Dona Pandá tem três irmãs:
Dona Loira, a sábia, Dona Tuca, a caçadora de tesouros e Dona Gorda, a
caçulinha. Todas, vivendo nas Alterosas, têm a apreciada mineirice, sobressaindo
a hospitalidade, a delicadeza e a discrição.
Dona Loira é paisagista,
também mora num sítio que, na realidade,
é um grupo de jardins harmoniosamente interligados. Os jardins formam com as edificações – casa
principal, a casa de hóspedes e a do caseiro, a churrasqueira, o barracão das
ferramentas -, a horta e o pomar uma unidade conseguida com os próprios
canteiros, grandes vasos, caminhos de pedras e tijolos de barros. Tudo cuidado
nos detalhes pela sensibilidade de quem sabe, sente, conhece, intui o belo e
dele faz parte. Dona Loira é alta, magra e tem uma “marca registrada”, o belo
sorriso, herança materna. Foi casada com um único companheiro, durante cerca de
30 anos. O querido cunhado de Dona Pandá se foi, deixando uma viuvez bastante
triste. Dona Loira não se mostrou diferente de sempre, corajosa continua no
Catita, cuidando para oferecer a seus visitantes a harmonia buscada.
Um pedacinho do Catita
Vamos terminar a apresentação das irmãs e deixemos as estórias dos bichinhos para outra vez.
Dona Tuca é médica. Mora numa
bela casa chamada Violeta, numa rua tranquila da Capital Mineira. A vizinhança,
completamente conquistada pela simpatia espontânea de Dona Tuca, interage com
ela de várias formas. Abastece a Violeta com delícia da culinária regional
(ai,ai ai, o frango com quiabo...), vigia a casa na ausência da dona e outras cositas más. Há uma forma de comunicação
inusitada. Dona Tuca colocou um quadro de recados do lado externo da casa,
pendurado no jardim. Aí, ela escreve recados e mensagens poéticas bastante apreciadas,
ficando quase impossível alguém simplesmente passar em frente à Violeta. É
comum o transeunte perder a pressa metropolitana para ler, sorrir e, algumas
vezes, tocar a campanhinha. Quando isto ocorre, quase sempre, há uma
frustração: Dona Tuca pouco para na Violeta. Frustração compensada pelos
vizinhos que logo vêm dar as explicações necessárias e colher os elogios. Dona
Tuca é contagiantemente apaixonada por seus trabalhos: num núcleo de pesquisa e
numa unidade espírita.
A netinha de muitas pretensas avós trocando uma ideia com Ninon
Dona Tuca tem dois filhos: um
que mora em Genebra e outra que, felizmente, não saiu u de
Belô e trouxe uma criaturinha, muito querida, neta também de outras pretensas
avós. .
Dona Tuca mora com dois
cachorrinhos: Ninon e seu filho Tutcho (Dona Pandá não sabe a grafia desse nome
que, convenhamos, é parecido com o dono, bem difícil). Ninon é também mãe de
Bela que mora em Lagoa Santa. Essa cadelinha e seu filhos ganham com muitos
pontos de dianteira da peralta Lau. São lindos, de uma raça (Dona Pandá não é
muito conhecedora de raça de pedigree
puro) pequena, com pelos compridos e lisos.
Dona Pandá tem uma grande
dificuldade para se comunicar com esta mana que dorme e se levanta com as
galinhas. Às 21 horas já é impróprio um telefonema. Um dia após um seminário
que Dona Tuca coordenou, Dona Pandá se viu obrigada a colocar o despertador
para poder pegar sua mana ainda em casa. Pois não é que a madrugadora já estava
no trabalho!!!
Dona Gorda é magra. O apelido
familiar foi posto quando de sua meninice, momento em que apresentava bochechas
fofinhas. Ela é médica e trabalha, trabalha, trabalha num núcleo de pesquisa e
numa unidade do SUS, onde sonha e sofre. Tem as características familiares, é
alta, cabelos escuros, meiga, sensível, corajosa, dedicadíssima. Mora numa
cidade da Região Metropolitana de BH, numa casa chamada Sossego, cujo quintal
concorre (ganhando em alguns itens) com o Catita e a Xury, a chácara de Dona
Panda. Nesse quintal, há muitas ervas medicinais e aromáticas, jabuticabeira,
bananeira, e muito mais, além das olerícolas. O jardim também é rico em
variedades e beleza. Para ser bem justa, Dona Pandá diz que é preciso mencionar
o maridão que curte uma terra e é bastante competente em seu cultivo.
É aí que moram a Bela e o
Petit. Este tem um temperamento mais próximo do da Miúcha. Ela uma dama e ele
um cavalheiro que fica, muitas vezes, bastante incomodado com a agitação
petulante da companheirinha tão bela quanto cansativa.
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