Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Receitinha para a paz


Ao Robertão


Dona Pandá teve uma boa discussão com seu amigo Zezé do Leite. O tema foi bem atual, as injustiças e a concentração de renda. Ela dizia que com a justa distribuição das riquezas e das terras o Brasil, o mundo seria outro. O Sr. Zezé  afirmava que quem quer fica rico, as oportunidades existem. Já dá para perceber o nível de comunhão de pensamento entre os dois. Depois de algum tempo, ela perdeu a compostura, fechou a cara, saiu da sala e voltou com um livro, dizendo:

- Olha aqui, você primeiro leia este livro até entendê-lo, depois volta para continuarmos. Está bem?

- Ele leu a capa “História da riqueza do homem”.

- Como você sabe que ainda não li. Este livro fazia parte da lista do meu vestibular. O autor é ... – pegou o livro e completou – Leo Huberman.

- Isto mesmo. Sei que você não leu ou, pelo menos, não assimilou nada do seu conteúdo senão não faria as afirmações tão ...

- Tão o quê?!

- Sem fundamento.

Depois de mais um troca troca pouco esclarecedora, e já passando da hora, o Sr. Zezé se despediu levando o livro.

Dona Pandá  continuou macambúzia por alguns minutos. Depois resmungando algumas palavras tipo abracadabra, foi até seu canteirinho de ervas e, aí sim, pude lhe adivinhar o que dizia, pedia licença à melissa para apanhar suas folhas. Agradeceu e foi fazer o chá. Em seguida, com a caneca na mão, sentou-se na varanda e, só então, se deu conta de que estávamos observando-a. Ela, sorriu, nos ofereceu o chá, dizendo que havia feito uma chaleira completa e até insistiu na oferta.

- Vejam como fui idiota de ficar irritada com o Zezé. Privei-me dos cantos desses pássaros que estão tão esperançosos chamando para a sedução suas companheiras. Eles nos mostram a beleza  e eu, quebrando a harmonia do momento e do lugar, fico brava, discuto com quem nem quer ouvir.  O dia está lindo, os verdes estão exuberantes, as flores nos dão perfumes e cores a escolher. As íris, roxas e brancas, as buganvílias e as rosas vermelhas, as azáleas... Qual é a cor das azáleas? No meu tempo... será que ele já passou? Se ainda cá estou...  chamava cor de maravilha. Que maravilha! Acho que estou ouvindo o Caetano.
Bem, basta olhar, ver, sentir, deixar a beleza entrar para a paz ficar a nosso alcance. Podemos escolher entre curti-la e nos alimentar, ou ficarmos idiotas. E os passarinhos estão insistindo... Querem me abençoar. Amém.  

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