resto do mundo. 
Ainda é cedo para maiores projeções nessa ou naquela direção sobre os telegramas wikis ou sobre o papel representado por Julian Assange. Uma coisa é certa. A pergunta que se configura aos poucos e que o confronto entre a força avassaladora da nova informação eletrônica e a da velha mídia mundial a serviço do poder hegemônico do capitalismo nos coloca é a seguinte: a democracia representativa burguesa está fugindo ao controle de quem a tutela?