Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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domingo, 10 de novembro de 2013

As irmãs de Dona Pandá


Dona Pandá tem três irmãs: Dona Loira, a sábia, Dona Tuca, a caçadora de tesouros e Dona Gorda, a caçulinha. Todas, vivendo nas Alterosas, têm a apreciada mineirice, sobressaindo a hospitalidade, a delicadeza e a discrição.

Dona Loira é paisagista, também  mora num sítio que, na realidade, é um grupo de jardins harmoniosamente interligados. Os  jardins formam com as edificações – casa principal, a casa de hóspedes e a do caseiro, a churrasqueira, o barracão das ferramentas -, a horta e o pomar uma unidade conseguida com os próprios canteiros, grandes vasos, caminhos de pedras e tijolos de barros. Tudo cuidado nos detalhes pela sensibilidade de quem sabe, sente, conhece, intui o belo e dele faz parte. Dona Loira é alta, magra e tem uma “marca registrada”, o belo sorriso, herança materna. Foi casada com um único companheiro, durante cerca de 30 anos. O querido cunhado de Dona Pandá se foi, deixando uma viuvez bastante triste. Dona Loira não se mostrou diferente de sempre, corajosa continua no Catita, cuidando para oferecer a seus visitantes a harmonia buscada.

Dona Loira não teve filhos para adotar a família toda. Ela é de sagitário - antes que algum astrólogo afirme que seja a mãezona de Câncer -. Moram com ela Miúcha e Lau, cadelinhas adotadas em tempos diferentes. Miúcha, a mais velha, é albina, seu pelo, muito macio e brilhante, é branco com algumas machas pretas. Lau é espoleta (bem no sentido dado pelo mestre Aurélio: “Artefato pirotécnico destinado a produzir a inflamação da carga de arrebentamento dos projéteis, no momento conveniente”, sem o final da definição, pois nem sempre ela conhece a conveniência). Seu pelo sempre brilhante, tem a cor de mel.  Lau chegou ao Catita  com o nome de Lady Laura, nome considerado demasiado comprido para os chamados, quase sempre urgentes e necessários, foi, então, simplificado.   
                      Um pedacinho do Catita

Vamos terminar a apresentação das irmãs e deixemos as estórias dos bichinhos para outra vez.

Dona Tuca é médica. Mora numa bela casa chamada Violeta, numa rua tranquila da Capital Mineira. A vizinhança, completamente conquistada pela simpatia espontânea de Dona Tuca, interage com ela de várias formas. Abastece a Violeta com delícia da culinária regional (ai,ai ai, o frango com quiabo...), vigia a casa na ausência da dona e outras cositas más. Há uma forma de comunicação inusitada. Dona Tuca colocou um quadro de recados do lado externo da casa, pendurado no jardim. Aí, ela escreve recados e mensagens poéticas bastante apreciadas, ficando quase impossível alguém simplesmente passar em frente à Violeta. É comum o transeunte perder a pressa metropolitana para ler, sorrir e, algumas vezes, tocar a campanhinha. Quando isto ocorre, quase sempre, há uma frustração: Dona Tuca pouco para na Violeta. Frustração compensada pelos vizinhos que logo vêm dar as explicações necessárias e colher os elogios. Dona Tuca é contagiantemente apaixonada por seus trabalhos: num núcleo de pesquisa e numa unidade espírita.
                             A netinha de muitas pretensas avós trocando uma ideia com Ninon

Dona Tuca tem dois filhos: um que mora em Genebra e outra que, felizmente, não saiu  u de Belô e trouxe uma criaturinha, muito querida, neta também de outras pretensas avós. .
 Dona Tuca mora com dois cachorrinhos: Ninon e seu filho Tutcho (Dona Pandá não sabe a grafia desse nome que, convenhamos, é parecido com o dono, bem difícil). Ninon é também mãe de Bela que mora em Lagoa Santa. Essa cadelinha e seu filhos ganham com muitos pontos de dianteira da peralta Lau. São lindos, de uma raça (Dona Pandá não é muito conhecedora de raça de pedigree puro) pequena, com pelos compridos e lisos.

Dona Pandá tem uma grande dificuldade para se comunicar com esta mana que dorme e se levanta com as galinhas. Às 21 horas já é impróprio um telefonema. Um dia após um seminário que Dona Tuca coordenou, Dona Pandá se viu obrigada a colocar o despertador para poder pegar sua mana ainda em casa. Pois não é que a madrugadora já estava no trabalho!!!
Dona Gorda é magra. O apelido familiar foi posto quando de sua meninice, momento em que apresentava bochechas fofinhas. Ela é médica e trabalha, trabalha, trabalha num núcleo de pesquisa e numa unidade do SUS, onde sonha e sofre. Tem as características familiares, é alta, cabelos escuros, meiga, sensível, corajosa, dedicadíssima. Mora numa cidade da Região Metropolitana de BH,  numa casa chamada Sossego, cujo quintal concorre (ganhando em alguns itens) com o Catita e a Xury, a chácara de Dona Panda. Nesse quintal, há muitas ervas medicinais e aromáticas, jabuticabeira, bananeira, e muito mais, além das olerícolas. O jardim também é rico em variedades e beleza. Para ser bem justa, Dona Pandá diz que é preciso mencionar o maridão que curte uma terra e é bastante competente em seu cultivo.

É aí que moram a Bela e o Petit. Este tem um temperamento mais próximo do da Miúcha. Ela uma dama e ele um cavalheiro que fica, muitas vezes, bastante incomodado com a agitação petulante da companheirinha tão bela quanto cansativa.  

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