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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Emir Sader: “Ameaça contra embaixada é colonialismo decadente”

Na manhã desta quinta-feira (16) o governo do Equador anunciou a concessão do asilo político pedido por Julian Assange, fundador do Wikileaks. O Reino Unido, no entanto, pronunciou-se dizendo que não concederá salvo-conduto para que Assange possa deixar a embaixada de Quito em Londres e partir em segurança para o país sul-americano. A informação foi dada pelo ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague.
Agência Efe
Manifestantes protestam em frente à embaixada do Equador, pedindo o salvo-conduto a Julian Assange

Nesta quarta-feira (15), o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, anunciou que recebeu “a ameaça expressa e por escrito” do Reino Unido de invadir a embaixada onde Assange está asilado. Após as denúncias, um grupo de ativistas iniciou um protesto em frente à embaixada do Equador pedindo liberdade a Assange.

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A Inglaterra dispõe de uma lei que autoriza a invasão de embaixadas em caso de risco para a segurança nacional. O cientista político, especialista em América Latina, Emir Sader, em entrevista ao Vermelho, ressalta que essa lei nacional não pode sobrepor-se ao direito internacional.

Segundo ele, a questão foge dos termos jurídicos: “é política”, enfatiza. “Eles vão sofrer uma campanha de reiterados protestos nas embaixadas tanto de Londres, como de outros lugares do mundo. Então vão ter que escolher entre um desgaste prolongado e resolver rapidamente a questão (…) uma invasão seria um escândalo internacional”, avalia.

Em entrevista à BBC, Patiño declarou que "a entrada não autorizada na embaixada do Equador seria uma violação flagrante da Convenção de Viena". E sublinhou: “Não somos uma colónia britânica. Esses tempos são passado.”

Emir corrobora: “só mesmo uma velha potência colonial decadente para achar que pode fazer uma ameaça aventureira dessa; é a ameaça de um leão já desdentado”.
Organismos multilaterais

Patiño declarou ainda que no próximo final de semana poderá ser realizada uma reunião urgente com a União de Nações Sul-americanas (Unasul), a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) e a Organização de Estados Americanos (OEA).

Sobre a questão, o cientista político Emir Sader pontuou que a Unasul sem dúvida vai apoiar a decisão do Equador e que a questão será o posicionamento da OEA, já que os Estados Unidos integram o bloco: “será um teste difícil [para os EUA]. Não sei se farão uma sondagem prévia para ver se vale o risco de participar de uma reunião dessas. A solidariedade com a Inglaterra é estratégica, mas esse é um caso grave, e eles poderão aparecer isolados, o que será muito grave em uma circunstância dessas”.

Da Redação de VERMELHO: Vanessa Silva

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