Resultado de pesquisa ajuda a evitar a doença |
Qual é a forma mais eficaz para reduzir o risco de desenvolver Doença de Alzheimer? Um estudo realizado em França procurou analisar diversas formas de reduzir o risco de desenvolver a doença e chegou à conclusão de que alguns factores ligados aos estilos de vida podem ser particularmente eficazes para manter o cérebro saudável. |
Ensino e aprendizagem, comer muitas frutas e legumes e evitar a diabetes e depressão foram os factores encontrados como tendo um maior impacto na redução do risco de Doença de Alzheimer. O estudo analisou 1.433 idosos residentes em Montpelier, em França, com idade média de 72 anos. Todos foram submetidos a testes de memória e outros testes depois de dois, quatro e sete anos para se procurarem sinais de Doença de Alzheimer e outras formas de demência ou declínio cognitivo, ou mesmo alguma forma de perda de memória, que muitas vezes acaba por conduzir à Doença de Alzheimer. A análise estatística dos pacientes, apresentada na revista médica britânica BMJ, identificou vários factores particularmente importantes para reduzir o risco de Alzheimer. A educação parece ter o maior impacto na prevenção da Doença, conduzindo a uma redução de 18% na incidência da Doença de Alzheimer ou declínio cognitivo leve. Os investigadores concluíram, ainda, que os resultados de um teste de leitura destinado a medir a actividade intelectual ao longo da vida e exposição cultural, ou aquilo a que os pesquisadores chamam de "inteligência cristalizada", se apresentam como um bom indicador de protecção contra o declínio de memória e outros sintomas da Doença de Alzheimer. Continuar sempre a exercer actividades que desenvolvam o vocabulário, aumentar a profundidade e a amplitude do conhecimento geral, e reforçar a capacidade de raciocinar usando palavras e números, são, então, colocados no topo da lista dos factores que podem ajudar a impedir a perda de memória. "A mensagem de saúde pública só pode ser para incentivar a alfabetização de todas as idades, independentemente da capacidade inata", escrevem os autores. Tomar medidas para prevenir e tratar a depressão e diabetes, e comer mais frutas e verduras demonstrou, também, levar a uma redução global de 20 por cento na incidência de Doença de Alzheimer nos indivíduos em estudo. Destes, evitar a depressão teve o maior impacto, com uma redução de 10 por cento no número de novos casos ao longo dos sete anos de análise. A ligação entre depressão e Doença de Alzheimer, no entanto, continua a ser complexa. A depressão pode ser um sintoma precoce da Doença de Alzheimer, ocorrendo anos antes do início da doença. Por outro lado, a depressão pode causar mudanças no cérebro que aumentam a probabilidade da doença. O estudo não abordou, no entanto, conclusões sobre outros potenciais factores de risco modificáveis, como a hipertensão arterial, ferimentos na cabeça, ou o facto da pessoa viver sozinha, em parte devido à dimensão reduzida da amostra e do período de acompanhamento. Contudo, é de ressalvar que estudos anteriores sugeriram já que estes e outros factores podem aumentar o risco de desenvolver problemas de memória e Doença de Alzheimer. No entanto, convém frisar que actividades educacionais, evitar a depressão e diabetes, e uma dieta rica em frutas e vegetais não garante que a pessoa não vai ficar desenvolver a Doença de Alzheimer na velhice. Estes são apenas indicadores que ajudam a prevenir a Doença. Os autores recomendam que as pessoas tomem medidas para evitar o desenvolvimento da Doença de Alzheimer na velhice. Os estudos indicam que o número de casos de doentes de Alzheimer deve crescer nas próximas décadas e, este facto só será contrariado se tratamentos novos e mais eficazes forem encontrados. O número de casos duplicará nos países em desenvolvimento entre 2001 e 2020. Deverão aumentar 300 por cento em países como aChina, Índia e países do sul da Ásia e Pacífico ocidental. Dado o peso crescente da Doença de Alzheimer em todas as sociedades, torna-se cada vez mais importante e vital que os Governos criem estratégias eficazes para tratar e prevenir a Doença. Fonte: K Ritchie, I Carrière, C W Ritchie, C Berr, S Artero, and M-L Ancelin: “Designing prevention programmes to reduce incidence of dementia: prospective cohort study of modifiable risk factors.” BMJ 2010;341:c3885, doi: 10.1136/bmj.c3885 (Publicado em 5 de Agosto de 2010) |
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