Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

La muchacha de la CIA


Eron Bezerra *

Talvez a jovem senhora Yoani Sánchez, la muchacha de la CIA, esperasse um Brasil mais cordato à sua pregação reacionária. Certamente voltou frustrada. Quem lhe deu guarida foi apenas a direita mais atrasada, na qual se incluía expoentes da famigerada UDR e da Opus dei, uma seita religiosa ultraconservadora.
O movimento popular progressista repudiou, com razão, não apenas a sua vinda, mas o motivo de sua perambulação, que nada mais é do que um velho e manjado expediente que a Central de Inteligência Americana (CIA) usa para desacreditar os seus adversários, reais ou imaginários, em todos os quadrantes do planeta.
Nessa mira estão, permanentemente, os líderes palestinos, grupos guerrilheiros, governos revolucionários (CUBA, China, Vietnã, Coreia do Norte) e/ou progressistas (Brasil, Equador, Venezuela, Bolívia, Argentina, etc.) e até governos teocráticos, como o Irã, que não mais aceita o eterno papel de zeloso guardião dos interesses americano. A intensidade dos ataques e os expedientes variam de acordo com o “risco” do adversário. Nesse particular, para os americanos, Cuba é risco máximo. Sobrevive sem eles e certamente tem inspirado outros países a entenderem que podem viver sem a tutela dos EUA.


O que veio fazer la muchacha de la CIA no Brasil?
Certamente não foi defender direitos humanos, pois, aqui, até onde o horizonte alcança, não há mais presos ou perseguidos políticos. Já houve muitos, graças ao golpe militar e a ditadura subsequente implantada com a ajuda dos Estados Unidos e de seu braço operacional, a CIA. Mas nós já superamos essa etapa a partir da mobilização de nosso próprio povo. Nenhuma ditadura, por mais sanguinária que seja, será capaz de suportar a mobilização popular. Veio denunciar o governo cubano?
Não somos tribunal internacional de inquisição e tampouco somos partidários desse tipo de intromissão, baseado no principio da autodeterminação. Afinal, dona Yoani veio denunciar o que?
Que ela estudou e se graduou numa universidade pública de Cuba sem pagar um centavo, privilégio, aliás, de muitos cubanos e de milhares de africanos e latinos (brasileiros inclusos) que ali estudam as expensas do povo cubano? Ou que ela veio ao Brasil com passaporte expedido pelo governo cubano, para onde vai voltar em absoluta segurança?
Se a sua preocupação fosse direitos humanos ela certamente não teria vindo ao Brasil. Teria ido fazer um ato de protesto na base de Guantánamo, dentro do território cubano, onde os Estados Unidos mantem, sob intensa tortura, centenas de prisioneiros políticos, especialmente árabes.
Mas ela poderia também ter ido aos Estados Unidos protestar contra a prisão de 05 cidadãos cubanos (heróis para seu povo) que estão encarcerados na terra do tio San por terem impedido que agentes da CIA - travestidos de “dissidentes”, tal qual dona Yaoni - continuassem fazendo atentados terroristas em território cubano. Ela ainda não joga bombas em hotéis da Ilha para afugentar turistas, como faziam e fazem seus colegas estacionados em Miami. Pode evoluir para tal se necessário, mas hoje seu papel é outro.
Com tanto trabalho para fazer na terra dos seus patrões americanos por que ela veio parar no Brasil? O Brasil tem papel preponderante nesse tabuleiro político, especialmente da América Latina. Tudo que a direita puder fazer para dificultar a vitória das forças progressistas e facilitar o trabalho de sua própria tropa ela não medirá esforços.
Dona Yoani, la muchacha de la CIA, é parte dessa engrenagem. Basta ver quem a recepcionou no Brasil. Não é a operadora principal, apenas um instrumento a mais da CIA. Mas, como veio, teve no Brasil o merecido repudio daqueles que sabem perfeitamente a serviço de quem ela está.
E, nesse particular, a nossa brava UJS enche de orgulho a cada um de nós.

* Secretário de Produção Rural do Amazonas, Membro do CC do PCdoB, Secretário Nacional da Questão 

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