Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade

Ilda e Ramon - Sussurros de Liberdade
Clic sobre o livro (download gratuito). LEIA E DÊ SUA OPINIÃO

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Neoliberais usam Grécia como cobaia da crise financeira, diz deputado grego

Em entrevista à Carta Maior, o deputado grego pelo partido da Coalizão da Esquerda Radical Michalis Kritsotakis reconhece a importância dos movimentos que surgiram nos últimos meses no país, mas duvida que eles substituam o potencial de uma esquerda unida. “Esses movimentos podem ajudar na união do povo grego, mas não podem oferecer uma proposta política integrada”, diz. Para o membro do Fórum Social Grego, reguladores do sistema neoliberal usam Grécia como cobaia para avaliar comportamento e resistências das sociedades numa crise sistêmica como a atual.

Atenas - Deputado nacional desde as eleições de 2009 o professor universitário e mestre em administração de empresas, Michalis Kritsotakis é protagonista do “Fórum de Dialogo e Ação Unida da Esquerda” e da Coalizão da Esquerda Radical, que desde 2004 reúne 10 partidos e ocupa nove cadeiras no parlamento. Ele acredita que é o dever histórico da esquerda agir em conjunto nos pontos de concordância neste momento de crise e deixar para o futuro uma eventual conversa sobre a união sob um único partido. 

Em entrevista exclusiva à Carta Maior, Kritsotakis responsabiliza o sistema político bipartidário que governa a Grécia desde a ditadura por seguir um modelo de desenvolvimento errado, corrupto e adaptado aos interesses da minoria que detém o poder financeiro. Na sua analise, a Esquerda tem parte da responsabilidade pela falência do país, ao se recusar de unir e priorizar a pureza ideológica. “Isso decepciona o povo e, portanto, a nossa responsabilidade é ainda maior. A nossa proposta não é mais de unir a esquerda, pois o partido comunista se recusa a discutir. A proposta hoje” é “chegar a um consenso e atuar juntos nos pontos que concordamos”. 

Alerta que a queda livre do país e sua perda de soberania já têm impactos fatais. O povo grego está enfrentando uma piora sem precedência nos índices sociais, fato que prejudica sua saúde psicológica, pois “a perda do salário ou da aposentadoria que leva as pessoas abaixo da linha da pobreza, à perda da esperança, da perspectiva, da auto-estima”. Para ele, os reguladores do sistema neoliberal “querem avaliar qual é o comportamento e as resistências das sociedades” numa crise sistêmica como essa. Abaixo a integra da entrevista com Michalis Kritsotakis. 

Carta Maior – O governo alega que tenta salvar o país e que a culpa da crise é do governo anterior e das características da sociedade grega. Quem afinal é o réu da falência?
Michalis Kritsotakis – A responsabilidade absoluta é do sistema político bipartidário que nos governa há trinta anos, porque sempre cuidou dos interesses da minoria, que são os detentores do poder financeiro, às custas da grande maioria do povo. O sistema nunca desenvolveu a base produtiva do país, e basicamente seguiu um modelo de desenvolvimento errado, corrupto e adaptado aos interesses dessa minoria financeira. A responsabilidade do sistema bipartidário, nesse momento, é que aceita, independente das suas pequenas diferenças, a dominação da lógica neoliberal da Troika em cima do país. O memorando que eles assinaram não tem nenhuma chance de ajudar o país a sair na superfície. Pelo contrário, nos empuxa para o fundo ainda mais. 
Veja a íntegra da entrevista em www.cartamaior.com.br 

Nenhum comentário:

Postar um comentário