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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Cartas de Rosa Luxemburgo inspiram peça

 

Lediane Filus do UOL, em Curitiba

"Rózà" resgata a história da revolucionária Rosa Luxemburgo, dando vida às suas paixões e desejos que vão além da militância. 

Construído a partir das cartas da revolucionária Rosa Luxemburgo, o espetáculo "Rózà" será uma das estreias nacionais do Festival de Curitiba, com sessões nos dias 1º e 2 de abril. A protagonista, nascida na Polônia, judia e oradora famosa, escreveu as correspondências nas prisões alemãs no início do século 20, onde ficou durante três anos. 

Segundo uma das diretoras da montagem, Martha Kiss Perrone, mais do que mostrar o lado revolucionário e militante de Rosa, a intenção da peça é humanizar e resgatar sua história, suas paixões e vida pessoal.
"O que me levou a querer fazer o espetáculo foi ver na figura de Rosa a sua atualidade, uma mulher de hoje e de agora. Rosa Luxemburgo era uma grande revolucionária, um grande espírito e um grande coração", conta a diretora.

Martha, que também interpreta a personagem no espetáculo, conheceu as cartas em 2009, quando fez um estágio no Théâtre Du Soleil, em Paris, e levou consigo uma biografia e um cartaz de Rosa com a frase "A liberdade é, quase sempre, exclusivamente, a liberdade de quem pensa diferente de nós".
Peça multimídia
Toda a humanidade e emoção nas palavras deixadas por Rosa, mulher apaixonada e também muito próxima da natureza, despertou então na diretora o desejo de reavivar essa história. Para tanto, foi escolhido um modelo diferente de peça, com um conceito multimídia.
Assim, em vez da estrutura tradicional de palco, Martha explica que o espaço cênico será uma instalação cenográfica em forma de tenda que representa a prisão onde Rosa esteve. O público será convidado a entrar nesse espaço, onde serão projetados vídeos e cenas filmadas em Berlim, compartilhando as caminhadas e lutas da protagonista até sua prisão e brutal assassinato em 1919.
A trilha sonora também será diferenciada, com artistas tocando as músicas ao vivo.
Três Rosas 

Os trechos das cartas vão ganhar vida com a interpretação de três atrizes diferentes para o papel da revolucionária. Martha explica que é possível encontrar três Rosas em uma só, com diferentes personalidades que se completam. "São três Rosas porque ela era múltipla, não heroína, mas humana com erros e acertos, paixão pela vida e pela luta", explica ela.

A primeira Rosa é a revolucionária e oradora entusiasmada, enquanto a segunda é a mulher ligada à natureza, que falava com passarinhos e cultivava um herbário. Já a terceira é a amante apaixonada, que se divide entre a luta política e a vontade de deixar tudo para trás para ficar com o amado. 

A peça aborda de forma mais ampla a vida de Rosa, conectando as paixões e os sonhos de ontem e hoje, aqui, na Alemanha, ou em qualquer lugar onde haja uma mulher sem medo de mudar o mundo. "Precisamos hoje de seres apaixonados como ela, dessa força feminina sem medo e com muita coragem", complementa a atriz. Ainda segundo ela, a intenção da peça não é trazer respostas, mas mostrar que os dilemas vividos por Rosa em seu tempo continuam atualmente. 

A expectativa é de que a estreia possa inspirar o público, como aconteceu no ensaio aberto feito em São Paulo, que foi assistido por feministas (algumas inclusive de descendência judia e polonesa, como a protagonista) e militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra. 

Dentre os depoimentos de quem participou da experiência, um dos mais marcantes para a diretora foi a de um homem que ressaltou que a peça vai além do aspecto trágico e doloroso da história das lutas, trazendo também a alegria e a paixão de quem faz parte da revolução, assim como o prazer de estar nas ruas.
Nossa fonte: Página do MST

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