As plantas são
seres harmoniosos, equilibrados e exigem cuidados, sobretudo com sua
alimentação, proporcionais às necessidades, nem mais, nem menos. Não gostam de
carência: nada de fome, nada de sede. Também não apreciam o desperdício.
Dona Pandá está
procurando o meio de comunicação com São Pedro, o dono das águas do céu. Será
que alguém pode passar um recado? É urgente e em nome dos produtores de hortícolas. - São Pedro, tenha mais cuidado nos seus cálculos e ações ao mandar
daí do alto água para cá na terra, faça-o comedidamente. As plantinhas estão se
afogando! Tome tento, Santo das chaves e das chuvas! Vai um bom conselho:
procure ajuda da mãe das águas doces, a grande Oxum, ela é sábia e protege seus
filhos, pode lhe dar uma força para segurar essas chuvas e despejá-las com mais
sabedoria.
Vanderlei – o
encarregado da horta na Chácara Xury – chegou na cozinha de Dona Pandá com uma cesta cheia de
berinjelas, tomates, pimentões, abobrinhas, pepinos e foi logo se justificando:
- Se deixar nos
pés vão apodrecer com essa chuvarada.
Dona Pandá
percebeu que não tinha escolha, o fogão a esperava. Lembrou-se, então, de uma receita que o
pessoal do Alívio Gelado (11 282 12 3338/ www.aiviogelado.com.br) lhe dera. Ela
faz questão de compartilhar a receita, pois parece agradar a muitos.
berinjela, pimentão, tomate, temperos (sal, cebola e alho roxos,
tomilho, orégano, vinagre e azeite).
Jeito de fazer:
depois da higienização dos ingredientes, pica-os em fatias finas,
misture-os bem com os temperos, exceto o azeite e o vinagre. Coloque tudo numa
assadeira tipo tabuleiro e leve ao forno com temperatura baixa (mais para cozer
que assar). Depois que a mistura estiver no ponto (bem macia), deixe esfriar e
misture o vinagre (pouco) e o azeite (muito). Em seguida, coloque em um vidro
com tampa eficaz, colocando mais azeite. Feche bem e leve à geladeira para
amadurecer por uns três dias. Sirva com pão e, segundo o pessoal do Alívio
Gelado, com cerveja geladaça.
Voltando à questão
das plantas, quando falta chuva, há necessidade de generosas irrigações, o que
aumenta os custos da lavoura com mão-de-obra e combustível para as bombas que
levam a água até os canteiros. Aqui, estamos sendo bem otimistas, pois não
queremos pensar na estiagem que chega à falta de água nas fontes. A colheita
exige cuidados com os horários. Se for feita durante o Sol a pino, as verduras
ficam murchas, feias e serão rejeitadas pelos compradores, prejuízo para os
produtores.
Quando as chuvas
passam da conta, como o Vanderlei já disse, as verduras e os legumes apodrecem
antes da hora, prejuízo do produtor.
Quando vamos à
feira, não temos ideia do caminho percorrido pela bela alface ou pelo suculento
tomate. A forma que o produtor tem para poder fornecer seu produto sempre e com boa qualidade, exigência
natural do consumidor, é produzir em estufas e o investimento é grande. Poucos,
na região de Ibiúna, grande fornecedora para a CEAGESP, têm condições de arcar
com os custos de uma plasticultura. Está aí o motivo dos aumentos de preços da
feira.
Dona Pandá ainda
queria falar das outras dificuldades do pequeno produtor de hortaliças, como a
falta de assistência técnica, as péssimas estradas, a falta de financiamentos,
mas isto fica para outro dia.
Adorei o texto.
ResponderExcluirGostei da foto (no comentário) parece vc bebendo cerveja. O produto da receita está na geladeira.
ExcluirGostei da receita!
ResponderExcluir