Alberto Cruz (1)
O declínio do poderio dos EUA não se detém. Esta constatação, já pouco questionável, é confirmada quando se analisam as decisões do governo Obama, como a anunciada em prática em janeiro de 2012: uma nova concepção de defesa desenvolvida a partir da Estratégia de Segurança Nacional de 2010, que se tornou obsoleta em alguns pontos devido à rapidez da mudança geopolítica dos últimos dois anos (como se reconhece agora ao dizer que uma das razões que levaram os EUA a adotar a atual mudança foi a constatação de que "não podemos prever com certeza absoluta como vai evoluir o ambiente estratégico" nos próximos anos). Os EUA falharam em suas previsões há dois anos e agora tentam curar-se através de uma surpreendente, e incomum, quase autocrítica.
Ao falar sobre política externa dos EUA, cuja base é o ESN, devemos partir de uma premissa: o desejo de seguir a estratégia delineada no início de 1950 por Hans Morgentahu, o teórico do realismo "político" nas relações internacionais, para quem "a política dos EUA na luta constante e perpétua de potência mundial, tem de ser desenvolvida em três formas: a política do status quo, a política de prestígio e política imperial" (1). Assumida como tal pelos EUA após a 2ª Guerra Mundial manteve-se inalterada por seis décadas, desenvolvendo-se com maior ou menor grau uma ou outra destas formas, tanto durante o período de confronto com a URSS na Guerra Fria como nas duas décadas em os EUA vem exercendo o papel de única superpotência mundial, após o colapso da União Soviética.
Sem entrar em considerações acadêmicas, é digno de nota que esses três pilares da política externa dos EUA têm sido aplicados, isoladamente e/ou em conjunto, sempre que os EUA considerem isso necessário para seus objetivos, independentemente de quem seja o ocupante da Casa Branca, e com o objetivo explícito de afirmar seus "interesses nacionais vitais" em todo o planeta.
Agora a situação mundial tornou impraticável esta histórica aplicação da política externa dos EUA. A emergência do eixo BRICs, especialmente a China; a rejeição aos EUA que se tornou visível nas rebeliões árabes, por diferente que seja de país a país; assim como o despertar regional latino-americano, com iniciativas que precisam se firmar, como a CELAC ou a Unasul, mas que demonstram o desejo de se afastar de seu vizinho ao norte, deixa como único eixo sobre o qual gira a dominação mundial dos EUA a política imperialista baseada na superioridade militar. Mas esta precisa confrontar-se com o declínio
Ao falar sobre política externa dos EUA, cuja base é o ESN, devemos partir de uma premissa: o desejo de seguir a estratégia delineada no início de 1950 por Hans Morgentahu, o teórico do realismo "político" nas relações internacionais, para quem "a política dos EUA na luta constante e perpétua de potência mundial, tem de ser desenvolvida em três formas: a política do status quo, a política de prestígio e política imperial" (1). Assumida como tal pelos EUA após a 2ª Guerra Mundial manteve-se inalterada por seis décadas, desenvolvendo-se com maior ou menor grau uma ou outra destas formas, tanto durante o período de confronto com a URSS na Guerra Fria como nas duas décadas em os EUA vem exercendo o papel de única superpotência mundial, após o colapso da União Soviética.
Sem entrar em considerações acadêmicas, é digno de nota que esses três pilares da política externa dos EUA têm sido aplicados, isoladamente e/ou em conjunto, sempre que os EUA considerem isso necessário para seus objetivos, independentemente de quem seja o ocupante da Casa Branca, e com o objetivo explícito de afirmar seus "interesses nacionais vitais" em todo o planeta.
Agora a situação mundial tornou impraticável esta histórica aplicação da política externa dos EUA. A emergência do eixo BRICs, especialmente a China; a rejeição aos EUA que se tornou visível nas rebeliões árabes, por diferente que seja de país a país; assim como o despertar regional latino-americano, com iniciativas que precisam se firmar, como a CELAC ou a Unasul, mas que demonstram o desejo de se afastar de seu vizinho ao norte, deixa como único eixo sobre o qual gira a dominação mundial dos EUA a política imperialista baseada na superioridade militar. Mas esta precisa confrontar-se com o declínio
Veja na íntegra o lúcido artigo de Albertoi Cruz em:
Tradução: José Carlos Ruy
(1) Alberto Cruz é jornalista cientista, político e escritor. Seu último livro é A violência política na Índia. Para além do mito de Gandhi, publicado com a colaboração do CEPRID. Pedidos podem ser feitos ceprid@nodo50.org libros@lacaida.info
(1) Alberto Cruz é jornalista cientista, político e escritor. Seu último livro é A violência política na Índia. Para além do mito de Gandhi, publicado com a colaboração do CEPRID. Pedidos podem ser feitos ceprid@nodo50.org libros@lacaida.info
Nossa Fonte:Vermeho
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